APENDICE I
Estadiamento de Ulceras Por Pressão – UPP
Estágio I: eritema não branqueável
Pele intacta, com rubor não branqueável, numa área localizada,
normalmente sobre uma proeminência óssea.
O estágio I pode ser difícil de identificar em indivíduos com tons
de pele escuros, visto que nestes o branqueamento pode não ser visível, a sua
cor, porém, pode ser diferente da pele ao redor. A área pode estar dolorida,
endurecida, mole, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido
adjacente. Este estágio pode ser indicativo de pessoas “em risco”.
Estágio II: perda parcial da espessura da pele
Perda parcial da espessura da derme, que se apresenta como uma
ferida superficial (rasa) com leito vermelho – rosa sem esfacelo. Pode também
se apresentar como flictena fechada ou aberta, preenchida por líquido seroso ou
sero-hemático.
Apresenta-se ainda, como uma úlcera brilhante ou seca, sem crosta
ou equimose (um indicador de lesão profunda).
As características deste estágio não devem ser confundidas com
fissuras de pele, queimaduras por abrasão, dermatite associada à incontinência,
maceração ou escoriações.
Estágio III: Perda total da espessura da pele
Perda total da espessura tecidual. Neste caso, o tecido adiposo
subcutâneo pode ser visível, mas não estão expostos os ossos, tendões ou músculos.
Pode estar presente algum tecido desvitalizado (fibrina úmida), mas este não
oculta a profundidade da perda tecidual. Pode incluir lesão cavitária e
encapsulamento.
A profundidade de uma úlcera de estágio III varia de acordo com a
localização anatômica. A asa do nariz, orelhas, região occipital e maléolos não
têm tecido subcutâneo (adiposo) e uma úlcera de estágio III pode ser
superficial.
Em contrapartida, em zonas com tecido adiposo abundante podem
desenvolver-se úlceras por pressão de estágio III extremamente profundas. O
osso e o tendão não são visíveis ou diretamente palpáveis.
Estágio IV: Perda total da espessura dos tecidos
Perda total da espessura dos tecidos com exposição dos ossos,
tendões ou músculos. Neste caso, o tecido desvitalizado (fibrina úmida) e/ou
tecido necrótico podem estar presentes.
A profundidade de uma úlcera por pressão de estágio IV varia com a
localização anatômica. Frequentemente são cavitadas e fistulizadas. A asa do
nariz, orelhas, região occipital e maléolos não têm tecido subcutâneo (adiposo)
e estas úlceras podem ser superficiais.
Uma úlcera de estágio IV pode atingir o músculo e/ou estruturas de
suporte (i.e.fáscia, tendão ou cápsula articular), tornando a osteomielite e a
osteíte prováveis de acontecer. Existe osso ou músculo visível ou diretamente
palpável.
Outros estágios
Inclassificáveis/Não graduáveis: Perda total da espessura da pele
ou de tecidos – profundidade indeterminada.
Perda total da espessura dos tecidos, na qual a profundidade atual
da úlcera está bloqueada pela presença de tecido necrótico (amarelo,
acastanhado, cinzento, verde ou castanho) e/ou escara (tecido necrótico amarelo
escuro, castanho ou preto) no leito da ferida.
Até que seja removido tecido necrótico suficiente para expor a
base da ferida, a verdadeira profundidade não pode ser determinada; é no
entanto uma úlcera de estágio III ou IV.
Obs.: Uma escara estável (seca, aderente, intacta e sem eritema ou
flutuação) nos calcâneos, serve como penso biológico natural e não deve ser
removida.
Suspeita de lesão nos tecidos profundos:
Área vermelha escura ou púrpura localizada em pele intacta e
descorada ou flictena preenchida com sangue, provocadas por danos no tecido
mole subjacente pela pressão e/ou forças de torção. A área pode estar rodeada
por tecido mais doloroso, firme, mole, úmido, quente ou frio comparativamente
ao tecido adjacente.
A lesão dos tecidos profundos pode ser difícil de identificar em
indivíduos com tons de pele escuros. A evolução pode incluir uma flictena de
espessura fina sobre o leito de uma ferida escura.
A ferida pode evoluir adicionalmente ficando coberta por uma fina
camada de tecido necrótico (escara). A sua evolução pode ser rápida expondo
outras camadas de tecido adicionais mesmo com o tratamento adequado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário