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26 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS - VOLUME II - DISSEMINAÇÃO DE BOATOS E PÂNICO - CODAR - HS.CDB/CODAR - 22.208 - Caracterização - Causas - O Pânico é provocado pela - Medidas Preventivas


DISSEMINAÇÃO DE BOATOS E PÂNICO

CODAR - HS.CDB/CODAR - 22.208


1. Caracterização

Boato é uma notícia anônima que se dissemina entre o público, sem confirmação por fonte autorizada. A disseminação de boatos pode ser casual ou intencional e, quando o boato gerar pânico, pode ser causa de comoção social.

Pânico corresponde a uma exacerbação do sentimento do medo, em alguns casos infundados, fazendo com que a situação fuja do controle racional.

Um exemplo clássico de pânico, gerado por urna informação infundada é ilustrado pelo episódio provocado por Orson - elIes, por intermédio de um programa radiofônico denominado “A Guerra dos Mundos” que simulou uma invasão da Terra, por seres extraterrestres.

Graças à imensa capacidade de comunicação de Orson - elles, a população acreditou na simulação e entrou em pânico, envolvendo-se em inúmeros acidentes, na tentativa de fuga irracional.

Também há uma exemplo de pânico gerado em Recife (PE), durante uma inundação de médio porte, quando se disseminou o boato de que o sistema de represas que controla as inundações do rio Capibaribe havia se rompido, juntamente com a represa de Tapacurá, que é responsável por parte do suprimento de água potável para a cidade. A população acreditou que a cidade seria submergida por uma inundação sem precedentes e iniciou uma fuga irracional.

Além dos danos causados pela fuga desenfreada, numerosas casas deixadas abertas por seus proprietários foram assaltadas por ladrões.

O pânico pode atuar como fator de agravamento de desastres. É normal que, em circunstâncias de desastres naturais e humanos, condutas irracionais, motivadas pelo pânico, provoquem mais traumatismos e mortes que os causados pelos desastres primários.


2. Causas

Discussão sobre os Fatores Psíquicos Relacionados com o Pânico

Da mesma forma que a reação amorosa e a reação colérica, o medo é um instinto básico, estritamente relacionado com o desenvolvimento filogenético das espécies animais.

Estes três instintos fundamentais relacionam-se com a espécie humana e permitiram a sobrevivência da espécie, ao longo de prováveis 5 (cinco) milhões de anos.

Enquanto o senso de percepção de risco e a prudência correspondem à saudáveis relações intelectualizadas motivadas pelo medo, o pânico corresponde a uma exacerbação patológica do instinto básico primitivo.


O pânico pode ser provocado pela:

-  surpresa, relacionada com o desenvolvimento de situações inusitadas e imprevisíveis;

-  insegurança, relacionada com o desconhecimento dos prováveis desdobramentos de uma situação emergencial;

-  inexperiência, relacionada com pouca vivência diante de situações anteriores de risco;

-  ação de contágio, provocada por influências comportamentais interativas entre os indivíduos e um determinado grupo populacional;

-  ação de fobias particulares que atuam sobre um determinado indivíduo.


É inquestionável que pessoas testadas em situações de risco, como pára-quedistas, alpinistas, bombeiros, pilotos de rali e outros profissionais e esportistas, têm muito mais chance de responderem racionalmente a situações de riscos, que pessoas desabituadas a estas situações de perigo iminente.

É importante recordar que não existe medo absoluto, mas fobias qualitativas, muitas vezes relacionadas com vivências adversas ocorridas na infância. 

A reação racional e equilibrada é muito mais difícil, quando a situação de risco relaciona-se com o medo fóbico, que funciona como uma aversão irreprimível.


3. Medidas Preventivas

A prevenção de boatos depende de uma muito boa comunicação com a mídia de um elevado nível de credibilidade dos órgãos responsáveis pela comunicação do SINDEC.

Quando a população é adequadamente informada sobre os desastres que estão ocorrendo e sobre seus possíveis desdobramentos, não há margem para a disseminação de boatos.

O pânico pode ser prevenido pela antecipação das situações de desastres, permitindo que as pessoas racionalizem as ações de resposta e não sejam surpreendidas por eventos inusitados e imprevistos. 

Daí a grande importância do adequado funcionamento dos sistemas de monitorização alerta e alarme.

Os esportistas e atletas sabem que, antes de desencadearem um determinada ação, como um salto de trampolim, é absolutamente necessário um momento de total concentração.

Durante o momento de concentração, o atleta antecipa e desenha em sua mente a ação que irá realizar, de tal forma que, ao explodir a ação física, ele estará realizando o ato “pela segunda vez”.

Por este motivo, os exercícios simulados de desastre são altamente eficazes para garantir a racionalização das condutas e procedimentos e para se contraporem ao pânico.

Em circunstâncias de desastres, a atuação da equipe de comunicação social, em permanente contato com a imprensa é indispensável, com o objetivo de manter as pessoas informadas sobre a evolução da situação emergencial e de transmitir conselhos sobre as ações mais eficientes, para reduzirem os danos e prejuízos provocados pelo desastre.

Os comandantes das equipes de combate a sinistro devem ser suficientemente experientes e tranqüilos e devem estar preparados para dar exemplos de valor a seus subordinados. Em nenhuma hipótese o comandante da equipe pode demonstrar insegurança.

Da mesma forma, as equipes responsáveis pelo combate direto aos sinistros e pelas ações de busca e salvamento devem estar preparadas para influenciar as pessoas, com atitudes positivas, que contribuam para que as mesmas desenvolvam respostas comportamentais adequadas e não entrem em pânico.

É muito importante que os pais e os educadores condicionem seus filhos e alunos para comportamentos prudentes e, em nenhuma hipótese, para provocar fobias, motivadoras de comportamentos irracionais e inadequados.

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