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30 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Ondas de Frio Intenso CODAR: NE.TFI/ CODAR: 12.201


1 - Ondas de Frio Intenso

CODAR: NE.TFI/ CODAR: 12.201


Caracterização

Rápida e grande queda na temperatura sobre uma extensa área. Esta temperatura, bastante baixa, permanece sobre esta área por várias horas, dias e, às vezes, uma semana ou mais, acompanhada geralmente por céu claro.

Em função da dinâmica atmosférica, em determinadas épocas do ano, há uma intensificação do deslocamento de frentes frias, que passam a atingir regiões de clima subtropical, tropical e, até mesmo, equatorial.

Denomina-se frente fria o limite anterior da massa de ar frio ou a interface entre essa massa de ar e outra de ar quente, a qual normalmente apresenta a forma de cunha.

As massas de ar de origem polar, ao se deslocarem, elevam o gradiente de pressão ao nível da superfície, fornecendo a energia necessária ao deslocamento dessas frentes e, quando as mesmas estacionam em regiões de clima quente, as massas de ar frio provocam a queda da temperatura local.

As quedas bruscas de temperatura, normalmente acompanhadas de ventos frios, que contribuem para agravar a sensação de desconforto térmico, são conhecidas localmente por friagem.


Causas

Como já foi caracterizado, as ondas de frio intenso relacionam-se com a dinâmica atmosférica global.

Durante o outono/inverno no Hemisfério Sul, ocorre uma intensificação no mecanismo de produção de massas de ar frio nas imediações do Pólo Sul.

O ar resfriado, por ser mais denso, acumula-se nas camadas atmosféricas próximas da superfície e as altas pressões resultantes fornecem a energia necessária ao deslocamento das mesmas, no sentido sul-norte.


Ocorrência

Na América do Sul, o fenômeno ocorre entre os meses de maio e setembro (outono/inverno), com maior prevalência nos meses de julho e agosto.

Nessas ocasiões, cidades com médias anuais de temperatura extremamente elevadas podem apresentar subitamente quedas para patamares muito baixos. O fenômeno normalmente dura de quatro a cinco dias.

Em Manaus, a queda pode ser de uma máxima de 30°C para uma mínima de 17°C e, em casos extremos, de 150C. Em Cuiabá, a mínima pode atingir níveis inferiores a 50C.

O ar aquecido das regiões de clima subtropical e tropical, por ser menos denso, tende a elevar-se, reduzindo as pressões nas camadas próximas do solo, facilitando a penetração das frentes frias.

Em função de gradiente horizontal de pressão, estabelecido entre as duas massas de ar, as frentes frias deslocam-se rapidamente através do continente sul-americano e o ar frio substitui o ar aquecido em áreas tropicais e equatoriais, permanecendo durante alguns dias nessa condição, até que se restabeleçam as condições homeostáticas, com a dissipação das frentes.


Principais Efeitos Adversos

Os danos relacionam-se muito mais com a vulnerabilidade de determinados estratos populacionais do que com a magnitude do fenômeno.

É importante recordar que as populações de regiões com climas equatoriais aclimataram-se a condições de temperatura, caracterizadas por médias anuais muito elevadas e variações muito pouco importantes, entre as médias das máximas e das mínimas.

Os estratos populacionais mais vulneráveis são constituídos por idosos, enfermos, crianças e minusválidos, especialmente quando pertencentes a populações de baixa renda, ou quando desabrigados e desprovidos de agasalhos.

A mortalidade imediata é freqüente entre mendigos e ébrios, surpreendidos pela friagem, ao dormirem ao relento.


O costume de ingerir bebidas alcoólicas para “combater o frio” na realidade contribui para aumentar a mortalidade. A sensação de conforto térmico provocada pelo álcool deve-se a:

- aceleração do metabolismo, que contribui para consumir mais rapidamente as poucas reservas calóricas acumuladas;

- vasodilatação periférica, que acelera e intensifica a circulação subcutânea, incrementando a perda de calor por irradiação.

Além do incremento da mortalidade, as ondas de frio provocam, também, aumento da morbilidade, especialmente a relacionada com doenças transmitidas por inalação, como gripe ou influenza, infecções respiratórias agudas inespecíficas (IRA), coqueluche, difteria, sarampo e meningite meningocócica


Monitorização, Alerta e Alarme

Os serviços meteorológicos têm condições de informar, com muita precisão e razoável antecedência, sobre frentes frias, ondas de frio e quedas bruscas de temperatura.


Medidas Preventivas

1 - Medidas de Longo Prazo

As medidas de longo prazo relacionam-se com programas habitacionais e com todos os demais programas relativos ao pleno emprego e à elevação da qualidade de vida dos estratos populacionais carentes.


2 - Medidas Emergenciais

As medidas emergenciais, de natureza assistencial, desenvolvidas em apoio às populações carentes, na iminência de friagens, compreendem:

- coleta e distribuição de agasalhos;

- recolhimento de mendigos e de pessoas desabrigadas em albergues ou abrigos temporários;

- suplementação alimentar, especialmente com sopas quentes e ricas em calorias (gordurosas);

- campanhas esclarecedoras sobre os riscos de ingestão de bebidas alcoólicas, nessas circunstâncias.

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