06 abril 2022

Um incêndio florestal agravado por uma repentina tempestade de vento matou 19 bombeiros no Estado norte-americano do Arizona

 

Incêndio nos Estados Unidos mata 19 bombeiros

  

Um incêndio florestal agravado por uma repentina tempestade de vento matou 19 bombeiros no Estado norte-americano do Arizona.




 

Segundo autoridades locais, os bombeiros tinham treinamento especial para lidar com situações como a ocorrida no domingo, mas não conseguiram escapar das altas temperaturas e do fogo depois de serem cercados pelo incêndio. 


Foi o dia mais letal para o Corpo de Bombeiros nos EUA desde os atentados 11 de setembro de 2001 e a operação de combate a incêndios florestais com maior número de baixas em 80 anos.

 

As chamas começaram a se alastrar na sexta-feira e se espalharam por uma área de cerca de 2.000 acres (809 hectares) no domingo, em meio a uma mistura de altas temperaturas, baixa umidade e condições adversas de vento. Os bombeiros faziam parte da unidade especial Granite Mountain Hotshots, com base na pequena cidade de Prescott.

 


Apenas um dos bombeiros do grupo sobreviveu. Ele manobrava um caminhão da unidade de combate às chamas quando seus colegas foram surpreendidos pelo fogo trazido por uma súbita rajada de vento. 


O vento, que fez o fogo se espalhar por um raio de 8 mil metros quadrados, destruiu 50 casas e ameaçou outras 250 nos arredores de Yarnell, pequeno vilarejo de 700 habitantes, distante cerca de 137 quilômetros a noroeste de Phoenix, a maior cidade do Arizona.



 

Amontoados em abrigos, os moradores assistiram pela TV o fogo queimar suas casas, enquanto as chamas iluminavam o céu. Não ficou claro como os bombeiros ficaram presos no incêndio. As autoridades informaram que a equipe seguia os protocolos de segurança, mas foi cercada pelo fogo dada a natureza errática das chamas. Segundo Brian Klimowski, meteorologista do Serviço Nacional Flagstaff, no momento da tragédia houve uma mudança de curso e um aumento repentino da velocidade do vento.

 


"Foi o dia mais sombrio de que posso me lembrar", disse a governadora do Arizona, Jan Brewer, ela ordenou que as bandeiras dos EUA em todo o Estado fossem baixadas a meio mastro, "nós estamos com o coração partido", declarou o presidente dos EUA, Barack Obama, que estava em visita à África.

 

Fonte:

02/07/2013 04:00 – Diário do Litoral

COMISSÃO - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS


METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

COMISSÃO

Comandante do Corpo de Bombeiros

Cel PM Antonio dos Santos Antonio

Subcomandante do Corpo de Bombeiros

Cel PM Manoel Antônio da Silva Araújo

Chefe do Departamento de Operações

TenCel PM Marcos Monteiro de Farias

 

Comissão coordenadora dos

Manuais Técnicos de Bombeiros

TenCel Res PM Silvio Bento da Silva

TenCel PM Marcos Monteiro de Farias

Maj PM Omar Lima Leal

Cap PM José Luiz Ferreira Borges

1º Ten PM Marco Antonio Basso

 

Comissão de elaboração do Manual

Cap PM Enio Aparecido Fernandes

Cap PM Luis Alberto Rodrigues da Silva

1º Ten PM Fabrício Lemos Hunderttamark

1º Ten PM Luiz Renato Maximiniano

1º Ten PM Alessandro Lima de Freitas

Subten PM Antonio Custodio de Souza

1º Sgt PM José Carlos Rosa

2º Sgt PM Edílson César Gomes da Silva

 

Comissão de Revisão de Português

1º Ten PM Fauzi Salim Katibe

1° Sgt PM Nelson Nascimento Filho

2º Sgt PM Davi Cândido Borja e Silva

Cb PM Fábio Roberto Bueno

Cb PM Carlos Alberto Oliveira

Sd PM Vitanei Jesus dos Santos


PREFÁCIO - MTB - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 PREFÁCIO - MTB

 

No início do século XXI, adentrando por um novo milênio, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo vem confirmar sua vocação de bem servir, por meio da busca incessante do conhecimento e das técnicas mais modernas e atualizadas empregadas nos serviços de bombeiros nos vários países do mundo.

 

As atividades de bombeiros sempre se notabilizaram por oferecer uma diversificada gama de variáveis, tanto no que diz respeito à natureza singular de cada uma das ocorrências que desafiam diariamente a habilidade e competência dos nossos profissionais, como relativamente aos avanços dos equipamentos e materiais especializados empregados nos atendimentos.

 

Nosso Corpo de Bombeiros, bem por isso, jamais descuidou de contemplar a preocupação com um dos elementos básicos e fundamentais para a existência dos serviços, qual seja: o homem preparado, instruído e treinado.

 

Objetivando consolidar os conhecimentos técnicos de bombeiros, reunindo, dessa forma, um espectro bastante amplo de informações que se encontravam esparsas, o Comando do Corpo de Bombeiros determinou ao Departamento de Operações, a tarefa de gerenciar o desenvolvimento e a elaboração dos novos Manuais Técnicos de Bombeiros.

 

Assim, todos os antigos manuais foram atualizados, novos temas foram pesquisados e desenvolvidos. Mais de 400 Oficiais e Praças do Corpo de Bombeiros, distribuídos e organizados em comissões, trabalharam na elaboração dos novos Manuais Técnicos de Bombeiros - MTB e deram sua contribuição dentro das respectivas especialidades, o que resultou em 48 títulos, todos ricos em informações e com excelente qualidade de sistematização das matérias abordadas.

 

Na verdade, os Manuais Técnicos de Bombeiros passaram a ser contemplados na continuação de outro exaustivo mister que foi a elaboração e compilação das Normas do Sistema Operacional de Bombeiros (NORSOB), num grande esforço no sentido de evitar a perpetuação da transmissão da cultura operacional apenas pela forma verbal, registrando e consolidando esse conhecimento em compêndios atualizados, de fácil acesso e consulta, de forma a permitir e facilitar a padronização e aperfeiçoamento dos procedimentos.

 

 O Corpo de Bombeiros continua a escrever brilhantes linhas no livro de sua história. Desta feita fica consignado mais uma vez o espírito de profissionalismo e dedicação à causa pública, manifesto no valor dos que de forma abnegada desenvolveram e contribuíram para a concretização de mais essa realização de nossa Organização.

 

Os novos Manuais Técnicos de Bombeiros - MTB são ferramentas importantíssimas que vêm juntar-se ao acervo de cada um dos Policiais Militares que servem no Corpo de Bombeiros.

 

Estudados e aplicados aos treinamentos, poderão proporcionar inestimável ganho de qualidade nos serviços prestados à população, permitindo o emprego das melhores técnicas, com menor risco para vítimas e para os próprios Bombeiros, alcançando a excelência em todas as atividades desenvolvidas e o cumprimento da nossa missão de proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.

 

Parabéns ao Corpo de Bombeiros e a todos os seus integrantes pelos seus novos Manuais Técnicos e, porque não dizer, à população de São Paulo, que poderá continuar contando com seus Bombeiros cada vez mais especializados e preparados.

 

São Paulo, 02 de Julho de 2006.

Coronel PM ANTONIO DOS SANTOS ANTONIO

Comandante do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar
 do Estado de São Paulo 




APRESENTAÇÃO - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

APRESENTAÇÃO

 

No passado muitos se empenharam em registrar as atividades do Corpo de Bombeiros, em elaborar manuais, normas e outras publicações. Graças a esses dedicados bombeiros, com todo esse trabalho pioneiro, procuramos apresentar, em continuidade, nossa colaboração, traçando um “interface” entre as diversas atividades de bombeiros e a aplicação da meteorologia.

 

No andamento dos trabalhos ficou patente a inevitável influência dos fenômenos meteorológicos na consecução dos trabalhos de bombeiros. Daí, toda importância da abordagem desses fenômenos, bem como da apresentação das ferramentas disponibilizadas por um dos órgãos responsáveis pela previsão de tempo e pelos estudos climáticos no Brasil – O CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos e INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

 

A grata surpresa foi que a finalização culminou com a criação de uma home-page personalizada para o uso do Corpo de Bombeiros, contendo produtos que vêem de encontro às nossas reais necessidades operacionais.

 

Como se trata de um primeiro trabalho a esse respeito esperamos que muito ainda se faça para contribuir com a melhoria e o aprimoramento do presente manual, e que realmente seja útil tanto para o planejamento quanto para o atendimento das ocorrências de bombeiros.




SUMÁRIO - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

SUMÁRIO

1. Introdução...... 8

2. Fenômenos meteorológicos – definições..... 11

2.1 Ciências........ 11

2.2 Objeto de estudo.........11

2.3 Fenômenos meteorológicos.... 11

2.4 Nuvens................ 13

2.4.1 Nuvens altas..... 13

2.4.2 Nuvens médias......15

2.4.3 Nuvens baixas......... 17

2.5 Diferença entre tempo meteorológico e clima.. 18

2.6 Elementos meteorológicos....... 18

2.6.1 Precipitação........... 18

2.6.2 Ventos........ 18

2.6.3 Pressão..... 21

2.6.4 Temperatura.... 21

2.6.5 Umidade.......21

2.7 Sistemas meteorológicos..... 21

2.7.1 Sistemas frontais....... 22

2.7.2 Sistemas de alta pressão..... 23

2.7.3 Sistemas de baixa pressão......24

2.8 Condições de tempo..... 27

2.9 Fenômenos climáticos........ 28

2.10 Sistemas meteorológicos de verão..... 30

2.11 Condição meteorológica de inverno....32

2.12 Dados meteorológicos........... 32

2.13 Representação dos dados meteorológicos... 34

2.13.1 Meteogramas..... 34

2.14 Instrumento e métodos de observação...... 36

2.14.1 Satélites........ 36

2.14.2 Radares....... 41

2.15 Previsão de tempo e clima...... 43

2.16 Modelos meteorológicos de previsão de tempo...44

2.17 Hidrometeorologia...... 45

2.18 Outros tópicos...... 46

2.19 Guia básico de estudo orientado do tópico 2 ... 48

3. Operações de bombeiros .... 54

4. Órgãos de meteorologia nacionais...... 61

5. Órgãos de meteorologia estaduais.......... 63

6. Manual de utilização das informações meteorológicas 65

6.1 Como utilizar os produtos da página da Internet... 66

6.2 Guia básico estudo orientado do tópico 6 – dissertativas.....86

6.3 Guia básico de estudo orientado do tópico 6 – múltipla

escolha........... 87

7 Referências bibliográficas....... 91

ANEXO 1 – Fenômenos meteorológicos – explicações... 93

ANEXO 2 – El Nino e La Nina...... 98

ANEXO 3 – Gabaritos dos testes do tópico 2.... 100

ANEXO 4 – Respostas - Guia estudo orientado do tópico 6

4.1 - Gabaritos dos testes dissertativos...105

4.2 - Gabaritos dos testes múltipla escolha... 108




INTRODUÇÃO - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

1. INTRODUÇÃO

 

Os serviços de bombeiros, conforme o tipo de emergência, são afetados pelas condições do tempo, principalmente as variáveis meteorológicas como: vento, chuva, umidade relativa do ar e temperatura da atmosfera. As estações principais – a seca (em média entre os meses de junho a setembro) com suas características de baixa umidade relativa do ar, formação de nevoeiros, grande variação de temperatura ao longo do dia e a falta de chuva; – a das águas (em média entre os meses de novembro e março) com acumulados de chuva em curto espaço; desencadeiam as operações inverno e verão respectivamente, de forma que as variáveis com valores muito acima ou muito abaixo da média histórica vêm determinar o número e a gravidade das emergências.

 

Por sua vez não podemos ignorar o efeito das intempéries sobre o homem, principalmente sob atividade intensa, stress, ambientes confinados, trabalhos pesados, etc.

 

Essa conjugação de fatores acaba por influir no sucesso de uma operação, ou até mesmo na eclosão de acidentes ou incidentes de trabalho.

 

Em nosso estado já tivemos vários desastres naturais, com os quais esperamos ter aprendido, e este manual pretende apresentar algumas ferramentas para planejamento.

 

Portanto, a principal idéia nesse manual é de saber como utilizar as informações de tempo para determinadas situações e com o conhecimento prévio das condições de tempo, com algumas horas e até 10 dias de antecedência, pode ser de importância cabal para o planejamento imediato dos meios materiais e humanos, este é o planejamento tático.

 

Igualmente, sabendo com alguma antecedência que os meses subseqüentes podem ser secos ou chuvosos, frios ou quentes dentro da média histórica (médias de 30 anos dos parâmetros meteorológicos) permita avaliar o rigor das intempéries possibilitando um planejamento mais próximo da realidade, com estimativa e grau de confiabilidade científico, este é o planejamento estratégico.

 

Daí a importância de apresentar algumas noções básicas sobre meteorologia àqueles que ainda não as conhecem, cuja compreensão não só colabora na valorização do trabalho dos especialistas que atuam nesta área, como também possibilita alguma forma autônoma de se avaliar, e até de fazer previsões das condições do tempo.

 

 

Com o advento da “INTERNET”, onde as informações meteorológicas podem ser facilmente acessadas, não se justifica mais que unidades do Corpo de Bombeiros dependam exclusivamente de informações obtidas via órgãos de comunicação (jornais, rádios AM/FM,

 

TVs) ou via telefone e fax diretamente dos órgãos públicos de meteorologia. Pela importância que a meteorologia tem para as atividades operacionais, impõe-se que os mesmos, pelo menos diariamente, acessem dados meteorológicos e os disponibilizem à tropa, pois está na ponta da linha e é usuária final.

 

Embora tal serviço de meteorologia tenha que ser simples e objetivo, considerou-se importante mostrar detalhadamente como as informações meteorológicas atualmente são elaboradas e divulgadas, mesmo por que só na “Internet” existem dezenas de “sites” nacionais e internacionais de meteorologia, sendo necessária a seleção dos teoricamente mais confiáveis.

 

Enfim, o passado já se foi e o presente está em curso, é com o futuro que o planejamento se preocupa, mas no nosso caso, de olho no passado. Se o futuro vai chegar, e ele sempre chega a qualquer momento, por que deixar que ele apareça sem que se esteja devidamente preparado para enfrentá-lo?

 

Como disse certo sábio, planejar é aprender com o passado e aplicar no futuro, é como dirigir à noite um veículo cujos faróis estejam na traseira.

 

Nesse sentido é que relatamos a criação da defesa civil de São Paulo, como consta no seu histórico (http:/www.defesacivil.sp.gov.br/):

 

Retrocedendo no tempo é que vamos encontrar eventos danosos, verdadeiras catástrofes, sensibilizando o povo paulista para a necessidade de um organismo capaz de prevenir tais acontecimentos ou, diante de eventos imprevisíveis, minimizar as perdas humanas e materiais, atender aos necessitados e restabelecer a normalidade na área atingida. Assim sendo é que, infelizmente, tivemos:

 

- Em 1967, a ocorrência de chuvas intensas em Caraguatatuba, que vieram a provocar a necessidade de inúmeras providências de socorro, que, embora improvisadas, controlaram a situação;

 

- Em 1969, tivemos chuvas intensas atingindo o Interior e mesmo a capital, determinando a criação, pelo governo, da 1ª comissão de defesa civil, auto-limitada pela sua própria finalidade.




 


Fenômenos Meteorológicos – Definições - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2. Fenômenos Meteorológicos – Definições:

 

2.1 Ciência

 

Climatologia: é o estudo do clima. Inclui dados climáticos, a análise das causas das alterações no clima e a aplicação desses dados na solução de objetivos específicos ou problemas operacionais. Os dados climatológicos são importantes para tomadas de decisões, em especial no setor agrícola e de energia elétrica.

Meteorologia: ciência que estuda a atmosfera, suas variáveis, seus fenômenos e suas atividades.

 

 

2.2 Objeto de estudo

 

Atmosfera: porção gasosa do meio físico que envolve um planeta.

 




Fenômenos meteorológicos- Trovoada - Raio - Ressaca - Geada - Névoa seca - Névoa úmida - Nevoeiro de Cerração - Geada branca - Nevoeiro - Nuvens - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.3 Fenômenos meteorológicos

 

Trovoada: combinação de trovão e relâmpago com ou sem chuva.

 

Raio: descarga elétrica visível produzida em resposta a intensificação da diferença de potencial existente entre nuvem e solo; entre diferentes nuvens; dentro de uma única nuvem ou entre uma nuvem e o ar circunvizinho.

 

Ressaca: elevação do nível do mar, provocado por condições meteorológicas adversas, como a entrada de uma massa fria no inverno que os ventos chegam de sul e trazem umidade do oceano, vento mais forte causado pela formação de uma baixa pressão, entre outros.

 

Geada: depósito de gelo cristalino sobre superfície exposta ao ar livre, resultante do congelamento do vapor d’água existente no ar próximo a superfície.

 

Névoa seca: suspensão de partículas de poeira fina ou fumaça no ar. Invisíveis a olho nu, as partículas reduzem a visibilidade e são, suficientemente, numerosas para dar ao ar um aspecto opaco. Exemplo disso seria em um dia de inverno, sem chuva e com temperaturas elevadas à camada de poluição aparece nas grandes centros urbanos e caracteriza uma névoa seca.

 

Névoa Úmida (popularmente chamado de neblina): conjunto de microscópicas gotas de água suspensas na atmosfera.

 

Nevoeiro ou Cerração: massa de minúsculas gotas de água suspensas na atmosfera, próximas ou junto a superfície da terra, que reduzem a visibilidade horizontal para menos de 1 Km.

 

Figura 2.1 – Exemplo de geada branca, normal no inverno especialmente no Sul do país com a entrada de uma massa de ar frio e seco.



 

Figura 2.2 – Exemplo de Nevoeiro

 




 

2.4 Nuvens

 

Nuvem: um conjunto visível de partículas minúsculas de matéria como gotículas d'água ou cristais de gelo, no ar. Uma nuvem se forma na atmosfera como resultado da condensação do vapor d'água.




Nuvens Altas - Cirruscumulus - Formação de nevoeiro - Cirrustratus - Cirrus - Cirrustratus - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.4.1 Nuvens Altas

Cirrus: nuvem isolada em forma de filamentos brancos e delicados ou de bancos ou faixas estreitas, brancos ou quase brancos. Esta nuvem tem aspecto fibroso como fios de cabelo ou rabo de galo. O cirro é constituído por cristais de gelo. Normalmente visualizamos cirrus antes de uma frente fria chegar, na linguagem popular é chamada de “crista de galo”. É a nuvem mais alta que se forma no céu, com exceção do topo das bigornas de nuvens cumulunimbus (CB) que, ocasionalmente, se formam em alturas excessivas.

 

Condição de tempo associada: Tempo estável com aproximação de áreas de instabilidade.

 

Normalmente antes da chegada de uma frente fria observam-se muitos cirros, também são observados sobre a bigorna de cumulunimbus.

 

Cirruscumulus: banco, lençol ou camada fina de nuvens brancas constituídas por elementos muito pequenos em forma de grãos, rugas, ligados ou não. Estas nuvens são constituídas quase que, exclusivamente, por cristais de gelo, podem também existir gotículas de água. O Cirrocumulus é transparente a ponto de revelar a posição do sol ou da lua. Cria geralmente um "céu escamado", as ondulações podem se parecer com escamas de peixe.

 

Figura 2.3 – Formação de Nevoeiro



 

Condição de tempo associada: Tempo estável com aproximação de áreas de instabilidade.

 

Cirrustratus: véus nebulosos, transparentes e esbranquiçados, de aspecto fibroso como de cabelo liso que cobre total ou parcialmente o céu e produz em regra fenômenos de Halo. O cirrustratos é, principalmente, constituído por cristais de gelo. Esta nuvem é uma boa precursora de precipitação, indicando que isto pode ocorrer num prazo de 12 à 24 horas.

 

Condição de tempo associada: Tempo estável.

 

Veja abaixo exemplo das nuvens altas:

 

*Figura 2.4: Nuvem Cirrus (exemplo 1)




*Figura 2.5: Nuvem Cirrus (exemplo 2)




*Figura 2.6: Nuvem Cirrocumulus




*Figura 2.7: Nuvem Cirrustratus






 

 

 

 

Nuvens médias - Nuvem Nimbustratos - Nuvem Cúmulus - Cumulunimbus - Mecanismo de formação da chuva - Como se forma a chuva - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.4.2 Nuvens médias

 

Nimbustratos: nuvem típica da formação de chuva. Muitas vezes sua base não pode ser vista devido ao peso da precipitação. Geralmente, estão associadas às condições climáticas do outono e do inverno, podendo, contudo, aparecer em qualquer estação.

 

Condição de tempo associada: Estas nuvens sempre produzem chuva fraca à moderada que pode perdurar por horas.

 

Cúmulus: nuvens isoladas, geralmente densas e de contornos nítidos, que se desenvolvem verticalmente em forma de torres. O topo parece muitas vezes uma couve-flor ou amontoada de algodão. As porções da nuvem iluminadas pelo sol são quase de um branco brilhante, a base é relativamente sombria. O topo do cúmulo é, às vezes, esfarrapado e constituído por gotículas de água e cristais de gelo nas porções mais elevadas em que a temperatura é inferior a 0º C.

 

Condição de tempo associada: Cúmulos bem desenvolvidos produzem pancadas de chuva ou aguaceiros; cúmulos pequenos, lembrando flocos de algodão são também conhecidos como cúmulos de bom tempo.

Cumulunimbus: nuvem densa de grande extensão vertical, em forma de montanha ou enormes torres. A região superior, pelo menos em parte, é lisa, e quase sempre achatada em forma de bigorna. O cumulunimbus é constituído por gotículas de água e cristais de gelo na parte superior. Contém também grandes gotas de chuva e granizo. Quando cobre grande parte do céu pode, facilmente, confundir-se com Nimbustratus. É responsável pela formação de tempestades, trovoadas, e em alguns casos, tornados.

 

Condição de tempo associada: Estas nuvens produzem aguaceiros violentos, acompanhados de relâmpago, trovão e rajadas de vento moderadas a forte. Algumas vezes produzem granizo.

 

Veja abaixo exemplo das nuvens médias:

 

Figura 2.8: Nuvem Nimbustratos




*Figura 2.9: Nuvem Cúmulus




*Figura 2.10: Nuvem Cb – Cumulunimbus(Exemplo 1)




Figura 2.11 – Nuvem Cb – Cumulunimbus(Exemplo2)




Figura 2.11a – Mecanismo de formação da chuva (CB).



 

 

 


Nuvens baixas - Stratoscumulus - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.4.3 Nuvens baixas

 

Stratus: camada nebulosa, cinzenta, de base uniforme e definida. São constituídos por gotículas de água e quando espessos, podem conter gotículas de chuvisco. Podem ser tão tênues que permitem distinguir, nitidamente, o contorno do sol ou da lua.

 

Condição de tempo associada: Quando produzem precipitação é sempre em forma de chuvisco. Estas nuvens podem se formar muito próximo do solo, produzindo restrição da visibilidade horizontal semelhante a um nevoeiro denso.

 

Stratoscumulus: camada de nuvens cinzentas ou esbranquiçadas, quase sempre com porções escuras, constituídas por massas em mosaico, glóbulos, rolos etc., de aspecto não fibroso, ligadas ou não.

 

Condição de tempo associada: Mantém o céu nublado e por muitas vezes com chuva fraca e continua. Geralmente, são formadas quando há uma forte circulação marítima (ventos vindos do Oceano ou de sudeste/leste).

 

Figura 2.12: Nuvem stratus





Figura 2.13: Nuvem stratuscumulus







Diferença entre tempo meteorológico e clima - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.5 Diferença entre tempo meteorológico e clima

 

Clima: constitui o estado médio e o comportamento estatístico da variabilidade dos parâmetros do tempo (temperatura, chuva, vento, etc.) sobre um período, suficientemente, longo de uma localidade. O período recomendado é de 30 anos.

 

Tempo: conjunto de condições atmosféricas e fenômenos meteorológicos que afetam a biosfera e a superfície terrestre em um dado momento e local. Temperatura, chuva, vento, umidade, nevoeiro, nebulosidade, etc., formam o conjunto de parâmetros do tempo.




Elementos meteorológicos - Precipitação - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.6 Elementos meteorológicos

 

2.6.1 Precipitação

 

Precipitação: todas as formas de água, líquida ou sólida, que caem das nuvens.




Ventos - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

2.6.2 Ventos

 

Vento: é a parte horizontal do movimento das parcelas de ar.