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05 abril 2022

La Niña - O El Niño e você - o fenômeno climático - METEOROLOGIA APLICADA AO SERVIÇO DE BOMBEIROS

 

La Niña

 

Fonte de Informação:

Livro - O “El Niño e você” - o fenômeno climático

Autor - Gilvan Sampaio de Oliveira

 

Você agora deve estar pensando. Ora, “La Niña”, como é o oposto, ou seja, é o resfriamento das águas do oceano Pacífico equatorial, então os efeitos são exatamente opostos !

  

NÃO É BEM ASSIM !!!!!

 

O termo “La Niña” ("a menina", em espanhol) surgiu pois o fenômeno se caracteriza por ser oposto ao “El Niño”. Pode ser chamado também de episódio frio, ou ainda “El Viejo” ("o velho", em espanhol). Algumas pessoas chamam o “La Niña” de “anti-ElNiño”, porém como “El Niño” se refere ao menino Jesus, “anti-ElNiño” seria então o Diabo e portanto, esse termo é pouco utilizado. O termo mais utilizado hoje é: “La Niña”.

 


Para entender sobre “La Niña”, vamos retornar ao nosso "modelinho" descrito no item sobre “El Niño”.

 

Imagine a situação normal que ocorre no Pacífico equatorial, que seria o exemplo da piscina com o ventilador ligado, o que faria com que as águas da piscina fossem empurradas para o lado oposto ao ventilador, onde há então acúmulo de águas. Voltando para o Oceano pacífico, sabemos que o ventilador faz o papel dos ventos alísios e que o acúmulo de águas se dá no Pacífico equatorial ocidental, onde as águas estão mais quentes. Há também aquele mecanismo que citei anteriormente, o qual é chamado de ressurgência, que faz com que as águas das camadas inferiores do oceano, junto à costa oeste da América do sul aflorem, trazendo nutrientes e que por isso, é uma das regiões mais piscosas do mundo. Até aqui tudo bem, esse é o mecanismo de circulação que observamos no Pacífico equatorial em anos normais, ou seja, sem a presença do “El Niño” ou “La Niña”.

 

Pois bem. Agora, ao invés de desligar o ventilador, vamos ligá-lo com potência maior, ou seja, fazer com que ele produza ventos mais intensos. O que vai acontecer?

 

Vamos tentar imaginar?

Com os ventos mais intensos, maior quantidade de água vai se acumular no lado oposto ao ventilador na piscina. Com isso, o desnível entre um lado e outro da piscina também vai aumentar. Vamos retornar ao oceano Pacífico. Com os ventos alísios (que seriam os ventos do ventilador) mais intensos, mais águas irão ficar "represadas" no Pacífico equatorial oeste e o desnível entre o Pacífico ocidental e oriental irá aumentar. Com os ventos mais intensos a ressurgência também irá aumentar no Pacífico equatorial oriental, e portanto virão mais nutrientes das profundezas para a superfície do oceano, ou seja, aumenta a chamada ressurgência no lado leste do Pacífico Equatorial.

 

Por outro lado, devido a maior intensidade dos ventos alísios as águas mais quentes irão ficar represadas mais a oeste do que o normal e portanto novamente teríamos aquela velha história: águas mais quentes geram evaporação e consequentemente movimentos ascendentes, que por sua vez geram nuvens de chuva e que geram a célula de “Walker”, que em anos de “La Niña” fica mais alongada que o normal. A região com grande quantidade de chuvas é do nordeste do oceano Índico à oeste do oceano Pacífico passando pela Indonésia, e a região com movimentos descendentes da célula de Walker é no Pacífico equatorial central e oriental. É importante ressaltar que tais movimentos descendentes da célula de “Walker” no Pacífico equatorial oriental ficam mais intensos que o normal o que inibe, e muito, a formação de nuvens de chuva.

 

Em geral, episódios “La Niñas” também têm freqüência de 2 a 7 anos, todavia tem ocorrido em menor quantidade que o “El Niño” durante as últimas décadas. Além do mais, os episódios “La Niña” têm períodos de aproximadamente 9 a 12 meses, e somente alguns episódios persistem por mais que 2 anos. Outro ponto interessante é que os valores das anomalias de temperatura da superfície do mar em anos de “La Niña” têm desvios menores que em anos de “El Niño”, ou seja, enquanto observam-se anomalias de até 4, 5ºC acima da média em alguns anos de “El Niño”, em anos de La Niña as maiores anomalias observadas não chegam a 4ºC abaixo da média.

 

Episódios recentes do “La Niña” ocorreram nos anos de 1988/89 (que foi um dos mais intensos), em 1995/96 e em 1998/99. "

 


 Fonte: O El Niño e Você - o fenômeno climático - Gilvan Sampaio de Oliveira Editora Transtec - São José dos Campos (SP), março de 2001.




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