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– Soterramento de Localidades Litorâneas por Dunas de Areia
CODAR: NI.GSD/CODAR:
13.310
Caracterização
Resulta da ação combinada
das águas oceânicas que atuam sobre as bordas oceânicas de forma conservativa e
das correntes aéreas.
Da mesma forma que o mar
atua como agente de erosão, atua, também, como agente de acumulação de
sedimentos marinhos, dando origem a praias, restingas, tômbulos, recifes e dunas.
A depositação de
sedimentos pelo oceano forma costas de acumulação.
As praias são formadas
pelo depósito de areias, especialmente grãos de quartzo, transportadas pelos
oceanos.
As restingas são faixas de
areias, depositadas em sentido paralelo ao litoral, pelas correntes marinhas,
nas entradas de bacias e de enseadas. Normalmente, se apóiam em saliências das
linhas litorâneas, como cabos e pontas. Dentre as restingas brasileiras,
destacam-se as de Saquarema, Samambaia e Sepetiba, no litoral do Rio de
Janeiro.
Quando o cordão arenoso se
prolonga, pode dar origem a lagoas costeiras, como as lagoas dos Patos, Mirim e
Mangueira, no Rio Grande do Sul, da Conceição, em Santa Catarina e no litoral
do Rio de Janeiro, Alagoas, Pará e Amapá.
Tômbulos são cordões
arenosos ou pedregosos que ligam ilhas ao continente, como a ilha do Porchat,
no litoral de São Paulo.
Os recites de arenito
resultam da consolidação de antigas praias ou cordões litorâneos por
concentração dos cristais de quartzo. No Brasil, recifes “em barreira”
desenvolvem-se a pouca distância da costa, formando obstáculos encobertos pela
maré alta, principalmente no litoral oriental do Nordeste, como em Mamanguape,
baia da Traição e cabo de Santo Agostinho.
Dunas são elevações de
areia modeladas pelo vento e que podem se movimentar em função da atividade das
correntes áreas. De forma triangular, apresentam declividade suave á montante e
íngreme á jusante, em conseqüência da movimentação dos sedimentos provocados
pelo vento, que abrandam a encosta de montante e deslizam abruptamente na
encosta de jusante.
Quando a ação das
correntes aéreas é intensa e continua, pode soterrar localidades litorâneas.
Causas
O
processo de acumulação das dunas de areia nas áreas litorâneas ocorrem em
função da(s):
- características
geológicas do relevo litorâne
o;
- características
topográficas e grau de declividade da faixa de contato entre o mar e- a-região
-litorânea, entre o limite das águas pouco profundas e os primeiros obstáculos
da borda continental;
- intensidade e sentido
das correntes marinhas locais;
- maior ou menor
proximidade da foz dos rios ricos em sedimentos;
- quantidade do material
sedimentar em suspensão e de correntes marinhas que movimentam o material, ao
longo das costas;
- presença de costas
deprimidas e de terras baixas, que facilitam a depositação das areias;
- intensidade das ondas e
altura das marés.
Os
processos de movimentação das dunas de areia dependem da(s):
- topografia de faixa
litorânea:
- intensidade, duração e
sentido dos ventos dominantes;
- densidade das areias
depositadas pelo mar;
- ações antrópicas
relacionadas com a constituição da vegetação litorânea.
Ocorrência
No Brasil, a mais
importante região de dunas costeiras ocorre no litoral setentrional correspondente
ao Maranhão, denominada de lençóis maranhenses. Ocorrem, também, dunas nos
litorais dos Estados do Rio de Janeiro, nas proximidades de Cabo Frio, e de
Santa Catarina.
Os processos de
soterramento de localidades, pela movimentação das dunas, são muito pouco
importantes.
Monitorização,
Alerta e Alarme
O acompanhamento do
movimento das dunas, o conhecimento do regime dos ventos dominantes na área
afetada e o estudo da cobertura vegetal, permitem uma razoável antecipação
sobre a evolução do problema.
Medidas
Preventivas
Em principio, as
localidades não devem ser construídas em áreas sujeitas a ação das dunas. As
medidas preventivas têm por objetivo reduzir o arraste superficial, ou seja, o
movimento das partículas de areia não fixa, ao longo da superfície do solo, por
rolamento.
As melhores medidas
preventivas relacionam-se com a conservação e com a restauração da vegetação,
por intermédio de plantas fixadoras do solo, como gramíneas e. plantas de
estolho, ricas em resíduos, que mantêm uma cobertura de proteção do solo.
Também, a construção de
quebra.ventos, barreiras de arbustos e de árvores, plantados em direção
perpendicular a dos ventos dominantes, e que têm por objetivo reduzir a
velocidade do vento nas camadas próximas do solo e diminuir o transporte eólico
do mesmo.
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