Ancoragens permanentes
Chamaremos assim as ancoragens que são colocadas de maneira fixa em
uma parede ou rocha previamente perfurada. Os dados oferecidos se referem
somente aos aspectos gerais de segurança. Para uma correta colocação, é
prudente que sejam observados esses aspectos.
Quanto ao equipamento ou reequipamento de vias em escolas de escalada
ou rotas clássicas com esses tipos de ancoragens, devido à grande
responsabilidade técnica e moral que implica, só deverá ser realizado por
pessoas experientes com reconhecimento prévio e
estudo sério da situação correta.
A resistência de qualquer ancoragem depende de três fatores:
- a resistência da bucha e chapa;
- sua correta colocação;
- a qualidade da rocha que se instala.
Junto com outros critérios (uso, situação, etc.) que determinam o tipo
de ancoragem a escolher, quando idealmente atendemos somente aos critérios de
segurança, é evidente que é aconselhável colocar ancoragens com mais garantia
de resistência e maior duração. O uso de resinas, por serem mais caras e
laboriosas de colocar, na prática, não são as mais utilizadas.
Em zonas úmidas, alta montanha e lugares com influência marinha, as
ancoragens a serem utilizadas devem ser inoxidáveis.
No que diz respeito às chapas, elas têm de estar na mesma linha de
resistência com o conjunto, para homologar uma ancoragem; exigem uma
resistência de 25 KN em carga radial (a carga habitual, perpendicular ao eixo)
e 15 KN em carga axial (ao arrancamento ou extração).
Como norma geral, não devem ser colocadas ancoragens próximas uma das
outras, se na proximidade existir arestas ou fissuras.
Diante dessa situação, terá de ser deixado um espaço mínimo de 30 cm
entre essas ancoragens.
Existem numerosos tipos de ancoragens, veremos as mais práticas e utilizadas com relação aos problemas de segurança que podem
gerar suas inadequadas instalações.
Tacos “spit” autoperfurantes
O popular “Spit” é uma ancoragem bastante conhecida e utilizada. O
spit é o único que pode ser colocado à mão com certa facilidade.
Não é aconselhado seu uso em rochas muito duras e é perigoso em rochas
brandas, como as rochas arenosas por sua pouca resistência. Sua duração é
bastante limitada e os problemas em sua colocação podem tornar muito debilitada
a sua resistência. Sua utilização só deveria ser empregada em escaladas de
grandes paredes, a princípio, em outras atividades não de escolas, nas quais o peso
e a sensibilidade são primordiais para atingir êxito.
A resistência desses tacos “spits” é muito diversificada em uma situação
ideal; sua correta colocação, em uma rocha dura, não vai mais de 1.400 kg, para
os de M8 (12 mm); e de 1.800 kg, para os de M10 (15 mm), porém esses valores
diminuem de forma dramática em situações pouco vantajosas.
Nas ilustrações, vemos o processo de colocação, que finaliza com o
correto encaixe (torneado) para receber a chapeleta, que não terá de ser
completamente apertado, já que poderíamos debilitar ou romper o torno (figura
448).
Parafusos de auto-expansão por anel
É o tipo de ancoragem mais utilizada na atualidade para o equipamento de escolas, chamado familiarmente por parabolt (norma da marca). Existem em diferentes tamanhos e diâmetros, inclusive com o dobro de expansão (dois anéis). Para colocá-los, o talhado (furo) é feito perpendicular à rocha e do mesmo diâmetro que o parafuso deve introduzir, assim que ajustado, o anel no seu interior se expande imediatamente ao ser apertado; dessa forma, o parafuso só deve associar ao torque uns poucos fios de rosca até finalizar o aperto (chegar ao aperto ideal).
Selamentos com resinas
É o sistema de ancoragem permanente mais sofisticado e resistente, conhecido como “químico”. A ancoragem propriamente dita é simplesmente um tensor de borda (acero), assentado em um buraco feito na parede mediante resinas especiais, que, uma vez colocada, dá uma resistência extraordinária ao conjunto.
Essa ancoragem é a única segura em rochas brandas e a mais recomendável em todo tipo de rocha, para o uso de equipamentos seguros em escolas de escalada.
Suas vantagens: segurança, não sendo necessária a manutenção, mantendo certa discrição na parede.
Deverá ser levado em conta que equipar uma via com esse tipo de ancoragem requer uma formação específica, prática e muita paciência.
Existem outros sistemas de ancoragem: expansão por cone anterior, grande expansão, “long life” etc., porém similares quanto à prestação
e à colocação dos descritos, sendo o diâmetro e o comprimento do corpo os
determinantes de sua resistência.
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