Problemas causados
pela transfusão de sangue
Atualmente a transfusão de sangue se tornou mais
confiável, pois os departamentos responsáveis estão sendo mais criteriosos na
seleção de doadores e estão fazendo testes mais específicos com o sangue doado.
Após uma entrevista clínica, os doadores são selecionados;
e o sangue, depois de colhido, passa por vários testes sorológicos que irão
detectar a presença de vírus de doenças como HIV, hepatite B e C, sífilis,
doença de Chagas, etc.
Depois dos testes é feita uma triagem com o sangue doado,
a fim de separá-lo quanto ao tipo sanguíneo (tipo A, B, AB e O) e o fator Rh
(negativo ou positivo). É feita também uma pesquisa de anticorpos
eritrocitários irregulares, entre outros procedimentos.
Na transfusão sanguínea, assim como em todo procedimento,
podem ocorrer reações e problemas.
Na reação hemolítica aguda ocorre transfusão de
concentrado de hemácias ABO incompatível. Os anticorpos de ocorrência natural
Anti-A, Anti-B e Anti-A-B do receptor reagirão com as hemácias A, B e AB do
doador, ocasionando a hemólise intravascular das hemácias passadas na
transfusão. A reação hemolítica aguda ocorre em razão do erro na identificação
de amostras de pacientes e é muito temida pela gravidade e alto índice de
mortalidade. Os sintomas de reação hemolítica aguda são dor no tórax e no local
da infusão, hipotensão grave e febre.
As reações anafiláticas causadas pela transfusão de sangue
têm pequenas chances de ocorrer. Essa reação começa logo após a transfusão de
sangue com sintomas iniciais de náusea, calafrios, cólicas abdominais e diarréia,
podendo progredir para perda de consciência, choque e raramente a morte. Essa
reação se dá pela presença de anticorpos anti IgA em receptores congenitamente
deficientes dessa classe de imunoglobulina. Os anticorpos IgA específicos
reagem com as proteínas IgA do soro do sangue da transfusão, ocasionando a
reação anafilática.
Uma reação que causa aumento de até 1 grau na temperatura
corporal é a reação febril não hemolítica. Essa reação está associada à
transfusão de componentes do sangue em pessoas que fizeram transfusão várias
vezes, podendo vir acompanhada de tremores. Pode ocorrer por interação entre
anticorpo no plasma do paciente e antígeno leucocitário ou plaquetário presente
no componente do sangue do doador, ou pela liberação de citocinas acumuladas na
bolsa onde o sangue estava.
A reação urticariforme é causada pela reação
antígeno-anticorpo, e caracteriza-se por apresentar vermelhidão na pele.
Em pacientes que apresentam o coração mais frágil, como
idosos e crianças, a transfusão de sangue pode causar um edema agudo de pulmão
em razão da sobrecarga de volume sanguíneo. Nesse caso, a transfusão deve ser
interrompida e o paciente tratado com diuréticos de ação rápida.
Em uma transfusão sanguínea também pode ocorrer
contaminação bacteriana, causando febre, taquicardia, tremores, calafrios,
aumento ou queda da pressão arterial, náuseas e vômitos. Nesse tipo de reação,
o tratamento é feito com antibióticos.
Uma transfusão sanguínea também pode levar a uma
sobrecarga de ferro em pacientes que tenham dificuldade para excretá-lo. Ao se
acumular, o organismo estoca o ferro no retículo endotelial, que é formado por
um conjunto de células que possuem papel fagocitário. Quando ele satura, o
ferro começa a ser estocado nas células parênquimas e começa a interferir nas
funções do coração, fígado e glândulas endócrinas.
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