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- Processos Erovisos – Erosão Laminar
CODAR: NI.GES/ CODAR:
13.304
Caracterização
Os processos erosivos
iniciam-se pelo impacto das gotas de chuva sobre a superfície do terreno,
provocando a desagregação das partículas do solo. A ação impactante é
complementada pelo escoamento superficial, que ocorre a partir da acumulação da
água, em volume suficiente para permitir a suspensão das partículas no meio
liquido e seu arraste, através das encostas.
A erosão laminar ocorre
quando o escoamento da água lava a superfície do terreno, de forma homogênea,
transportando as partículas em suspensão, sem formar canais preferenciais.
A erosão, especialmente a
laminar, é um dos mais importantes desastres de evolução gradual que ocorre no
País.
Segundo estimativas pouco
precisas, a erosão provoca uma perda anual de solo agricultáveis, equivalente a
um bilhão de metros cúbicos. Essa perda contribui para a redução da
produtividade agrícola e o aumento do consumo de fertilizantes.
O solo carreado pelas
águas, além de assorear os rios e contribuir para o agravamento das inundações,
está reduzindo, gradualmente, a capacidade de acumulação dos represamentos
destinados à geração de energia hidroelétrica.
A quantificação da perda
do solo, provocada pela erosão laminar, é definida através da Equação Universal
de Perdas de Solo (EUPS), constituída por variáveis relacionadas com fatores
naturais e por variáveis de natureza antrópica, intervenientes nos processos
erosivos.
A
fórmula da EUPS é a seguinte:
A
= R.K.L.S.C.P
onde
as variáveis relacionadas com fatores naturais são:
- R = variável relativa aos fatores hidrológicos, especifica a
erosividade das chuvas;
- K = variável relativa aos fatores pedológicos, especifica a
erosividade dos solos;
- L e S = variáveis
relativas aos fatores morfológicos, especificam o comprimento e a declividade
das encostas.
As
variáveis relacionadas com fatores antropogênicos, intervenientes no processo,
são:
- C = variável relativa ao
nível de ocupação do solo pelo homem e às técnicas de maneio agropecuário
- P = variável relativa á
eficiência de técnicas conservacionistas, utilizadas na propriedade.
A interação dos fatores
hidrológicos, pedológicos e morfológicos caracteriza o potencial natural -de
erosão laminar (PNEL), indicativo teórico da estimativa de perdas anuais, por
erosão laminar. de uma área definida, considerando-a desprovida de cobertura
vegetal e sem qualquer intervenção antrópica.
A ocupação e o manejo do
solo e a prática das ações conservacionistas caracterizam a influência
antrópica sobre a Equação Universal de Perda de Solos.
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- Erosividade das Chuvas - Fator “R”
O fator erosividade das
chuvas caracteriza a capacidade potencial da chuva de provocar a erosão do
solo, considerando idealmente as demais variáveis constantes.
A
erosividade da água depende:
- da maior ou menor
intensidade impactante das gotas de chuva, que varia em função da massa das
mesmas;
- da quantidade de água
necessária á suspensão das partículas desagregadas:
- do volume de água
necessário ao carreamento das partículas suspensas, através do escoamento
superficial.
A
quantificação da erosividade das chuvas, de acordo com a fórmula sugerida por
LOMBARDI (l-977), e:
El = 6,866 (p2 / P) 0.85
onde:
- El
= índice médio de erosividade anual ou fator R
- p = maior media mensal de precipitação;
- P = média anual de precipitação.
Conclui-se que, quanto
mais intensas e concentradas forem as chuvas, maior o potencial de erosividade
das mesmas.
2-
Erodibilidade dos Solos - Fator “K”
BERTONI e LOMBARDI
caracterizam a erodibilidade do solo como a recíproca da resistência do solo à
erosão.
O
potencial de erodibilidade do solo é influenciado por seu:
- grau de coesão de
resistência à desagregação em partículas com granulométria que permita sua
suspensão na água e escoamento, através de pendentes,
- grau de permeabilidade
do solo e capacidade de absorção relacionada com a porosidade dos horizontes
subjacentes, que influenciam na velocidade ‘de infiltração da água e,
conseqüentemente, na quantidade de água que resta para escoar superficialmente.
Embora o estudo dos
índices de erosibilidade dos solos de regiões tropicais úmidas, sujeitas a
chuvas intensas e concentradas, ainda se encontre em sua fase inicial, existem
tabelas com índices de erosibilidade para diversos tipos de solo, encontrados
no Pais.
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- Fator Topográfico - Fatores “L” e “S”
BERTONI e LOMBARDI, após
estudos em talhões experimentais, com diferentes tipos de solo, graus de
declividade e comprimentos de rampa, durante um período de 10 anos, propuseram
a seguinte equação:
LS
= 0,0984. L0,63 . S 1,18
onde:
- L = comprimento da rampa;
- S = declividade do terreno considerado.
O fator topográfico
influencia na erosão laminar, ao estabelecer o gradiente relativo à força da
gravidade entre diferentes níveis do terreno, influindo na capacidade de
arraste das partículas suspensas na água.
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- Mapas de Risco Potencial de Erosão Laminar
O estudo matemático e a
interação dos fatores hidrológicos, pedológicos e morfológicos permitem a
preparação de mapas de risco, caracterizando as variações do potencial natural
de erosão laminar, numa região determinada.
A definição de diferentes
intensidades de risco em uma determinada região permite o estabelecimento de
áreas prioritárias para a implementação de programas, objetivando minimizar a
intensidade da erosão laminar anual.
Como no atual estágio de
desenvolvimento tecnológico o homem não tem condições para atuar sobre os
fatores naturais, as ações de minimização da erosão laminar depende da redução
das vulnerabilidades relacionadas com fatores antropogênicos intervenientes no
processo.
Dentre as medidas
preventivas mais eficientes, destacam-se as relacionadas com o manejo integrado
das microbadas e com o plantio direto.
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- Manejo Integrado das Microbacias
Medidas
Preventivas
O
manejo integrado das microbacias contribui para reduzir a erosão laminar e
aumentar a produtividade natural, através de:
- florestamento e/ou
reflorestamento de áreas de preservação ambiental, como encostas íngremes,
cumeadas de morros, matas ciliares e matas de proteção de nascentes;
- cultivo em harmonia com
as curvas de nível e técnicas de terraceamento, permitindo que sulcos, abertos
em sentido perpendicular ao do escoamento das águas, retenham a umidade,
aumentem a infiltração e reduzam a erosão;
- plantio de quebra-ventos
reduzindo a erosão eólica, a evaporação e o ressecamento do solo, nos períodos
de estio;
- adubação orgânica
utilizando resíduos animais (esterco), restos culturais e lixo orgânico das
cidades que, além de promoverem a humificação do solo, melhoram as suas
características físico-químicos (produção de colóides);
- utilização de cobertura
morta, como palhada, casca de arroz e serragem, bem como a incorporação ao solo
dos restos de culturas anteriores;
- sempre que possível,
roçar e não capinar, reduzindo a exposição do solo ao aquecimento e á erosão;
- culturas adensadas,
reduzindo o espaçamento e a exposição do solo, ao concentrar um maior número de
plantas, por unidade de área;
- utilização de culturas
intercalares, plantando leguminosas, como feijão e soja, entre fileiras de
milho e cana, permitindo o sombreamento pelas gramíneas, reduzindo a
evapotranspiração, enquanto o rizóbio das leguminosas reduz a necessidade de
adubação, ao fixar o nitrogênio ao solo.
A rotação de culturas, ao
manter o solo permanentemente coberto, reduz a erosão.
O fogo, ao destruir a camada humificada e os
colóides orgânicos, contribui poderosamente para intensificar o problema.
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- Plantio Direto
Técnica surgida, na década
de 60, na Inglaterra, e na de 70, nos Estados Unidos da América. Disseminou-se
pelos estados do sul do Brasil, onde, em 1990, já existiam 1.000.000 ha
plantados com esta técnica. Recentes experiências em áreas irrigadas do cerrado
demonstram sua adaptabilidade a climas quentes, sem perda de produtividade.
O
plantio direto é, no momento, a técnica mais eficiente de cultivo e reduz em:
- 30% o consumo de água;
- 60% a perda de solo por
erosão;
- 30% o emprego de
mão-de-obra;
- 50% as operações com
máquina e o custo de combustível.
O plantio direto diminui a
erosão, a evaporação e, de forma drástica, o processo de compactação do solo.
Além de recuperar a textura do solo, facilita o processo de humificação e reduz
o consumo de fertilizantes.
Metodologicamente,
o plantio direto, utilizado em sistema de rotação, compreende as seguintes
fases:
- na colheita, a palhada é
picada e espalhada no terreno;
- na época de cultivo,
qualquer vegetação que tenha brotado é roçada e não capinada ou destruída por
herbicida de contato;
- ao se replantar,
procede-se ás seguintes operações, em sucessão:
• passagem de rolo
compactador que acama a palhada, seguido, no mesmo trem, por rolo-faca que
corta a mesma em fragmentos;
• passagem de sulcador que
revolve o solo na profundidade de 5 a 10 cm, apenas nas linhas de semeadura,
seguido, no mesmo trem, por semeador que lança a semente, mistura fertilizante
e fecha o sulco.
Nos intervalos das
colheitas, a pouca vegetação que consegue romper a palhada é roçada ou
destruída por herbicida de contato.
Quando da colheita, as
operações se repetem na mesma ordem, e a rotação correta das colheitas impede a
especialização de pragas e permite que leguminosas fixem nitrogênio para o
ciclo de plantação de cereais.
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