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– Nematóides
CODAR: NB.ANM/CODAR:
14.107
Caracterização
Os nematóides parasitas de
plantas são animais invertebrados, de simetria bilateral e corpo alongado, não
segmentados e afilados nas extremidades.
Esses helmintos apresentam
dimensões variáveis, entre 0,5 mm e 4,0 mm de comprimento. Na fase adulta, têm
forma vermicular, mas algumas espécies podem apresentar forma arredondada ou de
pêra, na fase larvar.
Os nematóides são
desprovidos de aparelhos respiratório e circulatório e possuem aparelhos ou
sistemas digestivo, excretor, reprodutivo e nervoso, apresentando este um bulbo
central e numerosos órgãos sensórios periféricos.
Os nematóides apresentam
dimorfismo sexual, mas, em algumas espécies, pode ocorrer reprodução por
partenogênese, ou seja, sem a participação do macho e sem fecundação dos
óvulos.
O
cicio de vida dos nematóides desenvolve-se em quatro estágios:
- após a fecundação, as
fêmeas depositam seus ovos no solo ou nas plantas;
- os ovos eclodem,
produzindo larvas;
- as larvas infestam as
plantas hospedeiras e evoluem para a fase adulta, através de quatro estágios;
- os machos e as fêmeas
adultas iniciam o processo de reprodução.
A duração do ciclo vital
varia em função das espécies. Os nematóides que atacam o sistema radicular dos
cafeeiros apresentam esses ciclos evolutivos variáveis entre 18 e 21 dias.
A habilidade dos
nematóides para sobreviver em condições ambientais adversas varia em função das
espécies e é inversamente proporcional ao nível de biodiversidade ambiental.
As
larvas necessitam encontrar as plantas hospedeiras para se nutrirem e
continuarem sua evolução. A maioria dos nematóides que causam doenças às
plantas são parasitas obrigatórios e só têm condição de sobreviver, quando
parasitam hospedeiros vivos.
As larvas depositadas no
solo deslizam sobre filmes de água, até alcançarem a planta hospedeira; são
atraídas por exudatos das plantas hospedeiras, e o raio de ação máximo dessas é
de 50 cm.
A população dos nematóides
no solo e na água é fortemente influenciada por fatores climáticos.
Relativamente escassos em regiões temperadas, são abundantíssimos em regiões
quentes e úmidas.
As fêmeas dos nematóides
que parasitam os cafeeiros podem depositar mais de 500 ovos.
Existem nematóides de vida
livre ou saprófitos e nematóides fitopatogênicos ou parasitas obrigatórios. Os
fitopatogênicos são diferenciados por apresentarem um estilete na região
cefálica.
Os
nematóides parasitas de plantas podem ser classificados em:
- ectoparasitos, quando se
alimentam na superfície das raízes, sem penetrarem nos sistemas reticulares;
- endoparasitos, quando
invadem o interior das raízes e se estabelecem na intimidade dos tecidos
radiculares;
- semi-endoparasitas,
quando apenas uma parte do seu corpo penetra no interior dos tecidos
radiculares.
Ao
atuarem sobre as plantas hospedeiras, os nematóides podem provocar algumas das
seguintes reações:
- hipertrofia e
hiperplasia dos tecidos;
- necrose das raízes;
- inibição do crescimento
da planta;
- dissolução das paredes
celulares:
- lesão das organelas
intracelulares;
- interrupção do processo
de multiplicação celular.
Medidas
Preventivas e de Controle
As tentativas de
eliminação dos nematóides através de defensivos agrícolas não foram bem
sucedidas.
A monocultura tem
contribuído para a especialização dos nematóides e para a intensificação das
infestações, dificultando a erradicação dos mesmos e contribuindo para a
redução da produtividade.
O enriquecimento do solo,
com a incorporação de restos de cultivo, especialmente da mucuma-preta, e a
adubação orgânica, especialmente com compostagem de lixo urbano, contribuem
para a drástica redução das infestações por nematóides.
A consorciação e a rotação
de culturas, por ampliarem a biodiversidade, reduzem o nível de especialização
dos nematóides parasitas obrigatórios e o potencial de infestação.
Para as culturas perenes,
como as de café e laranja, uma boa técnica é plantar cavalos ou portaenxertos,
com sistemas radiculares resistentes aos nematóides, como o cafeeiro Robusta e
o cítrico Limão-bravo e, sobre esses, enxertar espécies de interesse econômico.
A adubação orgânica,
especialmente a que utiliza a compostagem de lixo urbano, devolve ao solo os
microorganismos e outras formas de vida, como as minhocas
O
desenvolvimento de fungos, bactérias e helmintos saprófagos e de outras formas
de vida contribui para:
- enriquecer o solo e
intensificar os processos de humificação;
- melhorar a textura e a
aeração do mesmo;
- incrementar a
biodiversidade e o equilíbrio dinâmico da biocenose;
- intensificar a
competitividade pelo substrato nutritivo disponível, com evidente prejuízo para
as espécies parasitas obrigatórias;
- ampliar o número de
predadores naturais e antagonistas, reduzindo a incidência de pragas.
A melhoria da textura do solo e o incremento
do processo de humificação, ao aumentar a concentração de compostos orgânicos
complexos, que atuam como hormônios, contribuem para o desenvolvimento dos
sistemas radiculares das plantas, otimizando as condições de nutrição das
mesmas.
A melhoria do estado
nutritivo reflete sobre a saúde geral da cultura, aumenta o nível da imunidade
inespecífica e dá resistência orgânica ás plantas contra pragas e doenças.
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