Procedimentos básicos nas operações com helicópteros
Nas operações com o emprego de aeronaves, muitas pessoas têm se ferido
e outras lesionadas fatalmente, em atividades com helicópteros. Esses acidentes
talvez não ocorreriam se elas tivessem sido devidamente instruídas em todos os
procedimentos de abordagem e evasão da aeronave. Um socorrista jamais será
ameaçado por um rotor de cauda se estiver bem orientado. Muitos foram os casos
de pessoas que perderam a vida pelo simples fato de não terem recebido instruções
necessárias.
A maneira mais simples de evitar acidentes desse tipo é ter os rotores
parados enquanto os passageiros embarcam ou desembarcam.
Como isso nem sempre é possível, é comum os helicópteros receberem ou
deixarem passageiros com os rotores girando em regime quase que de vôo.
Versatilidade da aeronave
A aeronave atende com a mesma eficiência toda a gama de atividades da Corporação. Seja ela administrativa ou operacional. É a garantia
de um efetivo apoio, independente da missão a ser realizada.
O uso da aeronave nas atividades de apoio, resgate e das necessidades
do momento é de competência do comandante de socorro, chefe de guarnição,
supervisor-de-dia, oficial-de-operações.
A autorização para utilização da aeronave, nessas atividades, é do
Chefe do EMG ou Chefe do SRTAer.
No entanto, há alguns fatores que contribuem para o uso da aeronave:
- distância do local de socorro;
- distância de hospitais;
- gravidade da ocorrência;
- número de vítimas;
- horário da ocorrência;
- outras necessidades urgentes.
Qual será a utilidade da aeronave? O chefe de guarnição, o comandante de socorro ou Supervisor-de-Dia deverá conhecer a potencialidade
da aeronave e cada tipo de ocorrência, para saber como a aeronave poderá
apoiá-los ou fazê-los participar do socorro.
É importante que a Corporação saiba valorizar o recurso aéreo e o seu
racional emprego, a fim de evitar gastos desnecessários. Porém, super valorizar
esse recurso poderá torná-lo ineficiente à medida que cada acionamento
realizado for colocado o quanto foi gasto. Nunca se deve medir esforços, quando
o acionamento for para transportar uma vítima em estado múltiplo de fraturas
ocasionadas por um acidente rodoviário.
Atuação da aeronave
Tem uma autonomia de vôo de 3 h 20 min., no qual cobrirá uma distância
de 620 quilômetros a uma velocidade média de 186 km/h. A sua eficácia está nas
atribuições de operações que poderão ser realizadas tanto no período diurno
como no período noturno.
Operações básicas
Nas operações com aeronaves, existe uma conduta correta e ser seguida
e as recomendações básicas de segurança, como:
Aproximação:
- Nunca a faça por trás. Utilize a proa (ângulo de visão do piloto) e
só se aproxime quando autorizado.
- Se a única maneira é se aproximar pela cauda aguarde a presença do
tripulante operacional.
- Nada de cobertura (a não ser a presa por tirantes). Nunca se estique
para apanhar uma cobertura ou qualquer outro objeto que tenha sido levado pelo
deslocamento de ar.
- Proteja os olhos com as mãos, se por acaso for atingido por algum
corpo estranho ou até mesmo por poeira; pare e abaixe-se ou, ainda, sente-se,
até que alguém venha em seu auxilio.
- Prossiga sempre olhando para o objetivo (para o lançador).
- Caminhe ou corra sempre agachado, tente diminuir a sua altura devido
ao rotor principal.
- Quando o embarque tiver de ser feito em cima de uma edificação,
cuidado com o deslocamento de ar causado pelo rotor principal.
- Tome cuidado quando existir inclinação no terreno, a aproximação
deverá ser feita sempre pelo lado mais baixo.
- Quando tiver de fazer embarque de civis, alerte-os antes e conduza-os
durante a operação.
- Quando com a maca, os cuidados deverão ser redobrados.
- Médicos e enfermeiros geralmente não têm o conhecimento específico
em operações com helicóptero.
- Presença de crianças é sinal de perigo constante. O rotor de cauda é
um imã para elas.
- Se for embarcar com equipamentos, não os jogue de qualquer jeito,
todo cuidado é pouco, uma manobra errada é acidente certo.
- Aproxime-se transportando os equipamentos abaixo da linha da cintura,
um simples abafador poderá custar vidas.
embarque:
- Para um evento de emergência, os passageiros devem ser orientados com relação às precauções e condutas a tomar.
- Mantenha seu cinto de segurança sempre afivelado e ajustado, saiba
também como liberar o cinto de segurança.
- Estando fora o cinto de segurança, não toque em nada. Se apoiar em
uma porta, no cinto de segurança de um piloto ou esbarrar em um comando
qualquer poderá ocasionar a queda da aeronave.
- Se estiver no vôo pairado (que é diferente de parado), embarque de
maneira suave e precisa. Acompanhe a proa se a aeronave girar.
- Ainda no vôo pairado, não tente pegar a mão do tripulante como se
fosse cumprimentá-lo. Apenas ofereça a mão para que o tripulante pegue de
maneira correta e segura.
- Uma vez dentro, procure ocupar o menor espaço possível e faça apenas
o que for instruído.
desembarque:
- Aguarde autorização.
- Afaste-se sempre utilizando o ângulo de 45º. Não tire a atenção da
aeronave.
- Com a aeronave no pairado, saia de frente e no esqui, depois de
autorizado, apenas dê um passo sem impulsos desnecessários.
atividades de rapel:
- Não existe treinamento em um helicóptero, tudo é real.
- Os materiais empregados, terão de ser individual.
- Saiba realmente colocar a peça oito no cabo; nas atividades com
aeronave, sempre mantenha a mola destravada, isso é de responsabilidade sua.
- A saída para o esqui, nas atividades de rapel é feita de costas.
- Dependendo da aeronave empregada, deverá ser feita a negativa
completa.
- Nunca discuta com o tripulante, lembre-se que ele está em comunicação
direta com o piloto.
- Quanto maior for a velocidade de descida, maior será o tranco que
você dará na aeronave na hora de frear. O ideal é manter uma velocidade lenta e
constante, pois você deverá ter consciência de que não haverá uma segurança na
extremidade do cabo.
- Nas atividades de rapel, no período noturno, a perda de noção com
relação à profundidade será muito maior.
- Nunca esqueça o seu objetivo. É muito comum o deslocamento da
aeronave no pairado em cima de uma edificação.
- Quando tocar o solo, se livre da peça oito e do cabo o mais rápido
possível, deixe bem claro para o observador que o cabo está livre.
- Antes de tudo, ajuste sua cadeirinha de forma confortável, pois você não sabe o tempo que vai permanecer pendulando.
- Certifique-se de que as molas estão realmente travadas e que o cabo não está torcido.
- Saiba realmente como compensar um possível giro ou pêndulo.
- Use a sinalização para Mac’guire.
Mac’ guire com o emprego da maca laranja: (figura 378)
- Prenda com segurança a vítima na maca.
- Todas as molas devem estar travadas e o cabo destorcido.
- Use sinalização (maca presa, maca livre ou outra carga, etc).
- Tenha cuidado com a folga do cabo de Mac’guire.
- O lado da maca em que fica a cabeça da vítima deverá ficar do mesmo lado da proa.
- Combine antes com a guarnição e escolha uma pessoa que irá ficar responsável em clipar todas as molas (muitas mãos só atrapalham).
- À medida que o helicóptero for subindo, direcione a maca para baixo da aeronave, isso evitará um pêndulo.
- Na hora em que for receber a maca, cuidado com o pêndulo causado pela redução de velocidade do helicóptero;
Operações na água:
- A aeronave jamais ficará acima da vítima ou do salva-vidas, isso porque o deslocamento de ar prejudicaria a salvamento aquático.
- Se preocupe em colocar o cinto na vítima e avisar que ela já está clipada.
- O fato de a aeronave não se encontrar totalmente acima da vítima e do socorrista, fará com que ambos sejam arrastados na água por, aproximadamente, 5 metros.
Procedimentos básicos
- Aproxime-se ou afaste-se meio abaixado.
- Carregue ferramentas ou outros objetos na horizontal, abaixo da cintura.
- Nunca use coberturas sem tirantes em operações com helicóptero.
- Ao desembarcar no vôo pairado faça-o de maneira suave e precisa.
- Em terreno inclinado, movimente-se pela parte mais baixa (descida).
- Após acoplar a carga externa, direcione-a para o centro da aeronave, para evitar o pêndulo.
- Mantenha a ZPH (Zona de Pouso de Helicóptero) livre de objetos soltos (sacos, cascas de árvores, etc).
- Aproxime-se ou afaste-se sempre autorizado e no campo de visão do piloto.
- Quando orientando a aeronave para o pouso, fique de costas para o vento local.
- Fique atento com as pessoas ou animais que possam se aproximar do rotor de cauda.
- Já no esqui, o socorrista aguarda o sinal do tripulante (saída de costas).
- Depois do sinal de OK, o socorrista começa a negativa, com segurança.
- Com 50% da negativa já executada (as pernas devem estar totalmente esticadas).
- Dependendo da aeronave, evite soltar o esqui antes de completar a negativa (se o fizer, a aeronave irá pendular).
- Solte as pernas, vise ao objetivo e desça de maneira segura e rápida, não se esqueça da chegada ao solo e evite trancos.
- Ao chegar ao solo, abaixe-se para folgar o cabo e deixa-lo livre o mais rápido possível (sinalize quando estiver pronto).
Em que lado do helicóptero o bombeiro deve fazer o embarque é desembarque de passageiros?
ResponderExcluirBoa tarde Joaquim...
ResponderExcluirO embarque deve ser feito por ambas portas, mas o correto e utilizar a porta que estiver mais próximo da entrada para o acesso ao heliponto ou heliporto, mas não se preocupe, pois o Piloto sempre posiciona a aeronave de forma a facilitar o embarque.
Abração e obrigado pela visita...