4.2.1 Pesquisas Realizadas
Relacionadas ao Ensino em SCIE
Steffens
(2009) verificou que aproximadamente metade dos profissionais de uma
amostra representativa dos municípios de Caxias do Sul e São Leopoldo, no Estado
do Rio Grande do Sul, acredita que tão somente o conhecimento das normas não
seja suficiente para a elaboração dos projetos, bem como a grande maioria
afirmou não possuir o conhecimento técnico suficiente para isto. Ainda, a
pesquisa concluiu que um percentual aproximado de 11% dos pesquisados afirmaram
que não se sentiam seguros em realizar adequações no projeto de segurança contra
incêndio antes da prévia aprovação do Corpo de Bombeiros Militar para a
execução, bem como metade dos profissionais também afirmaram que utilizavam a
consulta técnica aos bombeiros como forma de tirar dúvidas sobre
interpretações discrepantes e esclarecer problemas referentes aos processos.
Acredita-se que a edição de manuais, guias ou regulamentos instrutivos pelos
órgãos regulamentadores reduziriam a demanda por consultoria, contudo, vê-se a
maior importância em abordar adequadamente o tema nos currículos acadêmicos.
Negrisolo
(2011) realizou uma pesquisa estatística em diversas universidades no
Brasil, percebendo que o tema nos currículos não possuía bibliografia
consagrada, evidenciando o problema de produção literária técnico-científica
neste tema para orientação dos projetistas, propondo então um currículo com os
assuntos de abordagem necessária e sua fundamentação bibliográfica. Também, a
amostra de sua pesquisa mostrou que 39,7% dos cursos superiores pesquisados nada
ensinam ou limitam-se a palestras realizadas por integrantes dos Corpos
de Bombeiros, bem como muitas vezes indicam tão somente o cumprimento das
normas, variando entre 3 a 12 horas de aula destinadas à matéria em todo o
curso, e que de acordo com a Associação Brasileira dos Escritórios de
Arquitetura (AsBEA) entrevistada no seu trabalho, os arquitetos não possuem ou a
informação é insuficiente neste tema para a devida atuação profissional.
No
Rio Grande do Sul, Rodrigues (2010) aplicou questionários aos universitários do
último ano dos cursos de engenharia civil e de arquitetura e urbanismo de sete
grandes faculdades do Estado, no sentido de avaliar o nível de preparação dos
profissionais nesta área e o quanto esta falta de preparação influenciava no
percentual de retrabalhos dos projetos de SCIE, os quais apontavam um percentual
de 30% de retorno para retificação dos processos na capital Porto Alegre. Foi
concluído como mostrado na Figura 16, que a maioria dos
estudantes consideravam-se parcialmente preparados, tendo que complementar sua
formação através de estudos por conta própria ou utilizando alternativamente a
consultoria técnica do Corpo de Bombeiros, a qual deveria ser usada tão somente
para os casos mais complexos. A pesquisa apontou ainda a necessidade de tratar o
assunto em uma disciplina exclusiva nas graduações, para direcionar os alunos
aos propósitos da SCIE e à interpretação da legislação e regulamentação técnica
existentes.
Figura
16 – Gráficos apresentando os resultados: (a) percepção donível de preparação
dos universitários ao concluírem as graduações; (b) nível de utilização da
consultoria técnica do CBM como complementação técnica curricular (RODRIGUES,
2010)
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