...AVISO AOS SEGUIDORES E VISITANTES DO MEU BLOGGER, AQUI NÃO HÁ RESTRIÇÃO ALGUMA NO QUE DIZ SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS IMAGENS OU POSTAGENS, SENDO DE LIVRE USO PARA CONCLUSÃO DE TESES, TCC, SALA DE AULA, PALESTRAS E OUTROS. Abração do Bombeiroswaldo...

11 junho 2022

Preparatório para o futuro próximo em 2023 onde realizarei Palestras Preventivas em Indústrias e Hipermercado no Brasil

 




De cada 10 postos de trabalho em que prestei serviços como Bombeiro Civil - BPC, 7 sequer havia local para guardar o uniforme. No entanto precisa-se trabalhar e levar o pão pra casa. Contestar jamais conquestei para preservar minha integridade profissional

 


Piso Salarial do Bombeiro Civil CLÁUSULA TERCEIRA - SALÁRIO NORMATIVO A partir de 1º de setembro de 2021, serão garantidos os salários normativos abaixo. Cargo/Função Piso Gratificação: - Bombeiro Civil Aeródromo R$ 2.223,86 15% (quinze por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Aeródromo R$ 3.057,81 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Inspetor R$ 3.262,78 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil R$ 2.223,86 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Líder Condutor ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Condutor R$ 3.057,81 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio R$ 3.057,81 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Mestre R$ 8.590,28 Sem gratificação; - Bombeiro Civil que atende Heliponto R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil Líder que atende Heliponto ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que atende Heliponto R$ 3.057,81 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil que trabalha na Industria R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil Industrial Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora na indústria R$ 3.057,81 20% (vinte por cento); - Bombeiro Civil Florestal R$ 2.223,86 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Florestal Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Floresta R$ 3.057,81 Sem gratificação; - Salva-Vidas R$ 1.698,85 Sem gratificação; - Salva-Vidas Líder R$ 1.698,85 10% (dez por cento; -) Bombeiro Civil Supervisor/Coordenador R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Encarregado/Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Inspetor R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Instrutor de Curso de Bombeiro Civil R$ 3.467,74 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Operador de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista R$ 2.398,28 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Operador de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista Industrial R$ 2.398,28 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil que labora em Hospital R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil Líder que labora em Hospital ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Hospital R$ 3.057,81 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil que trabalha nos Portos (Portuário) R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Resgatista Civil R$ 2.223,86 *A presente função não contempla gratificação, periculosidade e não se restringe à mesma jornada das demais funções. - SIND DOS BOMBEIROS PROF CIVIS EMP E PREST SERV EST S P,

 

Salários, Reajustes e Pagamento Piso Salarial do Bombeiro Civil

 

CLÁUSULA TERCEIRA - SALÁRIO NORMATIVO

A partir de 1º de setembro de 2021, serão garantidos os salários normativos abaixo.

Cargo/Função Piso Gratificação:

- Bombeiro Civil Aeródromo R$ 2.223,86 15% (quinze por cento);

- Bombeiro Civil Aeródromo Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Aeródromo Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Aeródromo R$ 3.057,81 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Aeródromo Inspetor R$ 3.262,78 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Aeródromo Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil R$ 2.223,86 Sem gratificação;

- Bombeiro Civil Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Líder Condutor ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Condutor R$ 3.057,81 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio R$ 3.057,81 Sem gratificação;

- Bombeiro Civil Mestre R$ 8.590,28 Sem gratificação;

- Bombeiro Civil que atende Heliponto R$ 2.223,86 10% (dez por cento);

- Bombeiro Civil Líder que atende Heliponto ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que atende Heliponto R$ 3.057,81 10% (dez por cento);

- Bombeiro Civil que trabalha na Industria R$ 2.223,86 10% (dez por cento);

- Bombeiro Civil Industrial Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora na indústria R$ 3.057,81 20% (vinte por cento);

- Bombeiro Civil Florestal R$ 2.223,86 Sem gratificação;

- Bombeiro Civil Florestal Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Floresta R$ 3.057,81 Sem gratificação;

- Salva-Vidas R$ 1.698,85 Sem gratificação;

- Salva-Vidas Líder R$ 1.698,85 10% (dez por cento;

-) Bombeiro Civil Supervisor/Coordenador R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Encarregado/Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);

- Bombeiro Civil Inspetor R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);

- Instrutor de Curso de Bombeiro Civil R$ 3.467,74 Sem gratificação;

- Bombeiro Civil Operador de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista R$ 2.398,28 Sem gratificação;

- Bombeiro Civil Operador de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista Industrial R$ 2.398,28 10% (dez por cento);

- Bombeiro Civil que labora em Hospital R$ 2.223,86 10% (dez por cento);

- Bombeiro Civil Líder que labora em Hospital ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Hospital R$ 3.057,81 10% (dez por cento);

- Bombeiro Civil que trabalha nos Portos (Portuário) R$ 2.223,86 10% (dez por cento);

- Resgatista Civil R$ 2.223,86 *A presente função não contempla gratificação, periculosidade e não se restringe à mesma jornada das demais funções.

 

Fonte:

Confira a autenticidade no endereço http://www3.mte.gov.br/sistemas/mediador/. SIND DOS BOMBEIROS PROF CIVIS EMP E PREST SERV EST S P, CNPJ n. 60.899.879/0001-87

Recepcionando a Esposa e Filhos do Sr. Jorge Paulo Lemann em 2002 - Heliponto do Condomínio Edifício L'Archê - Banco Garantia


 

Só os mortos conhecem o fim da guerra, se Você ainda está respirando... Levante-se e LUTE!!! - Uma vez um Soldado, jamais deixará de ser um Soldado...

 


Éramos seis... E hoje continuamos sendo seis... Mas não da mesma forma ou com a mesma fórmula.


 Moro Max 125 SE - Minha Bichona

Haiara dos Santos Pinto Lima - Saudades... Assim que vi a foto lembrei-me de você, de seu sorriso...

 Haiara dos Santos Pinto Lima


Gustavo dos Santos Pinto Lima



IED - ISTITUTO EUROPEU DI DESIGN SÃO PAULO - Monografia do Curso de Graduação em Desing de Produto - Mauricio César de Oliveira - Redesign da Viatura de Suporte Avançado do Utilizada pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU - Agradecimentos - Resumo - Sumário - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

 

IED - ISTITUTO EUROPEU DI DESIGN

MAURICIO CÉSAR DE OLIVEIRA



 

Redesign da Viatura de Suporte Avançado do Utilizada pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

Monografia apresentada ao curso de graduação em Design de Produto do Istituto Europeo di Design São Paulo.

 

 

Sob Orientação de:

 

Christian Ullmann

Márcio Gianelli

Rodrigo Vilalba

Henrique Stabile

 

 

São Paulo 2016

 

 

agradecimentos

 

Primeiramente aos meus pais que deram o suporte, apoiaram meus sonhos e acreditaram em mim. Sem esse alicerce, não teria condições de chegar aonde cheguei.

 

À minha avó Nair, que com seu carinho infinito me ensinou a ser perseverante e a nunca desistir, por mais que a jornada seja árdua.

 

A meus amigos e colegas, que estiveram ao meu lado durante momentos difíceis no decorrer desta jornada, e cada um a sua maneira me motivaram a seguir em frente.

 

Aos professores e mestres que contribuíram em minha formação, não somente acadêmica, como também a pessoal.

 

Tive o privilégio de encerrar este ciclo ao lado de grandes profissionais, que além de mestres são verdadeiros amigos.

 

Aos médicos e enfermeiros do Grupo de Resgate e Atenção às Urgências de São Paulo, o GRAU, pelo apoio técnico e por terem contribuído para que este trabalho pudesse ser concluído.

 

Em especial à diretoria do GRAU, Dr. Hassan Neto, Dr. Jorge Ribera e Dr. Ricardo Vanzetto.

 

 

Resumo

 

Este projeto tem como objetivo otimizar a viatura de suporte avançado utilizada atualmente pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU São Paulo no atendimento às ocorrências. Com a premissa de suprir as necessidades dos médicos, enfermeiros e bombeiros que compõem a tripulação da viatura e aumentar a eficiência, segurança e tempo operacional. Usando como recursos pesquisas etnográficas, análise de registros de ocorrências, consultoria dos profissionais do GRAU e bibliografia especializada, foram estabelecidos os pontos a serem trabalhados na viatura de maneira a atingir os objetivos citados.

 

 

Sumário

 

Capítulo 01

Atendimento Pré-Hospitalar___________________1

 

Capítulo 02

GRAU - Grupo de Resgate e Atençãoàs Urgências__9

 

Capítulo 03

Unidade de Suporte Avançado_________________15

 

Capítulo 04

Projeto___________________________________27

considerações finais_________________________65

anexos__________________________________16

bibliografia______________________________79




Introdução - Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

 

Introdução

 

Desde que me recordo, tenho uma fascinação pelo Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate. Quando criança, adorava visitar quartéis de bombeiros, entrar nas viaturas, usar os capacetes e me imaginar combatendo o fogo e resgatando pessoas. Hoje essa admiração não é diferente, e como estudante de Design de Produtos, vejo como as ferramentas adquiridas no decorrer deste curso podem contribuir para melhoria das condições de trabalho destes profissionais tão incríveis que estão todos os dias nas ruas para salvar vidas.

 

São Paulo está entre as cinco maiores cidades do mundo, são mais de onze milhões de habitantes e 5 milhões de veículos. Soma-se o crescimento sem planejamento à equação e o resultado é uma receita para desastres. Dentre os serviços de atendimento médico de urgência o GRAU Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências se destaca. Criado há 26 anos com o objetivo de fornecer serviços médicos para auxílio às ações do Corpo de Bombeiros, é tido como a força de elite do resgate médico. Ligado à Secretaria de Estado da Saúde, o órgão possui características diferenciadas, provenientes do contato com serviços militares, uma vez que integra um sistema híbrido acionado por meio do número 193, composto ainda pelo CBPMESP (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo) e o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar.

 

Os integrantes do GRAU passam por treinamentos árduos e extensos, para estarem aptos a atuar em situações que podem ir desde uma colisão entre veículos à resgate em estruturas colapsadas com múltiplas vítimas, bioterrorismo, desastres naturais, dentre muitas outras.

 

Com um contingente altamente treinado e especializado, espera-se que todo o equipamento e estrutura utilizados estejam à altura, mas a realidade é diferente, pois mesmo que utilizem veículos atuais, partem do mesmo princípio: originalmente, são veículos comuns adaptados para se tornarem um veículo de resgate. Possuem uma série de restrições construtivas e de plataforma que não podem ser modificadas, e não conseguem ter a versatilidade e multifuncionalidade que a tripulação demanda. O resultado é um veículo que embora consiga cumprir as funções, não foi pensado em quem utilizará o veículo, nem em quais as reais necessidades dos mesmos. Tal fato é visível em muitas soluções improvisadas que os profissionais atuantes criam para driblar algumas destas restrições: Equipamentos de Proteção Individuais, ou “EPI’s” são colocados em lugares inusitados e até mesmo perigosos para os ocupantes da viatura, dentre outras “gambiarras” presentes que agilizam o acesso à equipamentos e facilitam o embarque e desembarque.

 

O presente projeto de conclusão de curso de Design de Produtos foi embasado pelo mapeamento dos pontos chave que a viatura precisa atender. Tais aspectos foram identificados através de pesquisas de campo, as quais serão apresentadas no decorrer deste trabalho, relatos de profissionais do GRAU, Corpo de Bombeiros, SAMU e referências bibliográficas nacionais e internacionais.

 

Dos dados coletados, foram estipulados cinco questões acerca do veículo a serem consideradas.

 

Primeiramente, a ergonomia do condutor: como é a rotina, os desafios e principalmente, durante os deslocamentos, quais as funções extras que sobrecarregam a tarefa de conduzir a viatura, e de que forma isso pode ser amenizado?

 

Em seguida, o armazenamento de equipamento: como o equipamento é organizado atualmente? existe uma lógica na disposição dos mesmos? Qual a melhor maneira de acomoda-los? Por que determinados itens são instintivamente alocados em partes específicas da viatura? Prosseguindo para os sinalizadores sonoros e luminosos: existem maneiras de minimizar a exposição prolongada á ruídos provenientes da sirene? As sirenes atuais suprem todas as necessidades propostas? Quais suas funções atuais?

 

Padronagem visual: o padrão de identificação atual consegue comunicar com rapidez a função do veículo? A padronagem de pintura pode além de sinalizar tornar o visual da viatura mais dinâmico? Mecânica: a viatura está devidamente preparada para enfrentar as condições extremas de seu uso? Quais ítens poderiam ser aprimorados de forma a aumentar a segurança e confiabilidade do veículo?

 

O projeto busca responder essas perguntas, e dentro de um panorama realista, apresentar quais são as soluções mais cabíveis para a viatura de Suporte Avançado.

 

O conteúdo será apresentado começando por uma introdução ao que é este universo do atendimento de urgência, chamado de Atendimento Pré-Hospitalar, desde suas origens, até sua implementação no país e como é o cenário atual. Depois, é explicado o que é o GRAU e quais os principais desafios enfrentados pelos profisisonaisdirariamente. Posteriormente, é abrangido quais os tipos de viaturas de emergência existentes hoje no Brasil, e as principais vantagens e desvantagens de cada. Uma vez compreendido os temas citados, será feito uma análise de como são os deslocamentos para ocorrências na cidade de São Paulo. Estudos de casos reais que foram atendidos pelas equipes do GRAU e Bombeiros.

 

Com Apresentação do projeto, quais as soluções propostas, e como cada uma destas contribui para atingir o objetivo que foi inicialmente estabelecido. Por fim, apêndices e bibliografia utilizada para que este projeto pudesse ser embasado e executado.




AtendimentoPré-Hospitalar - História - Ambulância Voadora - APH no Brasil - Sistema Resgate - Logotipo do Sistema Resgate - Brevê Resgate - Gráfico da evolução das ocorrências do Sistema Resgate - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

 

AtendimentoPré-Hospitalar

 


História e contexto

 

História

 

Antes de entrarmos no projeto de fato, é necessário compreender o que é o Atendimento Pré-Hospitalar ou APH. Este capítulo trará os conceitos e definições que englobam o universo dos serviços de emergência, desde seu surgimento na antiguidade, até atingir os padrões atuais.

 

O APH nasceu da necessidade de prestar um atendimento imediato, provendo uma resposta adequada às situações que ocorrem fora do ambiente hospitalar. O APH se origina ao mesmo tempo que a medicina surge na história: seus conceitos já faziam parte cotidiano da prática exercida há séculos.

 

Entrando um pouco na história do Atendimento Pré-Hospitalar, percebe-se que as guerras, exerceram um papel fundamental no desenvolvimento de técnicas e conceitos do que é hoje conhecido como APH. Na Roma antiga foram introduzidos os primeiros projetos de hospitais de campanha e, séculos depois, as pragas que assolaram a Europa e devastaram econômica e socialmente o continente, resultaram em melhorias sanitárias e no cuidado médico, já que se criou uma estrutura de transporte dos pacientes até o hospital.

 

Esses feitos são importantes, mas foi somente durante o reinado de Napoleão que a medicina de emergência passou por grandes transformações. A maior causa de óbitos em combate eram de soldados que morriam sem receber qualquer tipo de tratamento médico. Além disso, as ambulâncias demoravam muito para socorrer e transportar os feridos. Para resolver esse problema, a Ambulância Voadora foi criada. Elas eram carroças leves puxadas por cavalos, o que permitia um atendimento e deslocamento muito mais rápido e eficiente do que era feito até então, além de levar colchões e medicamentos para o atendimento. Com estas ambulâncias era possível realizar o atendimento médico no local, com rápida estabilização e transporte.

 

Como foi escrito anteriormente, as guerras foram responsáveis por grandes avanços no campo do atendimento médico. Na primeira e na segunda guerra mundial, mais especificamente, houveram avanços expressivos nas técnicas de atendimento, estabilização e suporte ao trauma, o que reduziu drasticamente a mortalidade no campo de batalha. Mesmo assim, foi só a partir dos anos de 1950 que as técnicas de atendimento pré-hospitalar passaram a ser utilizadas em âmbito civil. Os avanços tecnológicos e a industrialização trouxeram consigo um movimento migratório para áreas urbanas. Com esse aumento da população nas grandes cidades, o número de acidentes cresceu proporcionalmente.

 

Isso fez com que vários países como Irlanda, Estados Unidos e França começassem a adotar sistemas de atendimento de urgência.

 

Na cidade de Paris, também em 1950, foram introduzidas equipes de reanimação provendo socorro médico em acidentes, realizando transferência hospitalar e transporte de pacientes graves. Este sistema obteve grande êxito e foi expandido para várias cidades francesas. Dez anos depois foi oficializado e recebeu o nome de SMUR (Service Mobile d’Urgenceet de Réanimation). Em 1968 foi criado o SAMU (Service d’AideMédicale Urgente) para coordenar as atividades do SMUR, embora com o mesmo nome do serviço existente no Brasil, não existem vínculos quaisquer entre ambos. Em 1986 o SAMU foi regulamentado como um sistema responsável pela atividade de atendimento às urgências e pelo transporte inter-hospitalar.

 

No mesmo período, nos Estados Unidos, surgia o PHTLS ou Prehospital Trauma Life Support, o primeiro curso de atendimento pré-hospitalar. Criado pelo Comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (ACS/COT). Desde seu surgimento o programa se expandiu para mais de trinta e sete países, incluindo o Brasil. Este programa representa o mais alto padrão de atendimento ao trauma em todo o mundo.

 

Fig. 1 - Ambulância Voadora

 

 

APH no Brasil

 

Agora será feita uma pequena contextualização do atendimento médico no brasil e do serviço de urgência. No início da República no Brasil, as ambulâncias foram importadas da Europa para dar início ao sistema de atendimento de emergência, Rio de Janeiro, a capital do país então. O Brasil também sofreu com os mesmos problemas trazidos pela industrialização em outros países.

 

Com aumento populacional em centros urbanos, houve um agravo no número de acidentes, tanto em fábricas quanto nas ruas, porém os recursos para o atendimento encontravam-se prejudicados e defasados.

 

Não havia organização no transporte de pacientes e os hospitais, em sua maioria, não dispunham de equipamentos e materiais especializados para o atendimento. Além disso,a ambulâncias demoravam muito a chegar nos hospitais e os tripulantes eram totalmente despreparados para atender as vítimas. Os veículos utilizados, da Prefeitura, Polícia ou Bombeiro não tinham estrutura para transportar pacientes adequadamente e com segurança. O que em muitos casos resultava em sequelas provocadas pelo deslocamento.

 

A primeira tentativa para criar um sistema de APH foi implementado em 1979 pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Foram implantados as UTE Unidade de Transporte de Emergência, veículo do tipo ambulância que acompanhava a viatura de comando de área. O serviço não obteve sucesso, pois contava com um número reduzido de viaturas, que eram insuficientes para atender a demanda de ocorrências, além de serem datadas e deterioradas.

 

Dois anos após a tentativa de implementação das UTE´s, 1981 foi organizado a CRAPS Comissão de Coordenação de Recursos Assistenciais de Pronto-Socorro. Esta comissão era originalmente composta por médicos do pronto-socorro do Hospital das Clínicas e bombeiros que buscavam estudar e reduzir os problemas comuns nos serviços de emergência.

 

O CRAPS foi de fato o primeiro passo na instauração de um sistema de atendimento pré-hospitalar funcional e estruturado. trouxeram dos Estados Unidos o que existia de mais recente em metodologias, técnicas e estratégias em atendimento de emergência, além de receberem um curso de ATLS (Advanced Trauma Life Support) curso criado pelo Comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (ACS/COT), que posteriormente deu origem ao curso de PHTLS Prehospital Trauma Life Support.

 

Uma segunda comissão foi montada pelo Secretário de Estado da Saúde em 1987, sob a designação de CAMEESP (Comissão de Atendimento Médico às Emergências do Estado de São Paulo), tinha como proposta apresentar um programa de enfrentamento às emergências, que compreendiam a implantação de ações de prevenção, de ações no APH e reorganização do sistema hospitalar. Este programa recebeu o nome de GEPRO/Emergência (Grupo de Especial de Programas de Emergências), que tinha como objetivos: desenvolver, implementar e fiscalizar o programa de emergências, regionalizar o atendimento de pacientes politraumatizados na Grande São Paulo. Elaborar princípios fundamentais para um plano de atenção médica de urgência na área da região metropolitana de São Paulo, estudar e propor um padrão mínimo de pronto-socorros e de ambulâncias e um padrão mínimo de pronto-socorros e de ambulâncias.

 

 

Sistema Resgate

 

Em 1989, o GEPRO/Emergência elaborou o Projeto Resgate, uma parceria entre Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria de Segurança Pública. Neste projeto, as viaturas iriam operar a partir de quartéis do Corpo de Bombeiros e, a princípio, as viaturas foram projetadas para atender à grandes eventos e situações com múltiplas vítimas. Eram basicamente um hospital de campanha. Com o tempo as viaturas foram se adaptando, se tornando menores e mais ágeis. Entraremos nesse assunto no capítulo dedicado à Unidade de Suporte Avançado.

 

O sistema Resgate foi concluído no final de 1989, mas foi somente quando um grave acidente ocorreu no aeroporto de Cumbica com o vôo Transbrasil 801, que o poder público se sensibilizou e agilizou o início do

serviço. A aeronave colidiu com o solo três minutos antes do fechamento da pista, batendo nas casas e explodindo nas imediações da Avenida Otávio Braga de Mesquita, arrastando-se na área de um terreno ocupado por favelas do Jardim Ipanema, Vila Barros, em Guarulhos. Antes que uma segunda explosão, cinco minutos depois, consumisse o 707, uma equipe de voluntários da Brigada de Incêndio ainda teve tempo de se aproximar do Boeing caído. A tripulação e outras dezenove pessoas morreram. Mais de cem ficaram feridas.

 

No Começo de 1990, o Projeto Resgate foi oficialmente inaugurado, com a primeira implantação na zona oeste de São Paulo como projeto piloto. Foi composto por dezoito Unidades de Resgate, duas Unidades de Suporte Avançado e um helicóptero. Em seu primeiro ano de implementação, poucas ocorrências foram atendidas, pois não havia divulgação do número 193. Após uma campanha de conscientização os números de chamadas foram elevados.

 

Em menos de cinco anos, provou-se a extrema importância do Sistema Resgate para a cidade de São Paulo, de 1.896 ocorrências atendidas em 1990 para mais de 24.000 em 1993 (fonte: Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo).

 

Fig. 2 - Logotipo do Sistema Resgate

 

Evolução das Ocorrênciasdo Sistema Resgate de 1990 a 2004(fonte: Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo)

 

Fig. 3 - Gráfico da evolução das ocorrências do Sistema Resgate




GRAU - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - Operacional - Equipe GRAU para a missão Branquinha/AL - Equipe GRAU para a missão na serra do RJ - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

 

GRAU - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências




Operacional

 

Neste capítulo iremos conhecer o Grupo de Resgate e Atenção às Urgências do Estado de São Paulo, como surgiu, qual seu papel no atendimento de urgência na cidade de São Paulo, e os desafios enfrentados pelos profissionais do GRAU no cotidiano.

 

O GRAU, Grupo de Resgate e Atenção às Urgências, é divisão médica de elite da Secretaria de Estado da Saúde, que atua em conjunto com o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar, compondo assim o Sistema Resgate.

 

As atividades do GRAU são voltadas para o trauma, embora atendam casos clínicos também. Atuam em parceria com o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais da PM), em situações como sequestros. O que da ao GRAU características operacionais semi militares, embora seja um órgão que responda à Secretaria da Saúde e não de Segurança Pública.

 

O GRAU é um grupo pequeno porém extremamente eficiente, referência nacional e até mesmo internacional em resgate médico e atendimento a desastres.

 

Fig. 4 - Médico do GRAU em zona de risco, juntamente ao GATE

 

 

Passa a existir oficialmente em 2012, embora já atuasse sob outras designações desde o princípio do Sistema Resgate. Além do operacional, o GRAU tem como responsabilidades: gerenciar e coordenar as atividades de atendimento médico pré-hospitalar nos casos de urgência e emergência, incidentes com múltiplas vítimas e desastres, de forma integrada ao Sistema Único de Saúde - SUS/SP. Capacitar e reciclar em sua área de atuação os profissionais da Secretaria de Saúde e de outras instâncias, públicas ou privadas. Prestar assessoria técnica em sua área de atuação, a interlocutores de outros níveis governamentais, no desenvolvimento e implantação de serviços no atendimento pré-hospitalar.

 

Ao todo, o GRAU conta com cinco bases que atendem a cidade de São Paulo e adjacências. São os postos de Bombeiros Casa Verde, Butantã, Cambuci, Itaquera e Guarapiranga. Cada posto é responsável por uma área de cobertura vasta, o que em muitos casos aumenta o tempo de chegada ao local da ocorrência. O GRAU encontra-se em expansão e hoje além de São Paulo, existem bases em Campinas, Ribeirão Preto e Presidente Prudente, com previsão de uma nova base em Bauru até meados de 2017.

 

A “tropa de elite” da Secretaria esteve presente em tragédias históricas, como a explosão do Osasco Plaza Shopping (1996), queda do teto da Igreja Renascer, quedas das aeronaves da TAM (1996), Gol (2006) e a dos Mamonas Assassinas (1996). E quando necessário, o GRAU também dá suporte a ocorrências em outros estados, como as enchentes que atingiram Santa Catarina (2008) e Alagoas (2010), proveram apoio aos desastres de São Luiz do Paraitinga/SP, Branquinha/AL e no desastre da região serrana do Rio de Janeiro, que foi um dos mais devastadores desastres naturais do país.

 

Fig. 6 - Equipe GRAU para a missão na serra do RJ


Fig. 5 - Equipe GRAU para a missão Branquinha/AL





O profissional do grau - Cenários de Atuação - Equipe de prontidão do GRAU durante os jogos na Arena Corinthians - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

 

O profissional do grau

 

“Nossas atividades são voltadas para o trauma, embora atendamos casos clínicos também. Nossa principal filosofia de trabalho é baseada num sistema híbrido, em conjunto com o Grupamento Águia da Polícia Militar, Bombeiros; também trabalhamos com o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais da PM), em situações como sequestros. Assim, acabamos criando uma condição muito similar a do Sistema de Segurança Pública.

 

Nosso comportamento na cena, bem como no quartel, é praticamente paramilitar.

 

O treinamento também é ostensivo na questão de segurança, seguimos as regras do Bombeiro e do Grupamento Aéreo (Águia). Isto criou uma doutrina que não é comum para o mundo civil. Um médico que atua em ambiente hospitalar – nossa essência de formação -, não tem a mesma disciplina necessária no ambiente militar. Isto é lógico e compreensível.

 

Porém, durante atendimentos que são rotina para o GRAU, o risco é muito alto. Portanto, trabalhamos num nível de segurança muito elevado, com uma disciplina muito mais próxima do militar que do civil.

 

O fato de os profissionais do GRAU participarem de um regime com ambiente 90% militar faz com que assimilem este comportamento.

 

Isto é um diferencial, sem dúvida. Apesar de sermos um grupo pequeno, estamos em expansão, o que é fruto da qualidade de nosso trabalho.

 

Procuramos fazer tudo com muita disciplina, ética e vontade de trabalhar. Se pegássemos o mesmo grupo, mas atuando sem a parceria militar, talvez não tivesse a mesma resolutividade. Antes de entrar no GRAU, este profissional já passou por um concurso, comprovando seus conhecimentos em APH e trauma.

 

Então, damos um curso de adaptação ao serviço, com aulas teóricas sobre os principais desafios enfrentados em nosso dia a dia: desastres, trauma em crianças, presos em ferragem, suicidas, sequestros, etc. Também há capacitação em imobilizações, amarração em maca cesto e transporte, por exemplo – mas isto o bombeiro domina mais, então é ele quem ensina. A parte mais importante é o estágio, no qual todos estes conhecimentos serão aplicados sob a supervisão de um membro mais antigo do GRAU. Ali, também verificamos se a pessoa conseguirá se adaptar ao ambiente e rotina de trabalho. É muito diferente, pois profissionais da saúde são criados no ambiente controlado. Existem excelentes profissionais oriundos do hospital que não conseguem atuar no pré-hospitalar com a mesma excelência.

 

Isto não é nenhum demérito, é simplesmente uma característica que nos diferencia.”(Dr. Jorge RIbera em entrevista à Revista Emergência fev 2016, vide anexos)

 

 

Cenários de Atuação

 

Não existe rotina no cotidiano dos profissionais do GRAU. As ocorrências atendidas são as mais variados possíveis, além dos casos mais recorrentes como paradas cardio-respiratórias e acidentes automotivos, as equipes precisam estar preparadas para atuar em todo tipo de cenário, como grandes eventos, catástrofes naturais, desabamentos e deslizamentos de terra, atentados terroristas e acidentes químicos ou biológicos.

 

Como foi falado anteriormente, o GRAU opera em grandes eventos, para oferecer suporte e fazer atendimento especial em caso de acidentes. Um exemplo a citar é a Copa do mundo, durante os jogos na Arena Corinthians. O GRAU se preparou para atender as mais variadas possibilidades de situações. Havia, dentro do estádio, uma equipe tática, em conjunto com os bombeiros e equipe de BREC (Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas). Nos dias de jogos, montaram uma área para concentração de vítimas no pátio de manobras da estação Itaquera do metrô, para o caso de um desastre com mais de centenas de vítimas.

 

A evacuação pelas vias seria extremamente difícil, o acesso das ambulâncias é limitado, e seriam necessárias centenas de ambulâncias no mesmo local. Pensado para um acidente como a queda de uma arquibancada, onde milhares de pessoas ficassem feridas, foi montado um plano de contingência com a colaboração do Metrô, que disponibilizou trens para o transporte de vítimas. O trem pararia em estações pré definidas, que seriam fechadas para receber as vítimas, estas seriam transportadas por ambulâncias que estariam a espera do trem, já longe do tumulto do local da ocorrência.

 

Fig. 7 - Equipe de prontidão do GRAU durante os jogos na Arena Corinthians.