14 junho 2022
11 junho 2022
Piso Salarial do Bombeiro Civil CLÁUSULA TERCEIRA - SALÁRIO NORMATIVO A partir de 1º de setembro de 2021, serão garantidos os salários normativos abaixo. Cargo/Função Piso Gratificação: - Bombeiro Civil Aeródromo R$ 2.223,86 15% (quinze por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Aeródromo R$ 3.057,81 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Inspetor R$ 3.262,78 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Aeródromo Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil R$ 2.223,86 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Líder Condutor ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Condutor R$ 3.057,81 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio R$ 3.057,81 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Mestre R$ 8.590,28 Sem gratificação; - Bombeiro Civil que atende Heliponto R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil Líder que atende Heliponto ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que atende Heliponto R$ 3.057,81 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil que trabalha na Industria R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil Industrial Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora na indústria R$ 3.057,81 20% (vinte por cento); - Bombeiro Civil Florestal R$ 2.223,86 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Florestal Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Floresta R$ 3.057,81 Sem gratificação; - Salva-Vidas R$ 1.698,85 Sem gratificação; - Salva-Vidas Líder R$ 1.698,85 10% (dez por cento; -) Bombeiro Civil Supervisor/Coordenador R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Encarregado/Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Bombeiro Civil Inspetor R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento); - Instrutor de Curso de Bombeiro Civil R$ 3.467,74 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Operador de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista R$ 2.398,28 Sem gratificação; - Bombeiro Civil Operador de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista Industrial R$ 2.398,28 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil que labora em Hospital R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil Líder que labora em Hospital ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Hospital R$ 3.057,81 10% (dez por cento); - Bombeiro Civil que trabalha nos Portos (Portuário) R$ 2.223,86 10% (dez por cento); - Resgatista Civil R$ 2.223,86 *A presente função não contempla gratificação, periculosidade e não se restringe à mesma jornada das demais funções. - SIND DOS BOMBEIROS PROF CIVIS EMP E PREST SERV EST S P,
Salários,
Reajustes e Pagamento Piso Salarial do Bombeiro Civil
CLÁUSULA
TERCEIRA - SALÁRIO NORMATIVO
A
partir de 1º de setembro de 2021, serão garantidos os salários normativos
abaixo.
Cargo/Função Piso
Gratificação:
- Bombeiro Civil Aeródromo
R$ 2.223,86 15% (quinze por cento);
- Bombeiro Civil Aeródromo
Condutor R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil Aeródromo
Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Aeródromo R$ 3.057,81 25%
(vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil Aeródromo
Inspetor R$ 3.262,78 25% (vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil Aeródromo
Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil R$
2.223,86 Sem gratificação;
- Bombeiro Civil Condutor
R$ 2.223,86 25% (vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil Líder
Condutor ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio Condutor R$ 3.057,81 25%
(vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil Líder ou
Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio R$ 3.057,81 Sem gratificação;
- Bombeiro Civil Mestre R$
8.590,28 Sem gratificação;
- Bombeiro Civil que
atende Heliponto R$ 2.223,86 10% (dez por cento);
- Bombeiro Civil Líder que
atende Heliponto ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que atende
Heliponto R$ 3.057,81 10% (dez por cento);
- Bombeiro Civil que
trabalha na Industria R$ 2.223,86 10% (dez por cento);
- Bombeiro Civil
Industrial Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora na
indústria R$ 3.057,81 20% (vinte por cento);
- Bombeiro Civil Florestal
R$ 2.223,86 Sem gratificação;
- Bombeiro Civil Florestal
Líder ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em Floresta R$
3.057,81 Sem gratificação;
- Salva-Vidas R$ 1.698,85
Sem gratificação;
- Salva-Vidas Líder R$
1.698,85 10% (dez por cento;
-) Bombeiro Civil
Supervisor/Coordenador R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil
Encarregado/Chefe R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);
- Bombeiro Civil Inspetor
R$ 3.467,74 25% (vinte e cinco por cento);
- Instrutor de Curso de
Bombeiro Civil R$ 3.467,74 Sem gratificação;
- Bombeiro Civil Operador
de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista R$ 2.398,28 Sem
gratificação;
- Bombeiro Civil Operador
de Central de Emergência ou Bombeiro Civil Telegrafista Industrial R$ 2.398,28
10% (dez por cento);
- Bombeiro Civil que
labora em Hospital R$ 2.223,86 10% (dez por cento);
- Bombeiro Civil Líder que
labora em Hospital ou Técnico em Prevenção e Combate ao Incêndio que labora em
Hospital R$ 3.057,81 10% (dez por cento);
- Bombeiro Civil que
trabalha nos Portos (Portuário) R$ 2.223,86 10% (dez por cento);
- Resgatista Civil R$
2.223,86 *A presente função não
contempla gratificação, periculosidade e não se restringe à mesma jornada das
demais funções.
Fonte:
Confira a autenticidade no
endereço http://www3.mte.gov.br/sistemas/mediador/. SIND DOS BOMBEIROS PROF
CIVIS EMP E PREST SERV EST S P, CNPJ n. 60.899.879/0001-87
IED - ISTITUTO EUROPEU DI DESIGN SÃO PAULO - Monografia do Curso de Graduação em Desing de Produto - Mauricio César de Oliveira - Redesign da Viatura de Suporte Avançado do Utilizada pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU - Agradecimentos - Resumo - Sumário - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU
IED
- ISTITUTO EUROPEU DI DESIGN
MAURICIO CÉSAR DE OLIVEIRA
Redesign
da Viatura de Suporte Avançado do Utilizada pelo Grupo de Resgate e Atenção às
Urgências - GRAU
Monografia
apresentada ao curso de graduação em Design de Produto do Istituto Europeo di Design
São Paulo.
Sob Orientação de:
Christian
Ullmann
Márcio
Gianelli
Rodrigo
Vilalba
Henrique
Stabile
São
Paulo 2016
agradecimentos
Primeiramente
aos meus pais que deram o suporte, apoiaram meus sonhos e acreditaram em mim.
Sem esse alicerce, não teria condições de chegar aonde cheguei.
À
minha avó Nair, que com seu carinho infinito me ensinou a ser perseverante e a
nunca desistir, por mais que a jornada seja árdua.
A
meus amigos e colegas, que estiveram ao meu lado durante momentos difíceis no decorrer
desta jornada, e cada um a sua maneira me motivaram a seguir em frente.
Aos
professores e mestres que contribuíram em minha formação, não somente
acadêmica, como também a pessoal.
Tive
o privilégio de encerrar este ciclo ao lado de grandes profissionais, que além
de mestres são verdadeiros amigos.
Aos
médicos e enfermeiros do Grupo de Resgate e Atenção às Urgências de São Paulo,
o GRAU, pelo apoio técnico e por terem contribuído para que este trabalho
pudesse ser concluído.
Em
especial à diretoria do GRAU, Dr. Hassan Neto, Dr. Jorge Ribera e Dr. Ricardo
Vanzetto.
Resumo
Este
projeto tem como objetivo otimizar a viatura de suporte avançado utilizada
atualmente pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU São Paulo no
atendimento às ocorrências. Com a premissa de suprir as necessidades dos
médicos, enfermeiros e bombeiros que compõem a tripulação da viatura e aumentar
a eficiência, segurança e tempo operacional. Usando como recursos pesquisas
etnográficas, análise de registros de ocorrências, consultoria dos
profissionais do GRAU e bibliografia especializada, foram estabelecidos os
pontos a serem trabalhados na viatura de maneira a atingir os objetivos
citados.
Sumário
Capítulo
01
Atendimento
Pré-Hospitalar___________________1
Capítulo
02
GRAU
- Grupo de Resgate e Atençãoàs Urgências__9
Capítulo
03
Unidade
de Suporte Avançado_________________15
Capítulo
04
Projeto___________________________________27
considerações
finais_________________________65
anexos__________________________________16
bibliografia______________________________79
Introdução - Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU
Introdução
Desde que me recordo, tenho uma fascinação pelo Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate. Quando criança, adorava visitar quartéis de bombeiros, entrar nas viaturas, usar os capacetes e me imaginar combatendo o fogo e resgatando pessoas. Hoje essa admiração não é diferente, e como estudante de Design de Produtos, vejo como as ferramentas adquiridas no decorrer deste curso podem contribuir para melhoria das condições de trabalho destes profissionais tão incríveis que estão todos os dias nas ruas para salvar vidas.
São
Paulo está entre as cinco maiores cidades do mundo, são mais de onze milhões de
habitantes e 5 milhões de veículos. Soma-se o crescimento sem planejamento à
equação e o resultado é uma receita para desastres. Dentre os serviços de
atendimento médico de urgência o GRAU Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e
Emergências se destaca. Criado há 26 anos com o objetivo de fornecer serviços
médicos para auxílio às ações do Corpo de Bombeiros, é tido como a força de
elite do resgate médico. Ligado à Secretaria de Estado da Saúde, o órgão possui
características diferenciadas, provenientes do contato com serviços militares,
uma vez que integra um sistema híbrido acionado por meio do número 193,
composto ainda pelo CBPMESP (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo)
e o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar.
Os
integrantes do GRAU passam por treinamentos árduos e extensos, para estarem
aptos a atuar em situações que podem ir desde uma colisão entre veículos à
resgate em estruturas colapsadas com múltiplas vítimas, bioterrorismo,
desastres naturais, dentre muitas outras.
Com
um contingente altamente treinado e especializado, espera-se que todo o
equipamento e estrutura utilizados estejam à altura, mas a realidade é
diferente, pois mesmo que utilizem veículos atuais, partem do mesmo princípio:
originalmente, são veículos comuns adaptados para se tornarem um veículo de
resgate. Possuem uma série de restrições construtivas e de plataforma que não
podem ser modificadas, e não conseguem ter a versatilidade e
multifuncionalidade que a tripulação demanda. O resultado é um veículo que
embora consiga cumprir as funções, não foi pensado em quem utilizará o veículo,
nem em quais as reais necessidades dos mesmos. Tal fato é visível em muitas
soluções improvisadas que os profissionais atuantes criam para driblar algumas
destas restrições: Equipamentos de Proteção Individuais, ou “EPI’s” são
colocados em lugares inusitados e até mesmo perigosos para os ocupantes da
viatura, dentre outras “gambiarras” presentes que agilizam o acesso à
equipamentos e facilitam o embarque e desembarque.
O
presente projeto de conclusão de curso de Design de Produtos foi embasado pelo
mapeamento dos pontos chave que a viatura precisa atender. Tais aspectos foram
identificados através de pesquisas de campo, as quais serão apresentadas no
decorrer deste trabalho, relatos de profissionais do GRAU, Corpo de Bombeiros,
SAMU e referências bibliográficas nacionais e internacionais.
Dos
dados coletados, foram estipulados cinco questões acerca do veículo a serem
consideradas.
Primeiramente, a ergonomia
do condutor: como é a rotina, os desafios e
principalmente, durante os deslocamentos, quais as funções extras que
sobrecarregam a tarefa de conduzir a viatura, e de que forma isso pode ser
amenizado?
Em seguida, o
armazenamento de equipamento: como o equipamento é
organizado atualmente? existe uma lógica na disposição dos mesmos? Qual a
melhor maneira de acomoda-los? Por que determinados itens são instintivamente
alocados em partes específicas da viatura? Prosseguindo para os sinalizadores
sonoros e luminosos: existem maneiras de minimizar a exposição prolongada á
ruídos provenientes da sirene? As sirenes atuais suprem todas as necessidades
propostas? Quais suas funções atuais?
Padronagem visual: o
padrão de identificação atual consegue comunicar com rapidez a função do
veículo? A padronagem de pintura pode além de sinalizar tornar o visual da
viatura mais dinâmico? Mecânica: a viatura está devidamente preparada para
enfrentar as condições extremas de seu uso? Quais ítens poderiam ser
aprimorados de forma a aumentar a segurança e confiabilidade do veículo?
O
projeto busca responder essas perguntas, e dentro de um panorama realista,
apresentar quais são as soluções mais cabíveis para a viatura de Suporte
Avançado.
O
conteúdo será apresentado começando por uma introdução ao que é este universo
do atendimento de urgência, chamado de Atendimento Pré-Hospitalar, desde suas
origens, até sua implementação no país e como é o cenário atual. Depois, é
explicado o que é o GRAU e quais os principais desafios enfrentados pelos
profisisonaisdirariamente. Posteriormente, é abrangido quais os tipos de
viaturas de emergência existentes hoje no Brasil, e as principais vantagens e
desvantagens de cada. Uma vez compreendido os temas citados, será feito uma
análise de como são os deslocamentos para ocorrências na cidade de São Paulo.
Estudos de casos reais que foram atendidos pelas equipes do GRAU e Bombeiros.
Com
Apresentação do projeto, quais as soluções propostas, e como cada uma destas
contribui para atingir o objetivo que foi inicialmente estabelecido. Por fim,
apêndices e bibliografia utilizada para que este projeto pudesse ser embasado e
executado.
AtendimentoPré-Hospitalar - História - Ambulância Voadora - APH no Brasil - Sistema Resgate - Logotipo do Sistema Resgate - Brevê Resgate - Gráfico da evolução das ocorrências do Sistema Resgate - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU
AtendimentoPré-Hospitalar
História e contexto
História
Antes
de entrarmos no projeto de fato, é necessário compreender o que é o Atendimento
Pré-Hospitalar ou APH. Este capítulo trará os conceitos e definições que englobam
o universo dos serviços de emergência, desde seu surgimento na antiguidade, até
atingir os padrões atuais.
O
APH nasceu da necessidade de prestar um atendimento imediato, provendo uma
resposta adequada às situações que ocorrem fora do ambiente hospitalar. O APH
se origina ao mesmo tempo que a medicina surge na história: seus conceitos já
faziam parte cotidiano da prática exercida há séculos.
Entrando
um pouco na história do Atendimento Pré-Hospitalar, percebe-se que as guerras,
exerceram um papel fundamental no desenvolvimento de técnicas e conceitos do
que é hoje conhecido como APH. Na Roma antiga foram introduzidos os primeiros
projetos de hospitais de campanha e, séculos depois, as pragas que assolaram a
Europa e devastaram econômica e socialmente o continente, resultaram em
melhorias sanitárias e no cuidado médico, já que se criou uma estrutura de
transporte dos pacientes até o hospital.
Esses
feitos são importantes, mas foi somente durante o reinado de Napoleão que a
medicina de emergência passou por grandes transformações. A maior causa de
óbitos em combate eram de soldados que morriam sem receber qualquer tipo de
tratamento médico. Além disso, as ambulâncias demoravam muito para socorrer e
transportar os feridos. Para resolver esse problema, a Ambulância Voadora foi
criada. Elas eram carroças leves puxadas por cavalos, o que permitia um
atendimento e deslocamento muito mais rápido e eficiente do que era feito até
então, além de levar colchões e medicamentos para o atendimento. Com estas
ambulâncias era possível realizar o atendimento médico no local, com rápida
estabilização e transporte.
Como
foi escrito anteriormente, as guerras foram responsáveis por grandes avanços no
campo do atendimento médico. Na primeira e na segunda guerra mundial, mais
especificamente, houveram avanços expressivos nas técnicas de atendimento,
estabilização e suporte ao trauma, o que reduziu drasticamente a mortalidade no
campo de batalha. Mesmo assim, foi só a partir dos anos de 1950 que as técnicas
de atendimento pré-hospitalar passaram a ser utilizadas em âmbito civil. Os
avanços tecnológicos e a industrialização trouxeram consigo um movimento
migratório para áreas urbanas. Com esse aumento da população nas grandes
cidades, o número de acidentes cresceu proporcionalmente.
Isso
fez com que vários países como Irlanda, Estados Unidos e França começassem a
adotar sistemas de atendimento de urgência.
Na
cidade de Paris, também em 1950, foram introduzidas equipes de reanimação
provendo socorro médico em acidentes, realizando transferência hospitalar e
transporte de pacientes graves. Este sistema obteve grande êxito e foi
expandido para várias cidades francesas. Dez anos depois foi oficializado e
recebeu o nome de SMUR (Service Mobile d’Urgenceet de Réanimation). Em 1968 foi
criado o SAMU (Service d’AideMédicale Urgente) para coordenar as atividades do
SMUR, embora com o mesmo nome do serviço existente no Brasil, não existem
vínculos quaisquer entre ambos. Em 1986 o SAMU foi regulamentado como um
sistema responsável pela atividade de atendimento às urgências e pelo
transporte inter-hospitalar.
No
mesmo período, nos Estados Unidos, surgia o PHTLS ou Prehospital Trauma Life
Support, o primeiro curso de atendimento pré-hospitalar. Criado pelo Comitê de
Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (ACS/COT). Desde seu surgimento o
programa se expandiu para mais de trinta e sete países, incluindo o Brasil.
Este programa representa o mais alto padrão de atendimento ao trauma em todo o
mundo.
Fig. 1 -
Ambulância Voadora
APH no Brasil
Agora
será feita uma pequena contextualização do atendimento médico no brasil e do
serviço de urgência. No início da República no Brasil, as ambulâncias foram
importadas da Europa para dar início ao sistema de atendimento de emergência,
Rio de Janeiro, a capital do país então. O Brasil também sofreu com os mesmos
problemas trazidos pela industrialização em outros países.
Com
aumento populacional em centros urbanos, houve um agravo no número de
acidentes, tanto em fábricas quanto nas ruas, porém os recursos para o
atendimento encontravam-se prejudicados e defasados.
Não
havia organização no transporte de pacientes e os hospitais, em sua maioria, não
dispunham de equipamentos e materiais especializados para o atendimento. Além
disso,a ambulâncias demoravam muito a chegar nos hospitais e os tripulantes
eram totalmente despreparados para atender as vítimas. Os veículos utilizados,
da Prefeitura, Polícia ou Bombeiro não tinham estrutura para transportar
pacientes adequadamente e com segurança. O que em muitos casos resultava em
sequelas provocadas pelo deslocamento.
A
primeira tentativa para criar um sistema de APH foi implementado em 1979 pelo
Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Foram implantados as UTE Unidade de
Transporte de Emergência, veículo do tipo ambulância que acompanhava a viatura
de comando de área. O serviço não obteve sucesso, pois contava com um número
reduzido de viaturas, que eram insuficientes para atender a demanda de
ocorrências, além de serem datadas e deterioradas.
Dois
anos após a tentativa de implementação das UTE´s, 1981 foi organizado a CRAPS
Comissão de Coordenação de Recursos Assistenciais de Pronto-Socorro. Esta
comissão era originalmente composta por médicos do pronto-socorro do Hospital
das Clínicas e bombeiros que buscavam estudar e reduzir os problemas comuns nos
serviços de emergência.
O
CRAPS foi de fato o primeiro passo na instauração de um sistema de atendimento
pré-hospitalar funcional e estruturado. trouxeram dos Estados Unidos o que
existia de mais recente em metodologias, técnicas e estratégias em atendimento
de emergência, além de receberem um curso de ATLS (Advanced Trauma Life
Support) curso criado pelo Comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões
(ACS/COT), que posteriormente deu origem ao curso de PHTLS Prehospital Trauma
Life Support.
Uma
segunda comissão foi montada pelo Secretário de Estado da Saúde em 1987, sob a
designação de CAMEESP (Comissão de Atendimento Médico às Emergências do Estado
de São Paulo), tinha como proposta apresentar um programa de enfrentamento às
emergências, que compreendiam a implantação de ações de prevenção, de ações no
APH e reorganização do sistema hospitalar. Este programa recebeu o nome de
GEPRO/Emergência (Grupo de Especial de Programas de Emergências), que tinha
como objetivos: desenvolver, implementar e fiscalizar o programa de
emergências, regionalizar o atendimento de pacientes politraumatizados na
Grande São Paulo. Elaborar princípios fundamentais para um plano de atenção
médica de urgência na área da região metropolitana de São Paulo, estudar e
propor um padrão mínimo de pronto-socorros e de ambulâncias e um padrão mínimo
de pronto-socorros e de ambulâncias.
Sistema Resgate
Em
1989, o GEPRO/Emergência elaborou o Projeto Resgate, uma parceria entre Secretaria
de Estado da Saúde e Secretaria de Segurança Pública. Neste projeto, as
viaturas iriam operar a partir de quartéis do Corpo de Bombeiros e, a
princípio, as viaturas foram projetadas para atender à grandes eventos e
situações com múltiplas vítimas. Eram basicamente um hospital de campanha. Com
o tempo as viaturas foram se adaptando, se tornando menores e mais ágeis.
Entraremos nesse assunto no capítulo dedicado à Unidade de Suporte Avançado.
O
sistema Resgate foi concluído no final de 1989, mas foi somente quando um grave
acidente ocorreu no aeroporto de Cumbica com o vôo Transbrasil 801, que o poder
público se sensibilizou e agilizou o início do
serviço.
A aeronave colidiu com o solo três minutos antes do fechamento da pista,
batendo nas casas e explodindo nas imediações da Avenida Otávio Braga de
Mesquita, arrastando-se na área de um terreno ocupado por favelas do Jardim
Ipanema, Vila Barros, em Guarulhos. Antes que uma segunda explosão, cinco
minutos depois, consumisse o 707, uma equipe de voluntários da Brigada de
Incêndio ainda teve tempo de se aproximar do Boeing caído. A tripulação e
outras dezenove pessoas morreram. Mais de cem ficaram feridas.
No
Começo de 1990, o Projeto Resgate foi oficialmente inaugurado, com a primeira
implantação na zona oeste de São Paulo como projeto piloto. Foi composto por
dezoito Unidades de Resgate, duas Unidades de Suporte Avançado e um
helicóptero. Em seu primeiro ano de implementação, poucas ocorrências foram
atendidas, pois não havia divulgação do número 193. Após uma campanha de
conscientização os números de chamadas foram elevados.
Em
menos de cinco anos, provou-se a extrema importância do Sistema Resgate para a
cidade de São Paulo, de 1.896 ocorrências atendidas em 1990 para mais de 24.000
em 1993 (fonte: Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo).
Evolução
das Ocorrênciasdo Sistema Resgate de 1990 a 2004(fonte: Corpo de Bombeiros do
Estado de São Paulo)
Fig. 3 - Gráfico
da evolução das ocorrências do Sistema Resgate
GRAU - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - Operacional - Equipe GRAU para a missão Branquinha/AL - Equipe GRAU para a missão na serra do RJ - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU
GRAU - Grupo de Resgate e
Atenção às Urgências
Operacional
Neste
capítulo iremos conhecer o Grupo de Resgate e Atenção às Urgências do Estado de
São Paulo, como surgiu, qual seu papel no atendimento de urgência na cidade de
São Paulo, e os desafios enfrentados pelos profissionais do GRAU no cotidiano.
O
GRAU, Grupo de Resgate e Atenção às Urgências, é divisão médica de elite da
Secretaria de Estado da Saúde, que atua em conjunto com o Corpo de Bombeiros do
Estado de São Paulo e o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar,
compondo assim o Sistema Resgate.
As
atividades do GRAU são voltadas para o trauma, embora atendam casos clínicos
também. Atuam em parceria com o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais da PM),
em situações como sequestros. O que da ao GRAU características operacionais
semi militares, embora seja um órgão que responda à Secretaria da Saúde e não
de Segurança Pública.
O
GRAU é um grupo pequeno porém extremamente eficiente, referência nacional e até
mesmo internacional em resgate médico e atendimento a desastres.
Fig. 4 - Médico
do GRAU em zona de risco, juntamente ao GATE
Passa
a existir oficialmente em 2012, embora já atuasse sob outras designações desde
o princípio do Sistema Resgate. Além do operacional, o GRAU tem como
responsabilidades: gerenciar e coordenar as atividades de atendimento médico
pré-hospitalar nos casos de urgência e emergência, incidentes com múltiplas
vítimas e desastres, de forma integrada ao Sistema Único de Saúde - SUS/SP.
Capacitar e reciclar em sua área de atuação os profissionais da Secretaria de
Saúde e de outras instâncias, públicas ou privadas. Prestar assessoria técnica
em sua área de atuação, a interlocutores de outros níveis governamentais, no
desenvolvimento e implantação de serviços no atendimento pré-hospitalar.
Ao
todo, o GRAU conta com cinco bases que atendem a cidade de São Paulo e
adjacências. São os postos de Bombeiros Casa Verde, Butantã, Cambuci, Itaquera
e Guarapiranga. Cada posto é responsável por uma área de cobertura vasta, o que
em muitos casos aumenta o tempo de chegada ao local da ocorrência. O GRAU
encontra-se em expansão e hoje além de São Paulo, existem bases em Campinas,
Ribeirão Preto e Presidente Prudente, com previsão de uma nova base em Bauru
até meados de 2017.
A
“tropa de elite” da Secretaria esteve presente em tragédias históricas, como a
explosão do Osasco Plaza Shopping (1996), queda do teto da Igreja Renascer,
quedas das aeronaves da TAM (1996), Gol (2006) e a dos Mamonas Assassinas
(1996). E quando necessário, o GRAU também dá suporte a ocorrências em outros
estados, como as enchentes que atingiram Santa Catarina (2008) e Alagoas
(2010), proveram apoio aos desastres de São Luiz do Paraitinga/SP,
Branquinha/AL e no desastre da região serrana do Rio de Janeiro, que foi um dos
mais devastadores desastres naturais do país.
Fig. 5 - Equipe
GRAU para a missão Branquinha/AL
O profissional do grau - Cenários de Atuação - Equipe de prontidão do GRAU durante os jogos na Arena Corinthians - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU
O profissional do grau
“Nossas
atividades são voltadas para o trauma, embora atendamos casos clínicos também.
Nossa principal filosofia de trabalho é baseada num sistema híbrido, em
conjunto com o Grupamento Águia da Polícia Militar, Bombeiros; também
trabalhamos com o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais da PM), em situações
como sequestros. Assim, acabamos criando uma condição muito similar a do
Sistema de Segurança Pública.
Nosso
comportamento na cena, bem como no quartel, é praticamente paramilitar.
O
treinamento também é ostensivo na questão de segurança, seguimos as regras do
Bombeiro e do Grupamento Aéreo (Águia). Isto criou uma doutrina que não é comum
para o mundo civil. Um médico que atua em ambiente hospitalar – nossa essência
de formação -, não tem a mesma disciplina necessária no ambiente militar. Isto
é lógico e compreensível.
Porém,
durante atendimentos que são rotina para o GRAU, o risco é muito alto.
Portanto, trabalhamos num nível de segurança muito elevado, com uma disciplina
muito mais próxima do militar que do civil.
O
fato de os profissionais do GRAU participarem de um regime com ambiente 90%
militar faz com que assimilem este comportamento.
Isto
é um diferencial, sem dúvida. Apesar de sermos um grupo pequeno, estamos em
expansão, o que é fruto da qualidade de nosso trabalho.
Procuramos
fazer tudo com muita disciplina, ética e vontade de trabalhar. Se pegássemos o
mesmo grupo, mas atuando sem a parceria militar, talvez não tivesse a mesma
resolutividade. Antes de entrar no GRAU, este profissional já passou por um
concurso, comprovando seus conhecimentos em APH e trauma.
Então,
damos um curso de adaptação ao serviço, com aulas teóricas sobre os principais
desafios enfrentados em nosso dia a dia: desastres, trauma em crianças, presos
em ferragem, suicidas, sequestros, etc. Também há capacitação em imobilizações,
amarração em maca cesto e transporte, por exemplo – mas isto o bombeiro domina
mais, então é ele quem ensina. A parte mais importante é o estágio, no qual
todos estes conhecimentos serão aplicados sob a supervisão de um membro mais
antigo do GRAU. Ali, também verificamos se a pessoa conseguirá se adaptar ao
ambiente e rotina de trabalho. É muito diferente, pois profissionais da saúde
são criados no ambiente controlado. Existem excelentes profissionais oriundos
do hospital que não conseguem atuar no pré-hospitalar com a mesma excelência.
Isto
não é nenhum demérito, é simplesmente uma característica que nos
diferencia.”(Dr. Jorge RIbera em entrevista à Revista Emergência fev 2016, vide
anexos)
Cenários de
Atuação
Não
existe rotina no cotidiano dos profissionais do GRAU. As ocorrências atendidas
são as mais variados possíveis, além dos casos mais recorrentes como paradas
cardio-respiratórias e acidentes automotivos, as equipes precisam estar
preparadas para atuar em todo tipo de cenário, como grandes eventos,
catástrofes naturais, desabamentos e deslizamentos de terra, atentados
terroristas e acidentes químicos ou biológicos.
Como
foi falado anteriormente, o GRAU opera em grandes eventos, para oferecer
suporte e fazer atendimento especial em caso de acidentes. Um exemplo a citar é
a Copa do mundo, durante os jogos na Arena Corinthians. O GRAU se preparou para
atender as mais variadas possibilidades de situações. Havia, dentro do estádio,
uma equipe tática, em conjunto com os bombeiros e equipe de BREC (Busca e
Resgate em Estruturas Colapsadas). Nos dias de jogos, montaram uma área para
concentração de vítimas no pátio de manobras da estação Itaquera do metrô, para
o caso de um desastre com mais de centenas de vítimas.
A
evacuação pelas vias seria extremamente difícil, o acesso das ambulâncias é
limitado, e seriam necessárias centenas de ambulâncias no mesmo local. Pensado
para um acidente como a queda de uma arquibancada, onde milhares de pessoas
ficassem feridas, foi montado um plano de contingência com a colaboração do
Metrô, que disponibilizou trens para o transporte de vítimas. O trem pararia em
estações pré definidas, que seriam fechadas para receber as vítimas, estas
seriam transportadas por ambulâncias que estariam a espera do trem, já longe do
tumulto do local da ocorrência.
Fig. 7 - Equipe
de prontidão do GRAU durante os jogos na Arena Corinthians.