5. Estudo dos Efeitos das Principais
Drogas
Além
do crescimento em escala geométrica do número de pessoas compulsadas a consumir
drogas, em caráter periódico e permanente, observa-se uma constante introdução
de novas drogas no mercado.
Dentre as drogas de maior importância
médico-social, destacam-se as ilícitas como:
- maconha;
- cocaína;
- opiáceos (com destaque para a heroína);
- craque (crack);
- anfetaminas;
- barbitúricos;
- metaqualona;
- solventes voláteis;
- drogas alucinógenas;
- LSD;
- mescalina;
- DOM ou STP (Security, Tranquility and Peace).
a. Maconha e Haxixe
A
maconha, mais consumida nos países ocidentais, é constituída por uma mistura de
folhas e inflorescências do cânhamo, árvore da espécie Canabis Sativa, enquanto
que o haxixe, mais consumido na Ásia e na África do Norte, é preparado a partir
de uma resina exudada pelos arbustos femininos.
O
princípio ativo mais importante da maconha e do haxixe, o Delta-9-
Tetraidrocanabinol (Delta 9.THC), é encontrado numa concentração de,
aproximadamente, 1% na maconha e de 5 a 10% no haxixe.
Como
a absorção pulmonar deste princípio ativo (Delta 9.THC) é muito rápida, seus
efeitos farmacológicos ocorrem em poucos minutos. A absorção digestiva é mais
demorada e os efeitos colaterais só se iniciam após 30 a 120 minutos.
A
meia-vida plasmática do Delta 9.THC é de, aproximadamente, 57 horas, em
não-viciados, e de 28 horas, nos viciados na droga.
Um cigarro, contendo em
média 500 mg de maconha e 5 mg de Delta 9.THC, quando fumado, produz efeitos
físicos e psíquicos a partir de 2 a 3 minutos.
Estes efeitos atingem seu pico
máximo em 10 a 20 minutos e permanecem por 90 a 120 minutos.
Ocorre uma grande
variação, tanto na duração, como nas características dos efeitos, em função de
variações individuais e das circunstâncias em que a droga foi usada.
Quadro Sintomático
No
caso de doses leves, os efeitos fisiológicos são mais discretos, ocorrendo
normalmente aumento da freqüência cardíaca, congestão nas conjuntivas, redução
da filtração renal e aumento do volume de água retida no organismo.
Os efeitos
psíquicos são os seguintes: o drogado informa que está passando por um quadro
emocional agradável e positivo, com sensação de leveza e mudanças nas
percepções ambientais, por intermédio dos órgãos sensoriais.
As imagens visuais
são mais nítidas, alterando-se a forma, a cor e o tamanho dos objetos.
O tato,
o paladar e o olfato são subjetivamente estimulados. Altera-se a percepção do
tempo, que dá a sensação de escoar-se de forma mais lenta.
Em
indivíduos muito suscetíveis, mesmo as doses leves podem apresentar sinais de
intoxicação, como náuseas, vômitos, tontura, ansiedade e sintomas psíquicos
mais sérios.
No caso de doses mais pesadas, o
drogado apresenta os seguintes sintomas, que caracterizam o quadro da chamada
“psicose da maconha”:
- alucinações visuais e auditivas;
- desorientação, depressão, pânico e despersonalização;
- idéias paranóicas, excitação e comportamentos
agressivos.
A
paranóia manifesta-se por desconfiança, conceito exagerado de si mesmo,
desenvolvimento de idéias reivindicatórias, mania de grandeza e mania de
perseguição.
A maconha provoca, a longo prazo, as
seguintes alterações psíquicas e metabólicas:
- perda da memória para fatos recentes;
- redução da atenção e da capacidade de
aprender;
- alterações na senso-percepção e na coordenação
dos movimentos;
- alterações no nível de estimulação do eixo
Córtico-Hipotalâmico-Hipofisário;
- redução na produção e
liberação dos hormônios hipofisários.
A
redução da produção de somatotrofinas prejudica o crescimento, quando as
pessoas se viciam muito jovens, e apressa o envelhecimento das pessoas
viciadas.
A
redução da produção de gonadotrofinas diminui a espermatogênese, nos homens, a
ovulação, nas mulheres e a produção de hormônios sexuais, em ambos os sexos,
com conseqüente redução da libido.
A
redução da produção de corticotrofinas e tireotrofinas altera o metabolismo
orgânico, com reflexos sobre a resistência imunológica contra infecções.
Embora
as doses iniciais de maconha desinibam as pessoas sexualmente reprimidas e
intensifiquem as fantasias eróticas, a droga reduz a sexualidade e a libido, a
longo prazo.
A
maconha reduz as defesas imunológicas dos viciados contra doenças infecciosas.
Mesmo
em doses mínimas, a maconha prejudica a capacidade dos motoristas para dirigir
automóveis e contribui para aumentar os riscos de desastres automobilísticos,
com vítimas, por aumentar a agressividade das pessoas, reduzir a atenção, a
capacidade de concentração, alterar a senso-percepção e tornar mais lentas as
respostas reflexas dos órgãos efetores.
Além
de todos estes problemas, a maconha serve de “ponte” para outras drogas ainda
mais perigosas, como a cocaína, a heroína e os alucinógenos.
Apesar
de todos estes efeitos maléficos, existem pessoas que propõem que se considere
a maconha como uma droga lícita, da mesma forma que o tabaco.
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