5.2.1 Aspectos gerais
a) Cuidados especiais devem ser
avaliados para dimensionamento do sistema de pressurização de escada de
segurança para edificação com altura superior a 80 m , principalmente quanto a
velocidade máxima no dutos, vazão e perdas;
b) A edificação deve ser planejada de
forma a atender aos requisitos do sistema de pressurização, garantindo o seu
funcionamento com relação às condições descritas nesta IT;
c) Todos os componentes do sistema de
pressurização (dutos, grupo moto ventilador, grupo moto gerador automatizado)
devem ser protegidos contra o fogo por no mínimo 2 h (exceção feita às portas corta-fogo
que devem ser do tipo P-90, nas casas de máquinas), a fi m de garantir o
abandono dos ocupantes da edificação, bem como o acesso ao Corpo de Bombeiros;
d) Pisos escorregadios nas proximidades
das PCF de acesso aos espaços pressurizados devem ser evitados;
e) Portas corta-fogo devem estar de
acordo com a norma NBR 11742, da ABNT, e serem instaladas de forma a atender às
premissas básicas do projeto de pressurização de escadas. Caso contrário, a
pressurização perde sua função e deve ser reavaliada, ou dispositivos
complementares, junto a esta PCF, devem dar as garantias do projetado na pressurização.
Tais dispositivos não podem alterar as características de resistência ao fogo
das PCF;
f) Atenção especial deve ser dada às
edificações que possuam acesso de pessoas portadoras de deficiência física;
g) Quando a pressurização da escada
dificulta o fechamento das PCF (como exemplo, PCF posicionada no pavimento de descarga),
dispositivos de fechamento devem ser dimensionados de forma a vencer esta
força. Tais dispositivos devem ser capazes de mantê-las fechadas contra a
pressão do sistema de pressurização;
h) Deve ser prevista sinalização orientativa
nas PCF, na face externa à escada, com os seguintes dizeres:
“ESCADA PRESSURIZADA”,
seguindo critérios da IT nº 20 – Sinalização
de Emergência;
i) Visando à selagem como forma de não
prejudicar o estabelecido no item 5.1.6.4 desta IT, deve ser considerado o
controle da porosidade das paredes que envolvem as escadas, bem como dos dutos
de sucção e pressurização, construídos em alvenaria;
j) Deve ser previsto sistema de
detecção de fumaça e iluminação de emergência nos seguintes locais:
casa de máquinas de pressurização;
sala do grupo moto gerador automatizado;
no ambiente onde se localizar os acionadores manuais alternativos
dos moto ventiladores;
em qualquer outro local que possua contato direto com a escada
pressurizada;
k) Caso exista algum compartimento ou
equipamento que, direta ou indiretamente, possa gerar dúvida quanto à sua real
interferência no sistema de pressurização, como por exemplo sistema de controle
de fumaça, o projeto deve ser submetido à análise de Comissão Técnica do
CBPMESP.
5.2.2 Edifícios com múltiplas escadas
a) Em edifícios com múltiplas escadas
pressurizadas, devem ser instalados sistemas independentes de pressurização
para cada escada;
b) Não devem ser aceitas escadas de
segurança com aberturas entre si (uma escada se comunicando com a outra –
através de dutos, janelas etc), quando se tratarem de quantidade mínima de
escadas exigidas para a edificação, conforme IT nº 11 ou Código de Obras local;
c) No caso de uma escada em que for
utilizado o recurso arquitetônico de aproveitamento de área da caixa de escada,
mantendo-se as larguras, unidades de passagens etc., com duas entradas
distintas para a mesma caixa de escada em um mesmo nível, é permitida a
pressurização por um único duto, devendo-se levar em conta o número de portas abertas, frestas e
perdas em duplicata, não podendo diminuir o número mínimo de escadas previstas
para a edificação;
d) Devem ser projetados sistemas de
pressurização para as escadas que atenderem os pavimentos superiores e subsolos,
desde que estes sejam utilizados para atividades diversas de estacionamento de
veículos ou possuam profundidade maior que 12 m ;
e) Em um mesmo edifício não devem
existir escadas de segurança pressurizadas, escadas simples ou enclausuradas atendendo
aos mesmos espaços. Casos específicos em que se comprove a não interferência da
escada pressurizada sobre as demais, devem ser analisados em Comissão Técnica
do CBPMESP.
5.2.3 Relação entre a Pressurização e o Sistema de Ar-condicionado
a) A circulação de ar promovida pelo
sistema de condicionamento de ar ou de exaustão mecânica deve ser projetada de
modo a manter a trajetória do fluxo de ar no sentido contrário ao estabelecido
para o abandono da população da edificação, a fim de diminuir o risco das rotas
de fuga ser atingidas por fumaça oriunda do incêndio. Caso isso não seja
atendido, devem ser previstos dispositivos de fechamento automático, que
garantam o bloqueio da passagem de fumaça em caso de incêndio. Portanto, esses
dispositivos devem ser utilizados quando existir o risco desses dutos e/ou sistemas contribuírem para o alastramento do incêndio,
ou não atenderem aos critérios de compartimentação horizontal e/ou vertical;
b) Na situação de emergência (entrada
em funcionamento do sistema de pressurização), todo o sistema de circulação de
ar existente na edificação deve ser projetado para imediata interrupção do seu
funcionamento;
c) Sistemas de exaustão podem ser
mantidos ligados desde que promovam um fluxo favorável ao sentido do escape de
ar do sistema de pressurização de escada, sendo que tais casos devem ser
analisados em Comissão Técnica do CBPMESP;
d) O sistema de alarme e detecção de
incêndio também deve ser o responsável pelo comando das alterações necessárias
no sistema de ventilação e ar condicionado. O sinal, que deve dar início a
todas estas alterações na operação desses sistemas, deve vir da mesma fonte que
aciona a pressurização na situação de emergência;
e) Detector de fumaça dentro dos dutos
de retorno do ar condicionado pode ser utilizado como sistema auxiliar de
acionamento do sistema de pressurização, devendo o mesmo ser adequadamente instalado
e ter sua eficiência comprovada por meio de ensaio, de acordo com NBR 9441, da
ABNT.
5.2.4 Estruturas de proteção e garantias de funcionamento do
sistema de pressurização
a) A edificação deve proporcionar a
proteção adequada contra incêndio para todos os componentes que garantam o
funcionamento do sistema de pressurização;
b) Os dutos de sucção e/ou
pressurização, seus ancoramentos ou seus revestimentos contra incêndio, em seu
caminhamento interno ou externamente à edificação, não devem passar por
ambientes que possam prejudicar (com danos mecânicos, químicos ou do próprio
incêndio) a eficiência do sistema de pressurização;
c) Os dutos de sucção e/ou
pressurização, no seu caminhamento, devem, de preferência, estar posicionados o
mais próximo possível ao teto (laje) dos ambientes, sendo que quaisquer outras
instalações devem estar posicionadas logo abaixo, desde que atendam aos
requisitos dos itens 5.2.4.f., 5.2.4.g e 5.2.4.h desta IT;
d) Os ancoramentos dos dutos e outros
acessórios, necessários ao sistema de pressurização, não podem servir
funcionalmente a outros tipos de instalações;
e) Cabos elétricos e dutos de sucção
e/ou pressurização devem estar devidamente protegidos contra a ação do fogo em
caso de incêndio, garantindo o acionamento e o funcionamento do sistema de
pressurização para no mínimo 2 (duas) horas;
f) Os dutos de sucção e/ou
pressurização, para que não seja exigido o revestimento contra incêndio, devem
estar afastados de sistemas de vasos sob pressão, baterias de GLP ou sistemas
alimentados por gás natural, de nafta ou similares e depósitos ou tanques de
combustível, de acordo com o estabelecido no Anexo D desta IT;
g) Para os riscos citados no item
5.2.4.f, em que não consiga os afastamentos estabelecidos no Anexo D (todos
desta IT), além da proteção que garanta resistência ao fogo por 2 horas nos
dutos de sucção e/ou pressurização, deve ser prevista distância mínima, medida
no plano horizontal, de 2 m
desses riscos;
h) Caso o afastamento de 2 m entre as tubulações que conduzem
gás GLP, gases naturais, de nafta ou similares e os dutos de sucção e/ou pressurização
não seja cumprido, essas tubulações de gás devem ser envolvidas por tubo-luva
de proteção, de ferro galvanizado ou aço carbono, devidamente identificada na cor
vermelha e suportado de forma independente, com diâmetro nominal mínimo 1,5
vezes maior que a tubulação a ser envolvida. O afastamento, medido no plano
horizontal, entre a entrada e saída do tubo-luva de proteção e os dutos de
sucção e/ou pressurização, deve ser de no mínimo 1 m , de acordo com o
estabelecido no Anexo D desta IT;
i) O grupo moto ventilador, seus
acessórios, componentes elétricos e de controle, devem ser alojados em
compartimentos resistentes ao fogo por, no mínimo, 2 h. As PCF de acesso a esse
compartimento devem ser do tipo PCF/P-90;
j) Caso o compartimento casa de máquinas
do grupo moto ventilador esteja posicionado em pavimento subsolo, ou outro
pavimento que possa causar risco de captação da fumaça de um incêndio, deve ser
previsto uma “antecâmara de segurança” entre esse compartimento e o pavimento. Também deve ser previsto sistema de detecção
no acesso a esse conjunto compartimento casa de máquinas. Essa “antecâmara de
segurança” pode possuir dimensões reduzidas, com relação ao estabelecido na IT
nº 11 (Saídas de Emergência). O acesso à “antecâmara de
segurança” deve ser protegido por uma PCF/P-90, bem como o acesso à casa de
máquinas do grupo moto ventilador ser protegido por uma porta estanque, de
forma a evitar a captação de fumaça que porventura passe pelas frestas desta
PCF. Essa solução pode ser substituída por outra que garanta a diminuição de
risco de
captação da fumaça de um incêndio pelo compartimento casa de
máquinas do grupo moto ventilador;
k) Quando o sistema de interligação do
grupo moto ventilador for realizado por correias, deve ser providenciada proteção contra
eventuais acidentes pessoais, por meio de grade ou outro dispositivo que possua
mesma finalidade e eficiência;
l) O grupo moto gerador automatizado e
seus acessórios, quando exigidos, de acordo com os critérios do Anexo B, desta
IT, devem ter em seu compartimento, o mesmo nível de proteção estabelecido no
item 5.2.4. i desta IT. Tais compartimentos devem ser projetados com vistas a
garantir a manutenção de sua estabilidade, integridade e estanqueidade, tendo
em vista a vibração originária do funcionamento do grupo moto gerador;
m) O circuito formado pela tomada de ar
frio e saída do ar aquecido (do compartimento casa de máquinas do grupo moto gerador),
bem como o escape dos gases da combustão, para o perfeito funcionamento do grupo
moto gerador automatizado e seus acessórios, devem ser adequadamente projetados
como forma de garantir a alimentação elétrica dos sistemas de segurança e
sistema de pressurização das edificações. Preferencialmente, o grupo moto gerador
e seus acessórios devem estar posicionados no pavimento térreo ou próximo
deste. Caso não exista condição técnica para o cumprimento dessa exigência, no
mínimo, deve ser garantida que a tomada de ar frio seja realizada próximo ao
pavimento térreo, através de dutos, sem o risco de se captar a fumaça oriunda
de um incêndio. Os dutos de tomada de ar frio devem, se passarem por áreas de
risco, possuir proteção que garanta resistência ao fogo por no mínimo 2 h. Cuidados
especiais, quanto ao isolamento térmico e/ou de resistência ao fogo, devem ser
tomados para os dutos de saída do ar aquecido e dutos de escape de gases da
combustão;
n) Cuidados especiais devem ser tomados
para evitar a entrada de água ou produtos agressivos, nos compartimentos das casa
de máquinas do grupo moto ventilador e do grupo moto gerador automatizado, por
intempéries ou mesmo quando da manutenção geral da edificação;
o) O grupo moto ventilador deve estar
posicionado em compartimento diferente do que abriga o grupo moto gerador
automatizado;
p) Nas edificações existentes, não é
obrigatório o uso do grupo moto gerador automatizado, que pode ser substituído
pela ligação independente do grupo moto ventilador.
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