1.5 Biossegurança e vigilância nas escolas
As medidas de prevenção e redução dos riscos de
transmissão da Covid-19 nas escolas devem se guiar pelo que é viável, prático,
aceitável e adaptado às necessidades de cada escola e de cada comunidade
(Centers for Disease Control and Prevention, 2020a).
Os saberes da biossegurança e da vigilância em
saúde poderão contribuir nesse processo.
A biossegurança corresponde ao campo de saberes
e práticas relativos à prevenção, controle, mitigação ou eliminação de riscos
inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de
vida, a saúde humana e o meio ambiente (Brasil, 2010).
Por sua vez, a vigilância em saúde inclui, além
do mapeamento de riscos, a possibilidade de rastrear possíveis redes e contatos
de transmissão da Covid-19.
É necessário, para tanto, ampliar essa atitude
de vigilância à compreensão de determinação social do processo saúde-doença.
Estratégias como a elaboração de um mapa de
riscos biológicos6, com a representação gráfica do reconhecimento destes riscos
em locais críticos, podem informar trabalhadores e estudantes devido à sua
fácil visualização.
6 A construção desse tipo de mapa pode ser uma
atividade pedagógica, ofertando uma análise dos riscos mediante a
hierarquização de seus diferentes níveis. É importante que o mapa seja fixado
em local de fácil acesso e visualização.
Por exemplo, nas áreas e superfícies que
oferecem maiores riscos de contaminação, como maçanetas, corrimão de escada e
botões de chamada dos elevadores, podem ser afi xados marcadores que indiquem
esse risco.
Como a Covid-19 é uma doença infecciosa, a
diminuição e a interrupção da sua transmissão são as melhores medidas para
mitigar o impacto da pandemia. Como vimos, o período de transmissão do vírus
pode ocorrer mesmo antes da pessoa infectada apresentar algum sinal ou sintoma.
Logo, se queremos interromper a cadeia de
transmissão dessa doença, devemos de forma rápida conhecer quem está infectado,
identificar todas as pessoas com as quais o infectado teve contato antes de ter
conhecimento que estava com o vírus, e limitar o contato dele com outras
pessoas através do seu isolamento.
A identificação de um caso e dos seus contatos
inclui o acompanhamento da situação de saúde e do tratamento requerido, bem
como a avaliação das necessidades que possam se apresentar para que a prática
do isolamento e da quarentena7 sejam eficientes.
O tempo do isolamento vai depender da extensão
do período infeccioso da doença, durando ao menos 10 dias desde o início dos
sinais e sintomas. O tempo de quarentena é calculado somando-se 14 dias desde o
último momento de contato com o caso.
Todos estes procedimentos conformam uma técnica
usada há tempos na saúde pública que se denomina rastreamento de casos e
contatos.
Em um estabelecimento escolar, o processo de
rastreamento deve ser realizado em parceria com a vigilância epidemiológica ou
vigilância em saúde do município, e com a equipe de saúde da atenção primária
responsável pelo território em que a escola está inserida.
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