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30 março 2022

EDUCAÇÃO FORMAL E PROFISSIONAL EM SCIE - A dificuldade em aplicar no Brasil a engenharia de segurança contra incêndio nas edificações - Sistema de Gestão da Segurança contra Incêndio e Pânico nas Edificações

 

4.2 A EDUCAÇÃO FORMAL E PROFISSIONAL EM SCIE

 

A dificuldade em aplicar no Brasil a engenharia de segurança contra incêndio nas edificações é imensa devido às peculiaridades cada vez mais complexas dos métodos construtivos e a velocidade de produção do conhecimento em SCIE ainda baixa. Porém, o mais preocupante é a rotina instalada de alta exigência prescritiva dos agentes fiscalizadores e dos projetistas, muitas vezes advindo de uma lacuna curricular durante a educação formal quanto aos objetivos de implantação dos sistemas de proteção.

 

Complementa Luz Neto (1995 apud STEFFENS, 2009) que existem alguns pontos críticos a serem considerados na realidade atual brasileira, quais sejam: o simplório entendimento do projetista em considerar a SCI apenas uma questão de atendimento das normas; imposição legal de atendimento a requisitos internacionais sem o domínio científico dos preceitos que os definiram; e a crença comum dos proprietários e construtores de que SCIE é investimento sem retorno cujo risco poderia ser coberto por um seguro.

 

Como disseram Corrêa et al. (2002), as obrigações da atividade de bombeiro, para o atendimento de sua responsabilidade social, impelem seus administradores a manterem adequados programas de ensino e instrução com currículos dinâmicos em todos os níveis da organização. Também, segundo os autores, "[...] nenhuma doutrina se transmite e se consolida sem um adequado processo de ensino e instrução nos campos de formação, aperfeiçoamento e especialização".

 

À medida que a complexidade da edificação aumenta, potencializa os riscos de incêndio, que por sua vez exigem do projetista um sólido conhecimento sobre segurança contra o fogo.

 

(BRENTANO, 2007). Também em raciocínio sistêmico, Geyger (2010) comenta que investir nos profissionais também é a peça-chave para a produção de melhores normas, ofertando uma formação específica nessa área do conhecimento para que eles também possam desenvolver a SCIE.

 

Outro viés prático que marca a importância do conhecimento em segurança contra incêndio para os profissionais, é a possibilidade de permitir celeridade aos processos de expedição das licenças para habitação e para o devido funcionamento dos estabelecimentos, por meio do dimensionamento, apresentação e execução do projeto corretos, o que evitaria os retrabalhos por erros contínuos durante o processo de análise pela autoridade, como também permitiria aos regulamentadores a simplificação dos procedimentos administrativos, impondo maior responsabilidade e confiança aos projetistas, com redução considerável de parâmetros a serem verificados pelo agente público fiscalizador. Iniciando com essas constatações preliminares, buscaremos a fundamentação teórica que elucide a grande relevância das ações de ensino para o desenvolvimento da segurança contra incêndio em edificações.

 

A evolução da percepção do risco de incêndio, as atualizações das regulamentações, e o desenvolvimento dos projetos aos métodos baseados em desempenho, estão completamente vinculados com a educação formal dos cidadãos através de programas sociais preventivos, e dos profissionais que labutarão nesta área específica por meio das formações e qualificações universitárias e técnicas.

 

Países que estão em bom nível de desenvolvimento em segurança contra incêndio, como vimos, abordam o tema como uma ciência e uma especialidade da engenharia e da arquitetura, inseridas na educação técnica e científica, certos de que a produção do conhecimento é que aprimora a sua aplicação nas edificações. O incentivo à SCIE é dado com a criação de graduações e especializações para a competência técnica dos projetistas, e a implantação de mestrados e doutorados para a evolução científica da matéria.

 

Como exemplos da valorização do conhecimento em segurança contra incêndio, pode moscitar os mestrados e doutorados exclusivos em SCIE desenvolvidos pela Universidade de Coimbra (Portugal), pelo Worcester Polytechnic Institute (WPI -Estados Unidos da América), a graduação e o mestrado ofertados pela Universidade de Maryland (Estados Unidos da América), disciplinas específicas na graduação e especialização pela Carleton University (Canadá), assim como disciplinas na graduação e mestrado na Universidade de Edinburgh (Reino Unido), mestrado e cursos de extensão na Universidade de Leeds (ReinoUnido), especialização, mestrado e doutorado oferecido pela Universidade de Canterbury (Nova Zelândia), curso de graduação em redução de desastres e linhas de pesquisa em segurança contra incêndio na Tongji University (China) e pesquisas realizadas no State Key Laboratoryof Fire Science da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, entre outros.

 

 


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