INTRODUÇÃO
O presente manual técnico é destinado às
guarnições que utilizam o extrato formador de espuma (EFE) no atendimento de
ocorrências e tem como objetivo dar o conhecimento mínimo para as guarnições
identificarem um incêndio Classe “A” ou “B” e combatê-lo, utilizando espuma
mecânica.
Serão mostrados alguns tipos de extratos
formadores de espuma e os vários tipos de equipamentos proporcionadores.
Normalmente a espuma é utilizada em
incêndio Classe “B”, porém, em um capítulo específico, serão abordadas as vantagens
do uso da espuma em incêndio Classe “A”.
ESPUMA
DE COMBATE A INCÊNDIO
Definição
É um aglomerado de bolhas de ar formado
por solução aquosa. Trata-se do resultado do batimento de água, ar e extrato
formador. Flutua sobre os líquidos devido a sua baixa densidade.
Características
Para ser eficiente, a espuma, para
incêndio, deve ter determinadas características físicas:
• Fluidez: a espuma deve cobrir toda a
superfície em chamas com rapidez;
• Resistência calor: o volume de espuma
aplicado tem que ser capaz de resistir aos efeitos destrutivos do calor
irradiado pelo fogo remanescente do vapor de líquidos inflamáveis ou de
qualquer tipo de material metálico;
• Resistência ao combustível: a espuma
deve resistir às ações dos combustíveis, não se desfazendo ou perdendo sua
capacidade extintora;
• Contenção de vapores: a cobertura
produzida deve ser capaz de conter os vapores inflamáveis, provocando uma
selagem do combustível, minimizando os riscos de um novo incêndio;
• Densidade baixa, a espuma deve flutuar
sobre o combustível formando uma cobertura;
• Dupla ação de combate a incêndio: A
extinção do incêndio por meio da espuma é feita por isolamento do combustível
do ar (abafamento) e resfriamento.
Atuação de abafamento e resfriamento
da espuma
A espuma flutua sobre os líquidos
produzindo uma cobertura que impede o contato com o ar (oxigênio), extinguindo
o incêndio por abafamento.
Utilizando-se somente água, a extinção em
hidrocarbonetos é muito demorada, pois possuem peso específico tão baixo, que
flutuam sobre a água. A extinção em solventes polares (álcool, acetona,
metanol, etc), que são miscíveis à água, exige atenção quanto ao aumento do
volume, pois pode ocasionar o alastramento do fogo.
Por isto, em incêndios de líquidos
inflamáveis o uso de espuma mecânica é indispensável. O baixo peso específico
da espuma fará com que ela flutue sobre o combustível, isolando-o do ar.
Esquema da espuma formada
Os líquidos liberam vapores inflamáveis.
A espuma deve ser suficientemente compacta e densa para impedir a passagem
desses vapores e evitar reignição.
Limitações
para uso da espuma
• Recomenda-se não usar espuma em
materiais que sejam armazenados como líquidos, mas que em condições ambientes
são gasosos, tais como o GLP (gás liqüefeito de petróleo), o butano, o propano,
o butadieno, etc.;
• Também não são apropriadas para incêndios
em líquidos criogênicos (de temperatura muito baixa) e outros produtos
incompatíveis com a água, exemplo:
- o carbureto;
- o magnésio;
- o potássio;
- o lítio;
- o cálcio;
- o zircônio;
- o sódio;
- o zinco;
• A espuma é boa condutora de eletricidade,
portanto, não deve ser usada em equipamentos elétricos energizados;
• Determinados agentes umectantes e
alguns tipos de pós químicos são incompatíveis com as espumas e se utilizados
simultaneamente, podem desfazer a cobertura de espuma imediatamente. Portanto,
quando se usar simultaneamente dois agentes extintores, deve-se estar seguro
que ambos sejam inteiramente compatíveis;
• O seu emprego pode ser conciliado com a
água ou com alguns tipos de pó químico seco, desde que estes sejam aplicados na
extinção antes da espuma, que por sua vez complementaria a ação de combate;
• As espumas em geral e a de alta
expansão, em particular, não devem ser usadas para combate de incêndios em
materiais oxidantes que liberam suficiente oxigênio para sustentar a combustão
como, por exemplo, o nitrato de celulose;
• Uso da espuma na extinção de incêndios
em óleos comestíveis e de fritura bem como em outros processos de produtos
alimentares, deve ser analisado com critério, pois a espuma contaminará todos
esses produtos inutilizando-os e causando grandes prejuízos, o que poderá ser
minimizado com a escolha de outros agentes.
Espuma
mecânica
Espuma mecânica é um aglomerado de bolhas
formado pela mistura de água, extrato formador e ar.
O extrato é adicionado à água através de
um aparelho proporcionador, formando a solução (água e extrato). Ao passar pelo
esguicho a solução sofre batimento e o ar é, dessa forma, a ela acrescentado,
formando a espuma. As características de cada extrato, de acordo com o
fabricante, definirão sua proporção na solução (de 1% a 6%).
Expansão
das espumas
Expansão é a taxa que compreende a razão
do volume de solução utilizado para a formação da espuma e o volume de espuma
formada. A solução (ou prémistura) pode gerar espuma de baixa, média ou alta
expansão. Quanto maior a taxa de expansão, mais leve será a espuma, menor será
sua capacidade de resfriamento, e menor será sua resistência.
Baixa
expansão
Quando um 1 litro de solução produz até
20 litros de espuma. Espuma pesada e resistente, para incêndios intensos e para
locais não confinados.
Detalhes da Espuma de Baixa
Expansão
Média
expansão
Quando 1 litro de solução produz de 20 a
200 litros de espuma. Espuma mais leve que a da baixa expansão e mais
resistente que a de alta expansão. Pode ser usada para abafar a vaporização de
produtos químicos perigosos.
Alta
expansão
Quando 1 litro de solução produz de 200 a
1.000 litros de espuma.
Sua textura é suave e uniforme e
proporciona um ótimo preenchimento, permitindo que ela supere os obstáculos com
facilidade.
É ideal para incêndios em ambientes
confinados. É um tipo de espuma sintética, utilizada para o emprego em espaços
fechados como porões, minas, navios e hangares. Nestes locais, deve haver
ventilação para que a espuma se distribua de forma adequada. Sem ventilação, a espuma
não avança no ambiente.
O uso da espuma de alta expansão em
espaços abertos pode ser eficiente, mas sofre muita influência e pode ser
obstruída pela ação do vento no local.
Detalhes da Espuma de Alta
Expansão
Prezado Oswaldo,
ResponderExcluirAchei seu blog sobre o uso da espuma em combate a incêndios muito interessante.
Solicito autorização para colocar uma figura (a primeira) em uma página sobre meu curso em Inovação Sistemática com referência a seu blog.
Se desejar posso lhe enviar a página em PDF.
Obrigado pela atenção
Boa tarde Sylvio...
ResponderExcluirTodo conteúdo desse Blogguer é para ser usado na disseminação do saber e desde já e sempre Você está autorizado. Me envio o PDF. bombeiroswaldo@gmail.com
Abração e obrigado pela visita...
Ótimo texto!
ResponderExcluirBoa noite, obrigado pelo elogio e pela visita...
ExcluirBoa tarde, achei o Blogger super bom. Parabéns. Bombeiro no aeroporto de Maputo Mozambique
ResponderExcluirExcelentes informações, meus comandantes!
ResponderExcluirPARABÉNS PELA BRILHANTE INICIATIVA.