Armação de mangueiras para o combate a incêndio
Figura 102 - Armação de mangueiras
As armações de mangueira são as formações empregadas para o fornecimento de água ou espuma para realizar as atividades de combate a incêndio.
Terminologia utilizada
• Ligação – é a mangueira ou série de mangueiras de 2½ polegadas que canaliza a água da boca de expulsão da viatura, hidrante ou outro manancial até o divisor. Conta-se essas mangueiras a partir do manancial em direção ao divisor.
Figura 103 - Ligação
• Linha – é a mangueira ou série de mangueiras de 1½ polegadas que canaliza a água do divisor ao esguicho. 1a 2a 3a 4ª Contam-se essas mangueiras a partir do divisor em direção ao esguicho.
Figura 104 - Linha
• Linha direta – é a mangueira ou série de mangueiras de 2½ ou 1½ polegadas que canaliza a água da boca de expulsão da viatura ou hidrante ao esguicho, sem passar pelo divisor.
As mangueiras são contadas a partir do manancial em direção ao esguicho.
Figura 105 - Linha direta
• Linha simples – é a armação de uma única linha de mangueira, acoplada à boca de expulsão direita do divisor, ou conforme determinação do chefe da guarnição.
• Linha dupla – é a armação de duas linhas de mangueira, acopladas, preferencialmente, na primeira e segunda boca de expulsão do divisor.
• Linha tripla – é a armação das três linhas de mangueira, ocupando todas as bocas de expulsão do aparelho divisor.
Figura 106 - Linha tripla
• Bomba armar – é o conjunto de operações que se processa no estabelecimento dos equipamentos, para a montagem das ligações e linhas de mangueira.
Figura 107 - Combinação de mangueira em ligação e linhas em um bomba armar
• Bomba desarmar – é o conjunto de operações que se processa de modo inverso ao estabelecimento, visando o recolhimento do material empregado no combate.
• Posições de combate – são posturas que o chefe e o ajudante de linha devem realizar durante as ações de combate.
• Chefe de linha: se posiciona de pé segurando o punho do esguicho com uma das mãos, enquanto a mangueira passa por baixo da axila do mesmo lado. A mão oposta, por sua vez, vai se posicionar na alavanca de abertura e fechamento do esguicho.
• Ajudante de linha: se posiciona logo atrás, do lado contrário ao chefe e segura a mangueira com as duas mãos, tendo o cuidado, durante a progressão para não empurrar e nem travar a mangueira, mas apenas movimentá-la de acordo com a necessidade.
Quando o ambiente não possibilitar a permanência dos bombeiros em pé, devido ao calor ou fumaça, e para fazer abertura de porta, estes se posicionarão com os dois joelhos ao solo.
• Guarnecer mangueira – é a técnica de segurar a mangueira no solo com um dos pés ou com um dos joelhos, realizada obrigatoriamente durante as conexões de mangueiras no divisor e na boca de admissão da viatura ou do hidrante.
Figura 108 - Guarnecer mangueira
Formas de comando
Toda ação de combate a incêndio deve ser organizada mediante
vozes e/ou gestos de comando, que são comunicações feitas de forma clara, para
dar ordens ou para informar sobre a execução de uma ação.
É importante salientar que a utilização do equipamento de proteção respiratória provavelmente atrapalhará a
comunicação por voz, sendo necessário chegar perto do interlocutor, tocar o seu
capacete ou cilindro para chamar a atenção e falar pausadamente, solicitando sempre
a confirmação de compreensão da mensagem.
São comandos por voz:
• Pronta a linha – Emitida pelo ajudante
de linha ao auxiliar de guarnição, informando que todas as conexões foram feitas
e a linha está pronta para ser pressurizada, ou seja, para receber água do
divisor.
• Pronta a ligação – Emitida pelo
auxiliar da guarnição ao operador da bomba, informando que todas as conexões foram
feitas e que a ligação está pronta para ser pressurizada.
• Alto a linha – Emitida pelo ajudante de
linha, ao auxiliar da guarnição, após determinação do seu chefe. Sempre é necessário
identificar a linha.
• Alto a ligação – Emitida pelo auxiliar
da guarnição, ao operador e condutor da viatura, após determinação do chefe da
guarnição.
• Bomba armar – Emitida pelo chefe da
guarnição, determina o início da operação de montagem da ligação e das linhas de mangueira.
• Bomba desarmar – Emitida pelo chefe da
guarnição para determinar o término da operação e o recolhimento do material.
• Avançar – É a voz emitida pelo chefe da
guarnição a uma linha ou mais para que ela(s) execute(m) a progressão no ambiente.
Para avançar em uma edificação sinistrada, é necessário que, próximo à porta de
acesso, tenha sido formado um seio de mangueira, que seja suficiente para chegar
ao foco de incêndio. Na dúvida, é melhor que haja mangueira de sobra.
• Linhas com uma mangueira: o chefe e seu ajudante ficam na
posição de combate e aguardam a voz de avançar.
• Linhas com duas mangueiras: o ajudante transporta as juntas.
• Linhas com três mangueiras: o chefe da guarnição ou outro
bombeiro transporta as juntas de união da 1a e 2a mangueiras.
• Recuar – É a voz emitida pelo chefe da
guarnição a uma linha ou mais para que ela(s) retroceda(m) do ambiente.
• Linhas com uma mangueira: o ajudante se desloca para a saída
e puxa a mangueira devagar, para a parte externa.
• Linha com duas ou três mangueiras: um terceiro bombeiro auxilia
puxando a mangueira, ou transportando as juntas, pela porta de acesso/saída, enquanto
o ajudante transporta as juntas.
• Perigo iminente – Voz de comando que
faz com que a guarnição abandone imediatamente o local.
• Posição de combate – Voz emitida pelo
chefe da guarnição para que o chefe e o ajudante de linha se posicionem para o
combate, conforme a técnica já descrita.
• Linhas a postos – Voz emitida pelo
chefe da guarnição para o retorno das linhas à posição de combate após a voz de
perigo eminente.
• Pulse – Voz emitida pelo chefe da
guarnição para aplicar o jato atomizado na fumaça.
• Ataque – Voz emitida pelo chefe da
guarnição para atacar o foco, conforme o tipo de jato definido.
Pode haver
também comunicação por gestos, desde que previamente acordados entre o operador
e os bombeiros envolvidos no estabelecimento.
Todo comando por
gesto tem de ser feito pelo chefe da guarnição ou pelo chefe da linha e o
receptor do comando tem de repetir o gesto para que haja certeza de que a mensagem
foi compreendida de forma correta.
Comandos por gestos
Mandar água
Indica que deve ser pressurizada a linha ou ligação. Com a braço na altura do ombro, antebraço na posição vertical e
palma da mão voltada para o rosto, faz-se um movimento retilíneo uniforme para
frente e para trás (Figura 109).
Figura 109 – Comando para mandar água
Aumentar pressão
Indica que a pressão da água deve ser aumentada. Com a palma da mão, bater sobre o próprio capacete repetidamente (Figura 110).
Figura 110 – Comando para aumentar a pressão
Diminuir pressão
Indica que a pressão da água deve ser diminuída. Com o braço estendido ao longo do corpo, bater, com a palma da mão, na coxa, repetidamente (Figura 111).
Figura 111 – Comando para diminuir a pressão
Alto
Indica que o suprimento de água deve ser interrompido imediatamente. Com os dois braços cruzados na altura do rosto, faz-se o movimento de um X para cima, repetidamente (Figura 112).
Figura 112 – Comando de alto
Termos abreviados
• CG – Chefe de guarnição
• AG – Auxiliar de guarnição
• CL – Chefe de linha
• C1, C2, C3 – Chefe da primeira, segunda
e terceira linha, respectivamente
• AL – Ajudante de linha
• A1, A2, A3 – Ajudante da primeira,
segunda e terceira linha
Formas de montagem das linhas de combate
A montagem de ligação e linhas deve ser treinada com a guarnição
como em um socorro real, ou seja, com os bombeiros utilizando todos os itens de
proteção individual e respeitando a fase de reconhecimento (levantamento de dados
sobre o incêndio).
De posse das informações, deve-se elaborar a tática de ação (quem
vai fazer o quê e onde), para então se estabelecer os materiais e a guarnição
dentro do que foi planejado.
As armações de mangueiras para combate a incêndio podem ser
desenvolvidas em três planos:
• Plano horizontal – quando o combate ao
fogo for no mesmo pavimento onde se encontram as viaturas de combate a
incêndio.
• Plano vertical – quando for necessário
subir ou descer as linhas, ou a ligação, até a localização das chamas.
• Plano misto – quando o combate for
feito das duas formas anteriormente citadas de maneira simultânea.
Os treinamentos são iniciados com técnicas de estabelecimento
no plano horizontal, para somente depois, realizar estabelecimentos no plano
vertical e misto, ou seja, deve-se começar pelas técnicas mais simples para
depois passar as mais complexas, a fim de que a tropa adquira, de forma
progressiva, agilidade, segurança e experiência no manuseio dos materiais.
Ao assumir o serviço, o chefe da guarnição deverá definir as
funções de auxiliar da guarnição, chefe e ajudante da 1a linha, chefe e ajudante
da 2a linha e chefe e ajudante da 3a linha.
Durante o deslocamento para socorro, o chefe de guarnição deverá certificar-se de que a guarnição está completa. Caso
tenha sofrido alguma alteração, as funções devem ser especificadas novamente,
conforme a quantidade de militares disponíveis.
Foram elaboradas três técnicas de treinamento com a finalidade
de facilitar a armação de linhas de combate: técnicas base para armação de
ligação, de linhas e de linha direta.
Conhecendo-as, os bombeiros poderão realizar variados tipos de
exercícios ou simulacros, de acordo com sua necessidade de atuação e realidade
operacional de pessoal e material.
Técnica base para armação de ligação
A técnica base para armação de ligação é fundamentada nas atribuições
gerais de cada função, conforme o número de mangueiras envolvidas na operação.
Em toda armação de ligação é responsabilidade do AG a correção
das mangueiras que estejam dobradas ou torcidas. Essa correção também é chamada
de “fazer o seio” da mangueira.
As ligações utilizam mangueiras de 2½ polegadas.
4.6. Técnicas base para armação de linhas
Linhas são as mangueiras que transportam água a partir do divisor até o esguicho, por onde é feita a aplicação ao
incêndio.
A técnica base para armação de linhas mostra as atribuições gerais
de cada função, conforme o número de mangueiras utilizadas.
Em toda armação de linhas é responsabilidade do AL a correção
e a proteção das mangueiras que estejam dobradas, torcidas ou em atrito com
quinas. Essa correção também é chamada de “fazer o seio” da mangueira.
4.7. Armação de linha direta
A linha direta é um conjunto de mangueiras que canaliza a água da boca de expulsão da viatura (ou saída do hidrante de
parede) ao esguicho, sem passar por divisor. Pode ser feita com mangueiras de 1½"
ou de 2½". No caso das mangueiras de 2½",
em posição de combate, o bombeiro estará deitado sobre a linha.
4.8. Exercícios de armação de linha simples, dupla e tripla,
de acordo com a técnica base
Utilizando-se a técnica base podem ser realizados diversos tipos, chamados de bomba armar, os quais são referidos por
dois números (1x1, 1x2, 2x1, 2x2, 3x1, 3x2, 4x1 ou 4x2). O primeiro número refere-se
à ligação e o segundo à linha.
Pode-se ainda realizar exercícios com até três mangueiras
nas linhas quando a ligação possuir até duas mangueiras (1x3, 2x3).
Para a correta realização dos exercícios deve-se, primeiramente,
verificar as prescrições gerais do presente item.
4.8.1 Prescrições gerais
1) As linhas devem ser armadas a favor do vento, ou seja, tendo
o vento batendo as costas dos combatentes.
2) O pronto da linha deve ser dado pelo ajudante da linha, após
determinação do seu chefe, de forma verbal ou através de gesto, antes ou após a
linha ser totalmente estendida. Sempre deverá ser emitida resposta de confirmação.
3) Nos exercícios com mais de duas mangueiras na ligação, o chefe ou chefes de linha (conforme o exercício) deixam o esguicho próximo ao divisor, auxiliam na ligação e depois executam
a atividade referente à sua linha.
4) Nos exercícios em que os chefes de linha trabalham na ligação,
os ajudantes deverão, se necessário, transportar duas mangueiras.
5) Deve-se utilizar, preferencialmente, um maior número de mangueiras
na ligação e menor número nas linhas, fazendo com que a perda de pressão seja
menor.
6) Nos exercícios com 3 ou 4 mangueiras na ligação as linhas
devem ter, no máximo, 2 mangueiras.
7) Após o reconhecimento, o CG deve reunir a guarnição e informá-la sobre o tipo de armação de linhas a ser desenvolvida:
se direta, simples, dupla ou tripla. Deve informar também a quantidade de
mangueiras que serão utilizadas nas linhas e na ligação e o posicionamento de cada
linha. Exemplos: “Atenção guarnição, vamos armar uma linha dupla com três
mangueiras na ligação e uma em cada linha” ou, simplesmente, “Atenção, vamos armar uma linha dupla 3X1 (três por uma)”. “A primeira linha vai
entrar pela porta dianteira para atacar o fogo. A segunda fica ao lado da
entrada para apoio”.
8) Ao determinar que o AG dê a voz de “pronta a ligação”, o CG
deverá posicionar-se no aparelho divisor até o seu retorno.
9) Ao dar a voz de “pronta a linha” o ajudante deverá identificá-la:
“pronta a 1a, 2a ou 3a linha.”
10) Durante as conexões na boca de expulsão da viatura e no divisor,
as mangueiras deverão ser guarnecidas. Essa técnica evita que a mangueira seja
arrastada por quem a está estendendo.
11) O AG e os AL poderão entregar a extremidade das mangueiras
diretamente nas mãos do receptor, ou poderão deixá-las no solo para que eles a peguem, se isto agilizar a atividade.
12) Na armação de linha direta com quatro mangueiras, pode-se
conectar o esguicho ainda na mangueira enrolada e realizar o transporte das
mangueiras com o esguicho já conectado na extremidade.
13) Conforme a situação, para ganhar tempo, o CG poderá fazer a junção entre a 1a e 2a mangueiras da ligação, enquanto
que os CL poderão fazer a junção entre a 1a e 2a mangueiras da linha.
14) O aumento ou a diminuição do número de mangueiras na linha
poderá ser realizado sempre que houver necessidade.
Para isto, é necessário:
a. Dar a voz de “alto a linha”.
b. Retirar o esguicho.
c. Trazer a outra mangueira.
d. Realizar as devidas conexões ou retirar a mangueira e conectar
novamente o esguicho.
Bomba armar 1 x 1
Descrição: uma mangueira na ligação e uma mangueira
em cada linha
O Bomba Armar 1 x 1 pode ser visto da seguinte forma:
Armação da ligação
CG – Transporta o
aparelho divisor ao local tecnicamente recomendado (Figura 113a) e volta até a
boca de expulsão da viatura ou hidrante, onde irá encontrar uma das
extremidades da mangueira de 2½" deixada pelo AG (Figura 113b). Estende a mangueira e
a conecta na boca de admissão do aparelho divisor, ao mesmo tempo em que manda
o AG dar a voz de “pronta a ligação” (Figura 113c e Figura 113d).
Figura 113 - Chefe de guarnição na armação de ligação
AG – Transporta uma mangueira de 2½" para as proximidades da boca de expulsão da viatura ou hidrante (Figura 114a e Figura 114b).
Desenrola-a (Figura 114c), faz adaptações, se necessário, e efetua a conexão (Figura 114d), guarnecendo a mangueira, para que o CG possa estendê-la. Faz o seio na mangueira (Figura 114e), dá a voz de “pronta a ligação”, após determinação do CG, e desloca-se até o divisor (Figura 114f).
Figura 114 – Auxiliar de guarnição na armação de ligação
Armação das linhas
CL – Estende a mangueira recebida do AL (Figura 115a) e conecta, de forma imediata, o esguicho (Figura 115b); ordena ao AL que dê a voz de “pronta a linha”, identificando-a. Toma posição de combate (Figura 115c).
Figura 115 - Chefe de linha na armação de linha
AL – Transporta uma mangueira de 1½" até a boca de expulsão do aparelho divisor (Figura 116a), desenrola-a (Figura 116b) e entrega uma das extremidades ao CL (Figura 116c). Guarnece a mangueira e conecta a outra extremidade no aparelho divisor (Figura 116d). Faz o seio na mangueira, se necessário (Figura 116e). Após ordem do CL, dá a voz de “pronta a linha” e, em seguida, executa a posição de combate ao lado do chefe (Figura 116f).
Figura 116 - Ajudante de linha na armação de linha
4.8.3 Armação 1 x 2
Descrição: uma mangueira na ligação e duas mangueiras
em cada linha
4.8.4 Armação 2 x 1
Descrição: duas mangueiras na ligação e uma mangueira
em cada linha
4.8.5 Armação 2 x 2
Descrição: duas mangueiras na ligação e duas
mangueiras em cada linha
4.8.6 Armação 3 x 1
Descrição: três mangueiras na ligação e uma mangueira
em cada linha
4.8.7 Armação 3 x 2
Descrição: três mangueiras na ligação e duas
mangueiras em cada
linha
4.8.8 Armação 4 x 1
Descrição: quatro mangueiras na ligação e uma em cada linha
4.8.9 Armação 4 x 2
Descrição: quatro mangueiras na ligação e duas mangueiras em
cada linha
4.9. Armação de mangueiras no plano vertical
O Distrito Federal possui edificações que, em sua maioria,
são dotadas de sistemas próprios de proteção por hidrantes de parede. Para o
combate em edifícios altos, deve-se preferir utilizar esses hidrantes, a fim de
que o combate seja rápido e eficiente.
Somente se houver algum problema com esses dispositivos, faz-se
a armação de mangueiras no plano vertical ou realiza-se a armação das linhas
pela escada de emergência da edificação, até o limite de três pavimentos.
4.9.1 Utilização de escada
prolongável de fibra com dois bombeiros
Figura 117 - Escada prolongável
A escada prolongável permite o acesso das guarnições de salvamento e de combate a incêndio a planos elevados, podendo conduzir linhas de ataque ao local do incêndio.
A técnica descrita abaixo visa organizar a utilização das escadas prolongáveis de fibra, utilizando uma dupla de bombeiros, organizada como chefe e ajudante.
Desenvolvimento da técnica:
1) Sob a ordem de retirar a escada, o ajudante sobe na viatura e libera a escada, a qual deverá estar com as sapatas voltadas para a parte traseira da viatura, e a empurra para o chefe. Este a sustenta, até que o ajudante desça e apóie o outro lado.
2) Com a escada sobre o ombro direito de ambos, caminham em direção ao local onde será armada, com o chefe à frente.
Figura 118 - Transporte da escada
3) Chegando ao local estabelecido, o chefe coloca as sapatas no solo, a uma distância aproximada de um metro da parede, apoiando-as com os pés (ver Figura 119).
4) O chefe posiciona-se ao lado das sapatas da escada, a fim de determinar o ponto exato onde será estabelecida, enquanto o ajudante permanece ao lado contrário.
Figura 119 - Posicionamento da escada
5) Sob a ordem de “elevar escada”, dado pelo chefe, enquanto apóia as sapatas com os pés, o ajudante a eleva até que fique na posição vertical, sem deixar que toque na parede.
Figura 120 - Elevação da escada
6) Antes de dar a ordem para desenvolver a escada, o chefe troca de lugar com o ajudante, passando para a frente da escada (Figura 121a). Enquanto o chefe a segura, o ajudante desfaz o nó que prende o lance da escada (Figura 121b).
Figura 121 – Preparação para o desenvolvimento da escada
7) Sob a ordem de “desenvolver escada”, o ajudante puxa a corda da escada para baixo, fazendo com que seja arvorada, até o ponto em que o chefe, que estará observando a altura e o local alcançado, dê a ordem de “desenvolvimento alto”, momento em que o ajudante pára de puxar a corda e se certifica de que a escada se encontra travada.
Figura 122 - Desenvolvimento da escada
8) O ajudante fixa a corda da escada no degrau, com um nó volta do fiel, prendendo o lance móvel da escada (Figura 123a). Enquanto isso, o chefe encosta a escada na parede, corrigindo sua posição se necessário (Figura 123b).
Figura 123 - Fixação da corda
9) A partir daí, a segurança da escada deve ser feita pelo ajudante, puxando-a para si e observando os movimentos de quem a está utilizando (Figura 124). Esta ação requer do bombeiro atenção constante.
Figura 124 - Segurança da escada
O primeiro
bombeiro a subir na escada deve amarrá-la na edificação, se possível.
4.9.2 Técnica da mochila
É utilizada para permitir que o bombeiro acesse um andar superior
munido com uma linha de mangueira para o combate, dentro do pavimento ou a
partir da própria escada.
Desenvolvimento da técnica:
1. Posicione-se o esguicho voltado para baixo, ao lado do cilindro
de ar; a alça da mangueira passa por cima do ombro do bombeiro (Figura 125).
Figura 125 - Posicionamento do esguicho na técnica da mochila
2. Passe a alça da mangueira por baixo do braço, cobrindo o cilindro; a seguir, passe a mangueira por baixo do segundo braço, de baixo para cima (Figura 126).
Figura 126 - Alça da mangueira para técnica da mochila
3. Com a mangueira seguindo por cima do ombro, deve-se
terminar o procedimento passando a alça por cima do cilindro (Figura 127). Para o bombeiro desfazer a amarração, basta puxar a alça com a mão esquerda por cima do ombro.
Figura 127 - Finalização da alça para a técnica da mochila
4.9.3 Içamento de linha
Nessa técnica, a linha é montada, primeiramente, no plano horizontal, para depois ser içada conforme determinação do comandante de socorro.
O içamento é feito com as mangueiras sem água.
O chefe da guarnição:
• Determina qual linha ou quais linhas irão tomar posição no andar desejado.
• Coordena toda a operação.
O auxiliar de guarnição:
• Apanha a extremidade do cabo lançado.
• Faz a amarração (fiel ou laçada) na extremidade da mangueira.
• Completa com um cote na extremidade do esguicho.
Figura 128 – Amarração na extremidade da mangueira e cote na
extremidade do esguicho
• Manda içar a linha e a guarnece para
evitar choque com a parede ou vidraças da edificação.
• Reassume o divisor.
O chefe da linha que irá tomar posição no andar superior:
• Determina ao seu ajudante que dê alto a
linha, apanhe um cabo e, se necessário, mais uma mangueira. Para içar uma linha
até o terceiro andar (ou 10 metros de altura), ela deve ser composta de duas
mangueiras de 15 metros cada.
• Desconecta o esguicho, transporta a
extremidade da mangueira para as proximidades do prédio em que será içada e
aguarda a chegada da outra mangueira, para efetuar novamente a conexão do
esguicho.
• Sobe para o andar determinado
transportando o cabo recebido do seu ajudante.
• Localiza um ponto seguro, fixando nele
uma das extremidades do cabo e entrega a outra para o ajudante.
• Após a fixação da mangueira pelo
ajudante, o CL ordena que o ajudante dê “pronta a linha” por meio da sacada ou janela.
O ajudante da linha que irá tomar posição no andar
superior:
• Dá a voz de “alto a linha” ao AG.
• Apanha uma mangueira, dois cabos da
vida e um cabo solteiro, conforme determinação do chefe.
CABO DA
VIDA: cabo com, no máximo 4,5 metros, que serve para a segurança individual do bombeiro.
CABO
SOLTEIRO: cabo destinado às diversas atividades de bombeiro.
• Desenrola a mangueira, próxima de onde
será içada, entrega uma extremidade ao seu chefe e une a outra à que já estava
no solo.
• Sobe para o andar determinado, recebe
do seu chefe a extremidade do cabo e o lança para baixo, avisando que “lá vai
cabo”.
• Iça a mangueira após determinação do
AG, fixando-a com o cabo utilizado para o içamento.
• Vai até a sacada ou janela e dá a voz
de “pronta a linha”, identificando-a.
As limitações dessa técnica são:
• Exige a disponibilidade de uma escada
interna, prolongável ou plataforma, para que os bombeiros cheguem ao andar onde
será feito o combate, e de lá façam o içamento.
• A escada prolongável atinge apenas o
segundo pavimento da edificação.
• A perda de pressão pela altura é
aumentada pelo uso de mangueiras de pequeno diâmetro como as de 1½".
Por isso, acima de 10 metros de altura, será melhor içar a ligação.
4.9.4 Operação de içar ligação
A técnica somente será utilizada em situações que não permitam
a utilização dos hidrantes de parede e em edificações muito antigas que não
tenham esse tipo de sistema preventivo.
Permite utilizar duas ou três linhas controladas no próprio pavimento. Içar o divisor facilita dar “alto às linhas”,
diminui a perda de carga, reduz o número de mangueiras de 1½"
a serem utilizadas, o número de cabos
solteiros, amarrações em juntas e, principalmente, o desgaste da guarnição e o
tempo de armação das linhas.
Não existe limitação da altura para essa técnica. Exemplo
disso é que já foram içadas ligações em prédios de até doze andares.
Desenvolvimento da técnica
O CG:
• Determina, de acordo com a altura do
pavimento em que está ocorrendo o incêndio, o número de mangueiras na ligação e
nas linhas. Para a parte horizontal, usa-se uma mangueira, e mais um lance para
cada andar. Assim, para içar a ligação até o sexto andar usam-se três
mangueiras.
• Transporta o divisor até o pavimento
imediatamente inferior ao incêndio ou no mesmo andar, caso esteja seguro o
suficiente para seu estabelecimento.
• Comanda e controla toda a operação
observando se as mangueiras estão sem dobras, se as amarrações nas juntas estão
sustentando as mangueiras da ligação ou se estão sendo sustentadas apenas por
meio das juntas.
• Manda dar a voz de “pronta a ligação”.
O AG:
• Transporta e desenrola as mangueiras,
conforme determinação do CG e faz as devidas conexões.
• Usando dois cabos solteiros, faz as
amarrações nas juntas das mangueiras e na extremidade da última mangueira.
• Manda içar primeiro a extremidade e
depois as juntas.
• Sobe para junto do divisor, sinaliza
“pronta a ligação”.
• Assume o divisor.
Os CLs:
• Transportam o material que será
utilizado na armação das linhas. Cada chefe prepara a sua linha fazendo as
devidas conexões.
• Mandam os ALs darem a voz de “pronta a
linha”. Se a linha for dupla, o C3 auxilia os outros chefes no transporte das mangueiras e esguichos.
O A1:
• Sobe transportando um cabo para um
andar intermediário.
• Vai até a janela ou sacada e lança o
cabo, avisando “lá vai cabo”.
• Após determinação do AG, iça a conexão
das duas primeiras mangueiras e as fixa, juntas em um ponto seguro.
• Sobe para assumir a sua linha.
• Dá a voz de “pronta a linha” e a
assume.
O A2:
• Sobe transportando um cabo até o andar
que se encontra o divisor; lança o cabo para baixo, avisando “lá vai cabo”.
• Iça a extremidade da última mangueira
após determinação do AG.
• Conecta a extremidade na boca de
admissão do divisor.
• Fixa o divisor em um ponto seguro,
utilizando o mesmo cabo do içamento da mangueira.
• Dá a voz de “pronta a linha” e a
assume.
O A3:
• Se a edificação for mais alta e
precisar de mais uma mangueira na ligação, o A3 é o responsável pelo içamento e
fixação das juntas da primeira mangueira, que será içada por último.
• Realiza as atividades da linha conforme
a primeira e a segunda linhas.
4.9.5 Armação de linhas de
combate em prédios altos utilizando a plataforma mecânica
Esta técnica somente será utilizada em situações que não permitam
a utilização dos hidrantes de parede e em edificações muito antigas que não
tenham esse tipo de sistema preventivo.
É utilizada também quando não for possível fazer a técnica
de içamento de ligação. A técnica possui facilidades de utilização, mas existe
limitação em relação à altura em que o cesto da plataforma pode atingir.
Também não deve ser utilizada quando existir suspeitas de vítimas e não houver a possibilidade de retirá-las pelas
vias normais de evacuação e ainda não houver a possibilidade de utilizar-se de
duas plataformas, ao mesmo tempo. Por isso, o Comandante de Operações deve
avaliar bem a situação durante o reconhecimento, deve planejar as suas ações
verificando as prioridades, principalmente em relação a vítimas, e definir os
seus objetivos, para evitar surpresas durante a execução do plano.
Para realizar esta técnica, primeiramente, acondicionam-se a
mangueira e divisor no cesto da plataforma mecânica. A mangueira estará
enrolada de forma sanfonada e presa com tira de borracha para que não desfaça o
acondicionamento (Figura 129a). A extremidade da mangueira será conectada na
boca de expulsão do cesto (Figura 129b).
• Se posiciona dentro do cesto e coloca mais mangueiras de 2½", dentro do cesto da plataforma.
Figura 129 – Acondicionamento da mangueira no cesto da plataforma
O aparelho divisor será conectado na outra extremidade da mangueira, ambos ficarão dentro do cesto.
Figura 130 – Conexão do divisor na mangueira
É importante que este procedimento fique de forma permanente, podendo ser utilizado em qualquer tipo de incêndio que necessite deste recurso.
Mais mangueiras poderão ser enroladas da mesma forma e colocadas dentro do cesto, podendo quando necessário aumentar o números de mangueiras na ligação.
(a) (b)
Inicialmente o CG e os bombeiros subirão no prédio pela escada de emergência, para combater o incêndio utilizando o preventivo fixos, levando mangueiras de 1½", esguichos e chaves de mangueiras.
Caso os preventivos não funcionem, pode-se utilizar a plataforma mecânica da forma indicada a seguir.
Desenvolvimento da técnica
O CG:
• Determina, caso haja a necessidade de se utilizar a plataforma mecânica, o pavimento em que o cesto irá se estabelecer.
• Recebe do AG que está no cesto da plataforma a mangueira que esta acondicionada de forma sanfonada e conectada no aparelho divisor e coloca no ombro (Figura 131).
Figura 131 – Transferência da mangueira do AG para o CG
• Na medida em que se transporta o divisor até o pavimento onde será estabelecida, a mangueira irá se desenrolar.
• Caso seja necessário acrescentar mangueiras à ligação, é determinado ao AG para pegar a mangueira no cesto da plataforma e desenrolá-la próximo ao divisor. O CG deve desconectar a mangueira da ligação no divisor, pegar uma extremidade da mangueira que foi desenrolada e conectá-la no aparelho divisor, levando-o para o local do combate.
• Comanda e controla toda a operação observando se as mangueiras estão sem dobras.
• Manda dar a voz de “pronta a ligação”.
O AG:
Figura 132 – Posicionamento do AG no cesto
• Entrega para o CG a mangueira e divisor que estão no cesto.
• Passa para o prédio e auxilia o CG fazendo o seio e tirando a mangueira de quinas.
• Caso seja necessário acrescentar mangueiras à ligação, pega a mangueira no cesto da plataforma e a desenrola próxima ao divisor; pega a outra extremidade da mangueira que foi desenrolada e une as mangueiras.
• Sinalizar “pronta a ligação” de um local que possa ser visto pelo operador da plataforma mecânica.
Figura 133 – Sinalização de "pronta a ligação" pelo AG
• Assume o divisor.
Figura 134 – Posicionamento do AG no divisor
Os CLs e ALs fazem a armação de linhas conforme técnica base.
Prescrições gerais:
• Colocar o aparelho divisor próximo a escada de emergência, que dará acesso ao andar do sinistro.
Figura 135 – Posicionamento do divisor próximo à escada
• Fazer o seio na mangueira tirando das quinas presentes na edificação.
Figura 136 – Seio na mangueira
• Colocar a segurança individual ao se expor à altura (cabo da vida).
Figura 137 – Segurança individual
• O AG é o único que sobe através do
cesto da plataforma.
• No término da operação todo material
utilizado é colocado no cesto.
Muito bom material, já salvei pra estudar mais! brigado pela contribuição.
ResponderExcluirmuito bom o matérial,parabéns pelo bom serviço
ResponderExcluirBoa noite...
ResponderExcluirObrigado pelo reconhecimento, abração e Feliz Ano novo à você e seus Familiares...
Muito bom os material, com toda certeza ajuda os bravos e muitos com seus conteúdos.
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