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28 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Erupções Vulcânicas


1 – Erupções Vulcânicas

CODAR: NI.VEV/ CODAR: 13.201


Caracterização

Ascensão e extravasamento do material magmático (lavas, bombas, cinzas e lápili), constituindo-se num dos riscos geológicos de natureza endógena, especialmente quando a emissão de material se dá de forma violenta e com grande derramamento de lava.


1 - Erupções Vulcânicas

A erupção vulcânica caracteriza-se pela emissão de matérias sólidas, como lavas endurecidas e rochas do substrato; líquidas, como lavas em fusão, e gasosas, como os gases meteoríticos e rejuvenescidos.


As características das erupções vulcânicas são variáveis, tanto no espaço como no tempo, de forma que o fenômeno pode ser:

- rápido ou prolongado;

- violento ou pouco intenso;

- súbito ou de evolução gradual.

O caráter de uma erupção depende essencialmente das características físicas do magma, como temperatura e viscosidade, além de sua composição química, e das tensões internas provocadas pelo acúmulo dos gases, bem como do estado de obstrução ou de permeabilidade das chaminés.

As lavas básicas, por terem menos silício, são mais fluidas e, normalmente, provocam erupções efusivas. As ácidas, com fortes concentrações de silício, são menos fluidas, melhores condutoras de calor e tendem a provocar erupções explosivas.

Erupções com deferentes características podem ocorrer em um mesmo aparelho vulcânico e, até mesmo, no curso de um episódio eruptivo.

As erupções lineares ou fissurais, como as do vulcão Laki, na Islândia, são caracterizadas por enormes emissões de basalto incandescente, a partir de grandes fissuras abertas no solo, e estão relacionadas ao tectonismo da cadeia meso-atlântica.

As erupções havaianas, típicas dos vulcões Mauna-Loa e Kilauea, nas ilhas do Havaí, são caracterizadas pela formação de grandes lagos de lava fluida e incandescente, cuja temperatura medida na superfície é de 1.0500C.

As erupções estrombolianas, típicas do vulcão Strombolí, na Itália, caracterizam-se pela emissão de lavas ácidas, menos fluídas, são acompanhadas de numerosas explosões menores, as quais arremessam pedras, jorros de lavas e cinzas, que tornam a cair no interior da cratera. Essas erupções rítmicas iniciam-se com a emanação de vapores, seguida de pequenas explosões com projeção de fragmentos de lava semi-solidificada, que retornam ao interior da cratera. O episódio dura aproximadamente 10 minutos e após quinze minutos de calmaria, o cicio se reinada.

Erupções volcânicas, características do monte Volcano, na Itália, cujas lavas são mais silicosas e viscosas, caracterizando-se pelas explosões mais fortes, as quais arremessam cinzas e fragmentos de lavas consolidadas, para fora da cratera.

Erupções peleanas, características do monte Pelée, na Martinica, são semelhantes às vulcânicas, porém, como as lavas são ainda mais viscosas e a temperatura mais baixa - 600 a-8000C – as obstruções da chaminé são mais intensas, de forma que a maior quantidade de gás sob pressão provoca explosões de grande intensidade, com emissão de perigosas nuvens ardentes, acompanhadas por uma agulha de lava, que é projetada acima da cratera.
  
Erupções plineanas, características da erupção que ocorreu no Vesúvio, em 79 a.C., descrita por Plínio, historiador romano, que se caracterizou pela abundantissima projeção de cinzas e de nuvens ardentes, precedendo a emissão de lavas. Erupções ingnibríticas, caracterizam-se pela emissão de grande quantidade de vidro vulcânico.

Erupções submarinas, são muito mais freqüentes do que se imaginava, a principio, e se caracterizam por ocorrerem nas cadeias dorsais oceânicas, provocando maremotos e tsunâmis. Essas erupções, algumas vezes, provocar~ o surgimento de ilhas oceânicas.


2 - Vulcões

Nos vulcões ativos, distinguem-se quatro estágios característicos:

- fase de repouso;

- fase sulfatariana;

- fase de atividade eruptiva moderada e contínua;

- fase eruptiva intensa e abrupta.

As erupções violentas ocorrem a intervalos irregulares, e é bastante difícil caracterizar periodicidades. Da mesma forma, a amplitude e a duração das erupções variam extremamente, até mesmo num único aparelho vulcânico. O volume das lavas pode variar entre milhares e bilhões de metros cúbicos.

Algumas vezes, a emissão ocorre através de uma única cratera, mas também por fissuras abertas nos flancos do cone vulcânico. Excepcionalmente, a lava pode transbordar através dos lábios da cratera, de uma forma gradual. As lavas podem escorrer por dezenas de quilômetros ou escorrer algumas centenas de metros, antes de se consolidarem.


O aparelho vulcânico clássico é constituído por:

- uma abertura em forma de cone, denominada de cratera, através da qual é emitido o material magmático;

- uma chaminé, que comunica a cratera com os depósitos de magma subjacentes;

- uma câmara magmática, onde é coletado o magma incandescente, que, a intervalos irregulares, é emitido pelo vulcão.

Normalmente, a própria erupção vulcânica vai construindo o relevo do aparelho vulcânico.

A erupção inicial do vulcão Paricutin, em 1945, no México, foi muito bem estudada e permitiu a descrição de história natural de uma erupção inicial amplamente documentada. 


Essa erupção evoluiu de acordo com a seguinte seqüência de eventos:

- fortes abalos sísmicos;

- surgimento de uma fenda, com aproximadamente 0,5 m de largura, no interior de uma plantação de milho;

- efusão de gases e cinzas silicosas;

- após alguns dias, iniciou-se a efusão de lavas, que submergiu totalmente a localidade, deixando fora apenas a torre da igreja local.


Nas erupções explosivas, a expansão dos gases, no interior do edifício vulcânico, provoca grandes explosões que projetam:

- nuvens ardentes;

- cinzas silicosas;

- fragmentos consolidados de lavas, sob a forma de bombas e lapilli

Os lapilli são fragmentos de rochas de pequena granulométrica. As bombas são constituídas de tufos de material sólido ou semipastoso, com aspecto de fusos retorcidos.

As cinzas silicosas, projetadas a grandes alturas, podem ser transportadas a milhares de quilômetros pelas correntes aéreas. Erupções de vulcões nos Andes chilenos provocaram deposições da cinzas silicosas na Patagônia e no Rio Grande do Sul. Na Patagônia, os depósitos de cinzas foram de tal monta, que chegaram a dobrar o peso das ovelhas.

As nuvens ardentes, formadas por gases superaquecidos, misturados com cinzas silicosas e fragmentos de lavas incandescentes, expandem-se bruscamente, em contato com a atmosfera, e descem pelas encostas dos vulcões, carbonizando árvores, animais e, até mesmo, pessoas. Os gases sulfídricos podem matar por sufocação, como aconteceu em Pompéia, cidade romana que existiu nas mediações do Vesúvio, soterrada em 79 a.C.


Causas

Os enrugamentos ocorridos no Terciário, que geraram as grandes cadeias atualmente existentes, provocaram a elevação de bolsões de magma em numerosos picos dessas cordilheiras.


Esses bolsões, em comunicação com o manto, sofrem a influência:

- de correntes convectivas ascendentes de magma;

- da pressão dos blocos montanhosos sobre o manto e favorecem a fluidificação do magma e sua elevação através das chaminés.

Quando o volume de magma, no interior do bolsão, ultrapassa os limites de coesão das rochas sobrejacentes, ocorrem soluções de continuidade, permitindo as erupções vulcânicas.


Ocorrência

O vulcanismo, na atual era geológica, está concentrado em quatro grandes faixas, que se distribuem ao redor do globo terrestre. Essas faixas são conhecidas como:

- cinturão de fogo do Pacífico;

- cinturão de fogo no sentido dos paralelos.

- cinturão de fogo da Dorsal meso-atlântica;

- região vulcânica da África oriental e Oriente Médio.


1 - Cinturão de Fogo do Pacifico

Esse cinturão compreende um grande conjunto de vulcões que circunda o Pacífico, iniciando-se no extremo sul dos Andes, continuando-se por essa imensa cadeia, ascendendo pela América Central e pelas Sierras mexicanas, pelas Rochosas, pela cadeia das Cascatas e pelo Alaska, descendo pelas Aleutas, em direção á península de Kamchatka e, daí, pelas Curilas e pelo Japão, até a Nova Zelândia.


2 - Cinturão de Fogo no Sentido dos Paralelos

Essa faixa desenvolve-se através das regiões mediterrâneas e transasiáticas, englobando os vulcões tirrenos, como o Vesúvio e o Etna; os vulcões alpinos e os da cadeia do médio Atlas, atingindo a Ásia Menor (monte Ararat, na Turquia) e o Cáucaso (monte Elbrig) e, daí, bordejando o planalto do rã e pelas cadeias do Himalaia, alcançam o oceano Pacífico, através de vulcões na ilha de Sonda e no Havaí. Cruzam-se com o cinturão do Pacifico, na Venezuela, e, através das Antilhas, com o cinturão da Dorsal meso-atlântica.


3 - Centurião de Fogo da Dorsal Meso-Atlântica

Essa faixa desenvolve-se da Islândia, no Ártico, e, através da Irlanda e da Escócia, desce por numerosos vulcões emersos e imersos, passando por Açores e Ascensão. As ilhas de Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz, os rochedos de São Pedro e São Paulo e o atol das Rocas são ilhas oceânicas brasileiras, desse complexo, desenvolvidas por vulcões, hoje extintos 


4 - Região Vulcânica da África Oriental e Oriente Médio

Nessa área de fratura em bloco, que se inicia no lago zambese e prolonga-se até a península Arábica, ocorrem numerosos vulcões, com especial destaque para o Kilimandjaro.


Principais Efeitos adversos

Dependendo da intensidade da erupção e do grau de surpresa da mesma, os danos humanos e materiais podem ser muito intensos.
São particularmente perigosas as nuvens ardentes.

O aquecimento dos vulcões pode fundir nevados e provocar avalanches catastróficas, como a que ocorreu no Nevado Del Ruiz, na Colômbia.


Monitorização, Alerta e Alarme

Os países que têm territórios em áreas de vulcanismo são obrigados a monitorizar os vulcões que apresentem maior grau de risco. Com a evolução da tecnologia, numerosos sensores permitiram estudos das atividades vulcânicas, com alto nível de precisão.


Dentre os sensores utilizados, destacam-se:

- os térmicos, principalmente os que captam radiações do espectro infravermelho,

através de fotografias aéreas ou imagens transmitidas por satélites artificiais;

- os sismógrafos, capazes de captar os abalos sísmicos que normalmente prenunciam cicios eruptivos;

- aparelhos geodésicos de última geração, como telêmetros a laser, que permitem detectar variações milimétricas na superfície do aparelho vulcânico;

- químicos, que permitem detectar pequenas amostras de gases meteoríticos do vulcão.


Medidas Preventivas

O alerta antecipado permite a evacuação das pessoas e dos animais das áreas de risco iminente.

A partir de mapas de risco, é fácil definir áreas non aedificandi, normalmente desenvolvidas ao longo das prováveis vias de acesso das lavas e áreas aedificandi com restrições, as quais são protegidas de impactos e dos caudais de magma.

As populações das áreas devem ser alvo de programas educativos que permitam a compreensão do fenômeno e informem sobre as medidas preventivas e de resposta ao desastre, que devem ser desencadeadas na iminência de erupções.

Brigadas locais de defesa civil devem ser adestradas para atuarem em circunstâncias de desastre.

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