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09 junho 2022

Propriedades extintoras - Extinção por resfriamento - Os principais efeitos de resfriamento, pela utilização de água na forma de neblina ou nebulizada - Extinção por abafamento - Emulsificação - por Diluição - EXTINTORES - APOSTILA DO BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL

 

2.1.3 – Propriedades extintoras

 

As propriedades extintoras da água são: resfriamento, abafamento, diluição e emulsificação. Estas propriedades estão relacionadas direta ou indiretamente com a forma a qual a água é empregada.

 

A extinção somente é obtida quando o efeito do agente extintor alcança o ponto onde a combustão ocorre. Por centenas de anos, o principal método de extinção se limitava ao uso de jatos sólidos dirigidos à base do fogo e aplicados de uma distância segura. Este mesmo método, com a utilização de jatos através de esguichos, continua ainda hoje como o mais convencional de extinção de incêndio, entretanto, modernamente verificou-se a melhor eficiência da água na forma de neblina e adotou-se esguichos combinados para os jatos compactos e neblina. Outros equipamentos têm sido descobertos para aplicação da água em várias formas de neblina, chuveiros e “sprays”, os quais têm sido cada vez mais utilizados em aparelhos e instalações de combate a incêndios.

 

a) Extinção por Resfriamento - O fogo é extinto, normalmente, quando a superfície de material em combustão é resfriada a fim de que sua temperatura caia abaixo do ponto de combustão. O resfriamento superficial, em geral, não é eficiente na extinção de incêndios em gases e em líquidos inflamáveis, com ponto de fulgor abaixo da temperatura da água aplicada, portanto, não é recomendada para líquidos inflamáveis com ponto de fulgor abaixo de 38ºC. A quantidade de água necessária à extinção dependerá da quantidade de calor a ser absorvido. A velocidade de extinção dependerá da proporção de aplicação de água em relação à quantidade de calor produzido, do grau de cobertura possível e da forma e característica de aplicação da água. A melhor maneira é aplicar a água no fogo de tal modo que consiga o máximo efeito de resfriamento pela absorção de calor. Para isto, é necessário que a água aplicada seja aquecida até a temperatura de ebulição (100ºC), e seja transformada em vapor. Este efeito é obtido com maior facilidade quando a água é aplicada em forma de neblina ou nebulizada ou pulverizada, em vez de jato compacto.

 

Os principais efeitos de resfriamento, pela utilização de água na forma de neblina ou nebulizada, são os seguintes:

a) A quantidade de calor transferido é proporcional à superfície exposta da água. Para uma dada quantidade de água, sua superfície será aumentada de acordo com sua conversão em gotículas;

 

b) A quantidade de calor transferido, depende da diferença de temperatura entre a água e o ar atmosférico que envolve o fogo, como também do material em combustão;

 

c) A quantidade de calor transferido, depende da quantidade de vapor contido no ar (estado higrométrico), particularmente no que se refere à propagação do fogo;

 

d) A capacidade de absorção de calor, depende da distância e da velocidade com que a água é projetada na zona de combustão. Este fator exige que uma considerável quantidade de água seja dirigida para as partes em combustão.

 

A gotícula precisa ter tamanho suficiente para que atinja a energia necessária para o ponto certo da combustão, vencendo a oposição da gravidade e o movimento inverso do ar causado pelas correntes térmicas ascendentes ou outras correntes de ar. Determinados materiais decompõem-se quimicamente com a elevação da temperatura, nestes casos a água pode ser normalmente utilizada para resfriá-los abaixo da sua temperatura de decomposição, a menos que o material que queime reaja quimicamente com a água. Em um número limitado de casos, a água acelera a combustão, isto, às vezes, também é desejável para redução do tempo de queima destes materiais.Um método de prevenção da combustão bastante empregado é a utilização da umidificação de materiais combustíveis em áreas ainda não atingidas pelo fogo. A absorção da água pelos combustíveis retarda a ignição destes, pois a água precisa ser evaporada antes que a temperatura deignição destes combustíveis seja alcançada.

 

b) Extinção por Abafamento - A extinção realizada pela água por meio do abafamento é feita quando esta encontra-se vaporizada. Quando o vapor é gerado em quantidade suficiente, o ar pode ser deslocado ou mesmo excluído da zona de combustão. Incêndios de classe B podem ser extintos pela ação de abafamento, a qual é facilitada pelo confinamento do vapor gerado na zona da combustão. O processo de absorção de calor só terminará quando o vapor começar a condensar. Esta situação é evidenciada pela formação de nuvens de vapor de água (fumaça branca). A condensação ocorrendo acima da zona de combustão, não tem efeito de resfriamento no material que queima, entretanto, o vapor leva o calor para fora da referida zona, que é inofensivamente dissipado nas nuvens de vapor de água que se deslocam na área do fogo. Incêndios em materiais comuns, classe A, são extintos normalmente por resfriamento da água e não por abafamento criado pela geração do vapor de água, embora este tenha ação de supressão das chamas, mas não a de combater completamente o fogo em profundidade destes materiais. A água pode ser utilizada para abafar incêndios em líquidos inflamáveis que têm o ponto de fulgor acima de 38ºC (100ºF), peso específico igual ou acima de 1,1 e não seja solúvel em água.

 

c) Extinção por Emulsificação - A emulsificação ocorre toda vez que líquidos imiscíveis são agitados juntos, e um dos líquidos se dispersa através do outro em forma de pequenas gotículas. Pode-se obter, pela aplicação da água, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de resfriamento que será proporcionado na superfície de tais líquidos, impedirá a liberação dos vapores inflamáveis. Normalmente na emulsificação, gotas de inflamáveis ficam envolvidas individualmente por gotas de água, ficando, no caso dos óleos, com aspecto leitoso. Em alguns líquidos viscosos, a emulsificação apresenta-se na forma de uma espumação que retarda a liberação dos vapores inflamáveis. É necessário cuidados redobrados na utilização deste método em líquidos com grande profundidades, pois o efeito de espumação pode ser violento a ponto de derramar líquido para fora do recipiente que o contém. O efeito de emulsificação é obtido por meio de neblina de alta velocidade com partículas pesadas, devendo os jatos compactos serem evitados nos líquidos inflamáveis viscosos, pois podem provocar violenta efervescência com grande espumação (super ebulição).

 

d) Extinção por Diluição - A diluição pode ser utilizada, em alguns casos, para a extinção de incêndios em materiais solúveis em água. A porcentagem de diluição necessária à extinção varia de acordo com o volume de água e o tempo necessário a extinção. Por exemplo, a diluição técnica pode ser usada com sucesso em incêndios envolvendo álcool etílico ou metílico, derramado e espalhado no solo, onde for possível estabelecer-se uma adequada mistura de água e álcool, não inflamável. A adição de água para alcançar a diluição não deve ser considerada uma técnica a ser utilizada em incêndios envolvendo tanques, pois existe o risco de transbordamento e derramamento de material ainda inflamado, devido a grande quantidade de água necessária para se obter a extinção por diluição. Existe ainda o risco da espumação, se a mistura estiver aquecida acima do ponto de ebulição da água, que poderia causar derramamento de material ainda inflamado. Estes fatores tornam este método, na prática, bastante difícil e perigoso, sendo indicado somente após consulta a técnicos especializados.

 



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