Acidentes rodoviários
Os acidentes rodoviários constituem um flagelo da modernidade quando
inúmeras vidas são perdidas, incapacidades permanentes são geradas,
traduzindo-se em um quadro de mortalidade, morbidade, sofrimento e perda
econômica tanto para o indivíduo como para o Estado.
Nesse campo, o Brasil desponta com um dos mais elevados índices. Com o intuito de minimizar esse quadro, muito necessita ser realizado.
O acidente rodoviário está situado dentro da classe dos desastres humanos,
isso advém do fato de que o homem, ao mesmo tempo em que procura lucrar com as
oportunidades geradas pelo desenvolvimento tecnológico, não respeita suas
limitações.
Ao longo dos anos, desde a sua invenção no final do século passado, o automóvel, na medida em que aumentava seu nível de uso e
popularidade, via também aumentar, vertiginosamente, o índice de acidentes
decorrentes de fatores como:
- despreparo técnico de um elevado número de motoristas;
- inobservância de condutas e normas de segurança;
- condutas irracionais geradas pelo stress, ansiedade, competitividade;
- prazer suscitado pela velocidade;
- estado precário dos veículos;
- estado precário das estradas.
Mecânica dos acidentes
Os acidentes rodoviários classificam-se em 4 tipos distintos de colisão,
que seguem princípios físicos da cinemática e a dinâmica:
1) Veículos que colidem em sentidos opostos:
O somatório das velocidades em sentidos opostos (V1 e V2) causa os acidentes mais graves e contribui para um maior índice de mortalidade, principalmente por traumatismo crâneo-encefálico (TCE), fratura de membros, fratura de costelas e hemorragias internas.
2) Veículos que colidem no mesmo sentido:
Esse tipo de colisão tem como principal conseqüência quadros de traumatismo da coluna vertebral (TCV), principalmente em veículos que não dispõem de assentos com apoio para a cabeça.
3) Veículos que colidem lateralmente.
Nesse tipo de colisão, não raro ocorre a ejeção de passageiros em decorrência da distorção da lataria pelo impacto, conseqüentemente, abrindo as portas que não estejam com a trava de segurança acionada, provocando politraumatismos e lacerações traumáticas.
4) Veículo que colide contra ponto neutro.
As principais características desse tipo de colisão são idênticas as
do primeiro tipo (colisão em sentidos opostos) sendo, entretanto, o nível de
mortalidade menor entre as demais.
Cálculo do impacto
Para que se tenha uma idéia relativa, simular-se-á, como exemplo, um
veículo comum de passeio com 800 kg, colidindo a 100Km/h (28m/s) tendo-se então
um impacto de:
800 X 28 = 22400 Kg/s (22t.)
Logo, um passageiro com um peso médio de 70 Kg sofrerá um impacto de:
70 X 28 = 1960 Kg/s (2 t.)
Tipos e freqüência das colisões
Estudos realizados pelo Corpo de Bombeiros de Paris (Sapeurs- Pompiers
de Paris), em 1981, demonstraram que as colisões ocorrem segundo os tipos e
porcentagens abaixo:
- colisão em sentidos opostos – 56%
- colisão no mesmo sentido – 14%
- colisões laterais – 3%
- colisões contra pontos estáticos – 24%
Porcentagem das lesões
No impacto da colisão, são gerados os seguintes tipos de lesões:
- únicas........................35%
- politraumatismos........65%
Sendo:
- fraturas duplas............34%
- fraturas triplas.............21%
- fraturas múltiplas........10%
Impactos diretos e indiretos
Quando um veículo colide contra um obstáculo, há uma reação do veículo e uma ação no sentido contrário do(s) corpo(s) do(s) passageiro(s) causando impactos indiretos em quatro regiões do corpo (cabeça, tronco, membros superiores e inferiores).
Ação do impacto sobre os órgãos
Os órgãos internos, durante o impacto, sofrem consideráveis impactos conforme abaixo:
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