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– Maré Vermelha
CODAR:NB.VMV/CODAR: 14.203
Caracterização
Fenômeno produzido pela
intensa proliferação de algas dos gêneros Gymnodinium e Exuviella, geralmente
dinoflagelados e outros (bactérias, celiado holotrico, alga cianoficia etc),
que ocorre em águas profundas, costeiras e próximas de estuários. Trata-se de
um fenômeno de ecologia marinha, resultante da ruptura do equilíbrio ecológico
entre diferentes componentes do ecossistema, com o crescimento exagerado desses
dinoflagelados no plancton. Traduz-se por uma mudança de coloração da água, que
se torna vermelha, rosada, amarelo-marrom, amarelo-esverdeado, amarelo-camurça,
vermelho-tijolo, sanguínea ou cor de chocolate.
O fenômeno se processa nas
camadas superficiais, com duração de 48 horas, até várias semanas.
As pessoas expostas ao
fenômeno podem apresentar coriza, espirros, conjuntivas injetadas, olhos
lacrimejantes, tosse seca (sem expectoração), artemia e dor de cabeça, náuseas,
vômitos e sensação de ardor nas mucosas do nariz, garganta e olhos. Os
recém-nascidos e as pessoas idosas são mais sensíveis.
Essa proliferação pode
provocar a morte em massa de organismos marinhos, provavelmente provocada pela
competição pelo oxigênio. A maré vermelha pode ser mortal para seres humanos
que se alimentem de frutos do mar contaminados, pois estes sintetizam uma
neurotoxina que atua nos mecanismos da bomba de sódio celular, dificultando a
polarização dos nervos e da musculatura.
Ocorrência
No Brasil, já ocorreu em
outubro de 1944, em Tamandaré-PE, e, em 1963, em Recife-PE. Em abril de 1978,
aconteceu em Hermegildo e Tramandai, Cidreira e Torres, no litoral do Rio
Grande do Sul, fenômeno bem estudado e documentado pelo Ministério da Saúde, na
publicação ‘Um Agravo Inusitado à Saúde’ - M.S. - 1978.
A maré vermelha é muito
comum em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda,
Peru, África do Sul, no mar da Arábia, na Noruega, Argentina, Uruguai e outros
países.
Medidas
Preventivas e de Controle
Não existem medidas
preventivas e de controle aplicáveis diretamente sobre os agentes que causam
esse fenômeno.
Com respeito aos efeitos
irritativos para as mucosas, recomenda-se afastar-se das praias (litoral), pelo
menos uns 300 metros, e a interdição temporária das praias e atividades
aquáticas marinhas, nas áreas afetadas.
Os efeitos tóxicos
provenientes da ingestão de alimentos marinhos contaminados com a toxina dos
dinoflagelados são mais graves, e não são raros os acidentes mortais.
Diante de uma suspeita de
maré vermelha, independente de confirmação, é importante a interdição da coleta
e consumo de mariscos, crustáceos, moluscos, bivalves etc., até durante quatro
semanas após o término do fenômeno.
As medidas mais eficazes
são a informação, divulgação e educação sanitária à população, associadas com a
interdição e fiscalização do consumo dos alimentos marinhos.
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