7. Reabilitação da Juventude
Marginalizada e dos Menores Abandonados
É
muito importante abordar este tema, caracterizando que o projeto de
reabilitação não pode ser coercitivo nem policialesco. Ao contrário, deve ser
participativo, interativo e suficientemente atraente, para permitir a adesão
espontânea dos menores abandonados ou marginalizados e de suas famílias.
Sempre
que possível, o projeto deve ser desenvolvido por uma equipe multidisciplinar
altamente competente e a metodologia de comunidade terapêutica, desenvolvida
por psiquiatras italianos para esvaziar os manicômios e prosseguir o tratamento
em centros de convivência, pode servir de modelo para desenvolvimento do
projeto.
Uma equipe, que trabalha num grande
centro de convivência e reabilitação, pode ser constituída por profissionais
das seguintes especialidades:
- assistentes sociais, técnicos em recreação e
professores de educação física;
- psicólogos, educadores, terapeutas
ocupacionais e musicoterapeutas;
- artistas plásticos e artistas cênicos;
- médicos, enfermeiros, nutricionistas e
professores de economia doméstica.
A
falta de especialistas não invalida o trabalho da equipe. Ao contrário, com
passar do tempo, o intercâmbio de experiências e de vivências contribui para
que todos os membros da equipe desenvolvam uma cultura básica comum, altamente
generalista e polivalente.
Num
centro de convivência, a metodologia de “comunidade terapêutica” é muito
enriquecedora. Inicialmente, a equipe debate a filosofia do projeto, os métodos
de abordagem e de conquista do público-alvo e o planejamento geral das
atividades.
Numa
segunda fase, a comunidade se expande, com a chegada da clientela, que
participa ativamente do debate, de forma que o planejamento das atividades é
constantemente atualizada, em função das expectativas do grupo.
Os objetivos do projeto de
reabilitação e de socialização da criança e do adolescente começam a ser
atingidos quando:
- a auto-estima é recuperada;
- as carências afetivas são identificadas e
solucionadas;
- os jovens passam e se interessar pelos
esportes e pelo treinamento profissional, buscando exercer uma profissão que
lhe seja gratificante.
É
evidente que a instituição de um Centro de Convivência, dotado de uma equipe
multidisciplinar competente não deve se limitar à reabilitação de menores
abandonados.
Ao contrário, é altamente proveitoso
que o mesmo seja freqüentado também por:
- voluntários, idosos, convalescentes;
- pacientes psiquiátricos;
- menores pertencentes a famílias instáveis;
- qualquer pessoa que possa somar ou se
beneficiar das atividades de convivência democrática.
Num
Centro de Convivência, onde se utilizam métodos de comunidade terapêutica, são
importantes a participação democrática e o respeito pelas diferenças
individuais. Nesses centros, as pessoas se mantêm ocupadas durante todo o
tempo, desempenhando as atividades que lhes são mais gratificantes.
Quanto
maiores forem as opções, maiores serão os atrativos proporcionados pelos centros
de convivência. De um modo geral, os esportes, as atividades artísticas, a
música, a dança, o teatro, a tecelagem, a tapeçaria, o cultivo da terra, a
criação de pequenos animais facilitam a convivência e permitem que a
reabilitação seja conseguida.
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