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28 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Subsidência do Solo


7 – Subsidência do Solo

CODAR: NI.GSS/CODAR: 13.307


Caracterização

Processo caracterizado pelo afundamento da superfície de um terreno em relação ás áreas circunvizinhas;

A subsidência pode ser devida a fenômenos geológicos, tais como dissolução, erosão, compactação do material de superfície, falhamentos verticais, terremotos e vulcanismo. 

Normalmente, o fenômeno acontece de forma gradual e, mais raramente, de forma brusca e repentina.


Causas

No Brasil, as áreas de subsidência localizada normalmente relacionam-se com a erosão subterrânea em depósitos calcáreos, localizados próximos à superfície.

Nessas condições, a água da chuva, saturada de oxigênio e dióxido de carbono, infiltra-se no solo, diluindo ácidos e compostos orgânicos existentes nas camadas mais superficiais.

O grau de atividade química da água depende da composição e da concentração das soluções formadas e do nível de solubilidade do substrato sobre o qual atua. 

Dessa forma, a maioria dos silicatos precipita-se sob a forma de compostos insolúveis, enquanto que os carbonatos de cálcio e magnésio são solubilizáveis sob a forma de bicarbonatos. 

A água pura não solubilizar os calcários, mas, quando saturada com anidrido carbônico, combina-se com os mesmos, formando bicarbonatos de cálcio - Ca(HCO3)2 - e bicarbonato de magnésio - Mg(HCO3)2 - - francamente solúveis.

Dessa forma, nas regiões onde ocorrem depósitos superficializados de calcário, a água da chuva, saturada de anidrido carbônico, penetrando através das fraturas, dilui o calcário existente ao longo dos planos de estratificação e, após escorrer ao longo de um horizonte impermeável, ressurge a alguns quilômetros de distância, retornando á superfície com o material solubilizado nas camadas de calcário.

O persistente trabalho de solubilização, desenvolvido por centenas ou milhares de anos, ao longo das fendas e dos planos de estratificação, provoca a corrosão do calcário e a formação de um labirinto de túneis e cavernas entrelaçados, pelos quais escorre um caudal subterrâneo.

Nos locais onde o modelado do terreno facilita a concentração de caudais sobre áreas de fendas no calcário, a gradual abertura das mesmas provoca o aparecimento de sumidouros e a formação de cursos d’água subterrâneos, que ressurgem na superfície, sob a forma de fontes de águas cristalinas.

Na medida em que o calcário é corroído pela ação da água, o solo tende a acomodar-se de forma gradual, formando bacias na superfície do terreno. Quando os tetos das cavernas desabam, surgem as dolinas, característicos poços cilíndricos, de paredes verticais, em comunicação com o labirinto de canais e cavernas, ás vezes com milhares de metros de extensão.

Além dos rios subterrâneos, que deslizam pela rede de galerias, o lento gotejamento de águas calcárias, a partir de frestas existentes nas abóbadas das cavernas, provoca a deposição de carbonato de cálcio insolúvel, quando a água das gotas de solução evapora. Quando o repetido processo de evaporação provoca a liberação do anidrido das gotas suspensas, dá origem ás estalactites ou hastes de carbonato de cálcio pendentes das abóbadas e das depositadas nas superfícies e ás estalagmites ou hastes de carbonato de cabo, que crescem do solo.

O lento crescimento das estalactites e estalagmites pode provocar a união das mesmas, formando pilares caprichosos. A água que se evapora, enquanto desliza ao longo de pianos de estratificação, situados nas paredes das cavernas, pode dar origem a belíssimas formas de escadaria ou de cascatas petrificadas.


Ocorrência

As regiões de calcário superficializadas, caracterizadas por apresentarem superfície rugosa, com freqüentes depressões ou bacias, algumas dolinas, sumidouros e deságües subterrâneos, são denominadas regiões de topografia karsticas, por serem semelhantes às da meseta de Karst, situada no nordeste da costa adriática, entre Trieste e Cataro.

No Brasil, existem numerosas ocorrências de regiões karsticas, especialmente em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Goiás, Piauí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Em áreas de planaltos sedimentares, com dominância de solos arenosos e de duma tropical, com estação seca marcada, podem ocorrer áreas de subsidência localizada, em função da intensa redução do lençol freático, nos períodos de estiagem.

Em certas áreas de Brasília, a acomodação do terreno, provocada pela retração do lençol freático, pode desnudar parte dos alicerces das construções.

Em Santa Catarina, há registros de subsidência de causa antrópica, provocada pela queda de tetos de minas de carvão, afetando vilas de casas populares.


Medidas Preventivas

É necessário que o estudo do fenômeno seja aprofundado no Brasil. Um maior conhecimento do assunto permitirá uma melhor preocupação com a preservação do imenso patrimônio ambientai, representado por essas formações; contra danos antrópicos.

Embora possam ocorrer danos humanos ou materiais, relacionados com a queda de tetos de cavernas e com a formação de dolinas, os mesmos são altamente improváveis e pouco intensos, quando comparados com os danos ambientais provocados pela ação predatória do homem, nas formações karsticas.

A difusão das pesquisas e estudos espeleológicos não está isenta de riscos, e o pessoal que vier a se dedicar ao assunto deve ser adestrado para cumprir normas estritas de segurança pessoal e de preservação do patrimônio ambiental.

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