b) Importância do Reflorestamento
As atividades de reflorestamento
heterogêneo, especialmente quando são utilizadas numerosas essências florestais
autóctones e naturalizadas, além de árvores frutíferas e leguminosas, produzem
os seguintes resultados gerais:
- reduzem os riscos de desertificação e de
despovoamento;
- restabelecem o equilíbrio ecológico e
contribuem para amenizar os microclimas locais;
- contribuem para recuperar e preservar a fauna
e a flora locais que tendem a desaparecer com a degradação progressiva dos
biótopos;
- melhoram as condições de humificação do solo
e, em conseqüência, o nível de fixação de nitrogênio, potássio, fósforo e de
outros microelementos importantes e necessários ao metabolismo das plantas.
Dentre as vantagens econômicas
provocadas pelo reflorestamento e pela recuperação dos complexos floristicos,
há que destacar os seguintes:
- aumenta a oferta de alimentos e de outros
produtos naturais de origem florestal, melhorando as condições de sobrevivência
de seres humanos, de animais domésticos e silvestres e, especialmente, da
avifauna, quando se associa a silvicultura com a fruticultura;
- viabiliza uma atividade de pecuária, adaptada
às áreas florestadas, ao melhorar as condições de sustentação das pastagens,
mediante a utilização de técnicas de bosquejamento, ou derrubada do sub-bosque,
associadas com a silvicultura e a plantação de forrageiras arbóreas e
arbustivas;
- aumenta a oferta de madeiras nobres, mediante
a implantação de técnicas de transplantes e a utilização de viveiros,
objetivando adensar o cultivo de espécies arbóreas de maior valor econômico;
- incrementa a apicultura, por intermédio da
plantação de árvores e arbustos melíferos, que permitem o desenvolvimento de
várias floradas ao longo do ano;
- quando bem planejada, a silvicultura permite a
exploração de inúmeras atividades extrativas relacionadas com a produção de
látex, ceras vegetais, fibras, palmitos e óleos vegetais diversos.
c) Objetivos Gerais de Reflorestamento
e do Manejo Florestal Em princípio, a silvicultura e o manejo florestal devem
ser altamente diversificados e associados com outras atividades agropecuárias e
agroflorestais e devem ter por objetivos fundamentais:
- a proteção e a recuperação dos biótopos
naturais;
- a redução dos riscos de despovoamento e de
desertificação;
- a garantia do desenvolvimento rural sustentado
responsável.
Sempre
que possível, a silvicultura deve ser consorciada com outras atividades
agrícolas, no âmbito de Projetos de Manejo Integrado de Microbacias.
Embora
se reconheça o grande valor econômico das técnicas de silvicultura aplicadas ao
plantio de grandes florestas homogêneas, recomenda-se que se preservem talhões
de matas heterogêneas constituídos por essências autóctones e naturalizadas
entremeados com talhões de matas homogêneas.
Dentro
desta ótica conservacionista, a silvicultura prioriza objetivos ecológicos, econômicos
e sociais.
Examinada
a partir de uma perspectiva ecológica, a silvicultura preserva os ecossistemas,
recupera a flora e a fauna silvestres, reativa os processos de humificação,
protege o solo e os recursos hídricos e reduz os riscos de desertificação e de
despovoamento, a partir do plantio de talhões de florestas heterogêneas.
Em princípio, a silvicultura, quando
desenvolvida em sistemas integrados de produção, atinge os seguintes objetivos
econômicos:
- produção de alimentos, para o uso de seres
humanos e animais domésticos e silvestres e, em especial, para a avifauna,
mediante o plantio consorciado de árvores frutíferas e forrageiras, autóctones
ou naturalizadas, com outras essências florestais;
- produção de madeiras nobres para carpintaria,
marcenaria, construção de embarcações, para atividades de construção civil e
para a preparação de estacas de cercas, postes, dormentes de estradas de ferro
e cabos de ferramentas;
- produção de matérias-primas, como látex,
resinas, óleos, ceras, fibras e como alcalóides utilizados na indústria
farmacêutica e outras matérias-primas utilizadas nas indústrias de cosméticos;
- produção de celulose, lenha e de carvão
vegetal mediante a plantação das chamadas florestas energéticas.
Examinada a partir de um enfoque
social, a silvicultura favorece o desenvolvimento do chamado “ecoturismo” e
eleva o nível de bem-estar das populações, ao preservar e enriquecer os
ecossistemas:
- rurais, que podem ser naturais ou modificados
pelo homem;
- urbanos, contribuindo para melhorar o
microclima e as condições ecológicas das cidades e localidades.
É
desejável que todas as cidades e localidades brasileiras sejam bem providas de
parques e de outra áreas verdes e que suas ruas e alamedas sejam densamente
arborizadas.
Leis
municipais que reduzam o valor do Imposto Territorial Urbano (IPTU), para
unidades habitacionais dotadas de quintais e de jardins densamente arborizados.
São altamente benéficas para melhorar a ecologia urbana.
Da mesma forma, os
impostos territoriais rurais podem ser reduzidos nas propriedades rurais que
conservem intactos talhões de matas virgens.
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