Noutro
viés, a maior complexidade e a verticalização das edificações tornou
imprescindível o ajuste dos equipamentos e técnicas de combate aos incêndios
utilizados pelos bombeiros. Esta evolução é necessária e inevitável, com o
proporcional aprimoramento da segurança, no entanto, o desenvolvimento
tecnológico das construções não pode ser limitado para ficar compatível com a
estrutura estatal de socorro, e sim devem ser concomitantes.
Em
outras palavras, os últimos acontecimentos envolvendo a segurança contra
incêndio em edificações proporcionaram uma relação direta dos agentes
responsáveis pela regulamentação e fiscalização com a sociedade e com o mercado,
criando um novo conjunto de valores e expectativas, bem como uma
interdependência mais evidente. As exigências técnicas e as ações de fiscalização
e licenciamento exercem influência na vida das pessoas e nos custos das obras.
Nota-se que esta atividade passou a ser muito mais complexa, carecendo de
base científica, surgindo então a necessidade de serem realizadas pesquisas
regularmente para o acompanhamento do desenvolvimento tecnológico e social, pois
já não há mais lugar para o empirismo na proteção da vida (ROQUE, 2006).
Ademais,
o mais importante é a clareza dos objetivos e das funcionalidades técnicas
das medidas de SCIE implantadas. O mercado e a sociedade se ajustarão se
compreenderem a real importância dos seus investimentos, se entenderem
claramente os objetivos da segurança contra incêndio na aplicação de cada
medida. Não é compreensível que no mesmo país, uma edificação com a mesma ocupação
(uso) e características construtivas, tenha em diferentes Estados exigências
diferenciadas de resistência ao fogo dos elementos de compartimentação, ou do
volume da reserva técnica de incêndio (reservatório de água), ou melhor
explicando, que uma construtora tenha de elaborar projetos diferentes para uma
mesma edificação apenas por ter cruzado a fronteira entre as Unidades
Federativas do Brasil, pois as regulamentações técnicas não são as mesmas. Isto
onera as obras, dificulta os licenciamentos, desacredita o poder público,
desestimula o investimento no país, e os custos são repassados aos consumidores
finais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário