Materiais de uso individual
Arnês (cadeirinha)
A principal missão do arnês (cadeirinha) é tentar distribuir corretamente no corpo do usuário o choque transmitido pela corda durante
uma queda ou impacto. Uma finalidade secundária é auxiliar no transporte de
materiais de forma ordenada, além da comodidade que ela oferece ao permanecer
parado em uma ancoragem (ou reunião) durante uma atividade em altura.
Não existe uma cadeirinha que garanta em 100% a segurança de um
usuário durante uma queda. Porém, a experiência acumulada ou acidentes sofridos
nos permite descobrir as inconveniências de cada sistema que empregamos, e, com
isso, buscamos a forma mais adequada dentro de cada processo de escalada ou em
qualquer outra atividade em altura.
A cadeirinha mais popular é a que comporta um cinturão unido por duas
perneiras, com desenhos, marcas e modelos variados, porém, basicamente, bem
parecidos; é grande a utilização dessas cadeirinhas, mas existem limitações.
São as mais completas consideradas incômodas para se escalar, mas possuem
vantagens evidentes durante uma queda descontrolada, oferecendo equilíbrio em
suspensão do escalador.
A forma de colocação e encordoamento de cada cadeirinha é definida
pelo fabricante nas etiquetas de instruções obrigatórias, as quais devem ser
respeitadas rigorosamente.
Quanto à duração e conservação, por ser um produto têxtil como as
cordas, sua duração máxima aproximada de utilização será de cinco anos
dependendo do seu desgaste.
Arnês (cadeirinha) de cintura
Vantagens:
- maior comodidade e liberdade de movimentos;
- boa posição de descida em terrenos verticais (quando a descida é
devidamente controlada).
Inconvenientes:
- possibilidade de giros durante uma descida;
- retenção perigosa durante uma descida incontrolada;
- suspensão extremamente perigosa quando se está inconsciente;
- ponto de encordoamento muito baixo com relação ao centro de gravidade
quando se escala com mochila;
- tende-se a cair de cabeça para baixo.
Recomendações:
- para escaladas bem equipadas em terrenos (vias) (quedas curtas) em
planos verticais e inclinados, onde uma queda é possibilidade prevista e o
escalador poderá controlar sua posição ao cair;
- não se deve empregar em crianças ou em pessoas obesas, já que não
tem uma definição para esse tipo de usuário, que podem vazar da cadeirinha
durante um impacto de queda.
Devemos levar em conta que no momento a UIAA não homologa nenhuma
cadeira (arnês) de cintura por si só, uma vez que pela própria natureza dos
testes é impossível sem o complemento básico que é o arnês de peito (peitoral).
Conjunto suficientemente seguro e adequado para qualquer condição de
utilização.
Cadeirinha combinada com peitoral
Vantagens:
- estabilização do corpo em decorrência de uma queda descontrolada;
-ter um ponto mais alto quando se escala com mochila nas costas sem intervenção do corpo;
- suspensão de forma favorável estando inconsciente.
Inconvenientes:
- menor comodidade para escalar;
- os tirantes do peitoral são incômodos durante algumas manobras de manuseio com materiais.
Recomendações:
- é o sistema mais polivalente e recomendável, adequado para atividades em paredes e alpinismo, nas quais as quedas descontroladas podem causar sérios danos; e para escaladas em paredes desequipadas com segurança livre.
- imprescindível para se escalar com mochila, para crianças e pessoas obesas.
- é importante que sejam devidamente homologadas pela UIAA.
Conselhos de utilização:
Para aproveitar realmente as vantagens e segurança desse sistema, o ponto de segurança não deve situar-se demasiadamente alto ou baixo (a altura recomendada é no final do externo). A posição ideal do corpo do escalador em suspensão é quando se forma, com a corda em relação ao corpo, um ângulo aproximado de 20º. A carga deve recair sobre a cadeira (arnês) de cintura. A função do arnês de peito é estabilizar o corpo em uma posição mais favorável, porém sem oprimir as axilas nem o peito. Quando em suspensão devemos ter suficiente liberdade de movimentos.
Cadeirinhas completas
No caso de uma cadeirinha completa, o ponto de encordoamento encontra-se já disposto e só temos de seguir as instruções do fabricante. Devido os diferentes desenhos e segundo as marcas dessas cadeirinhas, o seu comportamento pode ser muito diferente tanto para uma detenção de uma queda, quanto para se manter em suspensão (parado). O impacto pode provocar, em alguns modelos (se tiver o ponto de encordoamento muito alto), um estiramento do corpo nada favorável, à frente do que o escalador poderá se posicionar adequadamente para o impacto contra a parede. Uma cadeirinha mais completa deveria (igual à cadeirinha combinada) transmitir a maior parte do choque às pernas e manter o usuário em suspensão dentro de uma postura cômoda (corpo a 20º). A única proeza eficaz de compará-las é provar se essas cadeirinhas são também acolchoadas em suas alças.
Cadeirinhas improvisadas
Esses assentos, por sua confecção artesanal, são péssimos tanto para deter uma queda como para permanecer em suspensão (parado).
Só utilizá-los em circunstâncias excepcionais e desde que não exista a possibilidade de se voltar de cabeça abaixo ou de permanecer muito tempo parado (suspenso) como já visto. São utilizados para sobressair de uma eventualidade, de segurança circunstancial, se tiver de recorrer a outro sistema, pelo menos empregar um que já tenha praticado antes. Podem ser empregados vários tipos de assentos, segundo o material disponível.
Em circunstâncias excepcionais, pode-se recorrer a amarrações até com a própria corda.
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