...AVISO AOS SEGUIDORES E VISITANTES DO MEU BLOGGER, AQUI NÃO HÁ RESTRIÇÃO ALGUMA NO QUE DIZ SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS IMAGENS OU POSTAGENS, SENDO DE LIVRE USO PARA CONCLUSÃO DE TESES, TCC, SALA DE AULA, PALESTRAS E OUTROS. Abração do Bombeiroswaldo...

28 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS - VOLUME II - TÍTULO III DESASTRES RELACIONADOS COM A DEPREDAÇÃO DO SOLO POR ACUMULAÇÃO DE REJEITOS DA MINERAÇÃO


TÍTULO III

DESASTRES RELACIONADOS COM A DEPREDAÇÃO DO SOLO POR ACUMULAÇÃO DE REJEITOS DA MINERAÇÃO

CODAR HS.ERM/CODAR 22.103


1. Caracterização

As atividades de mineração são absolutamente indispensáveis para garantir o desenvolvimento econômico dos países e da humanidade, em geral.

No entanto, é desejável que estas atividades se desenvolvam com um mínimo de agressão ao meio ambiente e que um especial cuidado seja dado aos rejeitos resultantes da atividade mineradora.


De um modo geral, as atividades de mineração podem ser desenvolvidas:

-  a céu aberto

-  mediante a abertura de túneis e galerias


Normalmente, a mineração a céu aberto é a que apresenta um maior potencial de degradação ambiental. Nestes casos, para se poder explorar os horizontes mineralizadores é necessário:

-  retirar toda a cobertura vegetal

-  remover o solo e as demais camadas sobrejacentes

Evidentemente, estas atividades e a exploração do horizonte mineralizado provocam o desmonte e a total degradação da área de mineração.

Como os minerais não se apresentam em estado puro na natureza, o tratamento do material mineralizado provoca uma imensa quantidade de rejeitos que, se não forem convenientemente manipulados e corretamente destinados, contribuirão para depredar o ambiente.

No caso dos corpos minerais, que tendem a se acumular nos aluviões e conluviões fluviais, como os minérios auríferos, a exploração não planejada provoca maiores danos à natureza, inclusive mudanças nos sistemas de drenagem natural.

Em muitos casos, o tratamento do material mineralizado, com produtos potencialmente tóxicos, como o mercúrio e outros minerais pesados, contribui para aumentar o potencial poluidor dos rejeitos da mineração.

Por todos estes motivos, as atividades de mineração devem ser cuidadosamente planejadas, para causarem um mínimo de danos à natureza. Evidentemente as atividades de garimpagem apresentam um potencial de danos muito mais eIevado do que as atividades de mineração empresarial e, por ocorrerem de forma muito dispersa, são muito mais difíceis de serem fiscalizadas.


2. Causas

As atividades de mineração são fontes potenciais de promoção de desequilíbrios ambientais e devem ser muito bem estudadas para se conseguir minimizar os danos ecológicos decorrentes do incremento destas atividades, sem uma preocupação com a preservação dos ecossistemas.


No caso especifico das atividades de mineração, há que promover com veemência a importância de que o desenvolvimento seja sustentável e responsável. É muito importante recordar que Desenvolvimento Sustentável e Responsável é:

-  aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades.

-  o uso e a gestão responsável dos recursos naturais, de modo a propiciar maior benefício às gerações atuais, mantendo suas potencialidades para atender às necessidades e aspirações das gerações futuras, pelo maior espaço de tempo possível.

Em muitos casos, as atividades de mineração podem ser causas de geração de núcleos de desertificação. Um triste exemplo de geração de núcleos de desertificação relacionados com atividades de mineração ocorre na área pernambucana da Chapada do Araripe, onde a vegetação da caatinga vem sendo sistematicamente queimada para refinar a gipsita e reduzir os custos dos fretes.

Da mesma forma, a vegetação do Cerrado de Minas Gerais vem sendo sistematicamente destruída, para produzir carvão vegetal utilizado na produção do Gusa.

Algumas minerações, como as de xisto betuminoso e de carvão, que ocorrem nos Estados do Sul do Brasil, destacam-se pela produção de grandes volumes de rejeitos da mineração, altamente poluentes do meio ambiente.

Genericamente, a maior causa responsável pela ocorrência deste padrão de desastre é a pouca preocupação relacionada com o assunto e a deficiente motivação da sociedade para exercer seus direitos de cidadania, com relação à preservação do meio ambiente.

Por tal motivo, é necessário que se conquiste o apoio da sociedade para as medidas que objetivem minimizar a intensidade destes desastres, por intermédio de campanhas educativas que busquem promover a mudança cultural, relacionada com o assunto.


3. Ocorrências

Desastres relacionados com a acumulação de rejeitos da mineração ocorrem em, praticamente, todos os países do mundo, que desenvolvem atividades mineradoras.


De um modo geral, pode-se afirmar que a importância relativa destes desastres é inversamente proporcional ao:

-  senso de percepção de riscos da população potencialmente vulnerável a estes desastres;

-  nível de risco considerado como aceitável pela sociedade;

-  grau de conscientização da classe empresarial, com relação a sua participação na minimização dos desastres humanos relacionados com ecossistemas urbanos e rurais e de natureza tecnológica.

O papel da imprensa e dos sistemas de educação são extremamente importantes, para formar uma massa crítica de opiniões, relacionada com a necessidade de se reduzir a intensidade, a freqüência e a importância destes desastres. Compete à imprensa, livre e independente, informar, educar e denunciar, contribuindo para promover uma importante mudança cultural da população, com relação a estes desastres.

Está comprovado que, nos países onde a liberdade de imprensa é cerceada e reprimida, estes e outros desastres relacionados com ações e omissões humanas ocorrem com muito maior freqüência.

Esta informação pode ser facilmente comprovada, quando se constata o lamentável estado de depredação do solo, que atinge os países do antigo bloco comunista que limitavam a liberdade da imprensa, impondo-lhe uma censura prévia, que limitou, quase que completamente, sua capacidade pra denunciar ações e omissões, que contribuam para provocar e intensificar desastres humanos.

Em numerosos países da Europa Central e da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o nível de degradação ambiental e de perda de solo agricultável, em conseqüência de um planejamento de desenvolvimento totalmente irresponsável, no que diz respeito à ecologia, ultrapassou de 40%.

No entanto, mesmo nos países democráticos do Ocidente, onde a imprensa é livre para informar, denunciar e educar, muitas empresas mineradoras teimam em desenvolver uma política imediatista de exploração, completamente desvinculada do chamado desenvolvimento sustentável e responsável.

Alguns conglomerados de empresas mineradoras são suficientemente fortes e poderosos, para pressionar congressistas, com o objetivo de abrandar a legislação que regulamenta a vigilância e o controle ambiental.

No Brasil, os maiores problemas relacionados com a mineracão ocorrem nas áreas de garimpo, onde esta atividade ocorre de forma totalmente descoordenada, desarticulada e caótica. Na realidade, não existe nenhuma atividade econômica tão anti-sistêmica e caótica como o garimpo.


Nas áreas de garimpo, a exploração caótica e desenfreada dos recursos minerais contribui para:

-  degradar o solo;

-  desestruturar os sistemas de drenagem natural e assorear os cursos de água;

-  contaminar e poluir o meio ambiente, com produtos altamente tóxicos, como o mercúrio e outros metais pesados;

-  desperdiçar, aproximadamente, 30% dos recursos minerais disponíveis.


Além disto a atividade de garimpo contribui para agravar numerosos desastres humanos, relacionados com convulsões sociais, com destaque para os seguintes:

-  especulação;

-  migrações. intensas e descontroladas;

-  incremento dos índices de criminalidade geral e de assaltos;

-  venda de segurança e matadores a soldo;

-  banditismos, crime organizado e contrabando;

-  tráfico de drogas intenso e generalizado;

-  prostituição.


Nestas áreas de garimpo o valor da vida humana é extremamente baixo e, em conseqüência, há uma intensificação da violência, da prostituição, do alcoolismo e da transmissão de numerosas doenças evitáveis, com destaque para a malária e para as doenças sexualmente transmissíveis.

As áreas de mineração de xistos betuminosos e de carvão, ao produzirem um grande volume de rejeitos poluentes, exijem um planejamento minucioso e detalhado, para reduzir os riscos de poluição e de depredação do solo.


A exploração de gipsita na Chapada da Borborema em Pernambuco e a produção de ferro gusa em pequenos auto-fornos, a partir de carvão vegetal, estão contribuindo para a depredação do solo e para a geração de núcleos de desertificação, em função:

-  dos rejeitos de mineração

-  e da destruição da vegetação de ecossistemas extremamente sensíveis como a caatinga e o cerrado


4. Principais Efeitos Adversos

O solo deve ser considerado como um patrimônio nacional de grande importância estratégica e, na condição de um bem finito, deve ser preservado, a qualquer custo, com o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentado e responsável de todos os países.

Dos 148.148.000 km2 de terras emersas existentes no globo terrestre, mais de 46.000.000 Km2 correspondem a áreas desérticas e em processo de desertificação. A cada ano, 50.000 km2 de solo são acrescentados às áreas desérticas já existentes. Caso o processo não seja contido, a humanidade perderá 5.000.000 km2 de terras agricultáveis no próximo século.

Como a espécie humana continua se expandindo, em proporção geométrica, é muito provável que a densidade média da população do globo corresponda a, aproximadamente, 180 habitantes por quilômetro quadrado de área aproveitável, nos próximos 50 anos.

Nestas condições, com o crescimento das áreas urbanas, das áreas de mineração e dos distritos industriais, a proporção de terras agricultáveis será reduzida de uma forma muito drástica.

Mesmo um país como o Brasil, com 8.547.403,5 km2 quadrados de superfície, deve se preocupar desde já com a preservação de seu solo.

De um modo geral, solos depreciados por rejeitos da mineração são de recuperação muito onerosa e extremamente difícil. Sem dúvida nenhuma, os gastos para recuperar uma área de garimpo são muito mais elevados do que o valor do minério extraído. É necessário que a preservação do solo do Brasil seja encarada como altamente prioritária.

Além do problema relacionado com a perda do solo agricultável, há que considerar também os prejuízos relacionados com a poluição das reservas hídricas e os relacionados com intoxicações exógenas provocadas por metais pesados e outros produtos tóxicos decorrentes das atividades de mineração.


5. Monitorização, Alerta e Alarme

Numerosas indústrias mineradoras caracterizam-se por possuírem um elevado potencial para poluir e contaminar o meio ambiente, para degradar ecossistemas e para deteriorar recursos naturais. Como os recursos naturais são finitos e os ecossistemas são patrimônios nacionais, é indispensável que o conceito de desenvolvimento responsável e sustentável seja difundido e imposto pelas sociedades desenvolvidas.


Os métodos de avaliação ambiental e de vigilância ambiental, ao permitirem uma melhor compreensão da realidade ambiental, facilitam o processo decisório com a finalidade de reduziras vulnerabilidades ambientais aos desastres:

-  relacionados com ecossistemas urbanos e rurais

-  tecnológicos com características focais


Avaliação Ambiental

A avaliação ambiental é uma metodologia de estudo desenvolvida com a finalidade de obter o conhecimento mais completo possível, sobre o estado atual e sobre as tendências evolutivas do meio ambiente submetido a diversos graus de degradação e de recuperação e dos ecossistemas intactos.

A avaliação ambiental é um processo integrado de investigação das condições ambientais atuais e de suas tendências evolutivas, por intermédio de técnicas de monitorização e de vigilância ambiental e de processamento de informações, facilitando a constante atualização e incorporação dos dados pesquisados, ao repertório básico de conhecimentos relacionados com o cenário estudado.


Avaliação do Impacto Ambiental

Este processo de investigação deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar experiente, durante a fase de planejamento que antecede a implantação de indústrias de mineração, plantas e distritos industriais, obras-de-arte de grande porte e novos métodos de processamento, numa determinada região, com a finalidade de estimar e avaliar possíveis impactos ambientais produzidos por estes empreendimentos.


Vigilância Ambiental

Compreende a observação sistematizada do meio ambiente e se caracteriza por ações de medição, registro, comparação e interpretação das variáveis ambientais, com propósitos definidos. A vigilância ambiental compreende o conjunto das seguintes atividades gerais:

-  medição sistemática das concentrações de agentes poluentes nocivos existentes nos diferentes compartimentos ambientais, como o solo, o ar, a água, o ambiente de trabalho, as habitações, os alimentos e outros produtos específicos;

-  observação e medição sistemática dos condicionantes
macroambientais dos sistemas estudados;

-  análise, comparação, avaliação, interpretação e descrição sistematizadas das medições dos poluentes ambientais e das inter-relações das concentrações dos mesmos, com as atividades antropogênicas e com os condicionantes macroambientais.


Alteração Ambiental

A alteração ambiental corresponde a qualquer alteração das prioridades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causadas por quaisquer formas de matéria ou de energia, resultantes de atividades humanas ou de fenômenos naturais.


Agente Nocivo

É todo agente que altera o meio ambiente e que pode representar um risco significativo para a saúde individual ou coletiva das pessoas e dos demais seres vivos, que repercute negativamente, mesmo que de forma indireta, sobre a incolumidade das pessoas e do patrimônio ambiental, econômico e cultural.


Despejos e Rejeitos

Correspondem à designação genérica de qualquer tipo de produto residual, restos ou lixos procedentes da mineração e de atividades industriais, agrícolas, comerciais e de áreas residenciais.

Compreendem produtos sólidos, líquidos, gasosos ou particulados, sem utilidade para o sistema que os produziram e que, sempre que for possível, devem ser neutralizados, reciclados e depositados em locais onde não representem riscos de alterar substancialmente as condições ambientais.


Produto Químico Resistente

É aquele que resiste aos processos naturais de depuração, como as reações oxidativas e outras atividades de biodegradação e que, por estes motivos, tendem a se acumular no meio ambiente, gerando graves prejuízos a longo prazo, para os ecossistemas e para a biosfera em geral. Alguns metais pesados, como o mercúrio, o arsênico e o chumbo e os pesticidas organoclorados são exemplos típicos de produtos químicos persistentes.

A monitorização ambiental, no caso de acumulação de rejeitos da mineração, depende de indicadores físicos, biológicos e sociais.


a) Estudo Sumário dos Indicadores Físicos

A involução de ecossistemas relacionados com a depredação do solo por despejos ou rejeitos da mineração pode ser monitorizada por indicadores físicos como:

-  grau de salinização, de alcalinização ou de acidificação do
solo e nível de condutividade elétrica do mesmo;

-  presença de crostas e de outros indícios de existência de sais leves ou pesados na superfície do solo;

- quantidade e qualidade da água disponível no solo e no ser controlada pela condutividade elétrica, ph, volume turbidez e concentração dos íons diluídos na mesma;

- pterofundidade do da água

-  a medida da importância relativa da cobertura vegetal na área estudada;

-  variações qualitativas das características da cobertura vegetal e do volume da biomassa;

-  alterações qualitativas e quantitativas da fauna local e, em especial, das espécies de animais — tipo, em função do nível de resistência dos mesmos às alterações do biótopo;

-  nível de sanidade dos seres vivos animais e vegetais que vivem no biótopo ameaçado.


c) Estudo Sumário dos Indicadores Sociais

Os processos involutivos relacionados com a depredação do solo podem ser minimizados por mudanças culturais que podem ser aferidas por intermédio do nível de:

-  preocupação das comunidades com a proteção ambiental;

-  conscientização dos agentes econômicos e da classe produtora em geral, relacionada com o chamado desenvolvimento responsável e sustentado;

-  importância política emprestada às atividades que tenham por objetivo reduzir estes desastres. A criação de uma massa crítica de opiniões,

relacionadas com o assunto, é automaticamente captada e incorporada pela classe política.


6. Medidas Preventivas

a) Corpo de Bota-Fora e Bacias de Contenção

Bota-Fora corresponde à área de deposição de resíduos sólidos, normalmente inertes, resultantes de processos produtivos industriais, atividades de mineração ou da construção civil. O depósito resultante é conhecido como corpo de bota-fora e deve ser planejado com grande antecipação, quando da implantação de um novo empreendimento.

Bacias de Contenção são construídas em áreas de depressão natural e, normalmente, são circundadas por diques, muito bem consolidados e cujas alturas devem ser calculadas para conter as cargas máximas previsíveis. As bacias de contenção são destinadas a conter efluentes líquidos e eventuais vazamentos de tanques e tubulações, enquanto se processa a depuração natural dos mesmos. Para reduzir os riscos de poluição ambiental, as bacias de contenção devem ser construídas em áreas distanciadas dos mananciais naturais e onde o lençol freático seja muito profundo.


b) Importância da Biodegradação

A biodegradação é, sem nenhuma dúvida, o mais importante processo de depuração natural e caracteriza-se pela decomposição de produtos potencialmente perigosos, no ambiente natural como conseqüência da ação interativa de sistemas biológicos integrados.

Os produtos biodegradáveis, ao contrário dos produtos químicos persistentes, não apresentam tendência para se acumular no meio ambiente, acima de limites aceitáveis.

Sempre que possível, os produtos biodegradáveis podem retornar ao meio ambiente, enquanto que os produtos químicos persistentes, como os metais pesados, devem ser reciclados e reaproveitados.


c) Importância da Reciclagem

Os métodos de reciclagem fundamentam-se no princípio enunciado por Lavisier, segundo o qual:

“Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma”.

A filosofia da reciclagem fundamenta-se na idéia de que aquilo que é um resíduo ou rejeito para uma determinada indústria de mineração, área habitacional ou indústria química, pode ser reciclado e reaproveitado pelo próprio empreendimento ou pode servir como matériaprima importante para um novo processo industrial.

A reciclagem, especialmente de metais pesados como o mercúrio, o chumbo e o arsênico, contribui para a preservação dos ecossistemas e dos recursos naturais.


d) Descontamínação Ambiental

As medidas preventivas de descontaminação ambiental devem ser estudadas e previstas, com grande antecipação, todas as vezes que se planeja a implantação de uma indústria de mineração ou de uma nova planta ou distrito industrial, que utilizem processos industriais potencialmente perigosos para o meio ambiente.

A descontaminação ambiental é conceituada como uma metodologia que tem por finalidade: absorver, remover, neutralizar, tornar inofensivo ou destruir agentes potencialmente nocivos para seres humanos e para o meio ambiente.

Em princípio, o processo de descontaminação deve se harmonizar com os processos naturais de depuração ambiental e deve ser inofensivo, para os ecossistemas. Os agentes nocivos podem ser químicos, físicos, biológicos ou radiológicos.

É evidente que estes métodos de limpeza, remoção, neutralização e destruição de produtos perigosos, devem causar o mínimo de prejuízos ao meio ambiente e aos seres vivos que integram a biota.


e) Recomposição do Solo das Minerações a Céu Aberto

A maior área de mineração a céu aberto do Brasil ocorre no Município de Butiá (RS), localizado a, aproximadamente, 80 km de Porto Alegre.

A mina de Butiá mobiliza 1 milhão de metros cúbicos de terra por mês e produz 2,4 milhões de toneladas de carvão bruto por ano.

As experiências de recuperação de solo, realizadas por esta indústria de mineração, são muito importantes e merecem ser divulgadas.


De acordo com a doutrina estabelecida, todas as vezes que se vai abrir uma nova área de mineração:

-  O modelado do terreno é cuidadosamente estudado, cartografado e arquivado.

-  As sementes e mudas de árvores locais são recolhidas e multiplicadas em viveiros, juntamente com outras essências florestais naturalizadas e de reconhecido valor econômico.

-  Cada horizonte do solo raspado separadamente é armazenado em corpos de bota-fora selecionados para tanto.

-  Os rejeitos da mineração também são armazenados em corpos de botafora seguros e bem planejados para evitar o transporte dos rejeitos, como conseqüência da erosão.

Concluindo o aproveitamento, o material armazenado nos corpos de bota-fora retorna à área escavada, mantendo a harmonia com os horizontes de solo primitivo e o modelado é refeito, de acordo com a forma primitiva do terreno.

A última camada é composta pela camada humificada primitiva.


No prosseguimento, o solo é corrigido e adubado e, em seguida, replantado, buscando-se, na medida do possível, recompor a paisagem primitiva. O engenheiro Sérgio Luís - elmer é o responsável pelo projeto de reconstituição e conta com o apoio técnico do engenheiro agrônomo Alexandre Bugim, e mais recentemente, da biólogaCrista Knaper.

Graças ao apoio da professora Crista Knaper, da Universidade do Vale dos Sinos (RS) ?, o solo vem sendo humificado mediante técnicas de vermicompostagem e os resultados, medidos em termos de produtividade, são altamente promissores.

O exemplo foi apresentado para demonstrar que é possível assegurar o desenvolvimento sustentado e responsável, em áreas de mineração, se houver determinação política para tanto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário