23 outubro 2016
21 outubro 2016
Resumo - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
DIMENSIONAMENTO DE REDES
DE SPRINKLERS
RICARDO
JORGE VAZ DA SILVA
Dissertação submetida para
satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL —
ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES
Orientador:
Professor Doutor Francisco Taveira Pinto
Coorientador:
Engenheiro Diogo Leite
Departamento de Engenharia
Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto-Portugal.
As opiniões e informações
incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respectivo
Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em
relação a erros ou omissões que possam existir.
Este documento foi
produzido a partir de versão eletrônica fornecida pelo respectivo Autor.
RESUMO
O presente documento aborda
a temática da Segurança Contra Incêndio em Edifícios, subordinado ao tema de
“Dimensionamento de Redes de Sprinklers”.
Tem como objetivo geral,
em relação à temática dos sistemas de combate a incêndios com água em
edifícios, uma súmula dos pontos mais relevantes, realçando a importância da
mesma na segurança das pessoas e bens.
É destacado o sistema
automático de extinção por água utilizando sprinklers, descrevendo elementos
constituintes de uma rede, até à abordagem de responsabilidades dos vários intervenientes
na exploração e manutenção da mesma.
Inclui uma análise estruturada
que vai desde a classificação dos diferentes tipos de sprinklers, até à
aplicação de cada tipo de sprinkler no espaço a proteger.
São apresentadas
metodologias de dimensionamento aplicadas a um projeto real, com vista, não só
à sua compreensão de aplicação, como também a uma análise técnico-econômica
(custos) das soluções apresentadas.
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
SÍMBOLOS
E ABREVIATURAS
ANPC - Autoridade Nacional
de Proteção Civil
APTA - Associação de
Produtores de Tubos e Acessórios
CAL - Caloria
CEA - Comité
EuropeandesAssurances
CMSA - ControlModeSpecificApplication
CPVC - Policloreto de
Vinilo Clorado
CSOPT - Conselho Superior
de Obras Públicas e Transportes
EI - Parâmetros de
classificação da classe de resistência ao fogo (E - Estanquidade a chamas e
gases de quentes; I – Isolamento térmico)
ELO - Extra LargeOrifice
EN - Norma Europeia
ESFR – EarlySuppressionFast
Response
IPQ - Instituto Português
da Qualidade
ISO - Internacional
Standard Organization
LNEC - Laboratório
Nacional de Engenharia Civil
NFPA - National Fire Protection Association
NP - Norma Portuguesa
RAL - RationelleArbeitsgrundlagenfür die des Lack
RG - Risco grave
RGpi Risco grave na
produção
RGAi- Risco grave no
armazenamento
RIA - Rede de incêndios
armada
RJSCIE - Regulamento
Jurídico de Segurança Contra Incêndios em
Edifícios
RL - Risco ligeiro
RO - Risco ordinário
RS - Responsável de
segurança
RT-SCIE - Regulamento
Técnico de Segurança contra Incêndio em
Edifícios
SADI - Sistema automático
de detecção de incêndios
SCIE - Segurança Contra
Incêndio em Edifícios
SI - Serviço de incêndios
UT - Utilização-tipo
INTRODUÇÃO - MOTIVAÇÃO - ÂMBITO - OBJETIVOS - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
INTRODUÇÃO
MOTIVAÇÃO
A proteção da vida e dos
bens é uma preocupação crescente que tem, em geral, cada vez mais peso e
atenção por parte da sociedade no seu quotidiano. Na atual conjuntura social e
econômica, a salvaguarda de vidas humanas, a escassez e o valor inerente de
certas matérias-primas, são algumas das razões e motivações que levam
projetistas de segurança e demais agentes das áreas da engenharia, a realizar
diligências e esforços com vista a otimização de custos, cumprindo exigências conceituais
de sistemas de combate a incêndios em “sintonia” com a arquitetura atual dos
nossos edifícios [1].
Um sistema automático de
extinção de incêndio por água, face ao risco de incêndio, tem objetivo de
manter uma vigilância permanente do espaço a proteger, que em caso de ativação
do sistema de extinção automático de incêndio, pulveriza de imediato o agente
extintor.
A água é o agente extintor
mais utilizado na extinção de incêndios. Requisitos como o facto de
ser abundante e de baixo custo, assim como pela sua capacidade de absorção de
calor, facilidade de armazenamento e transporte, conferem-lhe assim reconhecida
eficácia no combate a incêndios [2].
A legislação afeta à
temática de sistemas automáticos de combate a incêndios que deve servir o
propósito de atender às necessidades da sociedade, de grupos e ou singulares
interessados que pretendem usufruir de um sistema de extinção automático,
integrando também todos os envolvidos com objetivo em comum de contínua
melhoria da segurança, nas diferentes naturezas das suas atividades e
complexidades de riscos associados e relacionados, assim como no seu
desempenho.
A
sua aplicação tem, entre outras, como vantagens proporcionar:
- locais de residência,
lazer e trabalho mais seguros;
- redução de custos com
processos de litígio com seguradoras e agravamento de seguros;
- custos globais da
solução geralmente são inferiores ao custo relacionado com acidentes
(incêndios) desta natureza;
- beneficia não só apenas
a segurança do local, como também o desempenho e imagem (empresa) aos olhos de
quem faz usufruto do local [3].
Por sua vez, o seu
incumprimento ou desajuste à realidade pode resultar em consequências trágicas
e irreversíveis que por vezes trazem para a sociedade. São exemplos, a afetação
social (trauma psicológica do acidente) como económica local, a recuperação dos
bens (quando possível), como o tempo de espera de reabertura ou não da entidade
(e/ ou empresa) após um incêndio com perdas estruturais, materiais e vidas...
Fica assim também claro, o
objetivo de um correto dimensionamento de sistemas de segurança contra incêndio
(sprinklers) com influência decisiva a diversos níveis desde a concessão dos
espaços interiores, até implicações de natureza logística, sociais e
econômicas.
ÂMBITO
E OBJETIVOS
Este documento tem como
objetivo principal, o dimensionamento de redes de sprinklers. Dado o vasto
leque de matérias que envolvem esta temática, algumas já retratadas em
documentos anteriores a este, não é necessário abordar todas as matérias, como
tal, serão focados apenas os pontos relevantes e que se consideram fundamentais
para o estudo do tema deste documento “Dimensionamento de Redes de Sprinklers”.
Não será um documento que
responda a todas as dúvidas e que esgote o tema por completo, mas uma
ferramenta auxiliar importante de abordagem ao tema.
OBJETIVOS - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
OBJETIVOS
Os
objetivos traçados para este documento são:
- Analisar diferentes
tipos de sistemas de extinção de incêndio utilizando sprinklers, desde o
enquadramento da legislação vigente aplicável, até aos seus princípios de
dimensionamento, a aplicação e dimensionamento do projeto real, utilizando dois
métodos de dimensionamento de cálculo de redes de sprinklers ramificada
(cálculo hidráulico) e emalhada (segundo o método de Hardy-Cross) e a análise
comparativa técnico-económica dos dois métodos de configuração citados são os
principais aspetos abordados;
- Desenvolver uma folha de
cálculo em Excel para auxiliar o dimensionamento de uma rede emalhada.
ESTRUTURA DO TRABALHO - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
ESTRUTURA
DO TRABALHO
A dissertação está
organizada em 6 capítulos, percorrendo os diferentes objetivos já traçados no
ponto anterior.
O capítulo 1 tem como
objetivo servir como introdução ao tema da dissertação, e enquadrar os
diferentes objetivos propostos para este trabalho.
No capítulo 2 é abordada a
temática de Segurança Contra Incêndio, sendo dada atenção também aos requisitos
da legislação vigente nacional e internacional referente à classificação dos
riscos dos espaços a proteger. Seguidamente o capítulo 3 é dedicado ao estudo
em particular dos sistemas automáticos de extinção por água (sprinklers). É
feita uma análise às diferentes configurações dos sistemas automáticos de
extinção de incêndios por água, assim como o estudo da composição de um sistema
de sprinklers.
Com base na norma
americana NFPA 13, o capítulo 4, é focalizado na análise da instalação e
posicionamento dos meios automáticos de combate a incêndios, mais
concretamente, os sprinklers.
Já o capítulo 5
corresponde ao dimensionamento de uma rede de sprinklers (ramificada e
emalhada) e a uma análise comparativa técnico-econômica aplicada a um projeto
real. Tendo em conta algumas das especificidades de projeto (impostas pelo Dono
de Obra), os dimensionamentos tiveram por base a norma americana NFPA 13.
No capítulo 6, o documento
termina fazendo menção a possíveis temas de desenvolvimento futuros, com vista
a dar continuidade ao trabalho aqui retratado, assim como as demais conclusões
a reter da dissertação elaborada.
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO - DESENVOLVIMENTO E PROPAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO - FASES DE DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO - Incêndio em fase de propagação - Fases de desenvolvimento de um incêndio - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
SEGURANÇA
CONTRA INCÊNDIO
DESENVOLVIMENTO
E PROPAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO
FASES
DE DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO
As fases de
desenvolvimento de um incêndio habitualmente referidas, sem intervenção com
vista à sua extinção, são as seguintes [4]:
. Ignição;
. Produção de chama;
. Propagação/ asfixia
(consumo de oxigênio);
. Combustão generalizada
(possível);
. Combustão contínua;
. Declínio.
A primeira fase, o período
de ignição, dá-se devido à presença de 4 elementos, o combustível, o
comburente, energia de ativação e a reação em cadeia. Estão assim presentes as
condições necessárias para o aparecimento natural de chamas, caso estas
condições se mantenham. É a fase de produção de chama.
Se o local do incêndio é
propenso à renovação de ar, e possibilidade de libertação de fumos e gases para
o exterior, o incêndio fica comandado pelo combustível existente no local. A
libertação de calor das chamas assim como de fumos e gases quentes é favorável
à ignição de mais combustível, entrando assim na fase de propagação do incêndio
(figura 2.1.).
Se por sua vez, o incêndio
se desenvolver em compartimento suficientemente estanque, que dificulte a
entrada de ar novo e o escape dos gases de combustão, a sua propagação será
dificultada.
O incêndio encontra-se
assim restrito a um ambiente menos favorável relativo à sua condição inicial,
contrastando com o aumento de temperaturas afetas aos elementos construtivos
que definem esse espaço. Nestas condições, e mediante a queima parcial ou
completa do combustível presente no compartimento, em combinação com a ausência
de oxigênio (queima e substituição por gases tóxicos), dar-se-á lugar à entrada
na fase de asfixia do incêndio, que o poderá levar à sua extinção ao fim de
muito (ou pouco) tempo.
É corrente nestes
acidentes, a ocorrência de um aumento brusco do teor de oxigênio (janela
estilhaça e parte; porta resistente cede, etc.), e a consequente visualização a
partir do exterior de um aumento (“explosão”) de fumo considerável. O processo
de combustão ressurge com intensidade bastante elevada, originando assim este
fenômeno de explosão de fumo. Como consequência, pode implicar o risco de
perdas de vidas humanas (ainda presentes no edifício ou em processo de
evacuação) pela presença dos gases e fumos de combustão impróprios para respirar,
à má visualização dos corredores e do espaço, colocando em risco também quem o
tenta combater (bombeiros).
Não ocorrendo asfixia (inalação
do fumo) local, a fase seguinte é a de combustão generalizada, que envolve o
suprir da totalidade do combustível existente no local. O incêndio ao atingir
um regime estacionário entra na fase de combustão contínua. A última etapa de
desenvolvimento do incêndio (figura 2.2.), denominada de declínio, ocorre após
o consumo total do combustível do espaço, com a consequente diminuição da
intensidade do incêndio (diminuição da temperatura e da produção de chamas,
fumo e gases de combustão).
A PROPAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO NUM EDIFÍCIO - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
A
PROPAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO NUM EDIFÍCIO
Dependendo de vários
fatores já atrás referidos, a propagação de um incêndio num edifício é
fortemente influenciada também pela arquitetura do mesmo. A localização, a
disposição de janelas como elementos construtivos e móveis disponibilizados no espaço vai
determinar ou não de extração ou insuflação de ar nos compartimentos internos
do imóvel, bem como a classe de resistência dos mesmos podem mudar o sentido de
propagação e extensão do incêndio.
A propagação de um
incêndio é mais provável fazer-se no sentido ascendente, ditada pelo efeito da
convecção (efeito de chaminé). É possível caso estejam reunidas condições, a
propagação do incêndio no sentido descendente.
Confinado a um
compartimento, o incêndio, origina um aumento de pressão no mesmo devido à
produção de gases e fumos, que têm a tendência a procurar um espaço menos
pressurizado, que implica a sua saída do compartimento. Caso o compartimento
seja estanque e não seja possível dar lugar à libertação dos mesmos para espaço
exterior, ou compartimento adjacente, dar-se-ão 2 cenários plausíveis: com a
passagem do tempo o incêndio passa a uma fase de asfixia e consequente
declínio, ou então é vencida a resistência ao fogo (quebra de vidros das
janelas, portas cedem, etc.) pelos elementos de compartimentação dando-se o
início da propagação do incêndio ao exterior desse compartimento antes
confinado.
No caso de um edifício de
2 ou mais andares, a cedência e destruição de vidros das janelas e elementos
protetores de vãos exteriores para determinadas disposições, podem implicar o
alastrar do incêndio a pisos superiores, e/ou por radiação ou transporte de
materiais incandescentes a edifícios ou fogos vizinhos.
Já no interior as
consequências do alastramento do incêndio para compartimentos adjacentes, cria
condições para a sua auto sustentação mediante os elementos de compartimentação
existentes, assim como pelos materiais de construção e revestimento (níveis de
carga de incêndio).
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO - ASPETOS GERAIS - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
SEGURANÇA
CONTRA INCÊNDIO
ASPETOS
GERAIS
É responsabilidade do
Estado, em matéria de segurança contra incêndios, a salvaguarda da vida e da
integridade física das pessoas, a proteção do ambiente e do património
histórico e cultural, bem como a proteção dos meios essenciais à continuidade
de atividades sociais relevantes [4].
]
Como
tal, devem ser reguladas pelo Estado e tidas como garantias de objetivos
mínimos as seguintes medidas de segurança contra incêndio num edifício ou
estabelecimento industrial (UT XII) [4]:
. Reduzir os riscos de
eclosão de incêndios;
. Limitar a propagação do
fogo, fumo e gases de combustão;
. Promover a evacuação
rápida e segura de todos os ocupantes;
. Facilitar a intervenção
dos bombeiros com segurança.
A proteção do património é
considerada como segunda prioridade face aos riscos de incêndio, sendo em geral
atribuída essa responsabilidade aos proprietários, usufrutuários ou de quem é
responsável pela administração desses mesmos bens. Esta responsabilidade de
proteção do património pode ser assumida em parte ou mesmo totalmente, por uma
seguradora, mediante a existência de um contrato de seguro estabelecido entre
ambas partes envolvidas.
UTILIZAÇÕES - TIPO DE EDIFÍCIOS E RECINTOS - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
UTILIZAÇÕES-TIPO
DE EDIFÍCIOS E RECINTOS
Para assegurar o
cumprimento das medidas de segurança contra incêndio enunciadas no ponto anterior,
é necessário a adoção de medidas técnicas de prevenção e segurança contra
riscos de incêndio. Para definição e atribuição das mesmas, há parâmetros que
condicionam a sua aplicação, que requerem um estudo preliminar, entre eles: o
porte do edifício, o tipo de ocupação (física e humana), a natureza e o tipo de
atividade.
De
modo a sistematizar e organizar as medidas de segurança contra riscos de
incêndio, é prática corrente individualizar os edifícios em função da sua
ocupação, repartindo-os assim pelas seguintes classes que fazem parte
integrante das utilizações-tipo (UT), constantes do Decreto-Lei n.º 220/2008,
de 12 de Novembro [4]:
- Edifícios de habitação
(UT I);
- Parques de
estacionamento (UT II);
- Estabelecimentos que
recebem público:
- De tipo administrativo
(UT III);
- Escolares (UT IV);
- Do tipo hospitalar,
lares de 3ª idade, centros de dia, etc. (UT V);
- Recintos de espetáculos
e de reunião pública, assim como locais de culto religioso (UT VI);
- Comerciais, gares e
terminais de transportes (UT VIII);
- Recintos desportivos e
de lazer (UT IX);
- Estabelecimentos
industriais (UT XII).
Enquadramento para cada tipo de ocupação - Ativas - Passivas - Medidas físicas de segurança passiva (porta corta-fogo) e ativa (extintor, meio de 1ª intervenção) - De ordem Física - Humana - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
Deste
modo fica facilitado o enquadramento para cada tipo de ocupação, a atribuição
do risco e as respectivas medidas conseqüente da segurança à implementar. Estas
medidas podem subdividir-se em dois grupos:
-
Ativas – destinam-se a funcionar apenas em caso de incêndio,
como o caso de sistemas e equipamentos de detecção e combate a incêndios;
-
Passivas – que são intrínsecas ao local, como por exemplo, o caso
das disposições construtivas dos edifícios.
Podem
diferir a sua natureza mediante a situação, podendo ser de ordem (figura 2.3.)
[4]:
-
Física – os materiais e os elementos físicos da construção,
meios de extinção, etc.;
-
Humana – organização da segurança, plano de emergência,
procedimentos de manutenção, etc..
LOCAIS DE RISCO - A caracterização de cada local de risco é a seguinte / Risco A / B / C/ D / E / F / - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
LOCAIS
DE RISCO
São todos os espaços dos
edifícios e recintos, com a exceção dos locais de passagem e instalações
sanitárias, e possuem uma classificação de risco de entre seis possíveis,
designadas por «Locais de Risco» de
A a F [6].
Esta classificação é
correspondente a cada local, independentemente de qualquer outro aspeto, como
por exemplo, a utilização-tipo onde se encontra, ou a localização no edifício.
A
caracterização de cada local de risco é a seguinte [4]:
-
Local de Risco A – não apresenta riscos especiais, no qual se
verificam simultaneamente as seguintes condições:
- o efetivo total não
excede 100 pessoas;
- o efetivo de público de
público não excede 50 pessoas;
- mais de 90% dos
ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de percepção
e reação a um alarme;
- as atividades nele
exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém não envolvem
riscos agravados de incêndio;
-
Local de Risco B – é um local acessível a público ou ao
pessoal afeto ao edifício ou recinto, com um efetivo total superior a 100
pessoas ou um efetivo de público superior a 50 pessoas, no qual se verificam
simultaneamente as seguintes condições:
- mais de 90% dos
ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de percepção
e reação a um alarme;
- as atividades nele
exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém não envolvam
riscos agravados de incêndio;
- não possua meios e
sistemas essenciais à continuidade de atividades sociais relevantes.
-
Local de Risco C – é um local que apresenta riscos agravados
de eclosão e de desenvolvimento de incêndio devido, quer às atividades nele
exercidas, quer às caraterísticas dos produtos, materiais ou equipamentos nele
existentes, designadamente à carga de incêndio.
-
Local de Risco D – é um local de um estabelecimento com
permanência de pessoas acamadas ou destinado a receber crianças com idades não
superior a 6 anos ou pessoas limitadas na mobilidade ou nas capacidades de
percepção e reação a um alarme.
-
Local de Risco E – é um local de estabelecimento destinado a
dormida, em que as pessoas não apresentam as limitações indicadas nos locais de
risco D.
-
Local de Risco F – é um local que possui meios e sistemas
essenciais à continuidade de atividades sociais relevantes, nomeadamente os
centros nevrálgicos de comunicação, comando e controle.
CATEGORIAS DE RISCO - Parâmetros de classificação, dos quais dependem as categorias de risco, em função da UT - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
CATEGORIAS
DE RISCO
Cada utilização-tipo é
classificada, no que se refere ao risco de incêndio, numa de 4 categorias de
risco: 1.ª de menor risco, a 4.ª de maior risco, nos termos do regime jurídico
de SCIE (RJSCIE) [7].
A
cada categoria de risco de uma dada utilização-tipo (UT) corresponderão:
- Diferentes exigências de
segurança;
- Distintos agentes
encarregados das ações de fiscalização.
Nos estabelecimentos que
recebem público, o número, o tipo e as condições (capacidade) dos respectivos
ocupantes serão determinantes para as atribuições das respectivas categorias.
Os parâmetros de
classificação dos quais dependem as categorias de risco, variam consoante a UT,
de acordo com o Quadro 2.1.
Podem-se
inferir as seguintes considerações:
- a altura de uma UT influencia
a sua categoria de risco, com exceção da UT XII (Industriais, Armazéns e
Oficinas);
- o efetivo influencia a
categoria de risco de todas as UT a que podem corresponder estabelecimentos que
recebem público.
Existem quadros para
definição das categorias de risco das UT (I até XII), em função daqueles
parâmetros de classificação [7]. A categoria de risco de uma UT é a menor das
categorias que satisfaz integralmente os critérios indicados nos quadros acima
referidos. Caso não seja cumprido integralmente nenhum dos critérios
correspondentes às categorias de risco indicadas nos quadros, será atribuída a
4.ª categoria de risco.
ENTIDADES COM RESPONSABILIDADE NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
ENTIDADES
COM RESPONSABILIDADE NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
Como
já foi referido, compete ao Estado a regulamentação normativa e fiscalizadora
das condições de segurança. Estas responsabilidades encontram-se “ligadas” por
diferentes organismos e entidades importa destacar [4]:
- Corpos de bombeiros;
- Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC);
- Conselho Superior de
Obras Públicas e Transportes (CSOPT);
- Entidades licenciadoras
(Direção Geral de Energia e Geologia, Inspeção-geral das Atividades Culturais,
etc.);
- Instituto Português da
Qualidade (IPQ);
- Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC);
- Entidades Seguradoras;
- E outras entidades,
envolvidas na investigação e formação na área da segurança (são exemplos:
Escola Nacional de Bombeiros, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Instituto Superior Técnico, etc.).
MEIOS DE INTERVENÇÃO NOS EDIFÍCIOS - EXTINÇÃO DE INCÊNDIO NUM EDIFÍCIO - DIMENSIONAMENTO DE REDES DE SPRINKLERS - RICARDO JORGE VAZ DA SILVA - Porto-Portugal
MEIOS DE INTERVENÇÃO NOS EDIFÍCIOS
EXTINÇÃO
DE INCÊNDIO NUM EDIFÍCIO
São
2 os critérios de classificação dos diversos meios de extinção de incêndios
existentes num edifício [4]:
- Tipo de utilizador a que
se destina.
Há
também a destacar de entre os diferentes meios de extinção os seguintes meios:
- Extintores (portáteis e
móveis);
- Mantas de incêndio ou
também conhecidas por mantas ignífugas.
-
Instalações hidráulicas para serviço de incêndio, que podem incluir:
- Hidrantes exteriores;
- Redes de incêndio
armadas (RIA);
- Sistemas automáticos de
extinção a água (sprinklers ou neblina – fine watermist);
. Sistemas automáticos que
recorrem a agentes extintores diferentes da água;
. Baldes de areia.
Assinar:
Postagens (Atom)