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Ratos Domésticos
CODAR: NB.ARD/CODAR:
14.101
Caracterização
Os
roedores de importância sanitária no Brasil pertencem á família dos Muríneos e
são distribuídos em dois gêneros: Rattus e Mus. A esses gêneros pertencem ratos
de origem asiática, transportados e disseminados no Brasil, a partir da época
do descobrimento, pelas caravelas dos navegadores, e pertencem às seguintes
espécies:
- Rattius rattus - gabiru
ou rato-de-telhado;
- Rattus norvergicus -
ratazana ou rato norueguês;
- Mus musculus -
camundongo.
Várias
características biológicas e ecológicas contribuem para maximizar os efeitos
adversos provocados pelos ratos, dentre as quais cabe ressaltar:
- o onivorismo, que
permite a rápida adaptação das populações de ratos aos alimentos disponíveis;
- a extrema rusticidade e
capacidade de adaptação ao meio, facilitando sua sobrevivência, mesmo em
condições extremamente adversas, que limitam o desenvolvimento de outras
espécies;
- a grande capacidade de
proliferar, que permite que os ratos assumam características de pragas,
competindo em condições dominantes com outros animais;
- a capacidade de conviver
em íntima associação com a espécie humana, tirando proveito de seus alimentos e
de seus abrigos;
- a necessidade biológica
de roer, fazendo com que estraguem dez vezes mais do que consomem;
- o hábito de dejetar
enquanto se alimentam, facilitando a contaminação dos alimentos humanos com
fezes e urina;
- a participação na cadeia
de transmissão de importantes enfermidades, altamente prejudiciais à espécie
humana.
Ao roerem tudo que tenha
menor consistência que seus dentes, os ratos danificam sacarias; mobiliários;
instalações hidráulicas e elétricas, provocando curtos-circuitos e incêndios;
devastam plantações, hortas e pomares; atacam depósitos de gêneros e celeiros.
Animal furtivo costuma
passar despercebido, enquanto causa imensos prejuízos.
Calcula-se que os
prejuízos provocados por um rato, durante um ano, equivalem a US$ 20,00. No
Brasil, a proporção entre ratos e seres humanos é superior a 3:1. Dessa forma,
os mais de 450 milhões de ratos existentes no Brasil estão causando prejuízos
superiores a US$9 bilhões.
Os ratos participam da
cadeia de transmissão de numerosas doenças, dentre as quais, as mais
importantes são: a leptospirose, a peste bubônica e numerosas salmoneloses.
Estimativas moderadas
concluíram que, em 1968, os ratos estragaram alimentos que permitiriam manter
85 milhões de pessoas, em condições ótimas de nutrição.
Por todos esses motivos,
os ratos são considerados os mamíferos mais nocivos e o inimigo número um da
espécie humana.
Medidas
Preventiva e de Controle
O
controle dos ratos depende de medidas:
- permanentes ou de
anti-ratização;
- temporárias ou de
desratização.
Dentre
as medidas permanentes ou de anti-ratização, cumpre destacar:
- a construção de moradias
e demais edificações á prova de ratos;
- a eliminação de pequenas
aberturas existentes nas construções e telagem dasaberturas permanentes, como
canos de esgotos;
- eliminação de abrigos,
que possam ser utilizados como ninhadas;
- supressão de fontes de
alimentos.
Quando foi iniciada a
construção de Brasília, as técnicas de anti-ratização eram perfeitamente
conhecidas. A capital brasileira, portanto, poderia ser imune aos ratos, caso seus
planejadores tivessem utilizado essas técnicas.
O detalhamento das medidas
de anti-ratização poderá ser estudado em textos especializados de Engenharia
Sanitária.
Dentre
as medidas temporárias ou de desratização, cumpre destacar:
- a aplicação de métodos
físicos, como chamas, emparedamento ou afogamento das ninhadas ou, ainda, a
utilização de ultra-sons;
- a utilização de
ratoeiras com iscas:
- emprego de animais
predadores, como cães de pequeno porte, gatos, gaviões, mangustos e jibóias;
- utilização de
fumigações, que só devem ser utilizadas em porões de navios e em instalações
desabitadas, a fim de reduzir os graves riscos de intoxicação exógena de homens
e animais, domésticos;
- utilização de iscas com
rodenticidas.
Os rodenticidas mais utilizados
são os anticoagulantes, como a cumarina e a warfarina, os quais, por
necessitarem de doses acumulativas para produzir efeito tóxico e por terem
antígenos eficientes, apresentam riscos pouco importantes para homens e
animais.
A Sila Vermelha também é
muito utilizada, pois, quando ingerida acidentalmente por seres humanos ou
animais, provoca vômito intenso, que elimina o veneno. Como os ratos não
possuem o reflexo do vômito, ao ingerirem a droga, acabam morrendo intoxicados.
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