Técnica de salvamento na vertical com maca e
redutores
O salvamento com o emprego da maca no plano vertical só
será empregado, quando da impossibilidade de se retirar a vítima pelas vias normais
(escadas, elevadores), e quando a vítima apresentar lesões de coluna ou de
membros inferiores, sendo sua retirada permitida apenas por meio do uso da maca
e pela face externa das edificações.
Para implemento dessa técnica, a guarnição deve ser
composta por 5 (cinco) socorristas: o chefe de guarnição e os auxiliares n.º 1,
n.º 2, n.º 3 e n.º 4.
Materiais empregados na operação
- 1 (uma) maca tipo berço ou plana;
- 3 (três) cabos da vida (solteiro);
- 10 (dez) mosquetões;
- 1 (uma) corda para sustentação da maca de 6 (seis) a 8
(oito) metros;
- 2 (duas) cordas que servirão como cabos guia (estais);
- 1 (uma) corda permeada para a descida da maca.
Atribuições dos componentes da guarnição
Chefe de guarnição
- coordena a operação;
- mune-se de 10 (dez) mosquetões;
- engancha 6 (seis) mosquetões nos nós de azelha da amarração
da maca (dois a dois);
- verifica a inclinação da maca;
- engancha dois mosquetões no lais de guia do cabo de sustentação
que vem do andar ou do ponto superior;
- engancha mais dois mosquetões no ponto fixo para desviar
o sentido da força de descida da vítima na maca, atribuição que poderá ser
executada pelo auxiliar n.º 1 dependendo da situação ou da decisão do chefe;
- corrige a altura do nó do cabo de sustentação que vem do
andar ou ponto superior;
- auxilia na colocação da vítima na maca;
- passa o cabo dobrado pelo ponto de sustentação e fixa-o
aos mosquetões da amarração da maca por meio do nó lais de guia;
- auxilia o n.º 2 a erguer a maca, para corrigir a altura
e dar início a retirada;
- orienta os auxiliares n.º 3 e n.º 4, quanto ao
posicionamento e inclinação da maca;
- orienta o auxiliar n.º 1 quanto à chegada da maca ao
solo.
Auxiliar n.º 1
- mune-se de 2 cabos da vida e da corda permeada
(dobrada);
- fixa um cabo da vida na maca e dá um nó de azelha no seu
seio formando uma alça (à altura do joelho);
- auxilia o n.º 2 a transportar a maca;
- faz a amarração em um ponto seguro, para o desvio de
força;
- auxilia na colocação da vítima na maca;
- executa a descida da maca, tomando posição segura.
Auxiliar n.º 2
- mune-se de um cabo da vida e um cabo solteiro de 6
(seis) a 8 (oito) metros (cabo de sustentação);
- fixa um cabo da vida na maca e da o nó de azelha nesse
cabo (à altura do joelho);
- auxilia o n.º 1 a transportar a maca;
- fixa o cabo de 6 (seis) a 8 (oito) metros, cabo de
sustentação da maca, no andar superior já com um lais de guia pronto;
- auxilia na colocação da vítima na maca;
- lança os estais da maca ao solo.
Auxiliares n.º 3 e 4
- munem-se, cada um, com os cabos dos estais;
- fixam os estais na maca executando o nó volta do fiel
pela
ponta;
- guiam a descida da maca evitando choque contra a parede
ou obstáculo;
- recolhem a maca, antes que ela toque o solo.
Técnica empregada pela guarnição
O chefe de guarnição determinará aos auxiliares n.º 1 e
n.º 2 que providenciem as amarrações da maca.
Os dois, ao mesmo tempo, munem-se dos cabos da vida e tomam posição em lados contrários da maca, dobram cada um
de seu cabo da vida ao meio, levam os seios dos cabos até o centro da maca conservando-os
no meio dela, sendo que um desses deverá passar cerca de 15 cm do centro
pré-estabelecido.
Em lados contrários, agacham-se, colocando o joelho
esquerdo e o direito de um e outro sobre o cabo para facilitar as amarrações e evitar,
com isso, que o cabo corra.
Executam voltas do fiel nas extremidades da maca (pé e cabeceira),
um nó em cada lado da maca. Tomam posição nas extremidades da maca e, apoiando
um dos pés sobre ela, na altura do joelho com o seio do cabo à mão executam o
nó de azelha, depois de executadas as amarrações falam: “pronto à amarração da
maca”.
O chefe de guarnição coloca os 6 (seis) mosquetões, dois
de cada vez nas alças do cabo e verifica a inclinação da maca. Trava e inverte
os mosquetões, deixando os que vão ser colocados no cabo de sustentação para
travá-los e invertê-los logo após.
Os auxiliares n.º 3 e n.º 4 providenciam a amarração dos
estais na maca (colocando-se lado a lado, executam o nó fiel nos punhos laterais
das extremidades opostas à maca), e os colocam dentro dela para facilitar o
transporte.
Enquanto estão fixando os estais, o auxiliar n.º 1 mune-se
de um cabo da vida e do cabo guia dobrado; e o n. º 2 mune-se do cabo de sustentação.
Quando os auxiliares n.º 3 e n.º 4 derem o pronto às
amarrações dos estais, os auxiliares n.º 1 e n.º 2 transportam a maca para o
local onde se encontra a vítima (empunhando os estais e o punho da maca junto
às amarrações).
O auxiliar n.º 1 faz a amarração do ponto de desvio de
força, podendo fixar os 2 (dois) mosquetões, atribuição essa do chefe de guarnição.
O auxiliar n.º 2 sobe um andar ou ponto superior para
fixar o cabo de sustentação (executa um lais de guia na extremidade desse
cabo).
O chefe de guarnição corrige a altura do cabo de
sustentação e coloca 2 (dois) mosquetões no nó que o auxiliar n.º 2 executou.
O chefe e os auxiliares n.º 1 e n.º 2 colocam a vítima na maca.
O chefe passa o cabo guia no ponto de sustentação, dá um
nó lais de guia na extremidade do cabo e o fixa na maca. O auxiliar n.º 1 prepara-se
para descer a maca. O auxiliar n.º 2 lança os estais. Os auxiliares n.º 3 e n.º
4 recolhem e guarnecem os estais.
O chefe e o auxiliar n.º 2 suspendem a maca para ajustar a
altura desejada.
O auxiliar n.º 1 dá tensão ao cabo guia e dá o pronto, em
seguida faz a descida da vítima na maca.
O chefe permanece orientando o auxiliar n.º 1 até que a
maca chegue ao solo.
Os auxiliares n.º 3 e n.º 4, durante a descida da maca,
caminham em direção a ela, sustentando-a para não chocar com qualquer obstáculo
ou mesmo contra a parede, recolhendo-a antes que ela toque o solo (figura 244).
O chefe comanda o desarmamento da operação.
Os auxiliares recolhem o material e, por fim, o chefe dá
por
encerrado o salvamento.
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