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28 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Nematóides CODAR: NB.ANM/CODAR: 14.107


7 – Nematóides

CODAR: NB.ANM/CODAR: 14.107


Caracterização

Os nematóides parasitas de plantas são animais invertebrados, de simetria bilateral e corpo alongado, não segmentados e afilados nas extremidades.

Esses helmintos apresentam dimensões variáveis, entre 0,5 mm e 4,0 mm de comprimento. Na fase adulta, têm forma vermicular, mas algumas espécies podem apresentar forma arredondada ou de pêra, na fase larvar.

Os nematóides são desprovidos de aparelhos respiratório e circulatório e possuem aparelhos ou sistemas digestivo, excretor, reprodutivo e nervoso, apresentando este um bulbo central e numerosos órgãos sensórios periféricos.

Os nematóides apresentam dimorfismo sexual, mas, em algumas espécies, pode ocorrer reprodução por partenogênese, ou seja, sem a participação do macho e sem fecundação dos óvulos.


O cicio de vida dos nematóides desenvolve-se em quatro estágios:

- após a fecundação, as fêmeas depositam seus ovos no solo ou nas plantas;

- os ovos eclodem, produzindo larvas;

- as larvas infestam as plantas hospedeiras e evoluem para a fase adulta, através de quatro estágios;

- os machos e as fêmeas adultas iniciam o processo de reprodução.

A duração do ciclo vital varia em função das espécies. Os nematóides que atacam o sistema radicular dos cafeeiros apresentam esses ciclos evolutivos variáveis entre 18 e 21 dias.

A habilidade dos nematóides para sobreviver em condições ambientais adversas varia em função das espécies e é inversamente proporcional ao nível de biodiversidade ambiental. 

As larvas necessitam encontrar as plantas hospedeiras para se nutrirem e continuarem sua evolução. A maioria dos nematóides que causam doenças às plantas são parasitas obrigatórios e só têm condição de sobreviver, quando parasitam hospedeiros vivos.

As larvas depositadas no solo deslizam sobre filmes de água, até alcançarem a planta hospedeira; são atraídas por exudatos das plantas hospedeiras, e o raio de ação máximo dessas é de 50 cm.

A população dos nematóides no solo e na água é fortemente influenciada por fatores climáticos. Relativamente escassos em regiões temperadas, são abundantíssimos em regiões quentes e úmidas.

As fêmeas dos nematóides que parasitam os cafeeiros podem depositar mais de 500 ovos.

Existem nematóides de vida livre ou saprófitos e nematóides fitopatogênicos ou parasitas obrigatórios. Os fitopatogênicos são diferenciados por apresentarem um estilete na região cefálica.


Os nematóides parasitas de plantas podem ser classificados em:

- ectoparasitos, quando se alimentam na superfície das raízes, sem penetrarem nos sistemas reticulares;

- endoparasitos, quando invadem o interior das raízes e se estabelecem na intimidade dos tecidos radiculares;

- semi-endoparasitas, quando apenas uma parte do seu corpo penetra no interior dos tecidos radiculares.


Ao atuarem sobre as plantas hospedeiras, os nematóides podem provocar algumas das seguintes reações:

- hipertrofia e hiperplasia dos tecidos;

- necrose das raízes;

- inibição do crescimento da planta;

- dissolução das paredes celulares:

- lesão das organelas intracelulares;

- interrupção do processo de multiplicação celular.


Medidas Preventivas e de Controle

As tentativas de eliminação dos nematóides através de defensivos agrícolas não foram bem sucedidas.

A monocultura tem contribuído para a especialização dos nematóides e para a intensificação das infestações, dificultando a erradicação dos mesmos e contribuindo para a redução da produtividade.

O enriquecimento do solo, com a incorporação de restos de cultivo, especialmente da mucuma-preta, e a adubação orgânica, especialmente com compostagem de lixo urbano, contribuem para a drástica redução das infestações por nematóides.

A consorciação e a rotação de culturas, por ampliarem a biodiversidade, reduzem o nível de especialização dos nematóides parasitas obrigatórios e o potencial de infestação.

Para as culturas perenes, como as de café e laranja, uma boa técnica é plantar cavalos ou portaenxertos, com sistemas radiculares resistentes aos nematóides, como o cafeeiro Robusta e o cítrico Limão-bravo e, sobre esses, enxertar espécies de interesse econômico.

A adubação orgânica, especialmente a que utiliza a compostagem de lixo urbano, devolve ao solo os microorganismos e outras formas de vida, como as minhocas


O desenvolvimento de fungos, bactérias e helmintos saprófagos e de outras formas de vida contribui para:

- enriquecer o solo e intensificar os processos de humificação;

- melhorar a textura e a aeração do mesmo;

- incrementar a biodiversidade e o equilíbrio dinâmico da biocenose;

- intensificar a competitividade pelo substrato nutritivo disponível, com evidente prejuízo para as espécies parasitas obrigatórias;

- ampliar o número de predadores naturais e antagonistas, reduzindo a incidência de pragas.

 A melhoria da textura do solo e o incremento do processo de humificação, ao aumentar a concentração de compostos orgânicos complexos, que atuam como hormônios, contribuem para o desenvolvimento dos sistemas radiculares das plantas, otimizando as condições de nutrição das mesmas.

A melhoria do estado nutritivo reflete sobre a saúde geral da cultura, aumenta o nível da imunidade inespecífica e dá resistência orgânica ás plantas contra pragas e doenças.

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