Manutenção e vida útil de uma corda
A manutenção e vida útil de uma corda dependem:
1) da freqüência de utilização;
2) da forma de emprego (rapel, escaladas, espéleo, sob
tensão, etc.);
3) da sua manutenção adequada;
4) do excesso de trabalhos mecânicos;
5) dos processos de abrasão sofridos por ela;
6) da quantidade de raios ultravioletas e umidade que ela absorve,
tendo em vista que eles degradam, pouco a pouco, as propriedades da corda.
As cordas podem sofrer danos irreparáveis durante sua
primeira utilização, de acordo com os trabalhos executados.
Como avaliar a vida útil de uma corda
As formas de avaliação de uma corda são inúmeras, dentre
elas algumas são de suma importância para definir a sua capacidade de utilização,
bem como o tempo destinado para o emprego das cordas.
Uso intensivo..................... de 3 meses a 1 ano.
Uso semanal...................... de 2 a 3 anos.
Uso ocasional..................... de 4 a 5 anos.
Deverá ser sempre observada a sua operacionalidade, tais
como o uso em: meio líquido, atividades de incêndio, buscas, trações e tensões,
içamentos diversos e até mesmo as formas em que elas são empregadas nas atividades
de rapel.
Situações em que as cordas deverão ser postas fora do
serviço ou de atividade
Existem determinadas situações que levam a corda a ser inutilizada
para a atividade de salvamento, pois sua permanência em atividades implica em
risco à vida do bombeiro e ao salvamento. Entre as mais importantes, temos
aquelas em que a corda:
1) tiverem suportado uma carga ou impacto violento ou uma sobrecarga
(força superior a carga de trabalho);
2) aparentarem a alma danificada. Essa observação é feita durante a inspeção da corda. Nesse caso, corta-se a corda.
3) apresentarem grande desgaste na capa;
4) tiverem contato com reagentes químicos.
Durante a utilização, manutenção e cuidados,
evita-se:
- a fricção da corda com quinas (cantos com ângulos) vivas
e com outras cordas.
- pisar nas cordas ou arrastá-las (figura 26).
- o contato da corda com areia, terra, óleo, graxa, água suja etc.(figura 27).
- que a corda fique sob tensão por muito tempo ou desnecessariamente.
- que a corda fique exposta às intempéries por muito tempo (figura 29).
- enrolar e guardá-las molhadas;
- utilizar cordas coçadas (figura 30)
- que as cordas sofram fortes impactos contra o solo
(alturas elevadas danificam as suas fibras).
- choques violentos como atrito, sobrecarga, etc. (figura
26).
Durante a utilização, manutenção e cuidados, deve-se:
- enrolar e acomodar as cordas corretamente e em local adequado;
- sempre falcear os chicotes;
- sempre identificar o comprimento da corda nos seus
chicotes;
- secar sempre à sombra e sem tração (as que são feitas de fibras vegetais diminuem em até 10% seu comprimento);
- respeitar sempre a carga de trabalho da corda;
- sempre que for utilizar a corda, verificar se há coças;
- guardar as cordas em local fresco e ventilado, longe de
lugares úmidos e livres da ação de roedores;
- cortar a corda quando apresentar avaria (retirando a
parte danificada) remarcando o seu comprimento;
- utilizar nós adequados à atividade.
Outras recomendações:
Independente das circunstâncias, a vida útil de uma corda
jamais deverá exceder a 5 anos. Deve ser visto também que o período de armazenamento,
bem como o de uso, quando acumulados, jamais deverão exceder a 10 anos.
Antes da primeira utilização, a corda deverá ser
mergulhada em água, ficando nessa situação por um período de 24h e, após esse tempo,
deverá ser posta para secar a sombra, por um período mínimo de 72h.
As cordas, depois de secas, normalmente encolhem cerca de
5%, devendo o usuário ter consciência dessa perda de comprimento a qual será recuperada
aos poucos, à medida que a corda for utilizada ou submetida a cargas.
Se a corda estiver completamente suja, ela poderá ser
lavada em água fresca e limpa e, se necessário, poderá ser adicionado sabão neutro
a água podendo ainda ser usada uma escova de fibras sintéticas para auxiliar na
limpeza (lavador de cordas).
É sempre recomendado o uso de uma sacola para transportar
a corda, a fim de protegê-la de sujeiras e minimizar a sua torção.
Curiosidades
Quando temos duas cordas sobrepostas, estando uma correndo
em velocidade diferente da outra e ambas estando em um só gorne ou conector
(mosquetão), o contato delas acaba gerando calor e poderá ocorrer o rompimento
da corda que está correndo em menor velocidade.
Com relação às atividades de rapel e tirolesas:
• descidas muito rápidas podem queimar as fibras da corda
e elas, por sua vez, poderão acelerar o desgaste da capa (bainha).
• conforme as cordas vão sendo utilizadas nessas
atividades, ocorrerá o rompimento das fibras sintéticas, logo, de acordo com a quantidade
de descidas realizadas, as fibras que são derretidas pela ação do calor
(provocado pelo atrito) vão se cristalizando com as outras fibras tornando a
corda cada vez mais rígida.
A fusão da poliamida ocorre aproximadamente a 230ºC e
essa temperatura pode ser atingida (nas atividades de rapel) durante as descidas
muito rápidas.
O que acontece com os materiais?
As cordas superaquecem, ocorrendo o rompimento e a cristalização
das fibras; as luvas não resistirão ao atrito, ocorrendo a queima do couro,
provocando queimaduras até de 3.º grau nas mãos do operador.
A temperatura de uso e de armazenamento de uma corda
jamais poderá ultrapassar 80ºC.
• cordas molhadas (completamente encharcadas) dificultam
as operações de resgate.
• todo sistema de segurança deverá, obrigatoriamente, ter
um ponto de ancoragem confiável, o qual poderá ser realizado na mesma altura ou
acima do usuário. Toda e qualquer folga, entre a corda e o usuário, deverá ser
observada e evitada.
• se durante a prática de trabalhos com cordas, tanto em atividades
em alturas quanto na fixação de cordas para o auxílio ao resgate, ou mesmo
atuando como segurança, o usuário estiver numa situação na qual precise efetuar
uma escalada livre, será necessário o emprego de cordas dinâmicas, conforme a
norma (EM n.º 892) a qual prescreve que cordas com baixa elasticidade (baixo
alongamento), jamais poderão ser usadas em situações nas quais possam acontecer
quedas maiores que as de fator 1.
Todos os elementos dos sistemas de segurança, bem como os materiais
que eles empregam, tais como: cintos de segurança, mosquetões, fitas, pontos de
ancoragem, aparelhos de descida e ascensão, cordas diversas, etc., devem,
obrigatoriamente, estar de acordo com as normas que regulam a sua confecção
(NE, CE, DIN, NFPA, UIAA, etc.) devendo, ainda, serem utilizados por operadores
que tenham total conhecimento de suas limitações tanto nas diferentes fases do
trabalho quanto nos mais atualizados sistemas ou procedimentos de segurança.
Parabéns pelo excelente trabalho, usarei algumas imagens suas para fazer um manual para desbravadores. Que Deus continue abençoando você sempre. Muito obrigado.
ResponderExcluirParabéns pelo excelente trabalho, usarei algumas das imagens suas para complementar um manual que estou desenvolvendo para Desbravadores. Que Deus continue abençoando você sempre. Muito obrigado.
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