Sistema idôneo com dois mosquetões e nó de fuga em auto-blocagem
de retenção
Tipos de sistemas
Existem vários tipos de sistemas de polias e múltiplos variantes, porém
em essencial o importante é assimilar o conceito das multiplicações que
dependem de estudos de como funcionam e, acima de tudo, praticá-los. Poderá, a
princípio, parecer complicado, porém, torna-se fácil quando se pratica pelo
menos um pouco.
Dependendo da disposição de alguns elementos no sistema, poderemos ter vantagens e inconvenientes.
Com um ou dois pontos de ancoragem: com um ponto é mais simples, porém o emprego de dois pontos é mais seguro.
Com a tração no sentido abaixo ou no sentido acima: a tração no sentido abaixo pode ser mais cômoda, porém sobrecarrega a ancoragem e aumenta o atrito (roçamentos).
Só com a própria corda ou cordelete auxiliar: com a corda é mais simples, porém se o sistema é composto, é mais fácil trabalhar com um cordelete auxiliar.
Com o cordelete trabalhando sobre outro ponto fixo independente ou sobre a própria corda: em outro ponto fixo se divide melhor a carga e se manejam menos os auto-blocantes, trabalhando na própria corda a tração será mais eficaz.
A denominação e classificação dada estão em função das características anteriores, chamando “mariner” sistemas em que a tração dos desvios é feita sobre a própria corda, é considerada uma classificação como outra qualquer.
Sistemas com cordas
Simples ou em N:
É o mais básico e prático dos sistemas, como podemos ver abaixo: a redução real do esforço com esse sistema, quando se empregam mosquetões, reduz aproximadamente à metade. É o mais recomendável para uma rápida atuação sempre que o peso não seja excessivo. Preferencialmente, a polia móvel deverá ser colocada no desvio debaixo, diretamente na cadeirinha do acidentado ou maca (1) (figura 354), sempre que tivermos corda suficiente e que o acidentado puder colaborar. É o sistema mais recomendável.
• vantagem: simples e rápido de ser montado.
• inconveniente: pouca desmultiplicação (maior esforço).
Duplo:
É o mesmo sistema, porém com um desvio a mais em outro ponto que inverte o sentido da tração. (figura 355)
• vantagem: maior comodidade de tração.
• inconveniente: aumenta a fricção.
Mariner com a corda:
Parecido com o sistema anterior, porém o último desvio se realiza sobre um auto-blocante utilizando a própria corda.
• vantagem: melhor aproveitamento da tração.
• inconveniente: sobrecarga na ancoragem e mais auto-blocantes para manejar.
Com um cordelete auxiliar, que pode ser uma extremidade da própria corda, se pode fazer multiplicações auxiliares e confeccionar sistemas muito eficazes. Sobre o mesmo ponto principal ou sobre a própria corda. (figura 356)
Sistema duplo sobre dois pontos fixos:
Simples e eficaz, é o sistema para elevar grandes pesos por um só socorrista. É muito recomendável. (figura 356)
• vantagens: boa desmultiplicação, dois pontos fixos, tração sentido acima.
• inconveniente: é muito lento.
Mariner duplo:
É a mesma disposição do anterior, porém atando o cordelete auxiliar à corda com um auto-blocante para aproveitar melhor a tração.
É também um sistema muito recomendado. (figura 356)
• vantagem: grande força de tração.
• inconvenientes: 3 auto-blocantes para manejar e é muito mais lento.
Sistema triplo com dois pontos fixos:
Como a corda não intervém nas desmultiplicações, é rápido de instalar e retirar sem necessidade de desmontar o sistema de freio. (figura 356)
• vantagens: é cômodo manejá-lo, a corda não intervém, não atrapalha o sistema de freio; dois pontos fixos; só dois auto-blocantes; inversão rápida da tração; diminuição de roçamentos e pode passar nós com facilidade.
• inconvenientes: é muito lento.
Mariner triplo:
Igual ao sistema anterior, porém o desvio superior se apóia sobre um auto-blocante na mesma corda, conseguindo uma excepcional força de tração.
• vantagens: é cômodo manejá-lo, grande força de tração e -inversão rápida da tração.
• inconvenientes: 3 auto-blocantes para manejar, o sistema é muito lento.
Passagem de nós por um sistema
É um caso excepcional, porém possível de acontecer.
Dependendo do sistema utilizado, não dá para se fazer nada de especial, como ocorre com o sistema triplo sobre dois pontos fixos (6), em que se reinstalará os auto-blocantes quando chega a hora de passar o nó, bloqueando, momentaneamente, o sistema de freio da corda. Nos demais tipos, terá de se fazer um aparelho de desmultiplicação auxiliar (letra a, da figura 358). Uma vez com o nó próximo da polia principal, tire esse aparelho e o bloqueie com o nó de fuga (b) como mostra a figura 3; em seguida passe o nó e reinstale tudo de novo. Passe o nó pelo resto dos auto-blocantes ou mosquetões; essa manobra não representa nenhum problema, já que o auto-blocante principal de retenção nos permite afrouxar o resto do sistema.
As atividades nas quais possamos empregar qualquer sistema de desmultiplicação, requerem do profissional um conhecimento amplo de manobras operacionais e conhecimento do grau de evolução que poderá se encaixar uma simples polia (roldana).
O sistema empregado dentro de uma operação de resgate requer, prioritariamente, que seu executante conheça todas as manobras básicas de segurança e conheça a fundo praticamente todos os sistemas de auto-bloqueio e de auto-segurança, pois executar um trabalho desse nível e sem conhecimento adequado, com certeza, é tornar a operação um verdadeiro risco.
Na verdade, como já comentado anteriormente, não existe um padrão de sistemas, você poderá intervir em função do seu conhecimento e da situação. Na realidade, a lógica é o socorro que você tem à frente para trabalhar e a sua possibilidade de poder criar seu próprio sistema.
A base para um bom trabalho é os sistemas mais simples, aqueles nos quais empregamos a simplicidade da operação, sem muitas complicações.
Esses sistemas são: 1 X 1, 2 X 1, 3 X 1.
Exemplo de montagem de sistemas
Outros sistemas existentes definem a gama de conhecimentos necessários para a execução de um bom trabalho, o qual habilita o profissional a agir com rapidez e destreza. Veja nos sistemas abaixo que a maneabilidade com esses materiais é de suma importância para o bom desempenho técnico de uma operação. Jamais esqueça que o número em excesso de polias dentro de um sistema acarretará prejuízos para o seu desempenho.
Sistema de contrapeso
É o processo de ascensão mediante o sistema de polia como contrapeso. Quando a diferença de peso é acentuada podemos tirá-la de forma que favoreça o equilíbrio e deslocamento, colocando um auto-blocante com um mosquetão de desvio sobre a corda do acidentado para aliviar o efeito da polia móvel. Esse procedimento é bem claro na figura C.
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