8. Medidas Macroestratégicas
Relacionadas com a Redução da Fome e da Hiponutrição
As
principais medidas macroestratégicas relacionadas com a redução da fome e da
desnutrição são de fácil dedução, após o estudo das principais causas de fome e
desnutrição, realizado no número 5 (cinco) deste Título.
Assim, considera-se que enumerar estas
medidas é suficiente. São elas:
· aumentar a produção de alimentos;
- melhorar substancialmente os níveis de
produtividade do setor agropecuário;
- reduzir o desperdício;
- melhorar a capacidade aquisitiva da população
em geral e reduzir os estratos populacionais marginalizados pelo processo
econômico;
- elevar a cultura alimentar da população e
reduzir, ao máximo, os tabus alimentares;
- reduzir os problemas relacionados com a
comercialização das safras agrícolas;
- desenvolver uma política agrícola de longo
prazo, compatível com a realidade brasileira;
- incentivar o produtor rural e, acima de tudo,
reduzir o chamado "Custo Brasil";
- incrementar os projetos de irrigação e de
aproveitamento racional das várzeas.
Destes
nove conjuntos de medidas, na conjuntura atual, sem nenhuma dúvida, o mais
importante é melhorar a capacidade aquisitiva da população em geral e reduzir
os estratos populacionais marginalizados pelo processo econômico.
Nessas
condições, as medidas macroeconômicas relacionadas com o combate ao desemprego
crescem de importância, com destaque para o controle da inflação e para o
incremento de investimentos produtivos, por intermédio de estímulos à captação
de poupanças internas e externas.
Da
mesma forma, são de grande importância às medidas de apoio a multipolarização
da economia e do desenvolvimento da interface urbano-rural.
Além das medidas macroestratégicas já
destacadas, é necessário também:
- institucionalizar uma estrutura que se
responsabilize pela mobilização nacional contra a fome e a desnutrição;
- definir corretamente os estratos populacionais
mais vulneráveis à fome e a hiponutrição e que devam ser priorizados nos
projetos de suplementação nutricional;
- estabelecer acordos, objetivando o
barateamento das cestas básicas de alimentos;
- incrementar campanhas de mudança cultural
relacionadas com a alimentação.
a) Estrutura Responsável pela
Mobilização contra a Fome e a Desnutrição
O
organismo responsável pela Mobilização Nacional contra a Fome e a Desnutrição
deve, necessariamente, funcionar como uma estrutura matricial, cuja principal
característica seja a sua capacidade de articulação e de interação com a
sociedade brasileira e com a estrutura governamental, em nível federal,
estadual e municipal.
A
sociedade civil pode e deve integrar-se a esta estrutura matricial, por
intermédio de suas associações comunitárias, clubes de serviços, associações
profissionais, associações de voluntários, federações e confederações
representativas das chamadas classes empresariais, organizações
não-governamentais (ONGs) e instituições religiosas.
A
estrutura governamental participa desta estrutura matricial por intermédio dos
Ministérios, Secretarias de Estado, Forças Armadas e Forças Auxiliares e demais
órgãos oficiais, em condições de participar na formulação e no gerenciamento de
uma Política de Alimentação para o País, nos três níveis de governo.
Alguns
sistemas com características de estruturas matriciais, como o Sistema Nacional
de Defesa Civil -SINDEC e o Sistema Unificado de Saúde – SUS, necessariamente,
deverão participar ativamente do Programa.
Em
nosso País, um programa de mobilização nacional deve, necessariamente, ser
apoiado pela juventude brasileira. Ninguém pode abrir mão do apoio e do
entusiasmo de nossos "cara-pintadas".
O programa Universidade
Solidária é uma demonstração de que a estrutura responsável pela mobilização é
sensível à necessidade deste apoio. A.L.C. Castro é de parecer que o
engajamento da juventude brasileira, por intermédio do Serviço Civil,
contribuirá poderosamente para dinamizar, alavancar e interiorizar este e
outros programas de mobilização nacional e de mudança cultural.
A
estruturação de conselhos e câmaras responsáveis pela articulação dessa
estrutura matricial, nos três níveis de governo, facilita a coordenação e
articulação deste programa de âmbito nacional, neste País de dimensões
continentais.
b) Estratos Populacionais mais
Vulneráveis à Fome e à Desnutrição (Hiponutrição)
Os
projetos de suplementação alimentar devem, necessariamente, ser priorizados
para os estratos populacionais mais vulneráveis ao problema.
Os estratos populacionais mais
vulneráveis são os seguintes:
- as mulheres hiponutridas, especialmente
durante a gravidez e a amamentação;
- as crianças, na primeira infância, a população
escolar e, em especial, a infância marginalizada;
- os enfermos, idosos e deficientes físicos e
mentais;
- os deslocados, desabrigados e os
marginalizados pelo processo econômico;
- os trabalhadores.
· Mulheres Hiponutridas
As
mulheres, da mesma forma que as demais fêmeas mamíferas, formam o organismo
fetal e amamentam suas crias utilizando suas reservas orgânicas que, se não
forem repostas pela alimentação diária, fatalmente levarão o organismo à
espoliação.
O
organismo feminino é particularmente sensível às carências nutricionais
relacionadas com os sais de ferro e de cálcio, hipovitaminoses em geral e, em
especial, com as do Complexo B e às carências protéico-calóricas.
Por
menstruarem todos os meses, até a menopausa as mulheres são muito mais
vulneráveis às anemias ferroprivas que os homens.
Durante
toda a sua vida e, em especial, após a menopausa, o organismo da mulher é mais
vulnerável à descalcificação e à osteoporose que o organismo do homem.
Os Projetos de Suplementação Alimentar
de Mulheres Desnutridas interagem com os projetos de:
- assistência pré-natal e com a redução da
morbimortalidade das puérperas, em interseção com o controle do tétano
neonatal;
- amamentação natural, até os 6 (seis) meses de
idade, em interseção com a redução da morbimortalidade infantil;
- planejamento familiar e paternidade
responsável;
- economia doméstica, com ênfase em nutrição,
higiene alimentar, preparo e conservação de alimentos;
- assistência materno-infantil, em interação com
atividades de educação para a saúde, promoção da saúde, controle da curva de
desenvolvimento ponderal e puericultura.
A
suplementação alimentar das mulheres hiponutridas ou carentes, especialmente
enquanto estiverem grávidas ou forem nutrizes, deve ser desenvolvida com
alimentos ricos em proteínas de alta qualidade, com todos os aminoácidos
essenciais, vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis, hidratos de carbono, sais
de ferro, de cálcio e de fósforo. O enriquecimento da dieta com levedura de
cerveja é altamente recomendado.
· Suplementação Alimentar das Crianças
Este projeto compreende três aspectos
extremamente importantes:
- primeira infância;
- escolares;
- infância marginalizada ou carente.
Projeto Primeira Infância
Este
projeto, em interação com a assistência materno-infantil, com a amamentação
natural até os 6 meses e com o escolar, é desenvolvido em conjunto com a
atenção médica primária, a assistência médica domiciliar e com o apoio às
creches.
É
direcionado para crianças na faixa etária compreendida entre os 7 meses e os 7
anos e destina-se ao apoio suplementar de alimentos para crianças carentes, após
serem desmamadas, até que sejam matriculadas na escola.
O
projeto é de vital importância para garantir a drástica redução da
morbimortalidade infantil e para prevenir deficiências de estatura e no
desenvolvimento neuropsíquico das crianças, as quais, após instaladas, são de
reversão extremamente difícil.
Além
das preocupações relacionadas com a suplementação alimentar, o projeto deve ter
um forte conteúdo educativo relacionado com a mudança da cultura alimentar.
A
partir do momento em que a criança é desmamada, ela deve ser educada para
aceitar, sem restrições, os alimentos que constituem os sete grupos básicos de
alimentos da dieta ideal.
Além disso, todos os tabus alimentares existentes em
seu grupo cultural devem ser definitivamente rompidos.
O projeto de suplementação alimentar
da primeira infância deve interagir com os seguintes projetos e programas:
- Programa Ampliado de Imunização - PAI,
proposto pela Organização Mundial de Saúde - OMS, com as seguintes vacinas:
Sabin Oral (Paralisia Infantil), BCG Intradérmico (Tuberculose), Anti-Sarampo
(Sarampo) e Tríplice Vacina (Coqueluche, Difteria e Tétano);
- Projetos de controle das infecções
respiratórias agudas (IRA) e das gastroenterites com riscos de desidratação;
- Projetos de assistência materno-infantil e de
economia doméstica;
- Programa de vacinação contra os vírus da
Caxumba, do Sarampo, da Rubéola, das Hepatites A e B e da Febre Amarela.
· Projeto de Alimentação do Escolar
O
projeto de alimentação do escolar deve dar continuidade ao projeto de
suplementação alimentar da primeira infância e integra-se aos programas de
ensino de primeiro grau, sendo direcionado para todas as crianças que
freqüentam a rede de ensino público.
Além dás preocupações relacionadas com
a suplementação alimentar e com a mudança da cultura alimentar, este projeto
deve ter forte teor educativo, relacionado com:
- o ensino de economia doméstica, nutrição e
higiene alimentar;
- atividades de extensão rural, relativas à
implantação de hortas e pomares escolares, centros de criação de animais
domésticos de pequeno e de médio porte e, quando possível, atividades de
piscicultura, apicultura e silvicultura.
Nesta fase, devem ser iniciados os
projetos educacionais relacionados com:
- prevenção de acidentes no ambiente domiciliar
e de acidentes de trânsito;
- prevenção das intoxicações exógenas;
- combate às drogas, ao fumo e ao alcoolismo;
- educação sexual, prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis, planejamento familiar e paternidade responsável.
· Projeto de Alimentação Suplementar
da Infância Marginalizada ou Carente
Este
projeto, além das preocupações relacionadas com a alimentação de um estrato
populacional muito vulnerável às carências alimentares, deve ter um forte
conteúdo de educação, apoio psicológico e de promoção do ser humano,
objetivando a recuperação e o fortalecimento da auto-estima, condição essencial
para a reabilitação do menor abandonado ou carente.
É
muito importante ressaltar que o menor marginalizado é carente de três
importantes necessidades psicológicas, relacionadas com a mãe e com o pai.
Todas as crianças carecem de que seus
pais preencham suas necessidades de:
- segurança, intrinsecamente relacionada com o
útero materno, com o leite materno e com o “lar";
- justiça, já que as frustrações não são
provocadas pelo processo educativo, que muitas vezes tem que definir o que pode
e o que não pode ser feito, mas pelas injustiças e pelo desamor;
- estímulo e recompensa, que estão na base do
processo educativo, inclusive dos animais.
Quando
os pais falham no preenchimento destas necessidades, as mesmas devem ser
supridas pelo educador.
A importância da recuperação da
auto-estima pode ser inferida a partir do próprio enunciado do primeiro
mandamento da Lei Mosaica:
“Amai
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a vós mesmo"
É
óbvia a conclusão de que a referência para o amor ao próximo é a auto-estima.
Quem
não se gosta não tem condições de gostar de ninguém.
Na
medida do possível, as técnicas das "comunidades terapêuticas",
desenvolvidas na Itália, quando a saúde pública daquele país decidiu esvaziar
os manicômios, devem ser adaptadas ao processo, a partir da discussão
democrática entre a equipe terapeuta e a comunidade assistida, sobre os
projetos de promoção humana que devem ser desenvolvidos prioritáriamente pelo
grupo.
A
utilização das técnicas das "comunidades terapêuticas" permite
aumentar o sentido de responsabilidade dos menores e o compromisso dos mesmos
com o sucesso da programação.
As
técnicas de terapia de grupo, terapia ocupacional, musicoterapia, terapia
artística e recreativa e de teatralização dos problemas, além das atividades
desportivas e atléticas, produzem resultados surpreendentes.
O projeto deve ter forte integração
com os programas de promoção pessoal e social e com programas de:
- treinamento de mão-de-obra;
- combate ao fumo, ao alcoolismo e à dependência
de drogas;
- combate à prostituição infantil;
- redução da violência.
O
enfoque holístico permite que as pessoas possam afirmar com convicção o
seguinte princípio:
-
"Jovem, tu não tens um corpo, tu és um corpo coabitado pela divindade e em
comunhão com a natureza, tu és único, respeita a tua catedral”.
· Suplementação Alimentar de Enfermos,
Idosos e de Deficientes Físicos e Mentais
O
tratamento de todas as doenças se beneficia com uma boa dieta que permita a
otimização das condições nutricionais dos pacientes.
A
mobilização precoce dos pacientes, a fisioterapia e a otimização das condições
nutricionais são extremamente importantes para reduzir os prazos de internação
e aumentar o número de altas por cura e total recuperação dos pacientes
internados.
A
otimização das condições nutricionais dos pacientes cirúrgicos aumenta o nível
de imunidade geral dos organismos e, sem nenhuma dúvida, funciona como a mais
importante das medidas gerais para reduzir os riscos de infecção hospitalar.
A
hiperalimentação enteral ou, quando indicada, parenteral, é responsável pela
recuperação espetacular de numerosos pacientes, muitas vezes considerados como
terminais, contribuindo para recuperar ou aumentar a sobrevida de enfermos
vitimados por doenças consumptivas, como tuberculose em seus estágios finais,
doenças septicêmicas e câncer do aparelho digestivo.
No caso específico de idosos e de muitos
deficientes físicos, as necessidades nutritivas são intensificadas, em função
das maiores dificuldades orgânicas relacionadas com:
- a digestão e a assimilação dos alimentos;
- a intensificação natural das atividades
catabólicas de seus organismos
É
importante recordar que, no Brasil, aproximadamente 6 milhões de famílias são
sustentadas por pensões e aposentadorias de maiores de 60 anos.
· Alimentação Suplementar de
Deslocados e de Desabrigados
A
alimentação suplementar dos deslocados e dos desabrigados, em circunstâncias de
desastre, deve ser prevista e planejada no conjunto das ações de resposta aos
desastres, especialmente nas atividades relacionadas com a assistência às
populações atingidas pelos mesmos.
No
caso específico das secas, a distribuição de cestas básicas de alimentos aos
estratos populacionais mais vulneráveis deve ser prevista com grande
antecipação para evitar o agravamento dos quadros de hiponutrição e,
conseqüentemente, o incremento dos índices de morbimortalidade geral e infantil.
· Alimentação Suplementar de
Populações Marginalizadas pelo Processo Econômico
Projetos
de alimentação suplementar de populações marginalizadas pelo processo econômico
são promovidos, até mesmo nos países mais desenvolvidos do hemisfério Norte.
Esses
projetos, além das preocupações relacionadas com a suplementação alimentar,
também devem ter um conteúdo de apoio psicológico muito forte, com o objetivo
de fortalecer a auto-estima desses estratos populacionais.
O
fortalecimento da auto-estima é indispensável para desenvolver a vontade de se
integrar a projetos de reabilitação e de promoção social, com a finalidade de
romper definitivamente com o estado de mendicância.
É
importante que esses projetos se associem com atividades de educação para a saúde,
para a valorização da vida e para a formação de mão-de-obra, a fim de responder
às reais necessidades do mercado de trabalho.
No que diz respeito às atividades de
educação para a saúde e para a valorização da vida, há que enfatizar o ensino
relativo à:
- higiene sexual, prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis e planejamento familiar;
- prevenção e recuperação de dependentes de
drogas, mediante técnicas relacionadas com as chamadas “comunidades
terapêuticas”;
- higiene da alimentação e, em especial, os
riscos inerentes ao uso indiscriminado dos chamados alimentos de poupança, como
as bebidas alcoólicas.
·
Suplementação Alimentar dos Trabalhadores
Os
programas de suplementação alimentar dos trabalhadores são altamente
compensadores, quando examinados em termos de custo/beneficio e de
custo/eficácia.
As empresas que institucionalizaram
programas de alimentação suplementar de seus trabalhadores braçais, fornecendo
desjejuns e lanches constituídos por alimentos ricos em calorias, comprovaram
que os custos do projeto foram absorvidos:
- pelo aumento da produtividade;
- pela redução do número de acidentes de
trabalho.
Também
no caso dos trabalhadores rurais, as campanhas educativas relacionadas com os
riscos inerentes ao uso indiscriminado dos alimentos de poupança, como as
bebidas alcoólicas, são altamente prioritárias.
c) Estabelecimento de Acordos
objetivando o Barateamento das Cestas Básicas de Alimentos
Um acordo entre os órgãos
governamentais, os produtores, os comerciantes e as representações comunitárias
pode:
- definir os alimentos que devem constar da
cesta básica, em função das necessidades nutricionais e dos hábitos alimentares
das populações beneficiadas;
- reduzir os valores dos impostos e da taxa de
juros dos empréstimos relacionados com a produção e comercialização dos
alimentos constantes da cesta básica;
- reduzir as margens de lucro relacionadas com a
produção e a comercialização dos alimentos constantes da cesta básica;
- intensificar o consumo e, em conseqüência, a
produção desses alimentos;
- permitir que as famílias de menor poder
aquisitivo sejam favorecidas e beneficiadas pelo projeto.
A experiência acumulada demonstra que
todos os setores ganham com esses acordos::
- ganha o governo, por poder cumprir sua missão
de melhorar a qualidade de vida da população, otimizar as condições de nutrição
dos estratos populacionais de baixa renda e, em conseqüência, reduzir os
índices de morbimortalidade geral e infantil;
- ganha o comércio, com o aquecimento dos
negócios relacionados com o agronegócio e na medida em que o dinheiro poupado
na alimentação seja utilizado na aquisição de outros bens de consumo;
- ganha o setor bancário, com a redução dos
índices de inadimplência dos produtores rurais, em função da adoção de uma
política realística de redução das taxas de juros bancários, relativas a
empréstimos relacionados com a produção de subsistência estrita;
- ganha o produtor rural, em função do
incremento do consumo dos alimentos constantes da cesta básica e do incentivo
geral à produção desses alimentos e à otimização dos índices de produtividade;
- ganha a população em geral, em função da
melhoria da qualidade de vida dos estratos populacionais mais vulneráveis à
fome e à hiponutrição.
·Subprograma de Atividades Educativas
As
atividades educativas relacionadas com a redução da fome e da desnutrição dizem
respeito às ações de valorização da vida humana e são de extrema importância
para o embasamento da mudança cultural da sociedade brasileira.
A
melhoria da qualidade de vida e dos padrões nutricionais e a promoção do
bemestar social são processos altamente interativos e dependem da elevação do
nível cultural das comunidades assistidas.
A
população assistida deve ser conscientizada de que o cadastramento, para
receber os benefícios dos projetos de suplementação alimentar, implica na
obrigação de articipar ativamente das ações educativas, inclusive, na
verificação do aprendizado.
O
aprendizado de economia doméstica e de educação sanitária por crianças,homens e
mulheres é de vital importância para a formação de pais e mães competentes e
capacitados para garantir o bem-estar de seus núcleos familiares.
A educação sanitária é uma metodologia
que tem por objetivo permitir que as pessoas de uma determinada comunidade
aprendam:
- a interagir, de forma participativa, com o
sistema de saúde;
- o papel que cada um deve desempenhar na
promoção, manutenção e restauração da saúde.
A
educação para a saúde deve desenvolver no cidadão um sentido de responsabilidade
individual e coletiva, com o objetivo de garantir a saúde e o bem-estar das
pessoas, das famílias e das comunidades.
O
bem-estar deve ser entendido como a condição física e psicológica que
caracteriza o equilíbrio do metabolismo orgânico e o correto e adequado
ajustamento do indivíduo ao seu ambiente. É evidente que um metabolismo
equilibrado e harmonioso se inicia com uma correta alimentação.
É
necessário que as atividades educativas, na área da alimentação, permitam uma
clara percepção da grande importância da alimentação balanceada, da nutrição
adequada e da higiene alimentar para a saúde e bem-estar das comunidades
apoiadas.
É absolutamente necessário que os
rapazes e as moças, na condição de futuros pais e mães e de responsáveis pelos
núcleos familiares, aprendam:
- as técnicas relativas à manipulação, preparo,
cocção e conservação de alimentos;
- a importância da higiene das instalações e da
limpeza criteriosa dos instrumentos e dos utensílios de copa e cozinha;
- a correta destinação dos resíduos e dos restos
alimentares;
- o controle de insetos e de pragas, como os
ratos, nas instalações onde os alimentos são processados;
- a importância da higiene pessoal e do asseio
corporal dos manipuladores de alimentos.
É
extremamente importante que os pais e as mães, sem nenhuma distinção de sexo,
aprendam sobre suas próprias necessidades nutricionais e sobre as dos seus
filhos e os eduquem, desde os 6 (seis) meses de idade, para aceitarem os
alimentos constantes dos sete grupos alimentares básicos.
Em seu sentido mais amplo, o ensino de
economia doméstica garante o bem-estar do núcleo familiar e integra-se com as
práticas educacionais relacionadas com a valorização da vida humana e com:
- a prevenção de acidentes domiciliares e das
intoxicações exógenas;
- a prevenção e o combate da dependência de
drogas, do alcoolismo e do fumo;
- a educação sexual e a prevenção das doenças
sexualmente transmissíveis;
- o planejamento familiar e com a paternidade
responsável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário