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28 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Erosão Fluvial


8 – Erosão Fluvial

CODAR: NI.GTC/CODAR: 13.308


Caracterização

Erosão fluvial corresponde ao processo erosivo que ocorre na calha dos rios.

O processo erosivo que se inicia com a erosão laminar e em sulcos ou ravinas prossegue através da erosão fluvial.


O trabalho de erosão fluvial depende da interação de quatro diferentes mecanismos gerais:

- ação hidráulica da água;

- ação corrosiva (corrosão) das partículas em suspensão na água;

- ação abrasiva (abrasão) sobre as partículas em suspensão na água;

- ação corrosiva (corrosão) da água ou diluição química.


1 - Ação Hidráulica da Água

Quando a corrente hídrica é suficientemente forte, mobiliza e carreia para jusante areias e detritos de rochas, depositados no leito do rio. O transporte se desenvolve, até que a predominância da força de gravidade sobre a força de tração hídrica provoque nova sedimentação.

Dessa forma, através de lances sucessivos, a cada nova intensificação da corrente hídrica, novas quantidades de material voltam a ser carreadas rio abaixo, em direção ao mar,


2 - Corrasão ou Erosão Mecânica

O termo significa erosão mecânica, em oposição a corrosão ou erosão química. A corrasão ocorre quando fragmentos de rochas ou areias, em suspensão no caudal, em regime turbilhonar, atritam sobre camadas rochosas das margens e dos fundos dos rios, provocando a escavação das mesmas.


3 - Abrasão

Processo através do qual o material em trânsito nos rios é erodido, formando partículas progressivamente menores, ao atritar com as superfícies rochosas. A abrasão facilita a suspensão e o transporte das partículas, através da água, formando pedras roladas, cascalhos, areias grossas e areais finas.


4 - Corrosão ou Diluição Ou/mica

Processo segundo o qual a água, na condição de solvente universal, dilui os sais solúveis, liberados das rochas, em conseqüência da ação mecânica, e os transporta sob a forma de soluções.

Os processos erosivos atuam tanto verticalmente, contribuindo para o gradual aprofundamento do leito do rio, como lateralmente, contribuindo para o gradual alargamento dos vales.


O processo erosivo evolui em três estágios.

No estágio jovem, a área recentemente elevada sofre intensa erosão laminar e fluvial, os vales aprofundam-se consideravelmente, com a forma de “V”, e os divisores de água apresentam-se altos, amplos e bem definidos.

Normalmente, os vales jovens crescem em direção montante, por erosão ascendente ou regressiva.

No estágio maduro, os divisores tendem a se estreitar, o relevo suaviza-se, os vales alargam-se e os divisores arredondam-se. Nessas condições, a rede de drenagem assume sua plenitude.

No estágio senil, o relevo reduz-se consideravelmente e a região adquire uma topografia suave, característica das planícies desgastadas ou peneplanos: os vales dos rios tendam a aproximar-se do nível de base, a erosão é reduzida e a sedimentação é intensificada.

Em seu desenvolvimento, os rios tendem a formar um perfil longitudinal de equilíbrio, através dos mecanismos de erosão e sedimentação. Graficamente, o perfil de equilíbrio é traduzido por unia curva hiperbólica, de concavidade intensificada a montante.

A intensificação da inclinação próxima ás cabeceiras é provocada pelo menor caudal do rio, o que reduz a imensidade dos processos erosivos.

Quando o perfil de equilíbrio é atingido, cessa o aprofundamento do leito de erosão. Uma vez atingido o perfil de equilíbrio, o rio altera-se muito pouco, a menos que ocorra um aumento do volume da água circulante, ou uma crise de rejuvenescimento em sua bacia.



Desbarrancamento dos Rios


O desbarrancamento dos rios pode ocorrer de duas formas genéricas:

- pelo alargamento do vale do rio, em sentido lateral;

- pela erosão ascendente e regressiva de torrentes que desembocam no leito do rio principal.


1 - Alargamento em Sentido Lateral

Os cursos dos rios tendem a tornar-se tortuosos, em função da variação da textura das estruturas que encontram em sua passagem e do modelado do terreno.

Quando um rio descreve uma curva, a força centrifuga atuando sobre a corrente tende a concentrá-la e a intensificá-la na margem externa ou côncava, provocando correntes de retorno ou de fundo, em direção à margem interna ou convexa.

O turbilhonamento da água, em forma de hélice, provoca o máximo de erosão, no lado externo da curva, e sedimentação e depósito, no lado interno da mesma.


As mudanças resultantes no leito fluvial podem ser resumidas da seguinte forma:

- o talvegue do rio tende a aprofundar-se no lado externo da curva;

- a margem externa tende a ser socavada pela erosão lateral, que provoca desbarrancamentos, de forma que a margem tende a ser mais escarpada na face externa das curvas;

- na face interna da curva, a inclinação tende a suavizar-se e o vate assume um perfil assimétrico;

- a progressiva ampliação dos bancos de aluvião forma amplas bacias entre curvas sucessivas, dando início á planície de inundação ou leito maior do rio.


2 - Erosão Regressiva das Torrentes que Desembocam no Vale do Rio Principal

Como já especificado, os vales jovens tendem a alongar-se e crescer, através da erosão ascendente e regressiva, provocando o progressivo aprofundamento das cabeceiras dos vales secundários.

Quando o leito da torrente secundária se aprofunda rapidamente, não há tempo para um alargamento compensador das margens, e o resultado é a formação de uma garganta profunda, com paredes verticais que tendem a se aprofundar em direção montante.

Esse padrão de erosão tende a agravar-se em função de atividades antrópicas, relacionadas com a ineficiência dos sistemas de drenagem de águas pluviais, águas servidas e redes de esgoto, incrementando os processos erosivos, de forma bastante semelhante ao das boçorocas, principalmente quando as margens erodidas pelo processo são de consistência arenosa.

Esse processo erosivo é muito freqüente nas áreas urbanas da Amazônia, especialmente na Grande Manaus, que ampliou muito o seu perímetro urbano em áreas de risco de erosão, sem que crescesse de forma compatível á infra-estrutura de saneamento básico.

O crescimento explosivo da cidade de Manaus foi provocado pelas migrações atraídas pelo crescimento da Zona Franca.


Fenômeno das Terras Caídas

O fenômeno das terras caídas ocorre quando a água, atuando sobre uma das margens, normalmente de terreno sedimentar, de natureza arenosa, provoca uma trabalho subterrâneo de erosão e minagem, abrindo extensas cavernas subterrâneas.

Esse trabalho prossegue, até que uma súbita ruptura provoca uma queda do terreno, que é tragado pelas águas.


Medidas Preventivas

Os desastres provocados por desbarrancamentos e terras caídas são reduzidos, principalmente, por medidas não-estruturais, relacionadas com a definição das áreas de risco intensificado desses fenômenos, evitando-se a construção de estruturas de engenharia e de habitações nessas áreas.

Algumas vezes, justifica-se a construção de obras estruturais, como enrocamentos, espigões e cais de proteção, em áreas urbanas. Essas medidas estruturais podem apresentar resultados de longo prazo, quando complementadas por obras de dragagem, objetivando a redução da ação hidráulica da água sobre as margens vulneráveis.


As erosões de causas antrópicas, como as que atualmente flagelam a cidade de Manaus, exigem:

- mapeamento das áreas de risco;

- zoneamento urbano, com definição de áreas non aedificandi e aedificandi com restrição;

- rápido desenvolvimento das redes do saneamento básico, principalmente.

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