23 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS VOLUME II - Conflitos Latentes entre os Privilegiados e os Excluídos - Estão contribuindo para o recrudescimento desses conflitos


4. Conflitos Latentes entre os Privilegiados e os Excluídos

A Europa vem sendo palco deste padrão de conflitos que tende a se exacerbar com a globalização e o protecionismo, a partir da queda da chamada “cortina de ferro”.

Durante aproximadamente meio século, o bloco socialista, liderado pela União Soviética, isolou-se do restante da humanidade e envolveu-se numa custosa corrida armamentista, que esgotou suas reservas econômicas.

Por não terem considerado a lei da termodinâmica, que estabelece que “todo sistema fechado sobre si mesmo tende à mesmice e à estagnação”, essas atitudes permitiram a geração de um fosso tecnológico e econômico, que distanciou o bloco comunista das demais nações desenvolvidas do mundo.


Estão contribuindo para o recrudescimento desses conflitos:

-  A necessidade de se redesenhar o mapa da Europa, para acomodar as diferentes etnias nacionais irreconciliáveis, como uma conseqüência natural do esfacelamento do antigo império de Pedro o Grande, substancialmente ampliado pós Stalin, na Reconferência de Yalta;

-  A preocupante queda dos índices de natalidade, ocorrida nos países mais desenvolvidos da Europa Ocidental, que esteve ameaçada por uma hecatombe atômica, durante duas gerações. O estresse e as incertezas quanto ao futuro podem ter concorrido para reduzir a fertilidade dos casais;

-  A pressão migratória, em busca de melhores oportunidades de empregos remunerados e de segurança econômica e social, a partir de países periféricos e menos desenvolvidos, especialmente a partir de ex-colônias dos países europeus;

-  A débâcle do bloco socialista e a reunificação da Alemanha;

-  A crise de desemprego, resultante dos avanços tecnológicos e da “luta econômica” pelo domínio dos diversos nichos do mercado global;

-  A decepção das populações dos países do antigo bloco socialista, que foram induzidas a acreditar que o imenso fosso que as separava das populações dos países mais desenvolvidos desapareceria num “passo de mágica”, com a privatização da economia e com a “abertura do mercado”.


Todas essas situações de desequilíbrio contribuíram para acirrar os conflitos ideológicos, raciais e religiosos, como forma de exprimir a desesperança e o descontentamento com o estágio transacional do mundo atual.

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