MORDEDURAS
DE ANIMAIS E PICADAS DE ARTRÓPODES
1.
Mordedura de Animais
o maior risco é que a
vítima contraia raiva. No Brasil, o cão, o gato e o morcego são os maiores
transmissores da raiva. A transmissão ocorre por mordedura, arranhadura ou
lambida da ferida por animal infectado.
O cão ou o gato que morde
uma pessoa não deve ser sacrificado, mas mantido preso em observação, durante
dez dias. Se o animal manifestar sintomas da raiva, ou se ele fugir ou morrer,
a vítima deve procurar um posto de saúde, no mais curto prazo, para iniciar o
tratamento.
Se a mordida for de
morcego, a vítima deve ser encaminhada para tratamento, imediatamente.
1.1.
Sintomas Característicos da Raiva
Nessas
condições, o animal:
- fica triste e nervoso;
- fica com a boca espumosa
e babando;
- apresenta medo de
claridade (fotofobia) e de água (hidrofobia);
- não come e nem bebe
água;
- morre num prazo de cinco
a sete dias.
1.2.
Tratamento Preventivo da Raiva Humana
Pessoas contaminadas pelo
vírus da raiva e não tratadas em tempo morrem fatalmente.
O
atendimento de emergência consiste em:
- lavar o ferimento com
água e sabão;
- encaminhar imediatamente
a vítima a um posto médico, para fins de tratamento imunoterápico.
o abandono do tratamento
antes de concluído é extremamente perigoso para o paciente.
Para prevenir a raiva, é
importante vacinar os animais domésticos todos os anos e eliminar cães e gatos
vadios (sem dono).
2.
Mordedura de Cobra
Normalmente, as cobras
venenosas só picam as pessoas quando molestadas, numa atitude de defesa. Quando
se sentem em risco, assumem uma posição que facilita o bote. A Surucucu pode
ter atitude agressiva, mesmo quando não provocada. As cobras dessa espécie
apresentam uma forte atração pela luminosidade e podem ser atraídas pela luz de
lanternas acesas durante a noite, na floresta.
Na picada da cobra
venenosa aparecem dois pontos maiores e mais profundos, seguidos de outros
menores. Na picada das cobras não venenosas aparecem apenas vários pontos
pequenos.
QUADRO
COMPARATIVO DE CARACIERÍSTICAS DE COBRAS
As
cobras venenosas do Brasil pertencem a quatro gêneros:
- Bothrops, cuja
espécie-tipo é a Jararaca;
- Crotalus, cuja
espécie-tipo é a Cascavel;
- Lachesis, cuja
espécie-tipo é a Surucucu;
- Micrurus, cuja
espécie-tipo é a Coral-verdadeira
2.1.
Sinais e Sintomas que Permitem Orientar a Classificação das Serpentes Reações
locais:
- Dor local persistente
que aumenta progressivamente, com inchação, vermelhidão, arroxeamento, podendo
aparecer bolhas: gêneros Bothrops e Lachesis;
- dor local e pouco
intensa, com a região da picada ligeiramente inchada e com sensação de
formigamento: gênero Crotalus;
- ausência de dor, com
sensação de adormecimento que se propaga ao longo do membro: gênero Micrurus.
Características
da face da vítima:
- face incaracterística
(sem alteração): gêneros Bothrops e Lachesis;
- face traduzindo lesão
neurológica, com pálpebras superiores caídas (ptose palpebral), redução ou
perda da visão: gênero Crotalus;
- face traduzindo lesão
neurológica, com salivação grossa, dificuldade de falar e de engolir: gênero
Micrurus.
Dores
musculares:
- dores musculares
(mialgias) generalizadas, especialmente na nuca: gênero Crotalus.
Hemorragias:
- hemorragias com o sangue
apresentando dificuldades para coagulação: gêneros Bothrops e Lachesis
Alterações
na urina:
- urina escura: gênero
Crotalus;
- redução da urina:
gêneros Bothrops e Lachesis.
Sintomas
digestivos:
- diarréia: gênero
Lachesis.
Sintomas
respiratórios:
- falta de ar (dispnéia),
podendo chegar a insuficiência respiratória aguda: gênero Micrurus.
2.2.
Procedimentos
Em
caso de acidente ofídico, compete ao socorrista:
- manter a vítima deitada,
calma e sem fazer movimentos;
- não permitir qualquer
esforço da vítima, porque a movimentação - facilita a absorção do veneno pelo
sangue;
- lavar o local com
bastante água corrente;
- colocar compressas frias
ou bolsas de gelo sobre a lesão;
- procurar identificar o
gênero da cobra que picou a vítima;
- matar a cobra e levá-Ia
ao posto, para facilitar a identificação;
- transportar a vítima
para o posto de tratamento antiofidico mais próximo.
Em
caso de acidente ofídico, é proibido:
- permitir que a vítima se
movimente;
- dar bebida alcoólica,
querosene, fumo, urina ou qualquer remédio caseiro;
- passar garrote ou
torniquete, já que o mesmo impede a circulação e facilita a necrose ou gangrena
do membro afetado;
- fazer cortes ou
perfurações com canivetes ou objetos, por facilitarem a hemorragia e a
infecção;
- colocar na ferida
folhas, pó de café, fezes ou terra, por produzirem infecção.
É importante caracterizar
que o único tratamento efetivo para picada de cobra é a administração de soro
antiofídico.
Quando
a cobra for identificada, usar o soro antiofídico específico:
- antibotrópico, nos
acidentes provocados por serpentes do gênero Bothrops, como a Jararaca;
- anticrotálico, nos casos
de acidentes provocados por Cascavel;
- antilaquésico, nos casos
de acidentes provocados por Surucucu;
- antielapídico, nos casos
de acidentes provocados por Coral verdadeira.
Quando não for possível
identificar a cobra, usar soro antiofídico polivalente, mistura de soro
antibotrópico com anticrotálico, em todo o Brasil, menos na Amazônia. Na
floresta Amazônica, é indicado o soro antiofídico polivalente amazônico,
mistura de soro antibotrópico e antilaquésico, já que, na selva, não existe
Cascavel. .
Em caso de acidentes
ofídicos ou com artrópodes (escorpiões, aranhas etc.), os telefones abaixo são
úteis para retirar dúvidas e para informar o posto de tratamento antiofídico
mais próximo.
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