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– Subsidência do Solo
CODAR: NI.GSS/CODAR:
13.307
Caracterização
Processo caracterizado pelo afundamento da
superfície de um terreno em relação ás áreas circunvizinhas;
A subsidência pode ser
devida a fenômenos geológicos, tais como dissolução, erosão, compactação do
material de superfície, falhamentos verticais, terremotos e vulcanismo.
Normalmente, o fenômeno acontece de forma gradual e, mais raramente, de forma
brusca e repentina.
Causas
No Brasil, as áreas de
subsidência localizada normalmente relacionam-se com a erosão subterrânea em
depósitos calcáreos, localizados próximos à superfície.
Nessas condições, a água
da chuva, saturada de oxigênio e dióxido de carbono, infiltra-se no solo,
diluindo ácidos e compostos orgânicos existentes nas camadas mais superficiais.
O grau de atividade
química da água depende da composição e da concentração das soluções formadas e
do nível de solubilidade do substrato sobre o qual atua.
Dessa forma, a maioria
dos silicatos precipita-se sob a forma de compostos insolúveis, enquanto que os
carbonatos de cálcio e magnésio são solubilizáveis sob a forma de bicarbonatos.
A água pura não solubilizar os calcários, mas, quando saturada com anidrido
carbônico, combina-se com os mesmos, formando bicarbonatos de cálcio -
Ca(HCO3)2 - e bicarbonato de magnésio - Mg(HCO3)2 - - francamente solúveis.
Dessa forma, nas regiões
onde ocorrem depósitos superficializados de calcário, a água da chuva, saturada
de anidrido carbônico, penetrando através das fraturas, dilui o calcário
existente ao longo dos planos de estratificação e, após escorrer ao longo de um
horizonte impermeável, ressurge a alguns quilômetros de distância, retornando á
superfície com o material solubilizado nas camadas de calcário.
O persistente trabalho de
solubilização, desenvolvido por centenas ou milhares de anos, ao longo das
fendas e dos planos de estratificação, provoca a corrosão do calcário e a
formação de um labirinto de túneis e cavernas entrelaçados, pelos quais escorre
um caudal subterrâneo.
Nos locais onde o modelado
do terreno facilita a concentração de caudais sobre áreas de fendas no
calcário, a gradual abertura das mesmas provoca o aparecimento de sumidouros e
a formação de cursos d’água subterrâneos, que ressurgem na superfície, sob a
forma de fontes de águas cristalinas.
Na medida em que o
calcário é corroído pela ação da água, o solo tende a acomodar-se de forma
gradual, formando bacias na superfície do terreno. Quando os tetos das cavernas
desabam, surgem as dolinas, característicos poços cilíndricos, de paredes
verticais, em comunicação com o labirinto de canais e cavernas, ás vezes com
milhares de metros de extensão.
Além dos rios
subterrâneos, que deslizam pela rede de galerias, o lento gotejamento de águas
calcárias, a partir de frestas existentes nas abóbadas das cavernas, provoca a
deposição de carbonato de cálcio insolúvel, quando a água das gotas de solução
evapora. Quando o repetido processo de evaporação provoca a liberação do
anidrido das gotas suspensas, dá origem ás estalactites ou hastes de carbonato
de cálcio pendentes das abóbadas e das depositadas nas superfícies e ás
estalagmites ou hastes de carbonato de cabo, que crescem do solo.
O lento crescimento das
estalactites e estalagmites pode provocar a união das mesmas, formando pilares
caprichosos. A água que se evapora, enquanto desliza ao longo de pianos de
estratificação, situados nas paredes das cavernas, pode dar origem a belíssimas
formas de escadaria ou de cascatas petrificadas.
Ocorrência
As regiões de calcário
superficializadas, caracterizadas por apresentarem superfície rugosa, com
freqüentes depressões ou bacias, algumas dolinas, sumidouros e deságües
subterrâneos, são denominadas regiões de topografia karsticas, por serem
semelhantes às da meseta de Karst, situada no nordeste da costa adriática,
entre Trieste e Cataro.
No Brasil, existem
numerosas ocorrências de regiões karsticas, especialmente em Minas Gerais, São
Paulo, Bahia, Goiás, Piauí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Em áreas de planaltos
sedimentares, com dominância de solos arenosos e de duma tropical, com estação seca
marcada, podem ocorrer áreas de subsidência localizada, em função da intensa
redução do lençol freático, nos períodos de estiagem.
Em certas áreas de
Brasília, a acomodação do terreno, provocada pela retração do lençol freático,
pode desnudar parte dos alicerces das construções.
Em Santa Catarina, há
registros de subsidência de causa antrópica, provocada pela queda de tetos de
minas de carvão, afetando vilas de casas populares.
Medidas
Preventivas
É necessário que o estudo
do fenômeno seja aprofundado no Brasil. Um maior conhecimento do assunto
permitirá uma melhor preocupação com a preservação do imenso patrimônio
ambientai, representado por essas formações; contra danos antrópicos.
Embora possam ocorrer
danos humanos ou materiais, relacionados com a queda de tetos de cavernas e com
a formação de dolinas, os mesmos são altamente improváveis e pouco intensos,
quando comparados com os danos ambientais provocados pela ação predatória do
homem, nas formações karsticas.
A difusão das pesquisas e
estudos espeleológicos não está isenta de riscos, e o pessoal que vier a se
dedicar ao assunto deve ser adestrado para cumprir normas estritas de segurança
pessoal e de preservação do patrimônio ambiental.
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