TEORIA DE HEINRICH
Entre os vários estudos
desenvolvidos no campo da segurança do trabalho, nós encontramos a teoria de
Heinrich. O que nos diz a teoria de Heinrich? Nos mostra que o acidente e
conseqüentemente a lesão são causados por alguma coisa anterior, alguma coisa
onde se encontra o homem, e todo acidente é causado, ele nunca acontece. É
causado porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos
inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do
trabalhador, portanto, os atos inseguros e as condições inseguras constituem o
fator principal na causa dos acidentes.
Heinrich imaginou, partindo da personalidade, demonstrar a ocorrência
de acidentes e lesões com o auxilio de cinco pedras de dominós:
-
A primeira,
representando a personalidade;
-
A
segunda, as falhas humanas no exercício do trabalho;
-
A
terceira, as causas de acidentes (atos e condições inseguras);
-
A
quarta, o acidente;
-
A
quinta, as lesões.
1)
Personalidade:
ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo um conjunto de características
positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua
personalidade. Esta se formou através dos anos, por influência de fatores
hereditários e do meio social e familiar em que o indivíduo se desenvolveu.
Algumas dessas características (irresponsabilidade, temeridade, teimosia, etc.)
podem se constituir em razões próximas para a prática de atos inseguros ou para
a criação de condições inseguras.
2)
Falhas
humanas: devido aos traços negativos de sua personalidade, o
homem, seja qual for a sua posição hierárquica, pode cometer falhas no
exercício do trabalho, do que resultarão as causas de acidentes.
3) Causas de acidentes: estas englobam, como já vimos, as condições
inseguras e os atos inseguros.
4) Acidentes que sempre existirem em condições inseguras ou forem
praticados em atos inseguros, pode-se esperar as suas conseqüências, ou seja, a
ocorrência de um acidente.
5) Lesões: toda vez que ocorre um acidente corre-se o risco de que o trabalhador
venha a sofrer lesões, embora nem sempre os acidentes provoquem lesões.
Responsabilidade Individual
A responsabilidade individual
está relacionada com o fator pessoal inseguro, que é a característica mental ou
física que ocasiona o ato inseguro e que em muitos casos, também criam
condições inseguras ou permitem que elas continuem existindo.
Na prática, a indicação do fator
pessoal pode ser um tanto subjetivo, mas no cômputo geral das investigações
processadas, e, para fim de estudo, essas indicações serão sempre úteis.
Os fatores pessoais e os atos inseguros mais predominantes são:
a. Atitude imprópria (desrespeito às instruções);
b. Má interpretação das normas;
c. Nervosismo;
d. Excesso de confiança;
e. Falta de conhecimento das práticas seguras;
f. Incapacidade física para o trabalho;
g. Falta de uso de equipamento de segurança;
h. Uso do equipamento de modo incorreto;
i. Execução da tarefa sem autorização;
j. Trabalho a uma velocidade insegura;
k. Uso de equipamento defeituoso;
l. Carregamentos de risco;
m. Postura inadequada;
n. Brincadeiras;
o. Dispositivos de segurança tornados inoperantes.
Concluímos dizendo que o termo
descuido não deve ser empregado com referência à causa de um ato inseguro ou de
um acidente. Devemos procurar a causa real entre as atitudes falhas.
Responsabilidade Coletiva
A responsabilidade coletiva está
relacionada com a condição insegura em um local de ocorrência, que são as
falhas físicas que comprometem a segurança do bombeiro, em outras palavras, as
falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de
segurança e outros, que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das
pessoas, e a própria segurança dos equipamentos.
Apesar da condição insegura ser possível de neutralização ou correção,
ela é considerada responsável por um grande numero dos acidentes. Exemplos de
condições inseguras:
1) Falta de EPI;
2) Condição defeituosa do equipamento;
3) Operações ou disposições perigosas no local da ocorrência.
Registros e Relatórios
Para a Segurança no serviço do
bombeiro, o acidente do ponto de vista
prevencionista ocorre sempre que um fato não programado modifica ou põe
fim à realização de um trabalho, o que ocasiona sempre perda de tempo.
Outras conseqüências podem
advir, tais como: danos a equipamentos e lesões a outros Bombeiros. Daí a
necessidade da comunicação do acidente e posteriormente da investigação do
acidente.
Em casos de acidentes no serviço
de bombeiros, somente uma investigação cuidadosa, isto é, uma verificação dos
dados relativos ao acidentado (comportamento, atividade exercida, tipo de
ocupação data e hora do acidente), possibilita a descoberta de determinados
riscos.
Temos, então, determinada outra
atividade de prevenção de acidentes, baseada não só em conhecimentos teóricos,
mas também na descoberta de novos riscos e soluções, com base na capacidade de
dedução e/ou indução. A partir da descrição do acidente, de informações
recolhidas junto ao encarregado da ocorrência, de um estudo do local do
acidente, da vida pregressa do acidentado, poderá o responsável pela
investigação determinar causas do
acidente que originem uma nova atividade para o Serviço de Segurança. A seguir,
damos exemplo de uma ficha de investigação de acidentes.
Avaliação de Segurança no Serviço de Bombeiro
A manutenção de um cadastro de
acidentes, com informações, relativas aos acidentes adequadamente selecionados
permitirão não apenas avaliar os resultados alcançados pela organização de
segurança, mas também orientar sobre quais as medidas de prevenção que se fazem
necessárias ou que devem ser a dotadas em caráter prioritário.
Qualquer acidente é
um acontecimento inesperado ou não.
Quando um bombeiro se acidenta,
poderá ocorrer uma lesão. Esta lesão, conseqüência do acidente, por si só
constitui uma prova de que algum risco, ou alguma combinação de risco, não foi
adequadamente corrigido. Portanto, uma série de lesões ocorridas em qualquer
ocorrência constitui o único indicio de segurança aplicável ao serviço de
bombeiro. Um número excessivo de lesões constitui a prova de que o trabalho não
está sendo realizado dentro das condições de segurança. A perfeição em matéria
de segurança poderia somente ser lograda se o trabalho sempre fosse executado e
nunca ocorresse um acidente. Contudo, para podermos aplicar uma medida com
relação às lesões ocorridas, com a finalidade de determinarmos o grau de
segurança alcançado, torna-se necessário saber com que freqüência ocorre e a
gravidade daquelas lesões.
A maneira usual para a
verificação das condições de nossas ocorrências em relação à prevenção de
acidentes é através do cadastro de acidentes. Além do mais, o cadastro serve
para, avaliar se o programa de segurança está sendo bem orientado e bem
conduzido, avaliar se os gastos feitos com o programa estão sendo compensados,
determinar as fontes principais dos acidentes, fornecer informação sobre os
atos e condições inseguras e por fim criar interesse na prevenção de acidentes.
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