TÍTULO
I – DESASTRES NATURAIS RELACIONADOS COM A SISMOLOGIA
CODAR:
NI.S/ CODAR: 13.1
Introdução
Os
desastres naturais relacionados com a movimentação do interior da Terra são
classificados em:
- terremotos, sismos abu
abalos sísmicos;
- maremotos e tsunâmis.
O globo terrestre é
constituído por três grandes camadas concêntricas:
- crosta, Vtosfera ou
SIAL,
- manto, plrosfera ou
SIMA,
- núcleo central ou NIFE.
1
- Crosta, Litosfera ou SIAL
O
conjunto de rochas que constitui a camada mais superficial da Terra é
denominado de crosta, litosfera ou SIAL Essa camada, multo pouco espessa,
constitui os continentes, as ilhas e o fundo do mar, sua espessura varia entre:
-25 a 50km nos
continentes, podendo atingir maiores profundidades nas raízes. das
grandes-cadeias de montanhas;
-5 a 11km nos fundos dos
mares, podendo atingir menores profundidades em áreas de fraturas.
Como o raio médio da
Terra, medido na linha do equador, é de 6.378 km, verifica-se que, comparativamente,
a espessura da crosta é mínima.
Os elementos químicos mais
abundantes na crosta são: oxigênio, silício, alumínio, os quais, somados,
correspondem a 75% do peso da camada, daí a denominação de SIAL.
Os demais elementos, por
ordem de importância, são ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio, titânio,
fósforo, hidrogênio, manganês, flúor, cloro, enxofre, bário, carbono e outros.
Como a composição da crosta não é homogênea, surgem depósitos minerais nos
locais onde determinados elementos apresentam se mais concentrados,
caracterizando anomalias da crosta.
As rochas dominantes na
crosta terrestre são os granitos. O alumínio, sob a forma de óxidos, ocorre,
principalmente, nos depósitos sedimentares.
2-
Manto, Pirosfera ou SIMA
Ao contrário da crosta, o
manto é bastante espesso, atingindo profundidades médias de 2.900 km. Além de
espesso, é multo quente, e sua temperatura oscila entre 870C, nas proximidades
da crosta, e 2.200C, nas proximidades do núcleo central.
Os principais elementos
que constituem o manto são: oxigênio, silício e magnésio; daí a denominação
SIMA e, em menor proporção, ferro, alumínio e outros elementos.
Em função das altas
temperaturas, o manto apresenta uma consistência pastosa. A massa fluída, de
constituição basáltica, distribuí-se de forma homogênea e seus extravasamentos,
através da crosta, denominam-se magma.
A maior densidade do SIMA
permite que o SIAL flutue sobre o mesmo.
A diferença de temperatura
entre as camadas profundas e as superlidais da pirosfera provoca correntes
convectivas, semelhantes às que se estabelecem em chaleiras com égua fervente.
3
- Núcleo Central ou NIFE
O núcleo central do globo
terrestre é predominantemente constituído por ferro e níquel.
Segundo geofísicos, sua
temperatura oscila entre 2.2000 C, nas proximidades do manto, e 5.5000 O, no
centro da Terra. A espessura do NIFE é de aproximadamente 3.453 km.
As camadas externas são
constituídas por metais derretidos, enquanto que a porção central tem
consistência sólida, em função das elevadíssimas pressões, que compensam as
muito altas temperaturas.
Deriva
dos Continentes
A teoria sobre a deriva
dos continentes, do meteorologista alemão Alfred Wegener, for publicada em 1912
e, somente a partir de 1960, começou a ser matematicamente comprovada através
de medidas geodésicas e análises cada vez mais precisas, relacionadas com a
movimentação dos continentes e com a evolução da crosta terrestre.
Embora a Terra venha
evoluindo há mais de 4,5 bilhões de anos, a atual conformação dos continentes e
seus posicionamento relativos têm apenas 60 milhões de anos. Caso o Gênesis
fosse reescrito em tempos modernos, a expressão Deus criou o Universo seria
substituída por Deus está criando o Universo, já que o processo é contínuo.
Há 400 milhões de anos,
durante o Período Devoniano, as terras emersas do globo estavam reunidas em um
único bloco continental, denominado Pangea.
Há
250 milhões de anos, durante o Período Permiano, uma linha de fratura, em
sentido leste-oeste, provocou a formação de dois imensos continentes:
- Laurácea, ao norte;
- Gondwana, ao sul.
Entre
140 e 75 milhões de anos atrás, no Período Cretáceo, ocorreu uma imensa crise
tectônica, resultando na fragmentação:
- do continente Laurácea,
dando origem á Eurásia, América do Norte e Groelândia;
- do continente de
Gondwana, dando origem á Antártida, Austrália, África, América do Sul, Índia e
Península Arábica.
É importante frisar que o
processo de distanciamento dos continentes continua em evolução.
A América continua
afastando-se da África, numa velocidade de 7 cm/ano. Dessa forma, se Cabral
refizesse sua rota de descobrimento no ano 2000, teria que navegar mais 35 m
para atingir as costas do Brasil.
Da mesma forma, o mar
Vermelho continua em expansão, enquanto o Mediterrâneo estreita-se gradualmente.
Dinâmica
das Placas Tectônicas
A crosta terrestre não é
contínua, mas fragmentada em grandes placas tectônicas que flutuam como imensas
jangadas de SIAL sobre o SIMA ou magma.
O movimento lento e
gradual dessas placas, seguindo rotas definidas, caracteriza a chamada deriva
dos continentes, e é um dos mais importantes mecanismos do processo de
reconstrução permanente da crosta terrestre.
Embora a teoria da
tectonia de placas, da deriva continental e da expansão dos fundos dos oceanos
ainda tenha alguns aspectos não totalmente esclarecidos, vem sendo aceita, em
suas linhas gerais, pela grande maioria dos pesquisadores modernos.
Essa teoria foi formulada,
inicialmente, para explicar coincidências nos estudos dos paleoclimas de
diversos continentes. No entanto, a partir de 1959, vem sendo comprovada pela
análise paleomagnética e pelo estudo dos sedimentos encontrados nos fundos dos
oceanos, os quais remontam a menos de 200 milhões de anos e são tanto mais
recentes, quando mais próximos das cordilheiras meso-oceânicas.
O efeito de compressão das
placas tectônicas em suas áreas limites, causado pela movimentação lenta mas
constante de grandes massas de SIAL, provoca profundas alterações no relevo do
planeta.
Nas áreas de contato entre
placas tectônicas oceânicas e plataformas continentais, essas últimas, por
serem mais espessas, cavalgam as primeiras, provocando enrugamentos e dando
origem a cadeias de montanhas, nas bordas continentais. Esse fenômeno explica a
longa cadeia de origem terciária, que se estende próximo á costa do Pacífico,
do Alaska ao Cabo Horn, passando pelo istmo que forma a América Central.
O mergulho da placa
Oceânica explica a formação de fossas abissais próximas do litoral, como a
Chileno-Peruana.
Quando
duas placas continentais desenvolvem mecanismos de compressão, resulta também
enrugamento do relevo, como acontece:
- no Himalaia, em função
da compressão provocada pela plataforma indiana contra o sul da Ásia;
- nos Alpes, em função da
compressão provocada pela península itálica, contra o sul da Europa.
Das
doze principais placas e subplacas tectônicas em que a crosta terrestre está
subdividida:
- 2 (duas) correspondem a
áreas de fundos de oceanos e são constituídas pela placa do Pacifico, que se
inicia a oeste da costa norte-americana, e placa de Nasca, que se inicia a
oeste da América do Sul;
- 3 (três) subplacas
correspondem a áreas subcontinentais, como a Península Arábica, as Antilhas e
as Filipinas;
- 7 (sete) correspondem a
áreas com porções oceânicas e continentais, constituídas pelas placas da
Antártica, Eurásia, Leste Asiática-Indonésica, Indo-Australiana, Africana,
Norte-Americana e Sul-Americana.
Cordilheiras
Dorsais Oceânicas
As placas são limitadas
por linhas de fraturas, nas quais o manto ou SIMA aproxima-se da crosta
terrestre, facilitando o fluxo de magma, em função da ação das correntes
convectivas e, conseqüentemente, da adição de novos materiais á camada
superficial.
Nas linhas de fratura
meso-oceânicas, o movimento ascendente do magma é compensado por movimentos
descendentes, que provocam o gradual aprofundamento das fossas abissais
formadas nas proximidades.
O fluxo do magma, ao longo
das fraturas meso-oceânicas, atua como uma cunha, expandindo a área do fundo do
oceano e afastando as placas tectônicas continentais, em sentidos divergentes.
A consolidação do magma forma as grandes cordilheiras dorsais oceânicas.
A
Cordilheira Dorsal Atlântica surge ao longo das linhas de fraturas que separam
quatro grandes placas continentais:
- de um lado, as placas
Sul-Americana e Norte-Americana;
- do outro, as placas
Africana e Eurasiana Ocidental.
Essa imensa cordilheira,
em forma de 5, estende-se longitudinalmente através do eixo central do
Atlântico e tem aproximadamente 16.000 km de extensão e entre 500 e 2.000 km de
largura, apresentando importantes contrafortes. Seus picos atingem alturas
médias que oscilam entre 3.000 e 3.800 metros. Algumas vezes, os picos do
maciço principal e de seus contrafortes emergem, formando ilhas oceânicas como
a Islândia, Santa Helena, Assunção, Trindade, rochedos de São Pedro e de São
Paulo e Fernando de Noronha. Outras vezes os picos projetam-se a cotas de 50
metros abaixo do nível do mar.
O crescimento da
Cordilheira Meso-Atlântica e de seus contrafortes, que atualmente ocupam um
terço do leito do Oceano Atlântico, através do efeito de cunha, continua
atuando sobre a deriva dos quatro continentes.
Placa
Tectônica Norte-Americana e Subplaca do Caribe
Esta
placa tem uma área de aproximadamente 70 milhões de quilômetros quadrado e
compreende:
- toda a América do Norte
e Central, inclusive a Groelândia;
- porção mais oriental da
Sibéria, inclusive a península de Kauchatka;
- parte do piso do
Atlântico Norte, a oeste da Cordilheira Dorsal meso-atlântica;
- parte do piso do Oceano
Ártico, situado ao norte do Canadá, da Groelândia, do Alasca e da Sibéria
Oriental.
A Subplaca do Caribe, com
aproximadamente 2 milhões de quilômetros quadrados de área, encaixa-se entre as
placas Norte-Americana e Sul-Americana e apresenta uma atividade vulcânica
relativamente importante.
Em função do crescimento
da Dorsal Meso-Atlântica, esta placa desloca-se para noroeste.
Na costa oeste da América
do Norte, esta placa continental entra em contato com a placa do Pacífico. A
colisão dessas duas placas na região da Califórnia, onde está localizada a
falha de San Andreas, é responsável pela ocorrência de terremotos violentos com
relativa freqüência.
Na realidade, não ocorre
choque, mas as placas deslizam uma sobre a outra, as tensões geradas tendem a
intensificar a falha de San Andreas e a Califórnia tende a deslocar –se para
noroeste, separando-se do Continente Norte-Americano.
Placa
Tectônica Sul-Americana
Esta
placa tem uma área de aproximadamente 32 milhões de quilômetros quadrados e
compreende:
- toda a América do Sul;
- parte do piso do
Atlântico Sul, situado a oeste da Cordilheira Dorsal meso-atlântica.
Em função do crescimento
da Dorsal meso-atlântica, esta placa tectônica vem se deslocando para oeste, há
aproximadamente 200 milhões de anos.
Na costa oeste da América
do Sul (litoral Pacífico), esta placa entra em contato com a .placa de Nazca.
Como a placa de Nazca desloca-se em direção leste, em função do crescimento de
cordilheiras dorsais do Pacifico, vem sendo cavalgada, há aproximadamente 180
milhões de anos, pela placa Sul-Americana.
A tensão nesta área é
responsável pelo surgimento da Cordilheira dos Andes, que vem se elevando- a
partir de então. O cavalgamento da placa de Nazca pela placa Sul-Americana é
responsável, também, pelos terremotos e erupções vulcânicas que ocorrem
freqüentemente na região Andina.
Como o Brasil esta
localizado na região central da placa Sul-Americana, os abalos sísmicos que
aqui ocorrem são de baixas magnitudes.
Placa
Tectônica da Eurásia
Esta
placa tem uma área de aproximadamente 60 milhões de quilômetros quadrados e
compreende:
- toda a Europa e parte
ocidental da Ásia;
- parte do piso do
Atlântico Norte, a leste da Cordilheira Dorsal meso-atlântica;
- parte do piso do Oceano
Ártico, ao norte da Europa e da Ásia;
- parte norte do piso do
Mar Mediterrâneo.
Em função do crescimento
da Dorsal meso-atlântica, esta placa vem se deslocando para sudeste, entrando
em colisão com a placa da África e com a subplacas da Península Arábica.
As tensões surgidas nestas
áreas de contato explica a maior atividade tectônica das regiões do sul da
Europa e do Oriente Médio.
Placa
Tectônica Africana e Subplacas da Península Arábica
A
placa Africana tem uma área aproximada de 70 milhões de quilômetros quadrados e
compreende:
- toda a África, inclusive
a Ilha de Madagascar;
- parte do piso do
Atlântico Sul, a oeste da Dorsal meso-atlântica;
- parte do piso do Oceano
Indico, próximo ás costas africanas;
- parte sul do piso do Mar
Mediterrâneo.
A subplaca da Península
Arábica tem aproximadamente 4 milhões de quilômetros quadrados e compreende a
Península Arábica, parte do Mar Vermelho, o Golfo Pérsico, o sul do Irã e o
Afeganistão.
Em função do contínuo
crescimento da Dorsal meso-atlântica, a placa Africana vem se separando há 200
milhões de anos da placa Sul-Americana e entrando em colisão com a placa
Eurasiana.
As áreas de tensão,
resultantes do afastamento gradual da subplacas da Península Arábica, são
responsáveis pela linha de falhas que se estendem próximo á costa oriental da
África, se desenvolvendo desde os lagos Niassa, ao sul, até o Rif do Mar Morto,
em Israel. Explica, também, a maior atividade tectônica da região do Delta do
Nilo e de Israel.
Placa
Tectônica Indo-Australiana
Esta
placa tem uma área de aproximadamente 45 milhões de quilômetros quadrados e
compreende:
- o subcontinente Indiano;
- a Austrália, inclusive a
ilha da Tasmânia, Nova Zelândia e Nova Guiné;
- grande porção do piso do
Oceano Indico;
- parte oeste do piso do
Pacifico Sul.
Esta placa move-se com
relativa rapidez (20 milímetros por ano), em direção ao norte e ao oeste,
afastando-se da placa Africana e entrando em colisão com a placa Leste
Asiático- Indonésia, com a placa de Nazca e coma placa do Pacífico.
A área de tensão
resultante do choque com a placa Leste Asiática -Indonésia vem provocando a
elevação da cadeia de montanhas do Himalaia, há aproximadamente 75 milhões de
anos. As áreas de tensão nos limites norte e oeste desta placa são responsáveis
pelo tectonismo da Nova Zelândia e do Himalaia.
Placa
Tectônica Leste Asiática-Indonésica
Esta
placa tectônica tem uma área de aproximadamente 45 milhões de quilômetros
quadrados e compreende:
- parte oriental e
meridional da Ásia, inclusive a Península da Malásia;
- as ilhas Sacalinas, do
Japão, Taipê, Indonésia e Bornéu;
- a porção ocidental do piso
do Oceano Pacífico, inclusive os dos Mares de Java, da China Meridional e da
China Oriental, Amarelo, do Japão e de Okhotsk;
- a parte oriental do piso
do Oceano Indico.
Esta placa tectônica
movimenta-se para o nordeste e entra em colisão com a placa do Pacifico ac
longo da costa do Japão e também com a subplacas das Filipinas.
Estas áreas de tensão são
responsáveis pela instabilidade tectônica do Japão, que costuma ser mais
intensa na costa leste daquele país.
Placa
Tectônica da Antártica
Esta
placa tem uma área de aproximadamente 25 milhões de quilômetros quadradas e
compreende:
- o subcontinente
Antártico;
- porção sul dos pisos dos
oceanos Atlântico, Pacifico e Índico.
Esta placa tende a
movimentar-se para o norte, na medida em que as placas limítrofes afastam-se
nesta direção. Este movimento está provocando, a muito longo prazo, um
achatamento do Pólo.
Placa
tectônica de Nazca
Esta placa, totalmente oceânica,
tem uma área de- aproximadamente 10 milhões de quilômetros quadrados e
compreende o piso do Oceano Pacifico, que se desenvolve ao longo da costa oeste
das Américas do Sul e Central.
Em seu movimento para
leste, mergulha sob a placa Sul-Americana, provocando a elevação da Cordilheira
Andina, que vem se desenvolvendo há aproximadamente 180 milhões de anos.
Como já foi explicitado, a
tensão provocada pela colisão entre essas duas placas tectônicas é responsável
pela intensificação do tectonismo e do vulcanismo na Região Andina.
Placa
Tectônica do Pacífico
Esta placa, totalmente
oceânica, tem uma área de aproximadamente 70 milhões de quilômetros quadrados.
Essa imensa placa
movimenta-se em direção oeste e, em conseqüência desta deriva, a placa do
Pacifico entra em colisão com as placas das Filipinas e com as placas
asiática-indonésica e Indo-Australiana, na medida em que tangencia as placas de
Nazca e Norte-Americana, contribuindo para intensificar a falha de San Andreas,
na Califórnia.
Uma característica
importante desta placa são os numerosos pontos e que a crosta se adelgaça,
permitindo que o magma flua através dela e forme inúmeras cadeias de montanhas
submersas e o aforamento de ilhas vulcânicas, c~mo os do arquipélago do Havaí.
Placa
Tectônica das Filipinas
Com aproximadamente 7
milhões de quilômetros quadrados, esta placa tectônica é a menor das placas ou
a maior das subplacas tectônicas.
Situada entre as placas do
Pacífico, Indo-Australiana e Leste asiática-indonésica, caracteriza-se por ser
a mais agressiva de todas as placas tectônicas.
Com intensa atividade
vulcânica, concentra-se nela e em suas proximidades imediatas aproximadamente
50% dos 600 vulcões ativos da Terra.
Nos últimos séculos, os
vulcões mais intensos do planeta vem se manifestando nessa placa.
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