O berne é a larva da mosca Dermatobia hominis, que parasita a pele de mamíferos, inclusive o homem. As fêmeas depositam seus ovos sobre o abdome de outros insetos, mosquitos ou moscas.
Depois de uma semana as larvas estão maduras e aproveitam o momento em que o inseto vetor pousa sobre algum mamífero para abandonarem o ovo e se alojarem na pele deste. Aí se desenvolvem em um período que é geralmente de 35 a 40 dias, mas que pode prolongar-se a dois e até três meses. Completada esta fase o berne abandona seu hospedeiro e termina seu desenvolvimento no solo sob a forma de pupa.
Ao penetrarem na pele as larvas dão a sensação de picada ou prurido, mas podem também passar despercebidas. Em torno delas desenvolve-se uma reação inflamatória, a pele fica avermelhada e entumecida, como um furúnculo. No meio da lesão há um orifício, por onde a larva respira. Com o progredir do desenvolvimento da larva, podem ser sentidas dores agudas, como ferroadas e também se percebe o movimento do parasito. Com a saída da larva a lesão tende para a cura espontânea, porém pode haver complicações com a contaminação bacteriana, formando-se verdadeiros furúnculos. Também pode ser uma porta de entrada para o bacilo do tétano.
O diagnóstico é fácil. O fato de ter ido recentemente para áreas silvestres ou rurais é o primeiro indício. A lesão característica, com orifício no centro, onde com atenção pode-se ver o movimento do parasito, dá a certeza final.
O tratamento consiste na extração da larva. A estratégia é impedir que ela respire, o que a forçará a sair. Para isto utiliza-se um esparadrapo sobre a lesão ou ainda uma receita provavelmente de origem popular, mas também muito indicada pelos médicos: aplica-se sobre a lesão por algumas horas um pedaço de toucinho, para dentro do qual a larva acabará saindo. O fato de ser uma substância natural e presente na pele deve encorajar a larva a sair. Na falha deste processos a larva deverá ser tirada cirurgicamente.
Existem literaturas sobre esta mosca de berne (parentes das varejeiras), que dizem que essas moscas, na verdade, não picam, mas se valem de feridas já abertas, para depositar os ovos. Tais feridas são provavelmente, das provocadas (anteriormente) pelo carrapato. O orifício tem abertura suficiente para o vetor da mosca de berne, depositar os ovos. A questão preventiva, de combate aos insetos que atormentam a vida do gado, está numa forma de extrair as fezes, de perto dos animais, pois é nas fezes que as larvas do carrapato e da mosca-de-chifre se desenvolvem, impedindo novos ciclos. Dividir o pasto em novos zoneamentos, ficando mais fácil combater e estudar a influência dos insetos, sobre os bovinos, tanto de corte quanto leiteiro. Obrigado.
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