...AVISO AOS SEGUIDORES E VISITANTES DO MEU BLOGGER, AQUI NÃO HÁ RESTRIÇÃO ALGUMA NO QUE DIZ SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS IMAGENS OU POSTAGENS, SENDO DE LIVRE USO PARA CONCLUSÃO DE TESES, TCC, SALA DE AULA, PALESTRAS E OUTROS. Abração do Bombeiroswaldo...

01 junho 2020

MANUAL DE DESASTRES NATURAIS - VOL I - Impacto de Meteoritos CODAR: NS.QMT/CODAR: 11.101

Impacto de Meteoritos

CODAR: NS.QMT/CODAR: 11.101

Caracterização

Qualquer corpo sideral que impacte contra a Terra é denominado de meteorito, independentemente de sua origem. Ao penetrar na atmosfera terrestre, sua velocidade inicial aproxima-se de 75 km/s, sendo freada pelo atrito com os fluidos gasosos da atmosfera, atingindo uma velocidade terminal superior a 25 km/s. O atrito torna os meteoritos incandescentes e luminosos.


Os meteoritos podem ser subdivididos em:

- carbonáticos, que são extremamente friáveis e queimam com tal intensidade na fase incandescente, que dificilmente atingem a superfície da Terra;

- assideritos ou aerólitos, os quais podem ser constituídos principalmente por silicato de alumínio, de composição semelhante à do SIAL, camada mais externa da crosta terrestre, ou por silicato de magnésio, de composição semelhante à do SIMA, camada intermediária do globo terrestre;

- sideritos, constituídos por uma liga de ferro (92%) e níquel (8%), de composição semelhante à do NIFE, que constitui o núcleo externo do globo terrestre;

- litossideritos, quando constituídos por porções rochosas e metálicas;

- fragmentos gelados dos cometas, que podem provocar grandes explosões ao atingirem as camadas mais adensadas da atmosfera. Dependendo do tamanho do fragmento, essa explosão pode provocar um impacto superior ao de numerosas bombas de hidrogênio.

Meteoritos são corpos siderais cujas massas variam entre centigramas e várias toneladas. Originados no espaço interplanetário, ao entrarem na atmosfera, tornam-se incandescentes em função do atrito e acabam por impactar sobre a superfície da Terra.


Esses corpos siderais têm duas origens principais:

- asteróides;

- fragmentos de cometas.


Asteróides

Os asteróides foram identificados a partir de 1801 e, ao longo dos anos, registrou-se mais de 1.560 deles, gravitando em torno do Sol, numa órbita intermediá
ria entre Marte e Júpiter.

Para alguns cientistas, esses asteróides, também chamados de objetos Apollo, são restos de um planeta que primitivamente orbitava entre Marte e Júpiter. Esse planeta, que tinha aproximadamente um terço da massa da Terra, por algum motivo fragmentou-se, dando origem ao atual cinturão de asteróides, que continua ocupando sua órbita primitiva.

Para outros cientistas, o processo de consolidação desse planeta hipotético foi interrompido pela ação interativa das forças de gravidade do planeta Júpiter e do Sol, e os asteróides seriam os corpos resultantes da interrupção do processo. Dentre os asteróides mais volumosos, destacam-se o Hephaistos, com 8 km de diâmetro e o Nereus, com 4 km.


Cometas

Os cometas são corpos siderais que desenvolvem longas órbitas excêntricas entre Plutão e o Sol. São constituídos por aglomerados de gelo e de outras partículas cósmicas e, morfologicamente, formados por um núcleo condensado, uma aura mais luminosa denominada cabeleira ou coma e uma cauda que sempre se distribui em sentido oposto ao do Sol. O astrônomo holandês Jan Oort, falecido em 1992, descobriu, além de Plutão, nos confins do sistema solar, uma nuvem repleta de partículas de gases congelados e de detritos do espaço cósmico. Essa nuvem é conhecida como Nuvem de Oort, em homenagem ao seu descobridor.

Segundo os cientistas atuais, os cometas são gerados na Nuvem de Oort e, ao receberem um “chute gravitacional” provocados pela passagem de um conglomerado de poeira e gás, iniciam sua derrota em direção ao Sol.

Na medida em que os cometas aproximam-se do Sol, ganham velocidade, e o calor solar transforma os gases congelados em vapor que, juntamente com partículas ionizadas do espaço sideral, formam a coma e a cauda do cometa.

As órbitas dos cometas em princípio são elípticas, mas, algumas vezes, a excentricidade pode aproximar-se da unidade, caracterizando órbitas parabólicas, tendentes a hiperbólicas.

Aproximadamente 514 cometas, com órbitas conhecidas, já foram catalogados. Desses, aproximadamente 216 possuem órbitas nitidamente elípticas e 67 têm períodos inferiores a 10 anos, dos quais 31 retornam às proximidades da Terra a intervalos regulares.


Os cometas mais citados, inclusive pela imprensa, são os de:

- HalIey;

- Encke;

- Biella;

- Brooks;

- Swift-Tuttle;

- Shoemaker-Levy 9.


O cometa Halley tem uma órbita periódica de 76 anos. Sua última aproximação ocorreu em 1986 e provavelmente retornará em 2.062.
O cometa Swift-Tuttle, detectado em 1862, retornou no dia 07 de novembro de 1992, passando a 177 milhões de quilometro da Terra. Esse cometa é responsável pelas tempestades de meteoritos Posseidon, que ocorrem anualmente em agosto, quando a Terra cruza com sua cauda. O Swift-Tuttle, após circundar Plutão, numa órbita de 134 anos, retornará em agosto de 2.126, quando sua distância da Terra corresponderá a 23 milhões de quilômetros ou 60 distâncias lunares.

O cometa Shoemaker-Levy 9 impactou entre 18 e 22 de julho de 1994 contra a superfície de Júpiter.

Segundo os cientistas, há 65 milhões de anos, um fragmento de cometa, com 9.600 metros de diâmetro, impactou sobre a superfície da Terra, provocando a destruição de dois terços da vida existente, inclusive a extinção dos dinossauros que, até então, dominavam as formas de vida animal presentes.

Em 30 de julho de 1908, os restos de um cometa explodiram a 2.000 metros de altura, sobre Tunguska, na Sibéria, liberando uma quantidade de energia superior a 20 milhões de toneladas de TNT (20 megatons), com poder destruidor duas mil vezes superior ao da bomba de Hiroshima. A explosão destruiu 2.000 km2 de florestas, calcinando árvores e animais. O estrondo provocado foi ouvido a 800 km de distância.



Ocorrência

Os astrônomos concluíram que numerosas crateras observadas na Lua, nos planetas e em seus satélites foram provocadas pelo impacto de meteoritos, desviados de seus campos orbitais e atraídos pela força de gravidade desses astros.

Estima-se que aproximadamente 20 toneladas de partículas cósmicas da dimensão aproximada de um grão de areia precipitam-se diariamente sobre a superfície da Terra.

Anualmente, milhares de meteoritos do tamanho de pedras de carvão atingem a superfície da Terra, após desenharem na atmosfera suas trajetórias incandescentes.

Segundo o Departamento de Avaliação Geológica do Canadá, foram detectadas 139 grandes crateras na superfície terrestre, as quais foram provocadas pelo impacto de meteoritos de porte. Anualmente, são descobertas mais 5 a 6 novas crateras. No Brasil, foram identificadas 8 crateras, até o momento.

Como numerosas crateras foram desfeitas pelo intemperismo e pela erosão e como dos 659.082.000 km2 da superfície da Terra, aproximadamente 148.148.000 correspondem às terras emersas, é muito provável que o planeta tenha sofrido mais de 3.000 grandes impactos, a partir de sua consolidação.

Conseqüentemente, pode-se estimar que a cada 1,5 milhões de anos a Terra é impactada por um meteorito de tal magnitude que, se o fenômeno ocorresse nos dias atuais, muito provavelmente provocaria um desastre de grandes proporções.

Há aproximadamente 100 mil anos, um meteorito de ferro-níquel, com um diâmetro de 150m e uma massa aproximada de 10 milhões de toneladas, impactou, numa velocidade aproximada de 25 km/s à superfície da Terra, nas imediações da atual Winslow, no Arizona. Do impacto, resultou uma cratera com 1.590m de diâmetro e 170m de profundidade.

Em junho de 1178, um meteorito explodiu sobre Canterbury, na Inglaterra, e os monges da época registraram o fenômeno, caracterizado pelo aparecimento de uma grande bola de fogo acompanhada de um estrondo muito intenso e de imensos incêndios florestais.

O mais famoso meteorito que atingiu o solo brasileiro é o de Bendegó, com 5.300 kg de ferro-níquel, o qual caiu no Estado da Bahia e está em exposição no Museu Nacional de História Natural, localizado na Quinta da Boa Vista, cidade do Rio de Janeiro.


Principais Efeitos Adversos

Caso um meteorito semelhante ao que impactou contra a Terra no período Cretáceo, há 65 milhões de anos, atingisse o planeta nos dias de hoje, provocaria um desastre de tal intensidade, que poderia inviabilizar a própria existência da espécie humana.


Dentre os principais efeitos adversos, relacionados com essa ameaça, compete destacar:

- o efeito térmico;

- o efeito químico;

- o efeito mecânico;

- a formação da nuvem de poeira.


1 - Efeito Térmico

O meteorito, ao penetrar na atmosfera terrestre, com velocidade aproximada de 75 Km/s, em função do atrito crescente e da intensa compressão dos gases, durante sua trajetória, reduziria sua velocidade terminal para aproximadamente 25 Km/s, entraria em incandescência e formaria um túnel de gases superaquecidos, onde a temperatura seria superior a 1.000°C


2 - Efeito Químico

Nessas elevadíssimas temperaturas, os gases que compõem a atmosfera terrestre se combinariam, produzindo ácido nítrico, provocando um dilúvio de chuva ácida, de alto poder destrutivo que, no exemplo citado, atingiria uma superfície superior à do atual Estado de Minas Gerais.


3 - Efeito Mecânico

Ao impactar contra a superfície da Terra, com uma força cujo momento corresponde ao produto da massa pela velocidade terminal (3,1416 X 9.000 m3 X Densidade Fe X 25.000 m/s), o bólide provocaria uma onda de pressão proporcional ao quadrado da velocidade e liberaria uma quantidade de energia, também proporcional ao quadrado da velocidade, a qual superaria, em muitas vezes, a totalidade do arsenal atômico atualmente existente.


Esse impacto, além de formar uma imensa cratera capaz de engolfar toda a cidade de Nova lorque, provocaria uma onda de choque que causaria um terremoto de grande magnitude, com maremotos e, possivelmente, reativaria grande quantidade de vulcões. 


4 - Formação da Nuvem de Poeira

Como toda a ação produz uma reação igual e contrária, o violentíssimo impacto liberaria uma quantidade de energia tão grande, que:

- provocaria a elevação da temperatura em níveis somente existentes na superfície solar (6.000°C);

- provocaria a evaporação instantânea de toda a água e a calcinação de todas as formas de vida existentes nas imediações;

- elevaria uma grande quantidade de projéteis secundários até as camadas mais elevadas da atmosfera, os quais, ao reimpactarem contra a Terra, provocariam novos incêndios, ondas de choque e perdas de vida;

- elevaria uma imensa nuvem de poeira, que necessitaria de muitas centenas de anos para dissipar-se.

Essa nuvem de poeira, ao bloquear a passagem dos raios solares, inviabilizaria a fotossíntese, provocando o desaparecimento de todos os vegetais superiores e dos animais, cujas cadeias nutritivas dependem dos mesmos.


Monitorização, Alerta e Alarme

Cogita-se a criação de uma agência internacional que, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas - ONU, coordene as atividades das agências espaciais, como a NASA, e de observatórios astronômicos, objetivando o cadastramento de informações relacionadas com asteróides e cometas, que possam apresentar riscos de impacto para o planeta.

O custo inicial de implantação do sistema seria de aproximadamente US$ 100 milhões, e sua operacionalização custaria US$ 10 milhões anuais.

A comunidade de astrônomos amadores, responsável por mais de 70% das descobertas de cometas, poderia participar do sistema, cabendo a cada um dos astrônomos cadastrados a responsabilidade de vigiar, permanentemente, um setor determinado do espaço sideral.


Medidas Preventivas

No atual estágio de desenvolvimento tecnológico, o homem ainda não tem condições de alterar o curso de um meteorito de sua rota de impacto.

Teoricamente, mísseis extremamente potentes e precisos poderiam utilizar ogivas atômicas para interferir e modificar essas rotas.

É evidente que muito esforço de pesquisa deverá ser desenvolvido para permitir um aceitável grau de precisão, para um sistema antimeteorito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário