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28 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Gafanhotos ( Locusta)


4 – Gafanhotos ( Locusta)

CODAR: NB.AGF/CODAR: 14.104


Caracterização

Desde a Antigüidade, o gafanhoto é reconhecido como uma praga de culturas e de pastagens, responsável por grandes desastres. 

A oitava praga do Egito, narrada no Livro do Êxodo, da Bíblia, refere-se à destruição dos trigais, causa da por uma infestação de gafanhotos. A imagem de gafanhotos é freqüente em monumentos assírios.

No Brasil, o gafanhoto é uma praga com características sazonais e as grandes infestações costumam ocorrer após os períodos de estiagem, em função de uma expansão explosiva das populações desses insetos.


No País, as principais espécies responsáveis por infestações são:

- a partir do norte da Argentina, penetrando pelos Estados sulinos, e atingindo o sul de Minas Gerais, as Schistocerca americana, S. paranaensis e S. canellata, genericamente conhecidos como gafanhotos invasores sul-americanos;

- na área compreendida entre os paralelos 12 e 14 e que se estende de Rondônia até a divisa de Goiás, o Rhammathocerus sp., cujos principais criadouros se localizam nas reservas dos índios Parecis;

- no Nordeste, o Schistocerca pallus, conhecido como gafanhoto polígrafo do Nordeste;

- em São Paulo, o Rhammathocerus pictus Brunnei;

- em Minas Gerais, os Dichrosplus braslienis, Stautorhorectus longicomis e Euplectrotteilx sp.


O Rhammathocerus sp., quando adulto, tem um comprimento médio de 4,2 cm e apresenta a seguinte distribuição de colorações:

- cinza-claro, com manchas cinza-escuro, nas asas anteriores;

- verde ou cinza-claro, no tórax e na fronte;

- azul-metálico, na mandíbula, parte interna das coxas e partes terminais das tíbias;

- laranja, no restante da tíbia.


Na região de Rondônia e de Mato Grosso, o desenvolvimento desse gafanhoto se dá de acordo com a seguinte cronologia:

- época de postura, nos meses de outubro-novembro;

- eclosão dos saltões, nos meses de novembro-dezembro;

- após cinco estágios, que duram em média 26 dias, os saitões atingem a fase adulta em abril-maio;

- migram em agosto-setembro;

- acasalam em setembro-outubro.


Cada fêmea põe, em média, 100 ovos, distribuídos em cinco posturas. Os ovos, envolvidos por ootecas, são enterrados a uma profundidade média de 5 cm.

Assim que eclodem, os saltões reúnem-se em bandos compactos e passam a se alimentar. A partir do terceiro estágio, os bandos começam a se movimentar, aumentando o tamanho da área infestada.

A movimentação aumenta ainda mais, quando os saltões atingem o quarto e quinto estágios. Nessa condição, permanece na área do cerrado, nos períodos mais quentes do dia, e infestam as áreas de cultura, nos períodos mais frescos.

Em abril, atingem a fase adulta. Os bandos continuam crescendo e movimentando-se entre a vegetação nativa e as áreas de cultura, causando grandes danos ás pastagens e, especialmente, ás plantações de arroz.

Em agosto, formam-se grandes nuvens, de aproximadamente 30 km de comprimento, por 2,5 km de largura, e começa a migração. Os gafanhotos deslocam-se a uma altura máxima de 30 m. Uma nuvem de gafanhotos pesa aproximadamente 100 toneladas e, diariamente, destrói um volume de massa verde equivalente a seu peso.

Normalmente, as nuvens movimentam-se no sentido dos ventos dominantes e, terminada a migração, os bandos se separam, iniciando-se o acasalamento.


Os Rammathoceerus apresentam a seguinte preferência alimentar, em ordem decrescente:

- gramíneas nativas;

- culturas de arroz;

- culturas de cana-de-açúcar e de milho;

- culturas de sorgo forrageiro;

- pastagens artificiais;

- soja e feijão.


Medidas Preventivas e de Controle

O controle dos gafanhotos é mais fácil nas fases iniciais, enquanto saltões de primeira e terceira muda, quando têm pouca mobilidade.
Nessas fases, as galinhas d’angola podem exercer um razoável controle biológico dos saltões.

Quando as infestações por saltões se intensificam, utilizam-se inseticidas organofosforados, como o Fenitrothion e o Malathion, em formulações de ultra-baixo volume (UBV), nas dosagens de 200 e 800 g, respectivamente, de principio ativo por hectare. A diluição em óleo de algodão parece aumentar a eficácia das preparações.

Para combater as nuvens migratórias, é necessário utilizar aviões espargidores, e as formulações de UBV, para via aérea, aumentam, respectivamente, para 300 e 1.000 g por hectare, de Fenitrothion e Malathion.

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