11 junho 2022

Introdução - Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências - GRAU

 

Introdução

 

Desde que me recordo, tenho uma fascinação pelo Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate. Quando criança, adorava visitar quartéis de bombeiros, entrar nas viaturas, usar os capacetes e me imaginar combatendo o fogo e resgatando pessoas. Hoje essa admiração não é diferente, e como estudante de Design de Produtos, vejo como as ferramentas adquiridas no decorrer deste curso podem contribuir para melhoria das condições de trabalho destes profissionais tão incríveis que estão todos os dias nas ruas para salvar vidas.

 

São Paulo está entre as cinco maiores cidades do mundo, são mais de onze milhões de habitantes e 5 milhões de veículos. Soma-se o crescimento sem planejamento à equação e o resultado é uma receita para desastres. Dentre os serviços de atendimento médico de urgência o GRAU Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências se destaca. Criado há 26 anos com o objetivo de fornecer serviços médicos para auxílio às ações do Corpo de Bombeiros, é tido como a força de elite do resgate médico. Ligado à Secretaria de Estado da Saúde, o órgão possui características diferenciadas, provenientes do contato com serviços militares, uma vez que integra um sistema híbrido acionado por meio do número 193, composto ainda pelo CBPMESP (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo) e o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar.

 

Os integrantes do GRAU passam por treinamentos árduos e extensos, para estarem aptos a atuar em situações que podem ir desde uma colisão entre veículos à resgate em estruturas colapsadas com múltiplas vítimas, bioterrorismo, desastres naturais, dentre muitas outras.

 

Com um contingente altamente treinado e especializado, espera-se que todo o equipamento e estrutura utilizados estejam à altura, mas a realidade é diferente, pois mesmo que utilizem veículos atuais, partem do mesmo princípio: originalmente, são veículos comuns adaptados para se tornarem um veículo de resgate. Possuem uma série de restrições construtivas e de plataforma que não podem ser modificadas, e não conseguem ter a versatilidade e multifuncionalidade que a tripulação demanda. O resultado é um veículo que embora consiga cumprir as funções, não foi pensado em quem utilizará o veículo, nem em quais as reais necessidades dos mesmos. Tal fato é visível em muitas soluções improvisadas que os profissionais atuantes criam para driblar algumas destas restrições: Equipamentos de Proteção Individuais, ou “EPI’s” são colocados em lugares inusitados e até mesmo perigosos para os ocupantes da viatura, dentre outras “gambiarras” presentes que agilizam o acesso à equipamentos e facilitam o embarque e desembarque.

 

O presente projeto de conclusão de curso de Design de Produtos foi embasado pelo mapeamento dos pontos chave que a viatura precisa atender. Tais aspectos foram identificados através de pesquisas de campo, as quais serão apresentadas no decorrer deste trabalho, relatos de profissionais do GRAU, Corpo de Bombeiros, SAMU e referências bibliográficas nacionais e internacionais.

 

Dos dados coletados, foram estipulados cinco questões acerca do veículo a serem consideradas.

 

Primeiramente, a ergonomia do condutor: como é a rotina, os desafios e principalmente, durante os deslocamentos, quais as funções extras que sobrecarregam a tarefa de conduzir a viatura, e de que forma isso pode ser amenizado?

 

Em seguida, o armazenamento de equipamento: como o equipamento é organizado atualmente? existe uma lógica na disposição dos mesmos? Qual a melhor maneira de acomoda-los? Por que determinados itens são instintivamente alocados em partes específicas da viatura? Prosseguindo para os sinalizadores sonoros e luminosos: existem maneiras de minimizar a exposição prolongada á ruídos provenientes da sirene? As sirenes atuais suprem todas as necessidades propostas? Quais suas funções atuais?

 

Padronagem visual: o padrão de identificação atual consegue comunicar com rapidez a função do veículo? A padronagem de pintura pode além de sinalizar tornar o visual da viatura mais dinâmico? Mecânica: a viatura está devidamente preparada para enfrentar as condições extremas de seu uso? Quais ítens poderiam ser aprimorados de forma a aumentar a segurança e confiabilidade do veículo?

 

O projeto busca responder essas perguntas, e dentro de um panorama realista, apresentar quais são as soluções mais cabíveis para a viatura de Suporte Avançado.

 

O conteúdo será apresentado começando por uma introdução ao que é este universo do atendimento de urgência, chamado de Atendimento Pré-Hospitalar, desde suas origens, até sua implementação no país e como é o cenário atual. Depois, é explicado o que é o GRAU e quais os principais desafios enfrentados pelos profisisonaisdirariamente. Posteriormente, é abrangido quais os tipos de viaturas de emergência existentes hoje no Brasil, e as principais vantagens e desvantagens de cada. Uma vez compreendido os temas citados, será feito uma análise de como são os deslocamentos para ocorrências na cidade de São Paulo. Estudos de casos reais que foram atendidos pelas equipes do GRAU e Bombeiros.

 

Com Apresentação do projeto, quais as soluções propostas, e como cada uma destas contribui para atingir o objetivo que foi inicialmente estabelecido. Por fim, apêndices e bibliografia utilizada para que este projeto pudesse ser embasado e executado.




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