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26 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS - VOLUME II - DESASTRES HUMANOS RELACIONADOS COM CONVULSÕES SOCIAIS CODAR – HS.C/CODAR – 22.2


DESASTRES HUMANOS RELACIONADOS COM CONVULSÕES SOCIAIS

CODAR – HS.C/CODAR – 22.2


1. Introdução

As convulsões sociais provocam ou intensificam o clima de agitação política e social e, caso se perca o controle sobre o processo, podem causar graves desastres humanos de natureza social e contribuir para reduzir a estabilidade das instituições democráticas.


As convulsões sociais podem ser incrementadas como conseqüência:

-  de vulnerabilidades culturais e sociais que reduzam a confiança de alguns estratos sociais nas instituições democráticas e nos processos institucionais de solucionar os problemas;

-  da marginalização de grandes estratos populacionais do processo produtivo e do processo de desenvolvimento econômico e social;

-  do agravamento do desequilíbrio e das desigualdades sociais, inter e intraregionais;

-  da estagnação econômica e social e do nível de pobreza de numerosos estratos sociais;

-  da perda da fé de que é possível construir uma sociedade livre, justa e solidária, dentro de um sistema absolutamente democrático e institucionalizado;

-  do aumento do custo de vida e do incremento da especulação financeira.


Dentre os fatores preponderantes que contribuem para agravar as convulsões sociais, há que destacar:

-  o clima de descrédito nas instituições, nas elites políticas e nos dirigentes;

-  a desesperança dos estratos populacionais marginalizados;
-  o clima de insegurança individual e coletiva e o incremento da violência;

-  o clima de insatisfação política, sem expectativas de solução normal, a médio prazo, por intermédio dos processos eleitorais previstos nos regimes democráticos.


A prevenção dos conflitos e das convulsões sociais exige uma política de desenvolvimento social e econômico conseqüente, de caráter permanente e digna de crédito, por parte da sociedade civil.


2. Importância da Interação entre o Governo e a Sociedade

A mudança cultural e a interação entre o governo e a sociedade, ao permitirem o estabelecimento de um clima de confiabilidade nas autoridades governamentais e de solidariedade interpessoal, constituem-se nas ferramentas básicas para o desenvolvimento do processo de paz social, indispensável ao fortalecimento do processo democrático e à redução dos desastres sociais.

A mais importante célula do organismo social, para permitir o debate democrático e o estabelecimento de um clima de paz social, é o Núcleo Comunitário de Defesa Civil – NUDEC.

O processo exige intensa e contínua discussão sobre os objetivos permanentes que devem ser atingidos, e o clima de consenso só poderá surgir se as pessoas acreditarem realmente nos bons propósitos das autoridades governamentais presentes ou representadas no debate.


3. Importância do Exemplo e da Participação Efetiva

O clima de paz social, tão importante para a redução dos desastres humanos relacionados com convulsões sociais, depende do (da):

-  exemplo da classe política e dos dirigentes;

-  apoio das elites e das classes produtoras;

-  prioridade da ação sobre o discurso.


A honestidade e a abstenção do discurso demagógico são atitudes indispensáveis para conquistar e manter a confiança da população e para evitar o clima de desilusão e de falta de crédito em soluções político-administrativas definitivas. Em casos extremos, a descrença generalizada pode minar as bases de sustentação das instituições democráticas.

É importante caracterizar que, se o clima de convulsões sociais assumir aspectos dominantes, o desastre final pode provocar a ruptura com o regime democrático institucionalizado.


4. Importância do Desenvolvimento Social e do Crescimento do Mercado Interno

É absolutamente impossível reagir ideologicamente contra o processo de globalização. Os sistemas políticos, sociais e econômicos não são conceitos abstratos, mas têm existência física e, nesta condição, são regidos pelas leis da física.


A termodinâmica, ao estudar os fluxos de energia, ensina que:

“Todo sistema fechado sobre si mesmo tende à mesmice e à estagnação”.

É evidente que esta lei da física se aplica a todos os sistemas reais e, em especial, aos sistemas políticos, econômicos e sociais.

O processo geral de globalização é conseqüência do desenvolvimento vertiginoso que incrementou a velocidade das trocas energéticas e do fluxo de transportes e promoveu a quase instantaneidade das comunicações.


Para se conviver harmonicamente com o “processo geral de globalização”, é absolutamente indispensável:

-  multipolarizar a economia;

-  dinamizar o mercado interno;

-  promover o bem-estar social.


É muito importante que as pessoas se conscientizem de que o desenvolvimento econômico não é um fim em si mesmo, mas um importante pré-requisito do desenvolvimento social.

Para conviver com o processo de globalização, é indispensável que se apure o senso-percepção, a fim de se descobrir os núcleos de excelência do mercado global, onde o Brasil pode aproveitar situações vantajosas. No entanto, é absolutamente indispensável que as pessoas se apercebam de que a exportação cresce de importância, quando se busca intensificar a economia de escala.

As nações que romperam o ciclo vicioso do subdesenvolvimento e das convulsões sociais foram aquelas que priorizaram o desenvolvimento de seu mercado interno e o bem-estar da população, sobre políticas de apoio prioritário às exportações, tirando proveito dos baixos custos da mão-de-obra. 

A queda econômica dos chamados “tigres asiáticos” demonstra que um país não pode priorizar políticas mercantilistas e que o desenvolvimento econômico só é duradouro quando tem por objetivo promover o desenvolvimento social.

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