TRÁFICO DE DROGAS INTENSO E GENERALIZADO
CODAR
- HS.CTD/CODAR - 22.210
1. Caracterização
O
tráfico de drogas intenso e generalizado, juntamente com a fome e a
desnutrição, se constituem nos mais importantes flagelos, relacionados com
convulsões sociais, que açoitam a humanidade neste início de milênio.
É
necessário caracterizar que o “negócio das drogas” é altamente remunerativo e
que o poderio econômico dos cartéis e dos grandes sindicatos do crime
envolvidos no tráfico de drogas é tão grande, que se contrapõem vantajosamente
ao de numerosos países, que se esforçam por combatê-lo.
O imenso poder dos cartéis e dos
sindicatos envolvidos no tráfico facilita a interação dos mesmos com todos os
demais negócios ilícitos, como:
- a venda de segurança;
- o contrabando, especialmente de armas e de
automóveis roubados;
- a exploração do jogo clandestino e da
prostituição;
- o apoio a quadrilhas especializadas em
seqüestro, assaltos a bancos e em outros delitos graves.
Os
cartéis e sindicatos do crime são extremamente prepotentes e têm um inesgotável
poder de corrupção e uma imensa capacidade de infiltração em negócios lícitos e
ilícitos. Além disso, a lavagem de dinheiro do tráfego é uma prática corrente
que conta com o apoio de muitos sistemas bancários.
O
poder de corrupção desses poderosos sindicatos e cartéis é tão grande que são
capazes de infiltrar seus prepostos em numerosos cargos importantes do governo,
inclusive Presidentes de Repúblicas, do aparelho policial e do Poder
Legislativo e Judiciário.
A
prepotência desses cartéis é tão grande, que os mesmos não titubeiam em
utilizar métodos de intimidação da sociedade e técnicas de terrorismo seletivo
e indiscriminado, além de freqüentes demonstrações de força.
Para
combater eficazmente esta gravíssima enfermidade social, que infelicita a
humanidade, é indispensável que a sociedade, como um todo, seja “vacinada
contra o vírus do crime” e que sua “resistência imunológica” contra o crime
organizado seja substancialmente elevada.
2. Causas
É
perda de tempo questionar a ausência de sentimentos de culpa, tanto por parte
dos traficantes de drogas ilícitas, como dos produtores de drogas lícitas, como
cigarros, com relação ao imenso genocídio que estão promovendo e que está
atingindo toda a humanidade.
A resposta, embora cínica, é unânime:
- eles apenas produzem e fornecem drogas lícitas
ou ilícitas e absolutamente não se sentem responsáveis pela multidão de pessoas
que as consomem, já que as mesmas são dotadas de livre arbítrio.
As
indagações devem se centrar nas motivações que levam, aproximadamente, um terço
dos seres humanos que habitam a Terra para esta espécie de suicídio coletivo
que, na melhor das hipóteses, contribui para reduzir suas expectativas de vida
em aproximadamente 20 (vinte) anos.
Não
é verdade que essa indução do suicídio coletivo tenha alguma coisa a ver com
mecanismos do inconsciente coletivo que estejam funcionando para controlar e
reduzir os riscos de superpopulação do globo terrestre.
Embora
alguns teóricos pontifiquem que a “onda do permissivismo” da década dos 60
(sessenta) foi induzida para reduzir a concorrência por empregos e para reduzir
a população economicamente ativa, esta tese não foi comprovada.
Outra tese relaciona as “ondas
permissivistas” com grandes guerras. Nestas condições:
- A Primeira Guerra Mundial justificaria o
permissivismo da década dos 20 (vinte);
- A Segunda Guerra Mundial justificaria o
permissivismo da década de 60 (sessenta).
Por
motivos pouco definidos, houve uma má leitura da ideologia liberalista e uma
falsa interpretação dos valores da liberdade.
É muito provável que esta falsa
interpretação esteja contribuindo para:
- supervalorizar o individualismo e o egoísmo,
reduzindo os laços de coesão social, altruísmo e o solidarismo;
- supervalorizar o “ter” sobre o “ser”,
incrementando o consumismo, como demonstração de status social;
- fazer preponderar os impulsos egoístas e
possessivos sobre os altruístas;
- incrementar os questionamentos sobre os
direitos e reduzir os sentimentos de dever.
É
muito possível que este novo sentido de valores tenha contribuído para
incrementar a competitividade e os níveis de estresse, tenha reduzido os laços
de coesão familiar e também contribuído para incrementar a ética permissivista.
A
redução dos laços de coesão familiar, as carências afetivas, o incremento da
violência no âmbito familiar, os problemas relacionados com a
auto-referenciação dos jovens, por ocasião da puberdade, quando se manifesta o
chamado “conflito das gerações” e ocorre uma natural ruptura com os ícones
familiares, associados ao desestímulo provocado pelo clima de intensa
concorrência para se obter “um lugar ao sol” e a perda da auto-estima
transformam a juventude emergente em presa fácil dos traficantes de drogas.
O
instinto gregário, muito típico da espécie humana, e a busca de uma ilusória
segurança biopsicológica, fora do núcleo familiar, facilitam a formação de
gangues juvenis.
A
curiosidade, o espírito de imitação, a ideologia permissivista, o patrulhamento
ideológico do grupo e a necessidade biopsicológica de ser aprovado e aceito
pelo grupo conduzem às primeiras experiências com drogas.
A
supervalorização dos efeitos psicotrópicos, estupefacientes e físicos,
provocados pelas drogas, associados à redução dos bloqueios relacionados com a
autocensura levam o jovem a repetir a experiência, até que se caracterize a
dependência psicológica e física.
De acordo com a Organização Mundial de
Saúde - OMS:
-
Droga corresponde a qualquer substância ou composto que, introduzido no
organismo humano, modifica uma ou mais funções orgânicas, como conseqüência de
ações interativas entre o organismo e a droga, alterando o estado psíquico e,
na maioria das vezes, o estado físico e provocando respostas comportamentais e
outras.
Dentre as respostas, sempre ocorre a compulsão para voltar a fazer uso
da droga, de forma contínua e periódica, com o objetivo de voltar a
experimentar seus efeitos psíquicos e, em muitos casos, para cortar a sensação
de desconforto provocada por sua privação.
3. Ocorrência
Este
imenso desastre humano ocorre em todos os países do mundo, atingindo,
praticamente, todos os estratos sociais.
Mas,
em função da maior disponibilidade de recursos e, conseqüentemente, da maior
capacidade de consumo, o tráfico de drogas é direcionado preferencialmente para
os países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, o Canadá e os países da
Europa Ocidental.
Em
muitos casos, as drogas ilícitas constituem-se nos mais importantes “produtos
de exportação” de algumas nações periféricas.
No
que diz respeito aos estratos sociais, é importante caracterizar que não existe
um grupo social imune e que todos os estratos sociais e todas as famílias são
vulneráveis ao tráfego de drogas e podem ser considerados como grupos de risco.
Em
função da disponibilidade de recursos, podem ser caracterizadas drogas ilícitas
de gente pobre, o craque (crak), a maconha e haxixe, e drogas ilícitas de gente
de posses, a cocaína, a heroína e as anfetaminas, todas elas altamente
perigosas e prejudiciais às pessoas que se tornam dependentes das mesmas.
No
que diz respeito à faixa etária, verifica-se que existe um esforço dos
mercadores de drogas direcionado para a juventude emergente, tanto que, com o
passar do tempo, a idade média em que as pessoas estão se tornando dependentes
de drogas é cada vez menor.
É
inegável que a mídia e os meios artísticos estão contribuindo para a difusão da
ideologia permissivista e estão favorecendo o tráfico de drogas.
O
Brasil vem sendo fortemente afetado pelo tráfico de drogas e, além de funcionar
como região de passagem de traficantes, interpondo-se entre os países
periféricos, produtores de cocaína e os grandes mercados consumidores, funciona
como um grande mercado produtor de maconha e, cada vez mais intensamente, vem
funcionando como mercado consumidor.
É possível que, nas atuais circunstâncias,
já tenha se situado como o nono mercado consumidor de drogas de todo o mundo.
4. Principais Efeitos Adversos
O
tráfico de drogas vem contribuindo, de forma desumana, para fazer crescer o
grande contingente de pessoas infelicitadas pela dependência de drogas.
Além
disso, o tráfico provoca um grande dano social, representado pela existência de
um imenso poder paralelo e ilícito, que atua sobre o organismo social como uma
poderosa força anárquica, pondo em risco o delicado equilíbrio dinâmico deste
organismo.
A dependência de drogas representa um
imenso cancro social e contribui para:
- aumentar a delinqüência, a criminalidade, a
promiscuidade, o permissivismo e a prostituição adulta e infantil;
- reduzir a resistência imunológica contra
numerosas doenças infecciosas, com especial destaque para a tuberculose;
- incrementar o contágio e a contaminação por
doenças sexualmente transmissíveis, com especial destaque para a mortífera
SIDA/AIDS.
Do ponto de vista econômico, há que
ressaltar:
- a dependência de drogas contribui para reduzir
drasticamente a população economicamente ativa - PEA e para aumentar o
contingente de pessoas improdutivas e marginalizadas pela economia;
- o dinheiro recolhido pelos traficantes
prejudica outros setores da economia e contribui para o funcionamento de outras
atividades criminosas.
Sem
sombra de dúvidas, a expectativa média de vida das pessoas dependentes de
drogas é drasticamente reduzida.
Jovens viciados em drogas dificilmente ultrapassam
os 40 (quarenta) anos de idade.
Nestas condições, a expectativa de vida média
dos dependentes de drogas é reduzida em mais de 20 (vinte) anos.
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