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26 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS - VOLUME II - DESASTRES RELACIONADOS COM O FLUXO DESORDENADO DE TRÂNSITO - CODAR HS.EFT/CODAR 22.106


TITULO VI

DESASTRES RELACIONADOS COM O FLUXO DESORDENADO DE TRÂNSITO

CODAR HS.EFT/CODAR 22.106

1. Caracterização

Em 1998, estavam trafegando no Brasil aproximadamente 27 milhões de veículos automotores.


Como conseqüência do fluxo desordenado do trânsito destes veículos, ocorrem anualmente:

-  750.000 acidentes de trânsito, envolvendo aproximadamente 5% do total da frota de veículos;

-  27.000 mortes, no próprio leito das estradas, das quais aproximadamente 11.000 resultam de atropelamento e o restante como conseqüência de colisões, capotamentos, ou tombamento de veículos fora do leito das estradas;

-  40.000 mortes, considerando os aproximadamente 13.000 óbitos que ocorrem nos hospitais, como conseqüência das emergências médico-cirúrgicas decorrentes;

-  323.000 feridos, dos quais 193.000 foram considerados feridos graves e exigiram internação em hospitais e podendo apresentar seqüelas de caráter permanente.

O custo anual dos acidentes de trânsito, considerando apenas os que ocorreram em rodovias federais, foi estimado em aproximadamente 5 bilhões de reais.

Os fatores humanos são responsáveis por aproximadamente 90% dos acidentes de trânsito.


As principais causas de acidentes, relacionados com os erros humanos, são:

ingestão de bebidas alcoólicas, uso de drogas ilícitas, excesso de velocidade, direção imprudente, inclusive sem usar o cinto de segurança, e direção desatenta. Em numerosos casos o estresse e o cansaço físico e mental contribuíram para agravar os acidentes.

No Brasil, os acidentes de trânsito estão provocando aproximadamente 600 óbitos por dia, dos quais aproximadamente 60 ocorrem em adolescentes e adultos jovens. O número de pessoas que se acidentam anualmente, em conseqüência de desastres de trânsito, é superior à população de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo.

Os prejuízos provocados anualmente pelos acidentes de trânsito correspondem ao custo aproximado de 400.000 casas populares.

O tipo de acidente mais mortal é o atropelamento, causando 1 (um) óbito para cada oito acidentes, seguido pelas colisões, que causam 1 (um) óbito para cada 37 acidentes.

Embora os atropelamentos causados por automóveis, que são responsáveis por 59,9% dos acidentes, sejam os mais freqüentes, os causados pelos ônibus são proporcionalmente mais importantes, já que os ônibus correspondem a 1% da frota de veículos automotores e provocam aproximadamente 9% dos atropelamentos.

Nas colisões, aproximadamente 35,6% das vítimas se encontravam em automóveis, 24,2% eram ciclistas e 8,2% eram motociclistas. No caso dos motociclistas, a intensidade dos traumatismos cranianos e raquimedulares é proporcionalmente muito mais elevada.


2. Causas

As principais causas de acidentes relacionam-se com:

-  O meio ambiente;

-  O próprio motorista;

-  As condições de segurança dos veículos automotores.



a) Estudo dos Fatores Ambientais Causadores de Acidentes


No caso especifico dos acidentes de trânsito, entende-se como meio ambiente:

-  a infra-estrutura viária;

-  as condições climáticas;

-  a sinalização das vias de transporte;

-  o próprio fluxo do trânsito;

-  o senso de percepção de risco dos pedestres e a cultura de trânsito dos mesmos.


Dentre os fatores ambientais, que contribuem para aumentar a ocorrência de acidentes destacam-se os seguintes:

-  flagrante desproporção entre a densidade dos veículos automotores e a superfície disponível das vias de transporte rodoviário, especialmente nas áreas urbanas;

-  desproporção entre os meios de transporte individuais e os coletivos, com grande predominância dos primeiros, contribuindo para tornar o trânsito muito mas denso e para dificultar o escoamento;

-  deficiente planejamento da malha viária urbana, criando pontos de estrangulamento, que contribuem para adensar o tráfego e para aumentar a ocorrência de acidentes;

-  sinalização deficiente das vias de trânsito e equipamentos deficiente das mesmas com semáforos e com faixas de pedestres bem sinalizados;

-  qualidade deficiente do leito das estradas e das vias de trânsito urbano, que podem se apresentar esburacadas, escorregadias, sem faixas de acostamento e com curvas abruptas e mal compensadas;

-  condições climáticas desfavoráveis, reduzindo a visibilidade, tornando as pistas escorregadias e alagando as faixas de trânsito. Quanto mais caótico e desordenado for o fluxo do trânsito, maiores serão as probabilidades de ocorrência de acidentes e de lentificação do fluxo dos veículos.


No entanto, a principal causa de acidentes de trânsito e de outros desastres é de ordem cultural e relaciona-se com o muito baixo senso de percepção de riscos da sociedade brasileira e, no caso específico, com uma desatenção geral no cumprimento das regras de trânsito.

Recentemente, o Congresso Brasileiro atualizou e modernizou a legislação relativa ao Código de Trânsito, que já foi homologada pelo Presidente da República. Sem nenhuma dúvida, esta lei pode ser considerada como uma grande conquista da sociedade brasileira.

Este Código é a mais importante dentre todas as medidas não-estruturais estabelecidas com o objetivo de minimizar a ocorrência e a intensidade dos acidentes de trânsito e já está provocando uma sensível redução dos danos humanos e materiais e dos prejuízos econômicos decorrentes.

No entanto, além das sanções estabelecidas no código, é imperativo que sejam intensificadas as medidas policiais educativas e coercitivas, com o objetivo de condicionar toda a sociedade brasileira, para cumprir a legislação relativa à segurança do trânsito.
É muito importante caracterizar que lei que não estabelece sanções para o descumprimento das normas estabelecidas e que não é apoiada por um poder de polícia, capaz de coagir as pessoas a cumpri-la, não é realmente uma lei, é um conselho, que pode ou não ser aceito e cumprido pela população.



b) Estudo dos Fatores Causais Relacionados com o Próprio Motorista


Dentre os fatores causais, relacionados com o próprio motorista, há que destacar os seguintes:

-  ingestão de bebidas alcoólicas e intoxicação com drogas ilícitas e abusivas;

-  direção imprudente ou negligente;

-  desconhecimento dos riscos inerentes ao trânsito;

-  velocidade excessiva;

-  estresse e cansaço físico e mental;

-  problemas psicológicos;

-  distúrbios neurológicos e sensoriais


Intoxicação Alcoólica

As reações provocadas no organismo do motorista e, muitas vezes, da própria vítima, em função da ingestão ou inalação de bebidas alcoólicas ou de drogas de abuso ou ilícitas são as principais causas de acidentes de trânsito, no Brasil e nos demais países do mundo.

O córtex cerebral e, numa segunda fase, todo o Sistema Nervoso Central, têm seus metabolismos alterados em conseqüência da intoxicação exógena provocada pelo álcool e pelas drogas de abuso.

A principal conseqüência destas intoxicações exógenas é a perda dos reflexos automáticos e condicionados que comprometem a capacidade do motorista de conduzir veículos automotores em condições seguras.

Normalmente, a intoxicação exógena, produzida pelo álcool etílico, ocorre em três fases.


Na primeira fase, que dura em média 1 (uma) hora, o álcool atua sobre o Sistema Nervoso Central, liberando mediadores neurológicos e a reação do organismo se caracteriza por:

-  euforia, loquacidade e hiperexcitabilidade;

-  discreto grau de agitação motora e confusão mental;

-  exaltação da agressividade;

-  distúrbios do equilíbrio e movimentação descoordenada;

-  midríase (dilatação) da pupila ocular.


Um motorista que dirija seu veículo, nestas condições neurológicas e psicológicas, representa um grave fator de risco, para si mesmo e para os demais motoristas e pedestres.

Na segunda fase, que pode se estender por 6 (seis) horas ou mais, os efeitos depressores do álcool etílico sobre os neurônios cerebrais e reticulares tornam-se bem evidentes, comprometendo, em sentido descendente, todo o tronco do sistema nervoso central, a partir do córtex e atingindo o bulbo e a medula. Nesta fase, acentua-se a incoordendação motora, e o tempo de reação reflexa aos estímulos sensoriais aumenta, diminuindo a capacidade de resposta articulada e coordenada do Sistema Nervoso Central a possíveis eventos adversos.

O quadro depressivo pode evoluir para o estupor e, em casos mais graves, para o coma alcoólico e, casos extremos, a depressão dos centros bulbares pode evoluir para a morte, causada por falência respiratória e circulatória.

Quando a alcoolemia é muito elevada e o organismo tem dificuldade para metabolizar o álcool circulante, pode não ocorrer a primeira fase e o quadro depressivo pode se instalar desde o início da intoxicação.

Na terceira fase, o álcool metabolizado transforma-se em aldeído acético ou etanol, que provoca cefaléia (dor de cabeça), fotofobia e irritação das mucosas grastrointestinais, causadora de náuseas, vômitos e diarréias. Este quadro, conhecido como ressaca, é dominado pela cefaléia, sensação de enjôo e pela sede intensa. A hipoglicemia provocada pela redução da neoglicogênese hepática e pela maior liberação de insulina, e a metabolização do álcool, é um sintoma freqüente.

Insistir em dirigir, sob os efeitos de uma intoxicação alcoólica, é extremamente perigoso, para o próprio motorista, para os demais condutores de veículos e para os pedestres.


Estudos epidemiológicos de acidentes de trânsito, realizados em quatro capitais brasileiras, durante o ano de 1997, demonstraram que dentre as pessoas envolvidas nestes acidentes, na condição de motoristas ou de vítimas, aproximadamente:

-  61% apresentavam vestígios de álcool no sangue;

-  27% estavam visivelmente alcoolizados e com níveis de alcoolemia acima do aceitável em motoristas;

-  12% estavam sob o efeito de drogas de abuso e ilícitas.

Estes números impressionantes demonstram que a ingestão de álcool e de drogas atuam como fatores preponderantes, como causas de acidentes de trânsito.


Intoxicações por Drogas de Abuso e Drogas Ilícitas

Infelizmente a Sociedade está perdendo a batalha contra os cartéis das drogas e contra as pessoas que induzem os jovens a se viciarem em drogas. É incontestável que o número de consumidores e de pessoas dependentes de drogas continue a crescer, de forma assustadora, apesar de todas as medidas policiais e educativas que são utilizadas para reduzir os riscos relacionados com o consumo de drogas.


Dentre as drogas de abuso, consideradas como drogas ilícitas, de maior importância médico-social, há que destacar os seguintes:

-  A maconha e o haxixe, que são extraídos da inflorescência (maconha) ou da seiva (haxixe) de um arbusto da família dos cânhamos e da espécie Cannabis sativa, largamente consumidos por seus efeitos euforizantes e sedativos.

-  A cocaína, droga euforizante e estimulante, com fortes efeitos secundários depressivos e sedativos, e que é extraida das folhas de plantas do gênero Erythpoxilon, endêmicas no Peru e na Bolivia, como as da espécie Eiythroxilon coca.

-  Os opiáceos, como o próprio ópio, a morfina e, em especial, a heroína (diacetilmorfina), drogas euforizantes, com fortes efeitos depressores e sedativos secundários, e que são extraídas de papoulas do gênero Papaver, como a espécie Papaver Somnífera.

-  As anfetaminas, que são substâncias estimulantes e euforizantes do grupo das aminas estimulantes do sistema nervoso simpático ou aminas simpaticomiméticas e que funcionam como estimulantes do sistema nervoso central e do sistema cardiovascular

-  Os barbitúricos, medicamentos que são utilizados em medicina como sedativos, entorpecentes e antiálgicos e que vêm sendo cada vez mais empregados como drogas de abuso.

-  Os alocinógenos como o LSD, a mescalina, a psicolina e outros, que alteram a percepção, têm efeitos alucinógenos e intensificam a reatividade emocional.

-  Os solventes voláteis, utilizados na composição de colas, removedores, vernizes, tintas, solventes orgânicos, gasolina e detergentes e que atuam como drogas euforizantes, com fortes efeitos sedativos e depressores secundários


Variando em função do tipo específico da droga, da dosagem da mesma e da capacidade de resposta do organismo, as intoxicações exógenas produzidas pelas drogas de abuso, podem apresentar, com maior ou menor intensidade efeitos:

1) Somáticos ou físicos, como cefaléia (dor de cabeça, náuseas, vômitos, diarréias, sensação de desconforto abdominal e até dor abdominais, como epigastralgias; taquicardias; bradicardias, (extrassistoliais e outras arritmias cardíacas); vasoconstrição ou vasodilatação, causando hipertensão arterial, hipotensão arterial e em casos extremos choques hipovolêmicos; hiper-reflexia ou hiporeflexia, tremores musculares, contrações musculares involuntárias e, em casos extremos, convulsões clônicas ou tônicas; descoordenação motora e descontrole dos esfíncteres;tonturas, sonolência, torpor e, em casos extremos, coma; alterações nos diâmetros das pupilas provocando miose, midríase ou anisocoria; rubor, secura da pele ou transpiração excessiva; sialorréia ou redução da secreção de saliva.

No caso de superdosagens, o óbito pode ocorrer, como conseqüência do aprofundamento do coma, do choque tripovolêmico ou por insuficiência cardiorrespiratória intensa, em conseqüência do comprometimento dos centros bulbares.


2) Perceptivos, como alterações na percepção visual, auditiva ou olfativa; visão borrada ou dupla; aumento do limiar de percepção das sensações dolorosas; sensações intensificadas de frio ou de calor; sensação de leveza ou de aumento do peso; sensação de fadiga, sonolência e apatia, podendo, em casos extremos, caracterizar-se o estado catatônico.


3) Psíquicos, como confusão mental, embotamento do raciocínio e alterações na percepção do tempo e da própria imagem corporal; alucinações visuais, auditivas e olfativas; fobias ou medos inexplicáveis, pânico infundado, angústia, delírio de perseguição e comportamento compulsivo; fala pastosa, verborréia ou loquacidade, discurso inquereste e gagueira ou dislalia; incremento da tensão emocional, hiperatividade e comportamento agressivo; desinibição, perda do sentido de ética e de autocrítica e liberação de comportamentos sociopáticos Conclusivamente, as intoxicações exógenas provocadas por drogas de abuso ou ilícitas, além de encurtarem substancialmente a expectativa de vida dos dependentes de droga, contribuem para reduzir o nível de segurança coletiva relacionados com desastres e, em especial, com os acidentes de trânsito.


Direção Imprudente e Negligente

A direção imprudente e negligente é conseqüência de uma baixa cultura relacionada com o trânsito, de um baixo senso de percepção de riscos e de um relativo desconhecimento dos riscos inerentes ao trânsito e sobre as melhores maneiras de evitá-los.


Como conseqüência desta somação de efeitos, os motoristas tendem a dirigir de forma imprudente e negligente e com pouca perícia. Por todos estes motivos, um grande número de motoristas:

-  dirige em velocidade excessiva;

-  faz ultrapassagens perigosas;

-  não utiliza corretamente os cintos de segurança de três pontos;

-  permite que crianças pequenas viagem nos bancos dianteiros ou sem a devida proteção;

-  trafega nos acostamentos;

-  ultrapassa pela direita, em vias de duas mãos;

-  não presta a devida atenção à sinalização das estradas;

-  dirige veículos danificados e pouco seguros;

-  penetra nos perímetros urbanos sem reduzir a velocidade dos veículos e comete outras imprudências ao dirigir.

Desta forma, o despreparo dos motoristas e o reduzido senso de percepção de riscos dos mesmos contribuem para incrementar as estatísticas de acidentes de trânsito.

A velocidade excessiva, além de atuar como importante causa direta de acidentes de trânsito, contribui para agravá-los e para aumentar os índices de mortalidade e mobilidade relacionados com os mesmos.


Problemas Psicológicos

O estresse, o cansaço físico e mental e outros problemas psicológicos contribuem para reduzir o nível de atenção, induzir comportamentos agressivos e competitivos, desestabilizar o condicionamento emocional dos motoristas e reduzir o nível de segurança na direção dos veículos automotores e, em conseqüência, contribuem para aumentar as estatísticas de acidentes de trânsito.

Os motoristas profissionais, que muitas vezes são obrigados a dirigir cansados, esgotados, irritados e estressados, provocam proporcionalmente um volume maior de acidentes de trânsito que os motoristas amadores.

Como muitos motoristas profissionais se habituaram a usar anfetaminas, para combater o sono e reduzir a percepção psicológica do cansaço, a freqüência de acidentes de trânsito, envolvendo motoristas profissionais, tende a aumentar, especialmente por ocasião das safras, quando torna-se urgente fazer o transporte de grãos até os portos ou plantas industriais onde serão processados.

É muito importante que os motoristas estejam plenamente conscientes de suas condições psicológicas ao se prepararem para dirigir seus veículos.

Pessoas sonolentas, cansadas, mal-humoradas, encolerizadas ou sob pressão psicológica tendem a dirigir desconcentrados, desatentos e de forma agressiva e contribuem para aumentar as estatísticas de sinistros.

Ao dirigir um veículo automotor, o motorista deve estar tranqüilo, atento, descansado, bem-humorado e condicionado para atuar corretamente em qualquer eventualidade.

Problemas Relacionados com Distúrbios Neurológicos e Sensoriais Os motoristas devem ser submetidos a exames médicos a intervalos regulares.

Estes exames devem ser suficientemente minuciosos para detectar quaisquer distúrbios neurológicos ou sensoriais que possam afetar a capacidade do motorista para dirigir em condições de segurança.

Alterações graves do sensório e em especial da visão devem ser corrigidas, sob pena de desqualificarem as pessoas como motoristas.
Pacientes com disritmia cerebral e sujeitos a crises convulsivas ou mesmo a ausências devem ser desqualificados como motoristas.


c) Estudo Sumário das Condições de Segurança dos Veículos Automotores Modernamente, os técnicos estabeleceram que os veículos automotores devem ser planejados e arquitetados, levando-se em consideração três enfoques de segurança:

-  Segurança dinâmica ou ativa, que prevê recursos com a finalidade de reduzir os riscos de acidente e a intensidade dos mesmos, assegurando o bom funcionamento dos veículos automotores. Dizem respeito à segurança ativar os sistemas de freagem e modernamente os sistemas de autotravamento de rodas nas freadas bruscas - freios ABS; faróis e luzes de sinalização bem calibrados; sistemas de suspensão confiáveis; espelhos retrovisores bem ajustados; pneus íntegros e bem calibrados; luzes de alerta e de sinalização, limpadores de párabrisas funcionando corretamente, da mesma forma que os sistemas de desembaçamento; triângulo de sinalização eextintor de incêndios.

-  Segurança intrínseca ou passiva, que prevê recursos com o objetivo de preservar ao máximo a segurança dos passageiros em circunstâncias de desastres. Dizem respeito à segurança passiva: os cintos de segurança de três pontos e os bancos ou berços construídos para prover a segurança das crianças pequenas e dos bebês; as barras laterais de segurança; os apoios de cabeça; o sistema de amortecimento dos choques, de acordo com o conceito de deformidade progressiva, os pára-choques construídos de acordo com o conceito de deformidade progressiva; os pára-brisas laminados; os chamados “air bag”, desde que construídos e calibrados, para as condições das estradas brasileiras.

-  Segurança preventiva, que tem por objetivo aumentar o nível de conforto e reduzir o desgaste físico e mental do motorista. Dizem respeito à segurança preventiva: a direção hidráulica, os acentos confortáveis e ajustáveis às características anatômicas dos usuários, as condições de visibilidade, que devem ser amplas e irrestritas, os sistemas de climatização, o baixo nível de ruídos na cabine e um numero razoável de função automatizadas que poupam esforços do motorista.


3. Ocorrência

Os acidentes de trânsito tendem a ocorrer com maior freqüência nos horários de trânsito intensificado, num sentido determinado (“horário de rush”).

De um modo geral, os horários de rush ocorrem de forma bastante típica nas grandes áreas urbanas e dependem das condições de escoamento da malha viária e dos chamados horários de pico.


Em função do fluxo de trabalhadores, são caracterizados horários de fluxo intensificado, em sentido:

-  centrípeto, nos horários em que as pessoas se dirigem para seus locais de trabalho;

-  centrífugo, nos horários em que as pessoas retornaram às suas residências.


Também ocorre o fluxo de trânsito intensificado nas ruas com escolas muito freqüentadas, nos horários de chegada e de saida de alunos.

Nos finais de semana caracterizam-se rushs em direção aos centros de lazer, cidades praianas, área de microclimas amenos e outras, e de retorno, por ocasião do término do fim de semana.


Os estratos populacionais mais vulneráveis aos acidentes de trânsito são constituídos pelos:

-  adultos jovens, que correspondem à faixa etária que se estende dos 21 (vinte e um) aos 35 (trinta e cinco) anos;

-  adolescentes, que correspondem à faixa etária que se estende dos 15 (quinze) aos 20 (vinte) anos.


Os acidentes ocorrem com muito mais freqüência nos estratos populacionais constituídos pelos dependentes de drogas e pelos que dirigem alcoolizados.

O consumo aumentado de bebidas alcoólicas e de drogas de abuso é o principal responsável pelo incremento dos acidentes de trânsito com vitimas que costumam ocorrer nas madrugadas de sexta-feira e de sábado.

Os motociclistas e os ciclistas constituem os grupos mais vulneráveis aos acidentes graves causadores de politraumatismos, traumatismos crânio-encefálicos (ICE) e traumatismos raquimedulares (TRM).

O stress, o cansaço físico e mental e o hábito de utilizar anfetaminas para combater o sono contribuem para incrementar a estatística de acidentes envolvendo motoristas profissionais.

Estudos de Engenharia de Trânsito facilitam a caracterização dos chamados “pontos negros”, que são os locais onde os acidentes de trânsito tendem a ocorrer com maior freqüência.

O estudo pormenorizado destes “pontos negros” permite que os engenheiros descubram os motivos destas ocorrências e tomem providências para minimizá-las.


Acidentes de trânsito costumam ocorrer com maior freqüência, em função das condições meteorológicas:

-  As chuvas iniciais, ao diluírem os óleos impregnados no asfalto, deixam as ruas mais escorregadias e incrementam as derrapagens.

-  As chuvas intensas e concentradas, associadas a dificuldades no escoamento, tendem a alagar numerosas ruas e a dificultar o fluxo de trânsito.

-  As chuvas intensas, os nevoeiros e as nevascas reduzem as condições de visibilidade e aumentam a incidência de desastres.

-  Vendavais muito intensos e ciclones bloqueiam o trânsito de veículos automotores. Em condições atmosféricas extremas os motoristas devem se abster de dirigir seus veículos.


4. Principais Efeitos Adversos

Os acidentes de trânsito urbano, da mesma forma que os desastres rodoviários, caracterizam-se como muito importantes desastres humanos por somação de efeitos parciais.


Estes imensos desastres por somação de efeitos parciais que assolam o Brasil, provocam anualmente aproximadamente:

-  40.000 óbitos, dos quais 27.000 ocorrem no próprio leito das estradas e 13.000 ocorrem nos hospitais, como conseqüência imediata das emergências médicocirúrgicas provocadas pelos acidentes.

-  323.000 feridos, dos quais aproximadamente 193.000 são considerados feridos graves e exigem internação em hospitais. Como conseqüência, o número de pessoas mutiladas ou com seqüelas graves e permanentes ultrapassam de 40.000.


Os aproximadamente 750.000 acidentes de trânsito geram prejuízos anuais superiores a 10 bilhões de dólares, correspondendo a aproximadamente 1,25% do Produto Interno Bruto do Brasil (1998).

Sem nenhuma dúvida, os acidentes de trânsito devem ser estudados por todas as Comissões Municipais de Defesa Civil, deste imenso País, com o objetivo de reduzi-los e de minimizar os danos humanos e materiais e os prejuízos econômicos e sociais provocados pelos mesmos.


5. Monitorização, Alerta e Alarme

O fluxo do trânsito é beneficiado pela monitorização das condições ambientais adversas e que podem influir no incremento do número de acidentes.

Evidentemente, a monitorização das condições ambientais e, em especial, das condições atmosféricas só surte efeitos benefícos quando difundida em tempo real. Por tais motivos, deve existir uma intensa interação da Defesa Civil, com os centros de estudos meteorológicos locais e com estações radiotransmissoras que difundem mensagens de utilidade pública. Os motoristas vêm sendo condicionados para ligar os rádios de seus veículos nestas estações.

Também é essencial que as próprias condições do trânsito sejam monitorizadas e que os dados coletados sejam utilizados para realimentar, em tempo real, os sistemas de controle de trânsito, para que os mesmos tenham condições de coordenar e articular respostas adequadas de seus órgãos efetores. Nestas condições, o papel das Emissoras de Rádio é de capital importância na difusão de mensagens que tenham por objetivo disciplinar o fluxo de trânsito.

Nas grandes cidades, algumas destas emissoras, no afã de prestar serviços de elevada qualidade a seus usuários, chegam a contratar helicópteros para facilitar o trabalho de seus repórteres.


6. Medidas Preventivas

a) Importância do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)

O novo Código de Trânsito do Brasil, após ser amplamente debatido no Congresso Brasileiro foi aprovado e a lei que o instituiu entrou em vigor a partir de 22 de janeiro de 1998.

Sem nenhuma dúvida, o Código de Trânsito Brasileiro é a mais importante medida não-estrutural, de âmbito nacional, desenvolvida com o objetivo de otimizar o processo de redução de acidentes de trânsito em todo o território do Brasil.

As penalidades previstas no CTB são severas e as multas são elevadas, em conseqüência, o Estado assumiu o direito de recorrer a atuações e penalidades, como instrumentos educacionais e coercitivos para garantir a regularização do trânsito.

O papel desempenhado pela Imprensa, na divulgação ampla e minuciosa do Código, foi altamente positivo. Até os dias atuais, nenhuma lei federal foi tão amplamente debatida e divulgada no Brasil. Como conseqüência, toda a sociedade brasileira foi motivada para conhecer, debater e acatar plenamente a nova legislação.

Hoje em dia, todos começam a aceitar que “garantir o fluxo de trânsito em condições seguras é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos os cidadãos”.


b) Importância da Educação e das Campanhas Educativas

Está previsto que a educação para o trânsito será universalizada e que será promovida a partir da pré-escola e continuará nos níveis de ensino de primeiro, segundo e terceiro graus. As campanhas educativas são de capital importância e devem ser reativadas todos os anos.


Os seguintes tópicos devem ser objetos permanentes de campanha:

-  obrigatoriedade do uso dos cintos de segurança de três pontos, para o motorista e para todos os passageiros;

-  proibição do uso de telefones celulares;

-  redução de bebidas alcoólicas por parte dos motoristas;

-  segurança dos pedestres;

-  segurança das crianças, nos veículos automotores e na condição de pedestres;

-  segurança de ciclistas e dos atletas que fazem treinamento de corridas em logradouros públicos;

-  uso obrigatório de equipamentos de segurança;

-  uso obrigatório de capacetes de segurança por motociclistas e por ciclistas;

-  respeito as faixas de pedestres;

-  limites de velocidade nos diferentes tipos de logradouros públicos;

-  obediência aos sinais de trânsito e aos semáforos.


c) Importância da Formação e Habilitação de Motoristas

As escolas de trânsito devem ser terceirizadas, competindo ao Estado a responsabilidade de regulamentar e fiscalizar as atividades de ensino desenvolvidas nestas escolas.

Os cursos devem ser reformulados. É indispensável que o Código de Trânsito seja debatido e aprendido por todos os candidatos a motoristas. Também é importante que um estágio de Primeiros Socorros, com um mínimo de 12 horas de duração, seja ministrado por instrutores devidamente capacitados.

Seria altamente vantajoso que a Associação Brasileira de Medicina de Trânsito recebesse delegação para fiscalizar e atestar sobre a qualidade dos cursos de primeiros socorros.

Também é importante que se obrigue os motoristas infratores, que foram punidos com suspensão da carteira de habilitação, a freqüentarem “cursos de reciclagem” bastante rígidos e exigentes, para serem reabilitados.

É desejável que um número cada vez maior de motoristas amadores e profissionais sejam incentivados a participarem de cursos de direção defensiva.

Também é desejável que todos os motoristas que provocam lesões corporais em acidentes de trânsito, independentemente de outras sanções, só sejam reabilitados após freqüentarem um curso de primeiros socorros com, no mínimo, quarenta horas de duração.


d) Importância da Informatização do Sistema

Estão em fase final de implantação três grandes sistemas informatizados, interligando o Departamento Nacional de Trânsito, o Conselho Nacional de Trânsito e os Departamentos Estaduais de Trânsito:

-  O Registro Nacional de Veículos Automotores — RENAVAM

-  O Registro Nacional de Carteiras de Habilitação — RENACH

-  A Rede Nacional dos Departamentos de Trânsito — REDETRAN


Evidentement,e a informatização do Sistema Nacional de Trânsito é altamente positiva e contribui poderosamente para assegurar a transparência absoluta das informações.


A REDETRAN, por exemplo, é acessada pela INTERNET (- - - .abdetran.com.br) tem os seguintes serviços disponíveis:

-  Correio Eletrônico, canal destinado ás ligações diretas entre os usuários e os DETRAN;

-  Legislação, permite consultas sobre o Código Brasileiro de Trânsito, resoluções do CONTRAN, portarias do DENATRAN e Convenção de Viena;

-  Taxas e Serviços;

-  Licitações, inclusive editais;

-  Estatísticas do Sistema Nacional de Estatísticas de Trânsito, Distribuição da frota de veículos automotores e outra informações;


-  Relação de Endereços dos Órgãos que compõem o Sistema;

-  Calendários de Licenciamento;

-  Materiais disponíveis para a Imprensa, inclusive press-releases;

-  Home pages estaduais.

A unificação dos cadastros de veículos automotores e das carteiras de habilitação é um imenso passo que se dá para que se assuma o controle efetivo de toda a frota nacional e de todos os motoristas habilitados.


e) Importância dos Meios Eletrônicos de Monitorização do Trânsito

Como, apesar de todo o esforço, aproximadamente 25% dos motoristas continuam a infringir (transgredir) as leis de trânsito, é indispensável que os meios eletrônicos sejam cada vez mais utilizados para documentar infrações.

Em Brasília a implantação de “barreiras eletrônicas” e de “foto sensores”, popularmente conhecidos como “pardais”, reduziu a velocidade média dos veículos, que era de 85 km/h para 60km/h. 

Em conseqüência, o índice de acidentes caiu 44% e o de mortalidade, em conseqüência de acidentes, caiu 5%.

É evidente que os meios eletrônicos são extremamente importantes, para disciplinar o trânsito, e devem ser progressivamente adensados.


f) Importância da Educação e das Campanhas Educativas


É imperativo que se recorde que:

Lei que não estabelece sansões para o descumprimento das normas estabelecidas e que não se apóia num poder de polícia, para coagir as pessoas a cumpri-la, não é realmente uma lei. É um conselho que, na maioria das vezes, não é aceito e cumprido pela população.

Daí a importância das penalizações e do exercício do poder de polícia para punir e multar os infratores e coagir as pessoas a cumprir o que foi estabelecido no Código de Trânsito Brasileiro.


O Código de Trânsito Brasileiro considera crime:

-  Praticar homicídio culposo (não intencional), na direção de veículo automotor;

-  Praticar lesão corporal culposa (não intencional), na direção de veículo automotor;

-  Deixar o condutor do veículo, por ocasião do acidente, de prestar socorro imediato à vítima ou, em caso de não poder fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio de autoridade pública;

-  Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir á responsabilidade penal ou civil, que lhe possa ser atribuída;

-  Conduzir veículo automotor na via pública, sob influência de álcool ou de drogas abusivas de efeitos potencialmente tóxicos, expondo outrem a danos potenciais;

-  Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição não autorizada, que possa resultar em dano potencial à incolumidade pública ou privada;

-  Trafegar em velocidade incompatível com a segurança, nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando riscos de danos;

-  Alterar artificialmente, em caso de acidente automobilístico com vítima, o estado do cenário, das coisas ou das pessoas, com o objetivo de induzir a erro o agente policial, o perito ou o juiz;

-  Violar a suspensão de habilitação ou a proibição de obter permissão ou a habitação, para dirigir veículo automotor, imposta com fundamento no código de trânsito;

-  Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com a habilitação cassada ou com direito de dirigir suspenso, ou ainda a quem, por seu estado de saúde física ou mental, ou de embriaguez não esteja em condições de conduzi-lo com segurança;

As infrações são classificadas como: gravissimas, graves, médias e leves e as multas variam entre 864,99 e 48,05 reais.


A. L. C. Castro discorda da suavidade excessiva de algumas infrações, como transportar pessoas (especialmente criança) a esquerda do motorista ou entre seus braços ou pernas. Como na ocorrência de um desastre os riscos de que a criança seja esmagada pelo corpo do motorista, de encontro à direção, são muito elevados esta atitude deveria ser rotulada como crime e a pessoa deveria pagar multa superior a 2.400, 00 reais.


g) Importância da Supervisão das Condições de Segurança dos VeícuIos

A garantia da segurança do trânsito é dever dos Modernos Estados de Direito e direito e responsabilidade da cidadania.

Cada cidadão é responsável pela segurança, conservação e manutenção de seu veículo automotor, competindo ao Estado a fiscalização destas atividades.

É necessário que a supervisão do Estado não ocorra apenas por ocasião do licenciamento, mas que se estabeleça o hábito de fiscalizar as condições de segurança dos veículos, em todas as ocorrências e, em caráter aleatório, todas as vezes em que se intensificar a fiscalização nas estradas.


O Código de Trânsito Brasileiro prevê multas e sanções para as seguintes infrações relacionadas com o estado dos veículos:

-  Transitar com veículo que danifique a via de transporte.

-  Transitar com farol desregulado.

-  Conduzir o veículo com cor ou característica alterada; sem equipamento obrigatório, com descarga livre ou com silenciador do motor defeituoso; com equipamento ou acessório proibido; com vidros total ou parcialmente cobertos com películas, reflexivas ou não; em mau estado de conservação, comprometendo a segurança; sem acionar o limpador de pára-brisas sob chuvas; sem portar autorização para a condução de escolares.

-  Ter seu veículo imobilizado por falta de combustível.

-  Deixar de manter acesas as luzes de estacionamento (lanternas), à noite, quando o veículo estiver parado para embarque/desembarque, carga ou descarga.


Sob a influência do novo Código de Trânsito diminuiu a circulação de carros velhos, mal conservados e inseguros. É muito importante que as inspeções sejam intensificadas, tanto nas cidades como nas estradas e que todo o policial rodoviário e militar seja habilitado pra verificar as condições de segurança de veículos.

O Governo Federal pode e deve promover um programa de incentivo à troca e sucateamento de veículos automotores velhos e inseguros, com o apoio da indústria de veículos automotores.

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