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Escorregamento ou deslizamento
CODAR: NI.GDZ/ CODAR:
13.301
Caracterização
Fenômenos provocados pelo
escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou
material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados de
encostas, pendentes ou escarpas.
Caracterizam-se por
movimentos gravitacionais de massa que ocorrem de forma rápida e cuja
superfície de ruptura é nitidamente definida por limites laterais e profundos,
bem caracterizados.
Em função da existência de
planos de fraqueza nos horizontes movimentados, os quais condicionam a formação
das superfícies de ruptura, a geometria desses movimentos é definida, assumindo
a forma de cunhas, planares ou circulares.
Os
escorregamentos podem ocorrer:
- isoladamente, no tempo e
no espaço, característica dos escorregamentos esparsos;
- simultaneamente com
outros movimentos gravitacionais, característica dos escorregamentos
generalizados
Causas
A ocupação caótica das
encostas urbanas é a principal causa dos escorregamentos, causadores de
importantes danos humanos, inclusive de mortes, além dos danos materiais e
ambientais, e dos graves prejuízos sociais e econômicos.
Embora em outros países os
escorregamentos possam ser provocados por outras causas, como abalos sísmicos
ou aquecimento do nevados por vulcões, no Brasil, esses movimentos
gravitacionais de massa relacionam-se com a infiltração de água e a embebição
do solo das encostas. Por esse motivo, no País, os escorregamentos são
nitidamente sazonais e guardam efetiva relação com os períodos de chuvas intensas
e concentradas.
Os
principais fatores antrópicos de agravamento dos riscos de deslizamentos são:
- lançamento de águas
servidas;
- lançamentos concentrados
de águas pluviais;
- vazamento nas redes de
abastecimento d’água;
- infiltrações de águas de
fossas sanitárias;
- cortes realizados com
declividade e altura excessivas;
- execução inadequada de
aterros;
- deposição inadequada do
lixo;
- remoção descontrolada da
cobertura vegetal.
Os escorregamentos
preponderantemente influenciados por essas causas são denominados
escorregamentos induzidos e assumem características de desastres mistos.
Ocorrência
Os deslizamentos em
encostas e morros urbanos vêm ocorrendo com uma freqüência alarmante nestes
últimos anos, devido á expansão desordenada da ocupação de novas áreas de.risco
principalmente pela população mais carente.
Para
que ocorram escorregamentos, deve-se levar em conta três fatores:
- o tipo de solo, sua
constituição, granulométrica e nível de coesão;
- a declividade da
encosta, cujo grau define o ângulo de repouso, em função do peso das camadas,
da granulométrica e do padrão de coesão;
- a água de embebição, que
contribui para: aumentar o peso específico das camadas; reduzir o nível de
coesão e o atrito, responsáveis pela consistência do solo, e lubrificar as
superfícies de deslizamento.
Os escorregamentos em
áreas de encostas ocupadas costumam ocorrer em taludes de corte, aterros e
taludes naturais agravados por ações antrópicas. A ocorrência desses movimentos
depende basicamente da ação da gravidade e da configuração geométrica do
terreno e da textura e estrutura do solo e da ação da água.
Dentre os últimos
escorregamentos ocorridos no Brasil, com inúmeras vítimas fatais e grandes
prejuízos materiais, ressalta-se os ocorridos, notadamente no Rio de Janeiro,
nas encostas dos morros de Santa Teresa, Corcovado, Jardim Botânico, Cantagalo,
Gávea, Alto da Boa Vista e Serra das Araras; nas cidades serranas de
Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, quando da ocorrência de intensas e prolongadas
chuvas na região. Há que se registrar, também, os escorregamentos de Santos e
os deslizamentos de Lobato, nos arredores de Salvador, onde a abertura de
avenidas nos vales facilitou a ocupação de áreas vulneráveis.
A distribuição geográfica
de escorregamentos de encostas no Brasil vem afetando mais os Estado de Rio de
Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
No
período de janeiro de 1988 a março de 1992, ocorreram escorregamentos em alguns
municípios brasileiros, os quais ocasionaram um elevado número de mortos:
- Petrópolis -
fevereiro/88, 171 mortes;
- Rio de Janeiro -
fevereiro/88, mais de 30 mortes;
- Salvador - junho/89,
cerca de 100 mortes;
- Favela da Barraginha, em
Contagem MG, numa pequena área, registraram-se 36 mortes, 35 feridos e cerca de
200 barracos destruídos.
Monitorização,
Alerta e Alarme
O
estudo geológico e geotécnico das áreas consideradas permite a elaboração de
mapas da riscos. nos quais as áreas de risco são definidas segundo valores
crescentes da intensidade dos .mesmos, numa escala variável entre:
- 1 - risco desprezível;
- 2 - risco moderado;
- 3 - risco intenso;
- 4 - risco muito intenso;
- 5 - risco extremamente
intenso e iminente.
Os estudos de modelos
matemáticos relativos a séries históricas de deslizamentos permitem a definição
de índices pluviométricos críticos, que variam em função da área considerada,
sendo menores nos escorregamentos induzidos por ações antrópicas e maiores, nos
escorregamentos generalizados.
A medida local de níveis
de embebição do terreno pela água permite antecipar os nossos de desastres
iminentes.
O aparecimento de fendas e
depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclinação de troncos
de árvores, de postes e de cercas e o surgimento de minas d’água indicam a
iminência de deslizamentos.
A utilização de radares
meteorológicos permite uma razoável antecipação sobre a quantidade de chuva que
poderá cair numa região determinada.
Medidas
Preventivas
As encostas ocupadas
caoticamente podem ter suas condições de segurança melhoradas, mediante amplo
programa de ações interativas, entre o governo e a comunidade local. Toda a
comunidade deve ter um amplo entendimento do problema, e as medidas corretivas
devem ser definidas por consenso.
As
atividades preventivas de caráter permanente podem ser subdivididas em:
- obras de
infra-estrutura;
- medidas não-estruturais;
- medidas estruturais de
estabilização de encostas.
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- Obras de Infra-Estrutura
Compete
ao poder público a implantação de obras e serviços de infra-estrutura,
relacionados com:
- esgotamento de águas
servidas;
- sistema de drenagem das
águas pluviais;
- rede de abastecimento
d’água;
- rede de esgotos
sanitários;
- serviço de coleta do
lixo urbano.
Controle
das Águas Servidas
A inexistência de sistemas
de esgotos adequados nos adensamentos populacionais em. áreas de encostas
provoca o lançamento de águas servidas na superfície do terreno, permitindo a
infiltração contínua da mesma, facilitando o atingimento de níveis de
saturação, que facilitam as rupturas de cortes e.aterros.
Nos períodos de chuva, a
somação de efeitos torna o problema mais crítico.
A solução lógica é a
implantação de uma rede de esgotos, separada da rede de drenagem de águas
pluviais, para permitir a coleta e a condução das águas servidas.
Controle
das Águas Pluviais
A inexistência de sistemas
adequados de drenagem de águas pluviais facilita a infiltração, diminuindo a
resistência do solo e provocando a ruptura de cortes e aterros, o que pode ser
intensificado nos períodos de chuvas intensas e prolongadas.
Para a solução lógica do
problema são necessários: a implantação de sistemas de águas pluviais adequados
às descargas máximas estimadas e o revestimento e proteção da superfície do
solo em áreas com tendência ao surgimento de fendas.
Controle
da Rede de Abastecimento d’Água
O rompimento de tubulações
na rede de abastecimento d’água provoca a saturação do solo, aumenta sua
instabilidade e facilita os deslizamentos. O problema se agrava quando os
moradores improvisam redes clandestinas d’água, com mangueiras e canos
inadequados.
A solução lógica do
problema depende da implantação e da manutenção adequada da rede de
abastecimento d’água e da educação da comunidade sobre os riscos provocados por
redes clandestina e improvisadas.
Redução
de fossas Sanitárias
A infiltração de água das
fossas sanitárias provoca a gradual saturação do solo das encostas e facilita
os escorregamentos.
A saturação é diretamente
proporcional ao número de fossas e á permeabilidade do solo. A situação
torna-se crítica com o adensamento dessas estruturas em áreas sensíveis.
A solução lógica do
problema é a construção da rede de esgotos sanitários.
Controle
da Declividade e da Altura dos Cortes
A execução indiscriminada
de cortes com a finalidade de construir estradas ou residências, principalmente
com inclinações e alturas excessivas e incompatíveis com a resistência
intrínseca do solo, facilita os escorregamentos.
A verticalização dos
taludes, ao alterar o ângulo de repouso, facilita a eclosão de desastres.
Cortes que atinjam horizontes descontínuos, muito alterados e com muitas
fraturas, podem incrementar riscos de deslizamentos.
A solução lógica é de
natureza preventiva, através da educação comunitária e da elaboração de normas
rígidas de urbanização. Quando o mal está feito, é necessário abrandar a
declividade, através do retaludamento, ou através de onerosas obras de
contenção de encostas.
Controle
de Aterros
Aterros executados sem uma
limpeza prévia do terreno, com material de empréstimo inadequado e sem
compactação suficiente, criam condições favoráveis á infiltração de água e á
erosão.
O problema é agravado
quando sua configuração contraria as linhas de drenagem naturais ou,. pior
ainda, quando o aterro é lançado sobre surgências d’água.
Para a solução lógica são
necessárias: a drenagem do terreno, a correção das fundações e a compactação do
aterro seguida da proteção de sua superfície, com vegetação.
Controle
do Lixo
A disposição inadequada do
lixo, que normalmente é lançado nas linhas de drenagem naturais, concorre para
aumentar os riscos de escorregamento; já que o lixo é fofo, tem
alta-porosidade, facilitando sua embebição, com o aumento de seu peso.
Iniciada de
escorregamento, o mesmo tende a estender-se para as camadas superficiais do
solo
Além disso, o lixo e os
esgotos a céu aberto são preocupantes, por motivos de saúde pública.
A solução lógica é a
definição de locais adequados para a colocação do lixo, bem como a coleta do
mesmo por serviço de limpeza urbana.
Controle
da Cobertura Vegetal
O desmatamento das cristas
das elevações e das encostas íngremes permite o impacto direto das gotas de
chuva no terreno, facilitando a erosão e a infiltração de água e diminuindo-a
coesão. do sola
A coesão também é reduzida
pelo desaparecimento da trama de raízes pivotantes superficiais.
A substituição da
vegetação nativa por bananeiras agrava a instabilidade dos taludes, por
facilitar a embebição do solo.
A solução lógica é refazer
a cobertura vegetal e desenvolver barreiras vegetais, para facilitar a
contenção de massas escorregadas. As bananeiras devem ser removidas dos
taludes~ingremss7
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- Medidas Não-Estruturais
As
medidas não-estruturais mais importantes são:
- ações objetivando o
desenvolvimento de um clima de confiança e de entendimento entre os órgãos
governamentais, envolvidos na solução do problema, e a comunidade local,
permitindo o estudo conjunto e a definição das soluções mais adequadas;
- mapeamento das áreas de
risco, microzoneamento e criteriosa definição de áreas non aedul7candi e
aedificandi com restrições e aedificandi de acordo com normas estabelecidas;
- desenvolvimento de
diretrizes, objetivando a gradual reordenação urbanística das.encosta ocupadas
deforma caótica;
- medidas objetivando a
gradual reordenação do sistema viário que, na medida do possível, deve ser
desenhado e desenvolvido em sentido paralelo ao das curvas de nível,
- formulação de critérios
para a definição de projetos habitacionais seguros e de baixo custo, adaptados
ás condições topográficas e pedológicas das encostas;
- formulação de critérios
para a gradual correção de erros cometidos na fase caótica da ocupação,
permitindo que a maior dimensão dos lotes seja paralela ao das curvas de nível.
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- Medidas Estruturais de Encostas
Os tipos de obras
objetivando a estabilização de encostas estão em constante evolução, em função
do surgimento de novas técnicas e do aprofundamento dos conhecimentos sobre os
mecanismos de estabilização.
De
um modo geral, as obras de estabilização de encostas são subdivididas em:
- obras sem estrutura de
contenção;
- obras com estruturas de
contenção;
- obras de proteção contra
massas escorregadas.
Obras
sem Estrutura de Contenção
Essas
obras compreendem as de:
- retaludamento;
- drenagem superficial;
- drenagem subterrânea;
- drenagem de estruturas
de contenção;
- proteção superficial,
com materiais naturais;
- proteção superficial,
com materiais artificiais.
Obras
de Retaludamento
São
obras de estabilização caracterizadas pela alteração da geometria dos taludes,
por intermédio de:
- cortes nas porções
superioras das encostas, com o objetivo de melhorar o ângulo de repouso e
aliviar a carga atuante;
- aterros compactados nas
bases dos taludes, com o objetivo de atuar como carga estabilizadora do trecho
inferior da encosta.
Os projetos dessas obras devem ser
desenvolvidos por profissionais devidamente capacitados.
Cortes correspondem a
escavações, com equipamento mecânico apropriado, dos materiais que constituem o
terreno natural, de acordo com especificações do projeto. Os projetos prevêem
plataformas (ou bermas) intermediárias, obras de drenagem e cobertura
superficial.
Aterros compactados são
desenvolvidos pelo espalhamento de solo, com características adequadas, em
local previamente preparado, de acordo com as especificações do projeto,
seguido de umedecimento e compactação mecânica das camadas. Os projetos de
aterros compactados também prevêem obras de drenagem e cobertura superficial.
Essas obras são
desenvolvidas com a finalidade de conduzir adequadamente as águas superficiais,
evitar os fenômenos erosivos e os escorregamentos e reduzir os esforços a serem
suportados pelas estruturas, em consequência do empuxo hidrostático.
Obras
de Drenagem Superficial
Dentre
as obras de drenagem superficial, destacam-se:
- as caneletas revestidas
com material impermeabilizante e moldadas “in loco” ou pré-moldadas;
- as guias de sarjeta;
- os tubos de concreto,
bocas de lobo e galerias.
Essas
obras são complementadas com:
- escadas de água de
concreto armado;
- caixas de dissipação,
para reduzir a velocidade de escoamento da água;
- caixas de transição.
Obras
de Drenagem Profunda
Essas
obras são desenvolvidas com a finalidade de coletar e escoar a água
subterrânea, com o objetivo de:
- rebaixar o nível do
lençol freático;
- evitar a saturação das
bases do talude pela água.
Dentre
as obras de drenagem profunda, destacam-se:
- as trincheiras
drenantes, que são valas preenchidas com material drenante adequado, com um
tubo dreno instalado na base, construídas com a finalidade de interceptar e
escoar a água subterrânea;
- os drenos horizontais
profundos - DHP, mediante a instalação de tubos plásticos, com a extremidade
interna vedada e numerosos furos laterais (tubos-drenos), em furos de sondagem
abertos próximos das bases dos aterros, com ligeira inclinação, em relação ao
plano horizontal.
Drenagem
das Estruturas de Contenção
A drenagem das estruturas
de contenção é realizada mediante a instalação de barbacãs, tubos-drenos curtos
(no máximo 15m), em sentido horizontal, nas estruturas de contenção.
Essa drenagem tem por
finalidade captar as águas subterrâneas dos maciços de montante; rebaixar-o
lençol freático e diminuir o empuxo hidrostático sobre as estruturas.
Proteção
Superficial com Materiais Naturais
A proteção superficial com
materiais naturais é mais econômica e cumpre, com eficiência, sua função de
reduzir os fenômenos erosivos e a infiltração da água, através da superfície exposta
dos taludes.
Dentre
as obras de proteção superficial com materiais naturais, destacam-se:
- os selos de material
argiloso para preencher sulcos, fissuras e trincheiras abertas pela erosão;
- as coberturas vegetais,
que podem ser arbóreas, arbustivas ou com gramíneas;
- os panos de pedra,
quando o revestimento é feito com blocos de rocha;
- as coberturas com
gabião-manta, mediante a fixação no talude de uma armação de tela metálica que,
a seguir, é preenchida com pedras, em arranjo denso.
Proteção
Superficial com Materiais Artificiais
Nesses
casos, costuma-se utilizar para a impermeabilização:
- aplicação de camada
delgada de asfalto diluído, com a desvantagem de necessitar de manutenção
constante e de contribuir para a degradação ambiental;
- aplicação de camada de
solo-cal-cimento, pouco utilizada no Brasil ,mas amplamente difundida em outros
países;
- cobertura de argamassa
de cimento e areia, a qual exige pouca manutenção, mas de custo relativamente
elevado;
- fixação de tela metálica;
- fixação de tela e
gunita, ou seja, aplicação de uma camada de argamassa de cimento e areia, após
a fixação da tela metálica.
Obras
com Estrutura de Contenção
Essas
obras compreendem:
- os muros de gravidade
convencionais;
- estabilização de blocos
fraturados e de matacões;
- obras de contenção com
estrutura complexa.
Muros
de Gravidade Convencionais
O princípio de
funcionamento dessas obras relaciona-se com a utilização do próprio peso do
muro para suportar os esforços ou empuxos dos maciços; O deslizamento é evitado
pelo atrito entre o solo e a base do muro, o qual deve ter uma geometria que
evite o tombamento e o esforço tencional transmitido à fundação não deve ser
superior ao admissível pelo solo.
Esses murros só devem ser
cogitados quando as tensões de montante são reduzidas.
É de boa norma que entre o
maciço e o muro seja desenvolvida uma camada drenante de areia e que este dreno
possa eliminar a água, escoando-a por intermédio de barbacãs.
As fundações dos muros
devem ser apoiadas em horizontes resistentes, com alicerces suficientemente
desenvolvidos. Especial atenção deve ser dada á superfície de contato do muro
com as fundações, para evitar rupturas.
Dentre
os muros de gravidade, destacam-se os:
Muros
de Pedra Seca: as pedras são ajustadas manualmente, de
forma que a resistência do muro resulte do embricamento dessas pedras. Os
blocos de rocha devem ter dimensões regulares. Os muros devem ter espessura
mínima de 0,6Dm e altura máxima de 1,50m. Quando o material é abundante no local,
a construção desses muros é vantajosa, por ser de baixo custo e por não exigir
mão-de-obra especializada.
Muros
de Pedra Argamassada: semelhantes aos muros de pedra seca, com a
diferença de que os vazios entre as pedras são preenchidos com argamassa de
cimento e areia. O arranjo -das pedras e o rejuntamento permitem uma maior
rigidez da estrutura. A altura máxima desses muros é de 3,0Dm.
Muros
de Gabião-Caixa: semelhantes aos muros de pedra seca, com a
diferença de que são usadas caixas de fios metálicos, as quais são preenchidas
com pedras. A altura máxima desses muros é de 1,50m.
Muros
de Concreto Ciclópico: construídos em concreto e agregados
de grandes dimensões. Quando as fundações são de sapata de concreto, podem ser
usados para conter taludes de até 4,00m de altura. A construção de contrafortes
permite resistir à maiores tensões.
Muros
de Concreto Armado: o emprego dessas estruturas é irrestrito.
As principais desvantagens dizem respeito ao alio custo e á necessidade de
mão-de-obra especializada.
Obras
de Estrutura Complexa
Essas
obras, normalmente, são mais caras e exigem firmas especializadas
para-a-sua-execução. Dentre essas estruturas complexas, destacam-se:
Tirantes
isolados: essas estruturas são constituídas por painéis de
concreto armado, providos de drenos. Esses painéis são fixados a um núcleo de
granito estável, por intermédio de tirantes de aço que, após tensionados, são
afixados por injeção de calda de cimento.
Cortinas
Antirantadas: são constituídas pela reunião de vários
painéis fixados por tirantes.
Aterros
Reforçados: o reforço dos aterros tem por objetivo
aumentar a resistência do maciço pela introdução de elementos que, quando
solicitados, passam a trabalhar em conjunto com o solo compactado.
Estabilização
de Blocos de Pedra e de Mutações
Essas obras de contenção
são bastante utilizadas na cidade do Rio de Janeiro.
Nessas obras, os blocos de
rocha instabilizados são fixados a núcleos de granito estáveis por intermédio
de chumbadores, tirantes de aço e montantes de concreto engatados nas rochas.
Os matacões instabilizados
pela erosão podem ser fixados por medidas que minimizem os processos erosivos.
Em alguns casos, a
alternativa mais viável é o desmonte dos blocos instabilizados. por equipes
qualificadas.
Obras
de Proteção contra Massas Escorregadas
Essas
obras compreendem:
- as barreiras vegetais;
- os muros de espera.
Para um conhecimento mais
detalhado do assunto, recomenda-se a leitura do Manual de Encostas, livro
extremamente didático e de multe fácil leitura, editado em 1991 pelo Instituto
de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT.
A ocupação das encostas é
possível, desde que realizada de forma racional e de acordo com parâmetros
técnicos adequados e bem definidos, Infelizmente, nesses últimos oitenta anos,
as encostas da imensa maioria das cidades brasileiras vêm sendo invadidas e
ocupadas de forma caótica, sem o mínimo de planejamento urbano e em total
desacordo com parâmetros cientificamente estabelecidos pela geodésia.
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