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27 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS - VOLUME II - Generalidades sobre a Sub-Região Guiano-Brasiliana - Estudo da Classe dos Mamíferos -


a) Generalidades sobre a Sub-Região Guiano-Brasiliana

1) Estudo da Classe dos Mamíferos

Da classe mamíferos, ocorrem na sub-região Guiano-Brasiliana as seguintes subclasses, cujas características distintivas são destacadas.


Marsupiais

Na sub-região os marsupiais são representados pelos gambás (Didelphis marsupiahis, Didelphis azarae), pelas cuícas (Marmosa murina e Philander opossum) e o jupati (Chirometesminimus). Os gambás também são conhecidos por timbus, mucuras e sareguês. Os marsupiaisem todas as províncias da Sub-Região.


Quirópteros

Representados pelos morcegos que podem ser hematófagos, frugívoros, insetívoros ou até ictiófagos e que se caracterizam por serem dotados de grandes e delgadas membranas interdigitais, que lhes permite voar. Os únicos morcegos hematófagos existentes no mundo ocorrem na Região Neotropical. No Brasil há que destacar as espécies Desmodus rotundus, Diphylla ecandata e Diaemus yonzi, que podem atuar como transmissores da raiva entre os animais silvestres e dos animais silvestres para os animais domésticos.


Lagomorfos

Os lagomorfos são representados pelo Tapiti (Sylvilagus brasiiensis), os quais diferem das lebres européias, por não escavarem tocas e se esconderem na vegetação. No Brasil ocorrem 4 subespécies de tapiti, as quais se caracterizam por possuírem carne muito saborosa.
Os tapitis ocorrem em quase todo o Brasil e são mais raros na Amazônia. Desdentados

Os tamanduás e os tatus são largamente representados na sub-região, da mesma forma que a preguiça.

Dentre as preguiças, a preguiça-de-bentinho {Bradypus tridactylus L.) distribui-se amplamente em todas as províncias, enquanto que a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) ocorre apenas na província Tupi e corre grave risco de extinção. As preguiças alimentam-se exclusivamente com a folha da imbaúba.

Dentre os tamanduás, há que destacar o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla L) com aproximadamente 1.10 m de comprimento e 1.05 m de cauda longa, densa e embandeirada, caracterizado por seus hábitos terrícolas e por se alimentar preferencialmente com cupins, o tamanduá-colete (Myrmecophaga tetradactyla) e o tamanduaí (Cyclopes didactylus) ambos de hábitos arborícolas e muito menores que o tamanduá-bandeira.

Dentre os tatus, há que destacar o tatu-bola (Tolypeutes tricintus e Tolypeutes matacos), o tatu-de-rabo-mole, nome genérico de 4 espécies do gênero Cobassous, o tatugalinha (Dasypus novemcinctus) de carne deliciosa e amplamente difundido no Continente, o Tatupeba, nome genérico de 3 espécies do gênero Euphractus amplamente distribuídas no Brasil e o tatu-canastra (Priodontes giganteus), que é o maior de todos os tatus e o que corre maior risco de extinção. Todos os tatus podem ser facilmente criados em cativeiro, menos o tatu-canastra, cuja técnica de criação ainda não foi pesquisada.


Carnívoros

Todos os carnívoros primitivos, autóctones do continente sul-americano, extinguiramse ao longo da evolução. Os atuais carnívoros sul-americanos imigraram do hemisfério-norte, através do istmo do Panamá, há menos de 10 milhões de anos.

Dentre os felídeos imigrantes, há que destacar: a onça pintada ou canguçu (Felis onça), que é o maior carnívoro da América Meridional, o puma ou suçuarana (Felis concolor), que abundava na região de savana; A jaguatirica (Felis pardalis), que é muito difícil de criar em cativeiro; o gato-do-mato ou jaguarundi (Felis yaguarondi) e o gato-maracajá (Felis tigrina). Os felinos são intensamente caçados, pela beleza de suas pelagens e já correm riscos de serem extintos, em várias províncias do Brasil.

Dentre os canídios imigrantes, há que destacar: o guará (Crysocyon brachyurus); o cachorro-do-mato (Dusicyon thours); o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) e a rapousa-do-campo (Dusicyon velatus).

Dentre os mustelídeos imigrantes, há que destacar: a ariranha (Pteromira brasiiensis), que se caracteriza por ser hábil nadador; os furões (Gahictus stllatus, Grisson sp e Grammogale sp), que têm reputação de serem bons caçadores de cobras e o irara ou papa-mel (Tayra bárbara).

Dentre os procinidios, há que destacar: o quati (Nasua nasua) facilmente domesticável e simples de criar em cativeiros, o japurá (potus flavus) e o mão-pelada ou guaxinim (Procyon cancrivorous).


Roedores

Dentre os roedores há que destacar:

-  a capivara (Hidrochoerus hidrochoeris), descrito como o maior roedor do mundo, é muito prolífico e fácil de criar em cativeiro.

-  a paca (Cuniculus paca) que chega a pesar 10 quilos, tem carne deliciosa mas é muito pouco proíifica e difícil de criar em cativeiros;

-  a pacarana (Dinomys brancki) de distribuição limitada à província Amazônica, ocorrendo com maior freqüência na Amazônia ocidental.

-  a cutia, compreendendo sete espécies do gênero Dasyprocta, este gracioso animal é amplamente difundido nas matas do Brasil e é muito fácil de ser criado em cativeiro;

-  o mocó (Kerodon rupestris) endêmico nas áreas pedregosas do Nordeste e do Brasil Central, tem carne deliciosa e é muito fácil de criar;

-  as preás pertencentes aos gêneros Galea e Cavia, são muito prolíficas, rústicas, adaptadas inclusive ao semi-árido e muito fáceis de serem criadas em cativeiro;

-  os esquilos ou caxinguelês, com numerosas espécies do gênero Sciurus, que são muito fáceis de serem criados, inclusive em parques urbanos e jardins botânicos;

-  os ratões-dos-banhados (Myocastor coypus brasilensis) que ocorrem principalmente na província guarani.


Ungulados

O Continente Sul-Americano é muito pobre em animais ungulados e a sub-região Guiano-Brasllensis é ainda mais pobre.

A ordem dos Perissodáctilos é representada por uma única espécie, que é a anta (Tapirus terrestri), reconhecida como o maior mamífero terrestre da América Meridional.

A ordem dos Ruminantes é representada apenas por alguns cervídeos, como o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus), o veado-catingueiro (Mazama simplicícornis), o veado-mateiro (Mazama americana) e o veado-roxo (Mazama rufina e Mazama rondoni) que são os menores de todos. Estes animais extremamente dóceis podem ser criados soltos no campo, misturado com o gado.


A ordem dos suídeos é representada por apenas duas espécies do gênero Tayassu:

os caititus (T. tajacu) e as queixadas (T. pecari). As duas espécies podem ser criadas em cativeiro e os caititus são criados pelos caboclos, como animais de estimação.


Primatas

Na América Meridional só são encontrados macacos da superfamília dos Platirrinos, que se caracterizam por apresentarem septo nasal alargado e caudas alongadas. A grande maioria dos platirrinos da América do Sul são dotados de cauda pênsil e de polegares atrofiados que não fazem oposição aos demais dedos da mão.

O macaco-da-noite, que é um cebídeo caracterizado por possuir olhos muito grandes, com pupilas permanentemente dilatadas e adaptadas para a visão noturna, é um platinorrino de cauda longa, mas não prênsil, e com dedos polegares das mãos e dos pés bem desenvolvidos e fazendo oposição aos demais dedos.

Os guaribas (Alouata caraya e Alouata belzebul) são macacos de coloração ruiva, nos machos, e quase negra nas fêmeas e que se caracterizam por apresentar uma “barba” espessa no maxilar inferior. Estes animais possuem uma voz caracteristicamente forte, rouca e estridente e se deslocam em bandos com, aproximadamente, 12 indivíduos, comandados pelo macho mais velho.

Macaco-prego é uma designação genérica que se dá ao mico-amarelo (Cebus libidínosus), ao mico-ruivo (Cebus robustos) e ao mico-preto (Cebus niger), todos caracterizados por possuírem um libido muito exaltado. O termo “prego” é utilizado para descrever o pênis destes animais.

O mico-leão-dourado (Leutopithecus rosahia rosalia) e o mico-leão-de-cara-preta (Leutopithecus rosalia chysomelas) são pequenos primatas frugívoros da família Callithricidae, endêmicos da província Tupi e em grave risco de extinção, como conseqüência da depredação de seus biótopos.

Os macaco-aranha ou cuatás correspondem a diversas espécies do gênero Ateles, que se caracterizam por serem magros, longilíneos e dotados de membros muito longos e extremamente delgados. Estes macacos são dotados de longas caudas prênseis e possuem dedos polegares atrofiados.

O sagüi-branco (Marikina melanoleuca) e o sagüi-imperador (Marikina imperator) são macacos endêmicos do Estado do Acre e se caracterizam por possuírem pelagem branca. O sagüi-imperador se destaca por possuir uma crina espessa e comprida, com o aspecto de um manto branco.


Cetáceos

Os mares brasileiros, especialmente nas mediações do arquipélago de Abrolhos, são muito visitados pelas baleias, que utilizam aquela região como área de encontros, para fins de procriação. A legislação brasileira proíbe a caça da baleia nos mares sob a jurisdição do Estado Brasileiro, mesmo por baleeiros com bandeiras estrangeiras.
Os delfins proliferam nos mares brasileiros, especialmente nas proximidades da ilha de Fernando de Noronha, que funciona como santuário ecológico.

A crescente poluição da baía de Guanabara e o tráfego intenso de embarcações estão contribuindo para reduzir a população de botos da espécie Sotalia brasiliensis, que já abundaram naquela área.

No bacia do rio Amazonas proliferam numerosos botos, com especial destaque para os das espécies Ima geoffroyeusis e Sotália parda. Sirênios Estes mamíferos aquáticos da ordem sirenis são dotados de um nadadeira caudal terminal, em forma de remo horizontal, e seus membros anteriores transformam-se em nadadeiras. O focinho é grande, com alguns pelos, e a boca é pequena e dotada de dentes incisivos e molares. Estes imensos herbívoros, dotados de mamas peitorais, pesam várias centenas de quilos e atingem comprimentos que variam entre 2 e 3 metros, caracterizando-se como os maiores mamíferos brasileiros.

Os sirênios já abundaram nos mares do mundo, inclusive no Mediterrâneo, onde deram origem à lenda das sereias. Nos dias atuais se encontram em extinção e restam os manatins do Oceano Indico, os manatins (Trichechus mamatus) e peixes-bois da Amazônia (Trichechus inunguis) são cada vez menos freqüentes, nos estuários de rios brasileiros. Mesmo na Amazônia os peixes-bois correm riscos de extinção e é urgente que se definam santuários ecológicos, para garantir a sobrevivência desta espécie ameaçada.

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