A
forma de abordagem é fundamental para quebrar a barreira que a criança ou o
adolescente constrói em situações de abuso. Para realizar a abordagem, a escola
pode procurar ajuda de instituições que desenvolvam trabalhos de proteção à
criança, assim como profissionais capacitados, como os psicólogos escolares ou
os orientadores educacionais. Nos hospitais e postos de saúde há profissionais
especializados que podem dar suporte e orientações.
Os
passos que devem ser seguidos na abordagem à criança ou adolescente que relata
abuso:
• Busque
um ambiente tranquilo e seguro. A privacidade da criança deve ser preservada;
• Dedique
toda a atenção à criança. Ouça-a sem permitir que interrupções externas fragmentem
o processo de descontração e de confiança;
• Leve
a sério tudo que for dito. O abuso sexual envolve medo, culpa e vergonha. Não
critique nem duvide da criança, mas demonstre interesse por ela;
• Aja
calmamente, sobretudo se forem reveladas situações delicadas, pois reações impulsivas
podem aumentar a sensação de culpa. Aborde o assunto diretamente sem demonstrar
ansiedade ou insegurança;
• Não
demonstre aflição nem curiosidade. Não entre em detalhes sobre a violência sofrida
e não faça a criança repetir inúmeras vezes a sua história;
• Pergunte
o mínimo possível e não conduza a conversa com perguntas sugestivas. Deixe-a
expressar-se com suas próprias palavras;
• A
linguagem deve ser simples e clara para que a criança ou o adolescente entenda o
que está sendo falado ou perguntado;
• Reitere
que a criança ou o adolescente não tem culpa do ocorrido e que realizar o
relato é a coisa certa a ser feita;
• A
transmissão de apoio e de solidariedade por meio de contato físico somente deve
ser feita se a criança ou adolescente assim o permitir;
• Não
trate a criança ou o adolescente como “coitadinho”. Eles são vítimas, mas devem
ser tratados com dignidade e respeito;
• Proteja,
sempre, a identidade da criança ou do adolescente. Este é um compromisso ético
profissional.
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